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O sistema neuroendócrino coordena o metabolismo nos mamíferos por meio de mecanismos gerais de ação hormonal. Catabolismo: convergente (quebra, degradação) → acetil-coa Anabolismo: divergente (síntese, construção de biomoléculas) → precursores: acetil-coa, intermediários do ciclo de krebs. Metabolismo de carboidratos em células animais: • Glicose anaeróbica: hemácias para aporte energético • Glicólise aeróbica: metabolismo celular geral → mitocôndrias • Via das pentoses fosfato: não é secundaria a via glicolítica. Fígado, tecido adiposo, glândulas mamarias e hemácias ocorre concomitante a via glicolítica usando um intermediário comum G6P. • Gliconeogênese • Síntese de glicogênio • Glicogenólise Hormônios reguladores dessas vias: insulina, glucagon, adrenalina e T3/T4. Insulina – estado de hiperglicemia A hiperglicemia estimula a secreção de insulina (efeito hipoglicemiante). A origem da insulina é nas células beta pancreáticas. Internalização de glicose por meio de GLUT2 (gradiente de concentração) e GLUT4 (dependente de insulina). Quando a glicose entra por meio de glut2 a glicoquinase atua e é considerada como um tampão glicêmico porque ela só metaboliza a glicemia quando há excedente por meio da fosforilação. Após isso há fechamento de canais de potássio sensíveis a ATP, causando despolarização e abrindo canais de cálcio sensíveis, facilitando a condução dos grânulos de insulina que vão se associar a membrana plasmática e facilitando a secreção e liberação de insulina na corrente sanguínea. A insulina age por meio de receptor de insulina tanto nas células endoteliais quanto nos miócitos, sendo a rota de sinalização intracelular da insulina chamada de IP3AKT. No endotélio, a rota desencadeada pela insulina nos seus receptores, gera uma cascata que culmina na geração de NO por meio da eNOS, sendo o principal protetor de aterosclerose por estar envolvido em várias rotas inibitórias das placas de ateroma. A insulina se associa ao receptor que é um receptor tirosina quinase, que sofre uma auto fosforilação e dimerização. A insulina sensibiliza os receptores tirosina-quinases nos tecidos periféricos (adiposo, ou tecido muscular esquelético) que ativarão uma cascata que resultarão na translocação de GLUT4 para a membrana celular, possibilitando a entrada de glicose na célula. Como vários agentes estressores celulares, agentes químicos e adipocinas ativam a AMPK e também normalizam as concentrações de glicose no sangue e melhoram a ação da insulina, parece possível que a AMPK possa desempenhar um papel na regulação da ação da insulina. A AMPK é ativada por meio de depleção energética em diversos tecidos, exercendo um efeito estimulatório da captação de glicose pelo musculo esquelético, coração e age no centro da saciedade. Concomitante a isso, quando elas são ativadas no fígado, um dos principais efeitos é bloquear a gliconeogênese. Também atua nas células beta pancreaticas inibindo a secreção de insulina. A AMPK aumenta o glut4 na membrana celular dos miócitos, estimulando a captação de glicose. Com a pratica de exercícios aeróbios gera uma depleção energética e ativação da AMPK, estimulando essas diversas ações. Fármaco hipoglicemiante envolvendo a AMPK: a metformina bloqueia o complexo 1 da cadeia transportadora de elétrons, ocorrendo a diminuição da produção de ATP, aumentando a concentração de AMPc na célula sinalizando uma depleção energética que ativará AMPK, melhorando a resposta a insulina e bloqueando as vias que produzem glicose (gliconeogênese – necessita de ATP), gerando um efeito hipoglicemiante. A insulina estimula a desfosforilção, ativa a glicólise e inativa a gliconeogênese. Sem fosforilação a GS (glicogênio sintetase) ativado: estimulo a síntese de glicogênio → estoque. Diminuição das enzimas gliconeogênicas (frutose-1,6-bifosfatase e glicose-6-fosfatase). Aumento de piruvato quinase e e glicoquinase→ ativação da glicólise. Modulador importante: frutose2,6-bifosfato→ favorece glicose e inibe gliconeogênese. É gerada por meio da ação de enzimas bifuncionais (domínio quinase e um fosfatase), domínio quinase favorecido quando a via IP3AKT é ativada. Glucagon – hipoglicemia A hipoglicemia, a condição de estresse e alguns aminoácidos estimulam a secreção de glucagon pelas células alfa pancreáticas. Com a redução da glicemia, os transportadores GLUT1 das células alfa favorecem a internalização de glicose, favorecendo sua metabolização aeróbio e produção de ATP intracelular, que contribui par ao fechamento de canais de potássio e abertura de canais de cálcio do tipo T, havendo maior influxo de cálcio que ativará uma cascata de reações e promove a saída de grânulos secretores de glucagon. A enzima pro hormônio convertase quando ativada nas células alfa promove a clivagem do precursor do glucagon (pro glucagon) promovendo a liberação da forma peptídica que compõe o glucagon na forma ativa, importante para o controle dos processos catabólicos. Os neurotransmissores parassimpáticos incluindo o neuropeptideo intestinal, gastrina e acetilcolina podem estimular o glucagon pelas células alfa. A ativação simpática pode induzir a liberação de adrenalina estimulando a liberação de glucagon pelos canais de cálcio do tipo L. A ação do glucagon para a manutenção da homeostase glicemia é por via receptor GPCR acoplado a proteína G, desencadeando a ativação da rota de sinais via proteína G estimulatória, aumentando os níveis de AMPc e ativando a via de proteína quinase A. Ela exerce um efeito na expressão gênica nas enzimas gliconeogênicas (glicose 6 fosfatase e a PEPCK). A PKA estimula a porção fosfatase (frutose 6-fosfato) da enzima moduladora bifuncional (frutose 2,6 bifosfato), favorecendo a resposta do glucagon e a gliconeogênese. A PKA também estimula e enzima de metabolização do glicogênio, favorecendo a liberação de glicose a partir do glicogênio. A fosforilase quinase favorece a rota para a produção de glicogenólise que é um período de escassez de nutrientes. Uso de nutrientes Musculo cardíaco: ácido graxo livre. A isoforma da hexoquinase é do tipo2, tendo menos afinidade pela glicose. As mitocôndrias cardíacas elas são em maior número e preferencialmente estão realizando a rota da beta oxidação. Tecido adiposo: só utiliza glicose quando está em excesso, utilizando principalmente AGL. Depende da ação da insulina (GLUT4) Musculo esquelético: metabolização de ácidos graxos como prioridade. Também depende de insulina para a internalização da glicose. Utiliza o glicogênio para uso próprio. Fígado: glicose é direcionada para estoque de glicogênio e não para aporte energético. Os ácidos graxos livres são utilizados para aporte do órgão. O glicogênio hepático serve para reposição de glicose sistêmica, e não para uso próprio. Variação da atividade metabólica 1 - A G6P pode ser direcionada para a formação de glicose livre para a corrente sanguínea – estado de jejum (gliconeogênese). 2- A G6P também pode ser direcionada para a síntese de glicogênio hepático (condição de estado alimentado). 3 - A glicólise sinaliza o estado alimentado e pode ser uma via de G6P. 4 - Representa a saída de acetil-coa favorecendo a síntese de colesterol, ácidos graxos e triglicérides representa um estado alimentado 5- Rota metabólica via das pentoses fosfato e pode ocorrer concomitante a via glicolítica, gerando NADPH. Vias metabólicas ativadas no fígado no estado alimentado: glicólise aeróbica, síntese de lipídeos e via das pentoses fosfato. A insulina não intervém no transporte da glicose no hepatócito → captação é indiretamente aumentada pela síntese de glicoquinase (hexoquinase IV – tampão glicêmico) estimulada pela insulina. Vias metabólicas ativadas no início do jejum (4-12h): glicólise aeróbica/anaeróbica, glicogenólise (degradação do glicogênio muscular– geração de lactato que impulsiona a gliconeogênese no fígado), gliconeogênese (quebra do glicogênio → G6P → liberação de glicose no sangue), proteólise (não ocorre em jejuns curtos), degradação de lipídios (fígado, tecido esquelético e adiposo). Em um jejum curto, a gliconeogênese consegue suprir a glicose cerebral. Utilização de diversos substratos por diferentes tecidos no jejum: mobilização de aminoácidos musculares para manter a glicemia e o trabalho muscular, durante o jejum de mais de oito horas. A proteólise ocorre em jejum de mais de 24h. A proteólise ocorre pelo ciclo glicose alanina, em que a alanina advinda dos aminoácidos do musculo, é levada até o fígado onde formará a glicose que será direcionada para a corrente sanguinea com o objetivo de suprir o aporte energético necessário. O cérebro passa a utilizar corpos cetônicos para ao seu funcionamento. Precursores gliconeogênicos: lactato, glicose e aminoácidos. Depleção de glicogênio: hepático e muscular. Utilização de diversos substratos após a interrupção do jejum: células betas secretando insulina, síntese de glicogênio para estoque de reservas, síntese de proteínas, cérebro utiliza glicose. Fase 1: via glicolítica, utilização rápida da glicose Fase 2: consumo de glicogênio estocado a partir de 8 horas, por meio da reserva da glicose ingerida. Glicogenólise iniciada nessa fase. Concomitante subida da gliconeogênese Fase 3: perduração da gliconeogênese que é ativado por precursores variados, como o lactato, piruvato, aminoácidos glicogênicos. Fase 4 e 5: perduração da gliconeogênese por bastante tempo devido aos diversos precursores que podem ser desviados para essa rota. Início da gliconeogênese renal e a utilização de corpos cetônicos pelo cérebro. Estratégias de regulação metabólica A regulação ocorre por ações conjuntas entre sinais extracelulares por meio de hormônios e sinais intracelulares. Regulação da glicoquinase – compartimentalização: a glicoquinase é conduzida para um núcleo celular e se associa a uma proteína reguladora quando os índices glicêmicos estão baixos. A partir do momento que se está em um estado alimentado, a hexoquinase IV se dissocia da proteína reguladora e catalisa a fosforilação da glicose. Regulação alostérica da PFK-1: ela regula a enzima bifuncional, favorecendo a atividade da porção quinase ou fosfatase. o ATP é um modulador enzimático negativo. Assim, quando ele está em alta, há uma menor atividade da frutose 6 fosfato (glucagon circulante), resultando em uma desaceleração da via glicolítica e incentivo a gliconeogênese. Regulação da piruvato quinase: enzima glicolítica que pode responder a duas estratégias de regulação, tanto por regulação alostérica quanto por modificação covalante. No fígado o glucagon fosforila a enzima e a inativa, desacerelando a via glicolítica. Em todos os tecidos glicolíticos, a enzima é modulada por efetores alostéricos, como o ATP que é um modulador negativo, sinalizando que já há um aporte energético. Regulação da glicose 6-fosfatase no hepatócito: participa da rota da gliconeogênese. A G6P adentra ao lumen do RE, sofre ação da glicose 6 fosfatase resultando em glicose que irá para a corrente sanguínea, colaborando para a manutenção da glicose sistêmica. Regulação do acetil-coa: modulador alostérico versátil porque modula a atividade de duas enzimas importantes (piruvato desidrogenase e piruvato carboxilase). Quando as necessidades energéticas estão satisfeitas o acetilCoa acumula e ele inibe a sua própria síntese a partir do piruvato inibindo o complexo de piruvato desidrogenase. Simultaneamente, o acetilcoa ativa a piruvato carboxilase direcionando o piruvato para a síntese de glicose. Assim, ele tem o poder de desviar o piruvato para o ciclo do ácido cítrico e incentivar a gliconeogênese para a produção de glicose. Controle alostérico do metabolismo hepático no estado alimentado: frutose 2,6 fosfato → se associa ao sitio regulador a PFK1 e aumenta a afinidade desse regulador para a frutose-6-fosfato, favorecendo a glicólise. Em caso de jejum, a frutose2,6-bifosfato resulta em frutose 1,6 bifosfato resultando em piruvato para a produção de energia. O malonil coa é gerado quando há um excedente de acetilcoa que não é utilizado no ciclo de Krebs, sendo direcionado para a síntese de ácidos graxos. O malonil coa diminui a betaoxidação.
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