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MENINGITES: Processo inflamatório das membranas leptomeníngeas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal com aumento da contagem de células brancas no líquor Inflamação: espaço subaracnóide+ membranas leptomeníngeas (pia-aracnóide) → reação purulenta + leucocitose (proteínas) detectados no líquor ETIOLOGIAS: ➔ NEISSERIA MENINGITIDIS ➔ HAEMOPHILUS INFLUENZAE ➔ STREPTOCCUS PNEUMINIAE FISIOPATOLOGIA: A infecção pode atingir a leptomeninge por 3 mecanismos básicos: 1) Via hematogênica: primária ou secundária ao foco de infecção à distância (infecção de pele (acne), pulmão, coração, trato intestinal e geniturinário) 2) Infecção adjacente às meninges: faringite, sinusite, otite média. 3) Solução de continuidade: traumatismo craniano, infecção dos ossos, vasos sanguíneos Fatores de virulência: Pneumococo, Hemofilus e menigococo: proteases (clivam IgA – que faz a opsorização do patógeno) e cápsula OBS: no SNC, a imunidade humoral é deficiente Gabriela Helena Stahlhofer 1. Evento Inicial: colonização das vias aéreas superiores por germes patogênicos. 2. Virulência do microorganismo e fatores de defesa do hospedeiro pode ocorrer invasão do epitélio pelo agente e disseminação pela corrente sanguínea. 3. No líquor a proliferação bacteriana é favorecida devido à quase ausência de imunoglobulinas e do sistema complemento 4. A lise bacteriana e a posterior liberação de elementos da parede celular induzem inflamação intensa das meninges devido produção de citocinas (TNF-α e IL-1). 5. Citocinas levam a um aumento da permeabilidade capilar → edema cerebral do tipo vasogênico. Permite o extravasamento de proteínas e leucócitos para o líquor 6. Exsudato → bloquear a reabsorção liquórica hidrocefalia e edema cerebral (intersticial) → Há acometimento de vasos cerebrais áreas isquêmicas do parênquima cerebral → edema citotóxico. 7. Pode haver acometimento de vasos sanguíneos por contiguidade podendo ocasionar trombose ou abscessos. MENINGITE VIRAL X BACTERIANA Dificuldade em não conseguir estabelecer o diagnóstico etiológico de meningite muitas vezes é decorrente da utilização prévia de antibiótico → Esterilização do líquor pode ocorrer rapidamente após o início parenteral de antibióticos, com completa esterilização do meningococo em 2 horas e do pneumococo em 4 horas LCR NORMAL Celularidade 0 – 4 Polimorfonucleares 0 Linfomononucleares 100% Proteínas 40 Glicose >40 (2/3 da glicemia) Bacterioscopia Negativa Cultura Negativa MENINGITE VIRAL: Maior causa de meningite asséptica evidencia clínica + laboratorial de inflamação meníngea – pleocitose (celularidade) linfomonocitária e com culturas NEGATIVAS. Causa mais comum = ENTEROVÍRUS (80%) Enterovirus: echovírus, poliovírus, coxsakie Herpes simples 1 e 2: varicela-zoster, EBV, Adenovirus, caxumba, HIV Clinica: Geralmente é súbito Febre (76% a 100%) Rigidez de nuca Cefaléia Fotofobia também é comum em pacientes mais velhos. Sintomas inespecíficos e sinais incluem vômitos, anorexia, erupção cutânea, diarréia, tosse, quadro respiratório superior (especialmente faringite), e mialgias. Outros: Exantemas - Miopericardite – Conjuntivite DIAGNÓSTICO LIQUOR Pleocitose do LCR é quase sempre presentes. A contagem de células é normalmente de 100 a 500/mm³ Os neutrófilos podem dominar o perfil de LCR, embora essa situação rapidamente dá lugar a uma predominância linfocitária durante as primeiras 6 a 48 horas Testes de amplificação de ácidos nucleicos - PCR RT-PCR tem sido testado na prática clínica por diversos pesquisadores e descobriu-se mais sensível que a cultura para a detecção de enterovírus, a sensibilidade variou de 86% a 100% e especificidade de 92% para 100 % TRATAMENTO: Normalmente de suporte. Reposição hidroeletrolítica Controle das convulsões (quando presente). Meningite herpética: Aciclovir EV Isolamento Respiratório em caso de meningite por caxumba MENINGITE TUBERCULOSA O complexo Mycobacterium tuberculosis é constituído de várias espécies: M. Tuberculosis M. bovis M. africanum. Considerações: Pacientes apresentam um outro local de infecção. 25% dos casos podem não ter evidência de infecção. Em mais de 50% dos casos está associada a tuberculose miliar. Áreas de alta prevalência: comum em crianças de 0-4 anos . (vacina BCG previne) Áreas de menor frequência – acomete mais os adultos. QUADRO: Se apresenta com um início gradual durantes algumas semanas Inicialmente mal-estar, apatia e anorexia, evoluindo, em algumas semanas, para fotofobia, rigidez de nuca e comprometimento da consciência. É uma das complicações mais graves da tuberculose. Quadro clínico é, comumente, de início insidioso – embora alguns casos possam ter um início abrupto, marcado pelo surgimento de convulsões – e dividido em três estágios. 1º: de 1 a 2 semanas, com sintomas inespecíficos tais como: febre, mialgias, sonolência, apatia, irritabilidade, cefaléia, anorexia, vômitos, dor abdominal e mudanças súbitas do humor 2º: persistem os sintomas sistêmicos e surgem sinais de lesão de nervos cranianos, exteriorizando-se por paresias e plegias, estrabismo, ptose palpebral, irritação meníngea e hipertensão intracraniana. Podem surgir sinais de encefalite, com tremores periféricos, distúrbios da fala, trejeitos e movimentos atetóides das extremidades. 3º: déficit neurológico focal, opistótono, rigidez de nuca, alterações do ritmo cardíaco e da respiração e graus variados de perturbação da consciência, incluindo o coma DIAGNÓSTICO: Na suspeita, está indicada a radiografia de tórax (imagem sugestiva de TB em metade dos casos). O exame de neuroimagem (TC ou ressonância magnética) com contraste deve ser o primeiro exame a ser realizado. Os três achados de imagem mais comuns são: hidrocefalia, espessamento meníngeo basal e infartos do parênquima cerebral. A punção liquórica (após avaliação tomográfica) mostra: pleocitose (raramente > 1.000 células/mm³) leucócitos de 100 a 500/mm³, com predomínio de linfócitos proteína alta (100 a 500 mg%) glicose baixa (< 40 mg% O diagnóstico diferencial deve ser feito com causas de meningite linfocitária. A pesquisa de BAAR no liquor é positiva em 5-20% dos casos, mas pode chegar a 40% se o liquor for centrifugado. A cultura é positiva na metade dos casos. O teste terapêutico é válido após a avaliação clínica e laboratorial com exclusão das demais causas de meningite linfocitária. TRATAMENTO – 9 meses 2 RIPE 7 RI MENINGITE BACTERIANA: Nos anos 90, houve uma redução no número de casos devido à vacinação H. influenzae tipo B. ➔ Germes mais frequentes - ADULTOS: Streptococcus pneumoniae (47%) Neisseria meningitidis (25%) Streptococcus agalactiae (12%) ➔ Período neonatal: Strepto do grupo B (agalactiae) (70%), E. coli e Listeria ➔ 2 – 18 anos: N. meningitidis (59%), S. pneumoniae ➔ > 18 anos: S. pneumoniae (62%), N. meningitidis ➔ Idoso: S. pneumoniae, Listeria ➔ Pós procedimentos Pós punção lombar: Staphylo aureus, Pseudomonas Pós TCE ou fístula liquórica: S. pneumoniae (Pneumococo) Pós neurocirurgia: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Gram (-) Sinais clássicos: Cefaleia Febre Sinais meníngeos, Sinais de disfunção cerebral (confusão, delírio, ou uma diminuição do nível de consciência indo desde a letargia ao coma) Vômitos e náuseas Alterações neurológicas focais Papiledema O meningismo pode ser sutil, marcado, ou acompanhado dos sinais: Kernig e Brudzinski, ou ambos. Kernig é estimulado com o paciente deitado, com a coxa fletida sobre o abdome e os joelhos flexionados. A perna é então estendido passivamente, e na presença de inflamação das meninges, o paciente resiste a extensão da perna Brudzinski é a flexão passiva do pescoço resultando em flexãodos quadris e joelhos. DIAGNOSTICO LIQUOR: P abertura elevada, (>18 cmH2O) sugerindo a presença de edema cerebral, focos supurativa intracraniana ou hidrocefalia comunicante. Pleocitose geralmente de 1000 a 5000/mm³ Os neutrófilos geralmente predominam mas cerca de 10% dos pacientes com meningite bacteriana aguda apresentam um predomínio linfocitário (tal predominância é mais comum em bactérias gram negativas neonatal e meningite por L. monocytogenes (cerca de 30% dos casos). Os pacientes com baixa contagem de células (0 a 20/mm³) apesar de grandes concentrações de bactérias no LCR, tendem a ter um prognóstico reservado A glicorraquia diminuida (<40mg/dl) Glicose liquórica/glicose soro: relação inferior a 0,4. Proteinorraquia Aglutinação pelo látex: especificidade alta de 95-100% na meningite por pneumococo ou meningococo. Porém com sensibilidade baixa: 33-70% na meningite meningocócica e 70- 95% na pneumocócica Manchas arroxeadas (rubi de contorno irregular) + febre – neisseria (disseminação no corpo) A probabilidade de detecção do organismo por Gram correlaciona com a concentração de bactérias no LCR < 102 UFC/mm - positividade do GRAM em torno de25%. > 105 UFC/mm – aumentam a positividade em até 97% dos casos. A utilidade clínica do Gram também depende do agente patogénico: Em 90% casos - meningite por S. pneumoniae, Em 86% casos - meningite por H. influenzae, Em 75% casos – meningite por N. meningitidis, Em 50% casos – meningite por bacilos gram-negativos, Em menos de 50% dos pacientes com meningite L. monocytogene COLORAÇÃO GRAM NO LÍQUOR: Diplococos gram (+) → pneumococo Diplococo gram (-) → neisseria Cocosbacilos e bastões gram (+) → listeria (ampicilina) Pequenos Cocobacilos pleomorficos gram (-) → Haemophylus Cocos ou Cocobacilos gram (+) → streptococus grupo B ANTIBIOTICOTERAPIA: Iniciar imediatamente!! Se paciente necessitar de TC – Coletar HMC + 1ͣ dose ATB + coletar LCR no retorno, se possível Precauções com gotículas – isolamento até 24 horas do início da antibioticoterapia (se ceftriaxona) (N. meningitidis, H. influenza) Medidas gerais Antibioticoterapia Corticoterapia idade Agente provável Esquema de escolha Esquema alternativo Comentários <3 meses Streptoco grupo B (agalactiae) Listeria e. coli pneumococos Ampicilina + ceftriaxona (ou cefotaxima) Clorofenicol + gentamicina Níveis baixos podem ocorrer no LCR do RN de baixo peso 3-18 anos Meningococos, pneumococos, H. influenzae ceftriaxona (ou cefotaxima) Meropenem ou clorofenicol Acrescentar vancomicina em áreas com mais de 2% de pneumococos altamente resistentes 18-50 anos Pneumococos, meningococos, H. influenzae Ceftriaxona (ou cefotaxima) Meropenem ou clorofenicol Acrescentar vancomicina em áreas com mais de 2% de pneumococos altamente resistentes >50 anos Pneumococos, listeria, bacilos fram (-) Ampicilina + ceftriaxona (ou cefotaxima) Ampicilina + fluorquinolona (ciprofloxacino + levofloxacino) Acrescentar vancomicina em áreas com mais de 2% de pneumococos altamente resistentes Para tratar lesteria em pacientes alérgicos a penicilina, usar sulfametoxazol- trimetoprima Meningococo - 4 a 7 dias Pneumococo – 10 a 14 dias Haemophilus – 7 a 10 dias Estafilococo – 21 dias Enterobactereacea – 14 a 21 dias Pseudomonas – 21 dia DEXAMETASONA: Teoricamente corticoide diminui cascata inflamatória / edema cerebral NEONATOS: Estudos insuficientes para recomendar o uso. 01 estudo apenas, s/ grupo placebo Mortalidade 22% x 28 ADULTOS: Melhores respostas se PNEUMOCOCO Desfechos desfavoráveis = 26 x 52% Mortes = 14 x 34% Benefícios não foram vistos com outros agentes etiológicos PNEUMOCOCO (A-I) Dexa 0,15 mg/Kg 6/6 h 2-4 dias 10-20 min antes da primeira dose ou durante NÃO FAZER corticóide se paciente já recebeu ATB (A-I CRIANÇAS: 15 trials – dexa em MB Corticóide não reverte danos já estabelecidos Apesar da variabilidade de resultados, o Guideline acredita que o uso de dexametasona em bebes/crianças com MB por HAEMOPHILUS INFLUENZA seja benéfica (A-I) 10 – 20 minutos antes da primeira dose de ATB ou durante 0,15 mg/kg 6/6 h 2-4 dias NÃO dar dexametasona se paciente já recebeu ATB !! (A-I) Em bebes/crianças com MB por pneumococo – dexametasona é controverso (C-II) CORTICOIDE: Dexametasona 0,8 mg/kg/dia de 12/12 h por 2 dias Primeira dose 15 a 30 minutos antes do início da antibioticoterapia Diminui edema cerebral Melhora o fluxo sanguíneo cerebral Diminui citoquinas do líquor febre e sequelas neurológicas PROFILAXIA: Indicação em contatos familiares e íntimos do paciente (creches, orfanatos, presídios), indivíduos que permaneceram por cerca de 4 hora durante o dia durante 5 a 7 dias, profissionais de saúde que se envolveram em procedimentos (entubação orotraqueal, aspiração de secreções). HAEMOPHILUS INFLUENZAE: Crianças com esquema vacinal completo para Hib não necessitam fazer quimioprofilaxia (2-4-6 meses de idade) NEISSERIA MEINGITIDIS: As medidas visam a eliminação da Neisseria meningitidis da orofaringe do portador. Utilizam-se Antimicrobianos apenas para contatos íntimos e prolongados com o caso inicial: - Rifampicina 10mg/Kg em 2 doses, VO, por 2 dias e 600mg para adultos a cada 12h por 2 dias - Também se utiliza Ciprofloxacina dose única, VO, 250mg para criança e 500mg para o adulto - OBS: Nos pacientes tratados com Ceftriaxona não é necessária a profilaxia, pois ela erradica o Meningococo da orofaringe. - A grávida e o RN podem ser submetidos à quimioprofilaxia, que deve ser iniciada nas primeiras 24h mas pode ser realizada até 30 dias após contágio STREPTOCOCCUS PNEUMONIAR: Não há necessidade de profilaxia REPUNÇÃO: Liquor inicial normal Sem melhora em 48 hs Bactérias incomuns Recém-nascidos Piora clínica Pneumococica em 24 a 36 h DIAGNOSTICO: Comparação de achados liquóricos entre as diversas causas de meningite Analise de liquor condição Celulas/uL Proteínas mg/dl Glicose mg/dl Normal 0-5 linfocitos RN ate 30 LMN 13-35 RN ate 150 50-80 >/2/3 da glicemia Meningite bacteriana >500 (85% PMN) Maningite viral 100-1000 (LMN) 20-125 N Meningite tuberculosa 250-500 (LMN) 45-500 Meningite fubgica 10-500 (PMN -> LMN) CONSIDERAÇÕES: Penetrabilidade → Drogas que passam facilmente com ou sem inflamação: Cloranfenicol , Cotrimoxazol , Rifampicina Boa penetração se inflamação → Pen G Cristal , Ampi , Cefazolina , Cefotaxima , Cefoperazone , Ceftriaxone , Ceftazidime , Cefepime , Oxa , Vanco Penetram com dificuldade, mesmo se inflamação → Cefalotina , Fosfomicina , Etambutol , Anfo B , Clinda Praticamente nao ultrapassam a barreira → Polimixina B , Colistina *Se vancomicina → adicionar Rifampicina Corticoide reduz penetração da vancomicina *Hidratação com sol. Isosmolar → Hiper hidratação piora o edema + SIADH *Abcessos cerebrais Melhor difusão – Cloranfenicol Intermediaria - Vanco , Ampi , Rifampicina Má difusão – AMG , Cefalosporina Pior – Pen G cristal , Ox Anotações da aula: Meningite: Processo inflamatório no espaço subaracnoide que cursa com Febre, cefaleia, rebaixamento do nível de consciência. Por vezes alterações comportamentais e aumento da pressão IC. Evento inicial: colonização das IVAS por agente (haemofilus influenzae, pneumococo, nesiseria meningitis) → disseminação sistêmica → atravessam barreira hematoencefálica → leptomeninges Favorecedores: Características do patogeno: elevada virulência. Depende da imunidade do hospedeiro. Facilidade de penetração da barreira hematoencefálica. Nas leptomeninges faz processo inflamatório que altera liquor. Este deveria serum ambiente estéreo. Logo, não deve ter agentes e leucócitos a níveis significativos. Qualquer agente pode causar Queimados – pseudomonas Cirurgia recente – estreptococo Enterovírus → maior parte das meningites virais Fungos em imunossuprimidos. HIV, doenças autoimunes (imunomoduladores), oncológicos Protozoários – toxoplasmose, malária, chagas Helmintos – crônicas FISIOPATOLOGIA: vias de acesso: Hematogênica → infecção a distância forma EMBOLO SÉPTICO. Este atravessa barreira HEC. EX: acnes, lesões de pele Infecção adjacente → extensão de focos infecciosos (seios paranasais, amigdalites) Solução de continuidade → trauma, mastoidite (osteomielite) Fatores de virulência: bactérias encapsuladas produzem protease que cliva IgA (que opsoriza patógeno). Essa cápsula também dificulta opsorização por sistema complemento Evento inicial: colonização de IVAS*, trauma, invasão em outro sitio Liquor – quase ausência de sistema imune. Inflamação inicial aumenta permeabilidade local. Lise bacteriana libera elementos que induzem liberação de citocinas. As citocinas aumentam, permeabilidade capilar = edema = extravasamento de leucócitos = Exudato se forma e bloqueia a reabsorção do liquor por granulações aracnoideas → Pode formar áreas isquêmicas Liquor normal é estéril. Na pratica se inicia ATB empírico mesmo sem saber o agente. O que devemos fazer: analisar situações que precisam TC previamente a coleta de liquor para descartar HIC. Se descartada: 1. Coletar liquor e já iniciar ATB. Por que? Porque ATB pode esterilizar em poucas horas o liquor, de modo que não identificamos o agente! Saber o agente é Importante porque alguns precisam de profilaxia para familiares Métodos diagnósticos: Analise do liquor Látex: pesquisa antígenos de algumas bactérias PCR Liquor normal: saber valores Baixa celularidade → 0-4 Proteina → <40 Glicose → >40 saber a glicemia do paciente (A do liquor é 2/3 da capilar) Bacterioscopia negativa Cultura negativa *Liquor na M. Bacteriana tem aspecto mais purulento MENINGITE VIRAL: maior causa de meningite asséptica (não cresce nada na cultura). Predomínio de linfócitos no liquior x culturas negativas. Comum enterovírus. Tratamento conforme vírus – maior parte é suporte (herpéticas – aciclovir). Clinica: súbito. Cefaleia, febre, rigidez de nuca, fotofobia. Outros sintomas inespecíficos. Associado: Exantemas precedentes; miocardites ou pericardites; conjuntivite. LIQUOR - pleocitose (celularidade) presente e aumentada. Início: maior neutrófilo e depois mais linfócitos Diagnostico – PCR TRATAMENTO – suporte, controle de febre e convulsões. Só na herpética: aciclovir MENINGITE TUBERCULOSA: mycobacterium tuberculosis (+ de uma espécie). Pesquisar outros focos de TB. O foco de entrada geralmente é TB pulmonar (granuloma, cavitação no RX). BCG previne apenas formas graves de TB (NeuroTB, TB miliar e TB óssea – as demais formas ela previne parcialmente). Início é gradual: FASE 1: 1-2 Semanas. Sintomas inespecíficos FASE 2: persistências dos sintomas + lesão de nervos cranianos (alteração ocular frequente – ptose, amaurose, motricidade) FASE 3: Rigidez de nuca – mais localizado no SNC (+/- 4 semanas – não é regra) OPISTÓTONO – rigidez muito acentuada, faz hiperextensão da coluna Logo, uma das condutas iniciais é Fazer RX É comum cursar com HIDROCEFALIA, ESPESSAMENTO MENINGEO BASAL, INFARTOS DO PARENQUIMA Predomina linfomononucleares. Proteínas elevadas. Consumo de glicose DX: Quimio-citologico e BAR no liquor (sua positividade é muito baixa. Se suspeita, solicitar centrifugação do liquor – pode chegar a 40% de positividade). Cultura positiva em 50%. Como positividade é baixa, é um quebra cabeça resolvido empiricamente). PCR é mais assertivo Mesmo esquema da TB pulmonar, porem >tempo – 2 meses de intensiva RIPE + 7 de manutenção RI (9 no total) MENINGITE BACTERIANA: Streptococo pneumonie, Haemophilus influenzae, Neisseria meningitis. Devido vacinação, casos de H. INFLUENZA caíram bastante e aumentaram os casos de pneumococo. Cultura é algo que demora. Pela epidemiologia você consegue ter maior assertividade para iniciar empiricamente - após coleta do liquor. CLINICA: febre, cefaleia, sinais meníngeos, sintomas constitucionais. MENINGISMO: Dor na flexão do pescoço + rigidez → SINAL DE KERNIG + SINAL DE BRUDZINSKI. Manchas arroxeadas (rubi de contorno irregular) + febre – neisseria (disseminação no corpo) Métodos: Liquor: Pressão de abertura elevada. Se coletado muito no início pode predominar linfócitos, depois aumenta neutrófilo. Glicose consumida. Proteinorraquia – deslocamento de células de defesa na inflamação Latex – pesquisa de antígenos – resultado rápido (sensibilidade baixa e especificidade alta) GRAM – relacionado a concentração de bactérias no liquor. Bacterioscopia Gram (+) fica roxo Gram (–) não retem corante roxo após aplicação de lugol + cristal violeta. Corado de rosa MUITO IMPORTANTE PARA DEFINIR CONDUTA: Diplococos gram (+) → pneumococo Diplococo gram (-) → neisseria Cocosbacilos e bastões gram (+) → listeria (ampicilina) Cocobacilos pleomorficos gram (-) → Haemophylus Cocobacilos gram (+) → streptococus grupo B TRATAMENTO: iniciar imediatamente porque não tem IgA e complemento nas leptomeninges, por isso evolução é rápida. Situações: a) 1º liquor coletado. Depois ATB. b) HIC: Coletar hemocultura e fazer 1ª dose de ATB. No retorno, coletar liquor - aguardar oportunidade em que hic baixo para coletar (risco de herniação!) AMPICILINA – adicionados aos extremos de idade para profilaxia listeria Usa ceftriaxona na maioria dos casos, em dose maior para atravessar barreira HE (dose dobrada = 4g/dia) Tempo difere para cada agente. Tudo depende da evolução do paciente DEXAMETASONA: Morte de bactérias na primeira dose do ATB pode agravar processo inflamatório. CTC ameniza esse processo que ocorre em algumas bactérias CTC SEMPRE ANTES (no máximo concomitante) ao ATB!!! Beneficio: Reduz surdez neurossensorial (haemofilus) e mortalidade por pneumococo. Nos demais não teve influencia relevante Profilaxia: casos específicos – contatos íntimos do foco. Primeiras 48h, mas pode ser feita ate 7 dias (prazo máximo) Influenza – criança <4 anos não vacinadas que não sejam foco. Para aquelas vacinadas, não precisa profilaxia Neisseria - Se trataram com outro antibiótico qualquer, como Meropenem, em vez de ceftriaxona, depois que tratar meningite precisa fazer a profilaxia com ciprofloxacino para erradicar Outros comentários: ACINETO – sensível a polimixina B. Não adianta EV – não penetra. Precisa ser administração intratecal CTC reduz penetração da vancomicina. Logo, adicionar riafampicina Abcesso deixa ph acido, sendo necessário avaliar opções de ATB (aminoglicosídeo não funciona bem em PH acido) Nem toda encefalite altera liquor. TC de crânio mostra a inflamação. Repunção – não necessária pós tratamento. Se suspeita de meningite for grande e não veio indícios na primeira coleta de liquor, pode refazer para ter certeza.