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Estudo de Caso - Aspectos Gerais de Arbitragem

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Aspectos Gerais
da Arbitragem
Estudo 
de Caso
Professor: Mariane Helena Lopes
2
Unicesumar
estudo de 
caso
A expressão “meios alternativos de resolução de conflitos” é relativamente recente, sendo 
originário da Alternative Dispute Resolution (ADR), que se desenvolveu nos Estados Unidos, 
a partir da década de 70, apresentando-se como alternativa ao provimento jurisdicional 
estatal e, posteriormente, difundida em vários países para designar todos os processos de 
resolução de disputas sem a intervenção de autoridade judicial (SERPA apud PEREIRA, 1999).
Um advogado americano, que estava passando por um processo de divórcio, viu-se em 
uma situação em que, por conta do conflito de interesses entre ele e a esposa, queria que 
o processo acabasse logo. Vendo que, pelo meio judicial, tal questão demoraria para ser re-
solvida, pensou que, por meio de métodos alternativos, poderia solucionar seu divórcio e 
diminuir o impacto desse nos demais membros da família (CACHAPUZ, 2009).
Nos Estados Unidos da América, berço de inúmeros mecanismos alternativos de solução 
de conflitos, utilizam-se, em larga escala de institutos, a Arbitragem e a Mediação, além de 
outros meios, como conciliação e negociação, não convencionais de solução de litígios 
(MEDINA, 2004).
Atualmente, vai ganhando corpo a consciência de que é de suma importância a pa-
cificação. Ao mesmo tempo em que se aumenta o conhecimento dessa necessidade de 
pacificação, cresce a percepção de que o Estado tem falhado, e muito, na missão pacificado-
ra que ele tenta realizar mediante o exercício da jurisdição (CINTRA; GRINOVER; DINAMARCO, 
2011).
Sabe-se que o processo é extremamente formal, como tratado anteriormente, assegu-
rando às partes a garantia de legalidade e imparcialidade no exercício da jurisdição. Todavia, 
toma-se muito tempo e o tempo é o inimigo da efetividade da função pacificadora (CINTRA; 
GRINOVER; DINAMARCO, 2011, p.32).
Esses métodos alternativos de solução de conflitos se apresentam como uma alterna-
tiva ao provimento jurisdicional estatal, alternativa essa que, posteriormente, foi difundida 
em vários países para designar todos os processos de resolução de disputas sem a interven-
ção de autoridade judicial.
Atualmente, os meios alternativos são de suma importância para a pacificação. Todavia, 
ao mesmo tempo em que se percebe a necessidade de pacificação nos conflitos existentes, 
percebe-se que o Estado falha constantemente na missão pacificadora, pois tenta realizar o 
exercício da jurisdição. Isso ocorre pela formalidade do processo judicial.
Um dos aspectos que dificulta o processo judicial é a duração. A demora para se obter uma 
decisão judicial desanima as partes e faz com que elas , cada vez mais, queiram optar pelos 
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estudo de 
caso
meios alternativos, com o intuito de ter uma solução mais rápida e eficaz. Outro aspecto é o 
alto custo do processo civil, que tem se mostrado como um instrumento caro, seja pela ne-
cessidade de antecipar custas ao Estado, seja pelos honorários advocatícios, seja pelo custo 
às vezes bastante elevado, também, pela realização de perícias.
Os meios alternativos surgiram para modificar e facilitar a resolução dos conflitos na so-
ciedade. Para isso, eles apresentam algumas características. A primeira delas é a ruptura com 
o formalismo processual. Essa desformalização, como cita Ada Pellegrini Grinover, é uma 
tendência quando se trata de dar uma pronta solução aos litígios, constituindo o fator de 
celeridade processual (CINTRA; GRINOVER; DINAMARCO, 2011).
Procurando, ainda, levar a Justiça a todos, os meios alternativos informais – ou mais baratos 
– são, obviamente, mais acessíveis a todos e mais céleres, cumprindo melhor a função paci-
ficadora do Estado (CINTRA; GRINOVER; DINAMARCO, 2011).
Para que a sociedade brasileira passe a usar os Métodos Alternativos de Resolução de 
Conflitos, uma nova cultura deve ser implantada, a fim de se mostrar a possibilidade de atingir 
uma solução de uma maneira mais rápida, menos onerosa e, principalmente, atacando o 
âmago dos conflitos jurídicos, que é a emocional, sendo essa a missão do Poder Judiciário 
(CACHAPUZ, 2011).
Considerando o contexto da nossa sociedade, que passa por crises estruturais, bem 
como o Poder Judiciário abarrotado, juízes com gabinetes superlotados, falta de funcioná-
rios, enfim, um agravamento da crise jurídico-institucional, os meios alternativos de solução 
de conflito seriam uma forma eficiente de se resolver conflitos existentes na sociedade e 
que, muitas vezes, não precisam ser levados diretamente ao Poder Judiciário.
Em verdade, nota-se que a sociedade brasileira desenvolveu uma cultura litigiosa, que 
pode ser observada, inclusive, nas instituições de ensino superior, nas quais os alunos não 
são preparados para a resolução alternativa dos conflitos de interesses, prevalecendo, assim, 
apenas as resoluções tomadas pela jurisdição estatal, que confiam apenas no Poder Judiciário 
(LOPES, 2012).
Atualmente, fala-se muito na chamada resolução alternativa de disputas. Esta tem como 
um de seus fundamentos buscar um modo mais rápido e barato de se fazer justiça, além de 
recorrer a uma efetividade maior na solução de seus conflitos (LOPES, 2012).
Como se pode notar, todos esses fatores são perceptíveis e acabam concorrendo para 
estreitar o canal de acesso à Justiça por meio do processo. Por conta desses obstáculos é 
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Unicesumar
estudo de 
caso
que cada vez mais fala-se dos meios alternativos de resolução de conflitos. Estes têm como 
objetivos: a) mitigar a congestão dos tribunais, assim como reduzir o custo e a demora da 
resolução dos conflitos de interesses; b) incrementar a participação da comunidade nos pro-
cessos de resolução de conflitos; c) facilitar o acesso à justiça; d) subministrar à sociedade 
uma forma mais efetiva de resolução de disputas. Dentre esses meios, podemos citar: arbi-
tragem, conciliação, mediação e negociação. Passaremos a estudá-los na sequência.
A arbitragem é regulada no direito brasileiro desde os tempos da colonização portugue-
sa, em que a Constituição Imperial (1824) previa o juízo arbitral.
A arbitragem pode ser definida como um meio privado e alternativo de solução de 
conflitos referentes aos direitos patrimoniais e disponíveis, em que o árbitro, normalmente 
um especialista na matéria que está sendo discutida, apresentará uma sentença arbitral, de 
acordo com Scavone Junior (2008).
Com a vigência do Código de Processo Civil, de 1973, a arbitragem era facultativa, pois 
os dispositivos legais prescreviam somente a respeito do compromisso arbitral, que era es-
tabelecido pelas partes após o surgimento do litígio. Surge, então, a Lei nº 9.307/1996, que 
continuou prevendo a utilização desse instituto de forma facultativa, ou seja, uma escolha 
das partes envolvidas para a utilização desse método.
Como se pode notar, a arbitragem é um meio de solução de conflitos heterocompositi-
vo, mediante o qual um terceiro, nomeado livremente pelas partes, profere um julgamento, 
que deverá ser acatado por aquelas. Ou seja, o árbitro que decidirá o caso (LOPES, 2012).
A conciliação é um método de resolução de conflitos de interesses judicial, de natureza 
processual, podendo alcançar como resultado a transação, ou seja, uma solução para re-
solver o litígio (CACHAPUZ, 2006). Ela é obrigatória, podendo gerar cerceamento de defesa 
caso não seja utilizada. O conciliador deve buscar todas as soluções jurídicas para o caso 
concreto, com suas reais consequências, para que as partes possam tomar uma solução de 
imediato, já que sua função é terminar o conflito por meio do acordo de vontade entre as 
partes (LOPES, 2012).
Diferentemente da arbitragem, a conciliação é obrigatória e, assim, o juiz sempre deve 
promover um acordo entre as partes, com o intuito de diminuir os litígios judiciais. Por isso, 
o juiz sempre deve promover a conciliação entre as partes.
Unicesumar5
estudo de 
caso
O terceiro método alternativo é a mediação. É uma técnica para resolução de conflitos, 
possibilitando que os mediandos compreendam o litígio, que vejam o lado do seu outro, 
recuperando a comunicação e a autodeterminação, proporcionando a solução da lide de 
forma consensual, chegando a um acordo pelas próprias partes, com o auxílio de um me-
diador (ROBLES, 2009).
Para alguns autores, a mediação seria autocompositiva, já que as partes chegam a um 
acordo sozinhas, contando com o mediador somente para direcionar quem deve falar, dar 
a vez ao outro. Outros já entendem que seria heterocompositiva, pois, mesmo que o me-
diador não ajude a tomar uma decisão, ele se faz necessário para que o acordo aconteça. 
Assim, não há uma classificação com relação à mediação, por conta da controvérsia existen-
te na doutrina. Além disso, o acordo feito na mediação não produz nenhum tipo de efeito 
jurídico, já que o instituto não é reconhecido pela lei. Por conta disso, caso haja um descum-
primento de qualquer cláusula acordada, devem procurar o Poder Judiciário para ter o seu 
direito atendido.
O quarto e último meio alternativo é a negociação. Esta é um processo voluntário que 
acontece quando as partes buscam soluções para resolver suas negociatas, podendo ocorrer 
somente entre elas ou utilizarem-se de um terceiro, baseando-se em estilos e estratégias 
próprias (CACHAPUZ, 2009). Não é necessária a presença do conflito, podendo ocorrer uma 
situação imprevista ou algum esclarecimento sobre determinada coisa, sem que os envol-
vidos entrem em litígio.
Como se pode notar, em verdade, os meios alternativos ainda causam um grande conflito 
com relação a sua classificação. Eles podem ser divididos em autocompositivo ou hetero-
compositivo. Alguns dizem que dependerá do número de pessoas envolvidas, outros dizem 
que dependerá de quem resolverá o conflito. Por essa razão e como não há um posiciona-
mento concreto sobre o fato, caberá a cada um classificar os meios alternativos de solução 
de conflitos de acordo com o que entender.

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