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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Marina Fernandes Sodré TRABALHO DA DISCIPLINA RESPONSABILIDADE SOCIAL E GOVERNANÇA CORPORATIVA – AVA2 Rio de Janeiro – RJ 2020 ii Marina Fernandes Sodré TRABALHO DA DISCIPLINA RESPONSABILIDADE SOCIAL E GOVERNANÇA CORPORATIVA – AVA2 Trabalho apresentado à Universidade Veiga de Almeida como parte dos requisitos necessários para a aprovação na disciplina Responsabilidade Social e Governança Corporativa do Curso de Engenharia de Produção. Professor: Jose Augusto Godinho Rodrigues Rio de Janeiro – RJ 2020 iii SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 4 2 – ESTUDO DE CASO ....................................................................................................................................... 5 2.1 AÇÕES/ESTRATÉGIAS PARA SER UMA EMPRESA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL .......................................... 5 2.2 GANHOS (RESULTADOS) AMBIENTAIS E SOCIAIS DA EMPRESA .................................................................... 6 2.3 DIFICULDADES/LIMITAÇÕES PARA SE TORNAR UMA EMPRESA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL ................... 7 2.4 PRÁTICAS DE BOA GOVERNANÇA CORPORATIVA, COM BASE NO INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBCG QUE A EMPRESA UTILIZA ...................................................................................................... 8 2.5 A EMPRESA UTILIZA A CERTIFICAÇÃO ISO 26000, AS 8000 OU OUTRA FORMA DE MOSTRAR O DESEMPENHO GERAL A OPERAR DE FORMA EFICAZ E OBTER SUSTENTABILIDADE? ............................................. 10 2.6 A EMPRESA DESENVOLVE E/OU FINANCIA ALGUM PROGRAMA SOCIAL? .................................................. 10 2.7 ATUA EM PARCERIA COM ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGS), ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) OU OUTRO TIPO DE ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS (FUNDAÇÕES, ASSOCIAÇÕES)? .............................................................................................................................. 11 2.8 QUAIS AÇÕES/PROGRAMAS OU ESTRATÉGIAS PARA PROMOVER UMA CULTURA INTERNA DE SUSTENTABILIDADE JUNTO AOS FUNCIONÁRIOS? ................................................................................................ 12 2.9 QUAL(IS) A(S) DIMENSÃO(ÕES) DA RESPONSABILIDADE SOCIAL/SUSTENTABILIDADE QUE A EMPRESA PRIOROZA? ............................................................................................................................................................ 13 2.10 SUGESTÕES PARA A EMPRESA ALCANÇAR OU BUSCAR A MELHORIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS ................................................................................................................................... 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................................16 4 1 – INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo de caso sobre a empresa Natura para identificar e abordar os compromissos e estratégias de responsabilidade social e ambiental exercidos pela empresa. A Natura é uma multinacional brasileira de cosméticos, produtos de higiene e beleza, que além do Brasil, está presente em mais 8 países. A empresa teve início em 1969 e desde então construiu um negócio voltado à construção do Bem Estar Bem – que se manifesta nas relações harmoniosas que um indivíduo estabelece consigo mesmo, com os outros e com a natureza. 5 2 – ESTUDO DE CASO 2.1 AÇÕES/ESTRATÉGIAS PARA SER UMA EMPRESA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL Desde a sua criação, a Natura faz do seu vínculo com o cliente e a natureza a sua base de negócio. Em 1975, adotam ingredientes vegetais nas formulações, já em 1983 são a primeira empresa brasileira de cosméticos a lançar produtos com refil. A linha de produtos Crer Para Ver, criada em 1995, tem o lucro revertido para ações em prol da educação. Em 2005, é lançado o Movimento Natural, o qual engaja consultoras e consultores de beleza em inicativas socioambientais. Logo após, os testes em animais são abolidos no ano de 2006. No ano seguinte, 2007, é implantado o Programa Carbono Neutro com o objetivo de reduzir e neutralizar a emissão de gases de efeito estufa e passam a usar apenas álcool orgânico em seus produtos. Em 2010, criam o Instituto Natura para apliar o apoio a projetos de melhoria da educação. O Programa Amazônia é lançado no ano de 2011 com o propósito de estimular o desenvolvimento de um polo de negócios sustentáveis na região. Passam a compensar 100% dos gases de efeito estufa gerados em função de negócio em 2013. No ano seguinte, 2014, inaugura-se o Ecoparque em Benevides (PA), centro de produção e inovação em plena Amazônia, e o moderno Centro de Distribuição em São Paulo, em que colaboradores com deficiência somam mais de 18%. Além disso, ganham a certificação B Corp. Em 2015, recebe o Prêmio Campeões da Terra da Organização das Nações Unidas (ONU). 2017 traz a inauguração da Casa Natura Musical, espaço de shows em São Paulo dedicado à música brasileira. No ano de 2018, a linha Ekos recebe o selo UEBT (sigla em inglês para União para o BioComércio Ético), o qual reconhece que seus negócios são norteados pelos pilares de comércio justo, conservação da biodiversidade brasileira e relacionamento de confiança com a comunidade e conquista-se as certificações The Leaping Bunny, da Cruelty Free International, e Peta por não serem realizados testes em animais. Somado a tudo isso, a Natura também pratica importantes ações sociais em temas como diversidade e educação. No primeiro, a empresa é referência 6 em inclusão de pessoas com deficiência, tendo 6,5% de colaboradores com algum tipo de deficiência. Ela também dá licença maternidade e paternidade para casais homoafetivos. Além disso, possui estratégias para aumentar a representatividade de negros em suas equipes e trazer mulheres para cargos de liderança. No tema da educação, o destino do lucro das vendas dos produtos Crer Para Ver é para projetos de melhoria da educação básica que são geridos pelo Instituto Natura, o qual atua em 22 estados com iniciativas que envolvem mais de 1,2 milhão de crianças e jovens por ano. Os projetos contemplam três principais frentes de ação: 1. Escola em Tempo Integral, que propõe mais tempo de aula e mais qualidade de aprendizagem para os jovens do ensino médio. 2. Alfabetização, com capacitação de professores. 3. Há três anos oferecem um programa de educação para suas Consultoras, Consultores e suas famílias. 2.2 GANHOS (RESULTADOS) AMBIENTAIS E SOCIAIS DA EMPRESA É essencial para a empresa contabilizar o impacto de suas ações sociais e ambientais para poder mensurar suas metas e seus resultados. A Natura, mais uma vez, se destaca e se torna a primeira empresa da América Latina a contabilizar esses impactos. Para isso, ela utiliza a metodologia internacional de contabilidade ambiental (conhecia em inglês como “EP&L”, Ganhos e Perdas Ambientais, a qual faz uma análise profunda de todas as fases do produto, desde a extração da matéria-prima, passando por fabricação, transporte, uso e descarte dos materiais. O estudo revelou que o impacto ambiental da cadeia da Natura, que compreende a extração de matérias-primas, a fabricação e o transporte dos produtos e o descarte das embalagens, foi estimado em R$ 132 milhões para 2013. Esse impacto teria sido maior (equivalente a R$ 164 milhões) sem as medidas do Programa Carbono Neutro, que, desde 2007, revê os processos da empresa para reduzir as emissões de gases do efeito estufae faz a compensação do que não foi possível reduzir. O impacto dos projetos de 7 compensação, se considerado no cálculo da contabilidade ambiental, seria positivo em R$ 77 milhões. O maior impacto nessas etapas se dá pelas emissões de gases do efeito estufa (59%), que já são compensados pela Natura por meio da contratação de projetos de reflorestamento, entre outros. Em seguida vêm a poluição atmosférica (14%), a poluição da água (11%), o uso da terra (8%) e o consumo de água (7%). No setor de cosméticos, a Natura é a primeira empresa no mundo a fazer uma análise de ponta a ponta em sua cadeia, incluindo a etapa de uso do produto. O estudo traz dados inéditos sobre este estágio, que depende do comportamento do consumidor. Conforme já era esperado, esta etapa é a de maior peso, pois produtos de higiene pessoal e cosméticos são, em grande parte, utilizados durante o banho. A etapa de uso representa um impacto adicional de R$ 455 milhões, mais do que o triplo das etapas ligadas diretamente à cadeia de negócios da Natura. 2.3 DIFICULDADES/LIMITAÇÕES PARA SE TORNAR UMA EMPRESA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL É inegável a preocupação e a participação da Natura em causas sociais e ambientais. Em toda a sua hitória, a empresa está voltada para essas questões. No entanto, por serem grandes ações, requerem também grandes investimentos e, nem sempre, a economia brasileira colabora com as organizações. Manter seus projetos em meio a crise econômica enfrentada pelo Brasil tem sido um teste real de compromisso como afirma o presidente da Natura, Roberto Lima, 2015: O atual momento de instabilidade na economia brasileira nos obriga a ser ainda mais eficientes e criativos na conciliação de investimentos em inovação de produtos, infraestrutura e desenvolvimento de tecnologia com as nossas metas de sustentabilidade. A crise é passageira, mas a agenda do desenvolvimento sustentável é uma construção permanente. A crise tem este aspecto positivo: ela é um teste real de nosso compromisso com a sustentabilidade. E, no caso da Natura, acreditamos que atravessar períodos de turbulências fortalece as bases desse nosso compromisso, faz com que sejamos 8 obrigados a refletir constantemente sobre os aspectos mais essenciais de nosso modelo. Durante a crise não é momento de se rever posicionamentos ligados à sustentabilidade, mas de aprofundá-los. Outro desafio percebido pela empresa é em relação a reeducação do consumidor na questão do uso consciente. Como mostra o estudo mencionado anteriormente, o qual utiliza a metodologia de Ganhos e Perdas Ambientais, a etapa de uso do consumidor é a que representa um maior impacto ambiental. Diante disso, se faz necessário mostrar ao consumidor que ele também faz parte do processo e o quanto suas ações influênciam. Marcelo Afonso (2016), diretor de sustentabilidade da Natura, afirma que “A partir desse diagnóstico, queremos estabelecer um diálogo ainda mais franco e aberto com o consumidor”. 2.4 PRÁTICAS DE BOA GOVERNANÇA CORPORATIVA, COM BASE NO INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBCG QUE A EMPRESA UTILIZA O Intituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBCG) define governança corporativa como sendo o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas, conselho de administração, diretoria, auditores independentes e conselho fiscal. Ele menciona quatro princípios básicos que norteiam essa prática, são eles: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade. A Natura criou o Conselho de Administração em 1998, ainda como empresa de capital fechado. Desde então, a governança corporativa tem evoluído, com a criação de Comitês do Conselho de Administração e da Diretoria de Governança Corporativa em 2005. Dentre as práticas de governança corporativa recomendadas pelo “Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa” editado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a Natura adota as seguintes: • Emissão exclusiva de ações ordinárias; • Política “uma ação igual a um voto”; 9 • Contratação de empresa de auditoria externa e independente para a análise de suas demonstrações financeiras, que não será contratada para prestar outros serviços que comprometam sua independência; • Estatuto Social claro quanto à (i) forma de convocação da Assembleia Geral; (ii) competências do Conselho de Administração e da Diretoria; (iii) sistema de votação, eleição, destituição e mandato dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria; • Transparência na divulgação dos relatórios anuais da administração; • Publicação de documentações pertinentes a assuntos incluídos na ordem do dia das Assembleias desde a data da primeira convocação, com detalhamento das matérias da ordem do dia, sempre objetivando a realização de assembleias em horários e locais que permitam a presença do maior número possível de acionistas; • Fazer constar votos dissidentes nas atas de assembleias ou de reuniões, quando solicitado; • Vedação ao uso de informações privilegiadas e existência de política de divulgação de informações relevantes; • Previsão estatutária de arbitragem como forma de solução de eventuais conflitos entre acionistas e Companhia; • Conselheiros com experiência em questões operacionais e financeiras; • Previsão estatutária de vedação ao acesso de informações e de direito de voto de conselheiros em situações de conflito de interesse; • A oferta de compra de ações que resulte em transferência de controle deve ser dirigida a todos os acionistas, que terão a opção de vender as suas ações nas mesmas condições do controlador, incluindo a participação no prêmio de controle, se houver; e • O Conselho de Administração é composto por, no mínimo, 9 (nove) e, no máximo, 11 (onze) membros. 10 2.5 A EMPRESA UTILIZA A CERTIFICAÇÃO ISO 26000, AS 8000 OU OUTRA FORMA DE MOSTRAR O DESEMPENHO GERAL A OPERAR DE FORMA EFICAZ E OBTER SUSTENTABILIDADE? A Natura possuiu sete selos/certificações que estão descritas em seu Relatório Anual 2019. São elas: • Certificada como Empresa B desde 2014, iniciativa do movimento Sistema B, que reconhece as organizações que dão igual peso aos resultados econômicos e socioambientais. • Selo UEBT (União para o Biocomércio Ético) para a linha Natura Ekos, reconhecendo a rastreabilidade da cadeia de fornecimento dos ingredientes naturais e reforçando o compromisso com o comércio justo, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento das comunidades. • Leaping Bunny, da Cruelty Free International, que atesta a não realização de testes em animais em todo o portfólio da Natura. • Palma RSPO – 78% do óleo de palma utilizado é certificado pela Roundtable on Sustainable Palm Oil. • Álcool orgânico – utilizado 100% de álcool orgânico na perfumaria, com certificação IBD (Instituto Biodinâmico) e Ecocert. • Papel FSC (Forest Stewardship Council) – adotado papel certificado FSC nas embalagens de produtos e caixa de embarque para consultoras. • Certificação LEED – o prédio administrativo da Natura, o NASP, recebeu em 2018 a certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design) GOLD. Desenvolvida pelo U.S. Green Building Council (USGBC). 2.6 A EMPRESA DESENVOLVE E/OU FINANCIA ALGUM PROGRAMA SOCIAL? A Natura possui e apoia diversos programas sociais ao redor do Brasil. Em 2011, todas as iniciativas para transformar desafios socioambientais em oportunidades de negócio foram reunidas no Programa Natura Amazônia. Ele possui três pilares: ciência, tecnologia e inovação, cadeias produtivas da sociobiodiversidade e fortalecimento institucional. 11 No primeiro, o programa ativa e coordena redes de pesquisa e de conhecimento locais, nacionais e internacionais, com foco em biodiversidade, manejo e agricultura sustentáveise ecodesign. No segundo pilar, ele estrutura, aprimora e expande as cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia, com investimentos em capacitação, eficiência produtiva e aporte de tecnologias. O objetivo é que as cooperativas prosperem, gerem riquezas localmente e tenham desenvolvimento social. E, por fim, empodera as instituições locais e estabelece parcerias que geram benefícios a todos os envolvidos, sendo essencial para o desenvolvimento da base de uma economia de floresta em pé. Além disso, possuiu o Prêmio Acolher, pelo qual reconhece líderes de projetos de impacto social de sua rede de relações e fornece apoio técnico e financeiro. 2.7 ATUA EM PARCERIA COM ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGS), ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) OU OUTRO TIPO DE ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS (FUNDAÇÕES, ASSOCIAÇÕES)? Desde 2010, a Natura apoia projetos sociais das Consultoras de Beleza Natura por meio da plataforma Movimento Natura, a qual é o ponto de encontro entre quem tem uma ideia para transformar o mundo e quem está disposto a colaborar com ela. Alguns dos projetos apoiados são: Projeto Corrente da Natureza – ONG Associação do Grupamento Ambientalista, SP: tem o objetivo de recuperar e preservar as nascentes da região e investir em educação ambiental para crianças. Projeto Reciclar, Menos Lixo, Mais Segurança Alimentar, MG: é coletado resíduos recicláveis em propriedades rurais de agricultura e, em troca, os agricultores recebem mudas frutíferas certificadas, sementes de hortaliças e pintinhos. Por fim, vende os resíduos coletados a empresas de reciclagem. O projeto gera renda com agricultura sustentável, reciclagem e conscientização ambiental. Associação de Monitoramento dos Autistas Incluídos em Santa Barbara D’Oeste (AMAI-SBO), SP: trabalha para identificar o número de pessoas acometidas com a síndrome de autismo no município de Santa Bárbara d’Oeste, 12 para em seguida lutar pelo diagnóstico precoce, atendimento especializado, inclusão das pessoas com TEA (Transtorno do Espector do Autismo) em escolas regulares, tratamento multidisciplinar e recebimento de medicação gratuita, além do acompanhamento psiquiátrico, psicológico, fonoaudiológico, terapeuta ocupacional e da pedagogia. Associação Pestalozzi de Sapeaçu, BA: projeto atende cerca de 170 pessoas com deficiência, entre 3 e 60 anos de idade. Sendo voltado para a educação especial. Além do apoio dado a esses projetos, também possui uma linha de produtos, Crer Para Ver, a qual todo o seu lucro é investido em projetos voltados à melhoria da educação no Brasil por meio do Intituto Natura, o qual é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) sediado em SP. Atualmente, já são 3 milhões de pessoas e 180 iniciativas beneficiadas. 2.8 QUAIS AÇÕES/PROGRAMAS OU ESTRATÉGIAS PARA PROMOVER UMA CULTURA INTERNA DE SUSTENTABILIDADE JUNTO AOS FUNCIONÁRIOS? Com o propósito de promover a sustentabilidade no dia a dia da empresa, a Natura, possui o documento Visão de Sustentabilidade 2050 o qual apresenta metas a serem alcançadas dentro dos três pilares que norteiam suas atividades: Marcas e Produtos, Nossa Rede e Gestão e Organização. Nele, tem como diretriz para os colaboradores estimular a formação de colaboradores capazes de pensar de forma sistêmica, que conectem seu propósito de vida com o da Natura, motivados pelo desenvolvimento sustentável e que atuarão como agentes de transformação da sociedade. Somado a isso, visa garantir uma governança transversal e descentralizada da sustentabilidade por toda a empresa. Ainda no documento, a Natura afirma como atividades já realizadas o acompanhamento de seus indicadores de sustentabilidade com a mesma frequência das informações financeiras que são divulgadas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 13 2.9 QUAL(IS) A(S) DIMENSÃO(ÕES) DA RESPONSABILIDADE SOCIAL/SUSTENTABILIDADE QUE A EMPRESA PRIOROZA? Segundo Carroll (1991) apud Alencastro (2016), as dimensões da responsabilidade social são: econômica, legal, ética e filantrópica. A primeira, econômica, se relaciona com a geração de empregos, investimentos e pagamentos de taxas e impostos. A dimensão legal consiste na obrigação que a empresa tem de respeitar as leis da sociedade em que está inserida. A ética, representa o compromisso de se fazer o que é devidamente correto, mesmo que tais ações não estejam contempladas formalmente nas leis determinadas pela sociedade. A última, filantrópica, compreende as contribuições relacionadas ao arbítrio individual ou voluntário para a sociedade, com o objetivo de promover a qualidade de vida e a sustentabilidade socioambiental. As preocupações e ações da Natura permeiam todas as dimensções da responsabilidade social e de sustentabilidade. A empresa possui causas muito importantes como Amazônia Viva, Mais Beleza Menos Lixo e Cada Pessoa Importa. Além disso, se preocupa com suas consultoras e consultores, desenvolvimento o Plano de Crescimento. Somado a isso, tem iniciativas como Natura Musical, o qual fomenta e valoriza a cultura no Brasil, Instituto Natura, que tem o próposito de destinar recursos para projetos de educação e Movimento Natura, o qual abre portas para pessoas divulgarem a sua iniciativa e obterem ajuda. Além disso, a empresa é muito transparente em suas informações, dispondo de um site completo e um relatório anual, o qual mostra suas estratégias, negócios, certificações, evoluções nas suas causas e informações sobre a companhia. Disponibiliza também, sua visão de sustentabilidade e seus objetivos e metas até 2050, detalhando o que já alcançou até o presente ano. Por ser uma empresa de capital aberto, disponibiliza suas informações financeiras da forma mais clara e acessível possível. Ademais, reforça e comprova sua preocupação com a governança da empresa e busca sempre meios de conduzi-lá da melhor forma. 14 2.10 SUGESTÕES PARA A EMPRESA ALCANÇAR OU BUSCAR A MELHORIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS A Natura já possui metas a serem alcançadas em sua visão de sustentabilidade e responsabilidade social até 2050. Ela mostra que está no caminho e, mesmo já tendo feito muito, ainda enxerga bastante a fazer e está disposta a isso. Possui diretrizes para inovar em suas marcas, produtos, embalagens e formulações. Planos para continuarem a reduzir os gases de efeito estufa, aprimorar a eficiência energética em seus processos, utilizar novas fontes alternativas de energia, promoverem o desenvolvimento e a gestão de cadeias da sociobiodiversidade, reduzir a geração de resíduos produzida em toda a cadeia de valor, reduzir o consumo e poluição da água e garantir a qualidade e rastreabilidade de sua cadeia de fornecimento. Dispõem também de metas em relação a seus consumidores, objetivando um maior engajamento em temas relevantes para o bem comum, para suas consultoras e consultores, querem estimular seu desenvolvimento humano e social, para os colaboradores, visam uma cultura baseada em engajamento, confiança e colaboração, que incorpore a diversidade e estimule a criação conjunta e inovadora, para as comunidades, tem o objetivo de promover novos modelos de desenvolvimento pautados pela qualidade das relações e pela construção colaborativa e para os fornecedores desejam que, conjuntamente, possam garantir o desenvolvimento sustentável em todos os elos da cadeia de valor. Sua gestão e organização também possuem diretrizes em temas como modelo de gestão, o qual será mais horizontal e possibilitará maior participação e melhor distribuição de renda para todos os públicos de relacionamento, governo e sociedade, tendo um papel protagonista no debate público, apoiando a transformação da realidade brasileira e dos demais países onde tiverem operações, contribuindo com as discussõessobre os destinos do desenvolvimento sustentável da sociedade, engajamento de seus públicos de relacionamento, o qual visa fortalecer suas relações com instituições e organizações de expressão nacional e internacional, ética e transparência, 15 reportando de forma clara e transparente suas práticas, escolhas e resultados financeiros integrados aos seus resultados sociais e ambientais e governança da sustentabilidade, garantindo uma governança transversal e descentralizada por toda a empresa. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARROLL, A. B. The Pyramid Of Corporate Social Responsability: Towards The Moral Management of Organizational Stakeholders. Business Horizons, Indiana, v. 34, n.4, p.39-48, July/Aug. 1991. Apud ALENCASTRO, Mario Sergio Cunha. Ética empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2016. IBGC – Instituto Brasilleiro de Governança Corporativa. Pincípios que geram valor de longo prazo. Disponível em: <https://www.ibgc.org.br/conhecimento/governanca-corporativa>. Acesso em: 15 out. 2020. ISTOÉ. “A crise é o teste real do nosso compromisso com a sustentabilidade”, diz presidente da Natura. Disponível em: <https://istoe.com.br/440749_A+CRISE+E+O+TESTE+REAL+DO+NOSSO+C OMPROMISSO+COM+A+SUSTENTABILIDADE+DIZ+PRESIDENTE+DA+NAT URA/>. Acesso em: 14 out. 2020. NATURA. Disponível em <https://www.natura.com.br/>. Acesso em: 14 out. 2020. NATURA CAMPUS. Natura faz a contabilidade de suas operações. Disponível em: <http://www.naturacampus.com.br/cs/naturacampus/post/2016- 08/natura-contabilidade-ambiental>. Acesso em: 14 out. 2020.
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