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REGULAÇÃO DO METABOLISMO ANAERÓBIO POR QUE É NECESSÁRIO CONTROLAR O CATABOLISMO (CONSUMO) DE GLICOSE? - para otimizar os níveis de fosfato inorgânico das céls e, consequentemente, o fluxo de intermediários fosforilados da glicólise, conforme a demanda celular - para ajustar a produção de ATP às demandas celulares, evitando desperdício - para otimizar o consumo de glicose, priorizando os tipos celulares que mais precisam, como hemácias e céls do SNC (neurônios e astrócitos) - para promover o balanço redox, ou seja, a busca pelo equilíbrio da forma reduzida (NADH) e oxidada (NAD+) da coenzima citosólica - para evitar o acúmulo de ácido lático e, consequentemente, alteração no pH intracelular COMO OCORRE O CONTROLE DA GLICÓLISE? - pelo ajuste conformacional dos GLUTS (sensíveis - GLUT-4 ou não - GLUT-1 e GLUT-2 à ação da insulina) - pela inibição da primeira enzima (HEXOQUINASE) da vida pelo produto final - pela inibição alostérica de enzimas intermediárias da vida - enzimas 3 e 10 - pela disponibilidade de cofatores enzimáticos - ex. magnésio e NAD+ - pelo controle da proteína reguladora associada à enzima hepática (GLICOQUINASE) promovido pela insulina circulante - pela disponibilidade de Pi e ADP para as reações de fosforilação → AJUSTE CONFORMACIONAL DOS GLUTS - proteínas GLUT-2 e GLUT-4 Mecanismo de ação da insulina → GLUT-2 → céls beta-pancreáticas obs. GLUT-2 independe da ação da insulina Aplicação: - gradiente favorável de glicose (transporte facilitado) - ativa GLUT-2 (ajuste conformacional) - processamento do açúcar pela rota da glicólise (citosol) → continuidade na mitocôndria (ciclo de Krebs e cadeia transportadora de elétrons) → ATP sintase → ATP para as céls beta- pancreáticas - promove a liberação da insulina Insulina - captação de glicose por outras céls - promove a homeostase glicêmica e suprimento energético ATIVIDADE FÍSICA - CONDIÇÕES ANAERÓBIAS - a depender do condicionamento físico do indivíduo, da intensidade do exercício e do tempo de duração - temporariamente, baixo suprimento de oxigênio para a atividade muscular → aumento da produção de lactato - pode resultar em fadiga muscular, cãibras… - diminuição da acidez, aumento do pH - suplementação com ômega-3 - ácido graxo insaturado → aumenta receptores GLUT-4 (estimula a liberação de GLUT-4 no músculo) na membrana das fibras musculares → redução da resistência insulínica GLUT-4 - sensíveis à ação da insulina facilita a internalização da glicose → melhora acentuada na performance física - atividade física + suplementação com ômega-3 → melhora no quadro de hiperglicemia de diabéticos (diabetes mellitus 2) - diminuição da resistência à insulina Em condições de sensibilidade normal à insulina: - insulina → estimulação do recrutamento por exocitose do transportador GLUT-4 de vesículas de armazenamento para a membrana plasmática do tecido adiposo e músculo esquelético → promoção da remoção do excesso de glicose sanguínea da circulação (internalização do açúcar) → receptor de insulina: tirosinaquinase → A: sem insulina circulante → não ocorre o recrutamento do GLUT-4 (presente em vesículas de armazenamento) para a membrana da cél → B: presença da insulina → sensibilização da tirosinaquinase → reações → efeito: exocitose das vesículas que contém o GLUT-4 → este vai para a membrana celular → internalização da glicose MECANISMO DE AÇÃO DA INSULINA - insulina → GLUT-4 → céls musculares e adiposas - ação da insulina: periférica externa - por isso a importância do GLUT-4 Aplicação: - glicose em excesso (pós refeição, diabetes mellitus…) → aumenta a captação de glicose → mantém a homeostase glicêmica → diminui a resistência à insulina → RESISTÊNCIA DAS CÉLS MUSCULARES SUPLEMENTAÇÃO COM ÔMEGA-3 - diminuição de AGL (ácidos graxos livres) - restabelecimento da função normal de céls beta-pancreáticas → reduz o quadro de inflamação sistêmica → melhora a sensibilização à insulina em pacientes com diabetes tipo 2 → INIBIÇÃO DA PRIMEIRA ENZIMA DA GLICÓLISE - HEXOQUINASE Regulação da hexoquinase nos tecidos extra-hepáticos - moduladores negativos: G6P (glicose- 6-fosfato), Pi (fosfato inorgânico - estimulador da hexoquinase) → magnésio: cofator da ação catalítica (da hexoquinase) → a G6P, ainda que transitoriamente quando se acumula, atua como um inibidor alostérico da hexoquinase → como é a primeira enzima de toda a vida, todas as reações subsequentes são transitoriamente desaceleradas → controle da produção de ácido pirúvico, de ATP… → hexoquinase = “marca passo” modulada por um efetor alostérico (G6P) Por ocasião dessa modulação inicial, ocorre um controle de: - relação ATP/ADP - relação NADH/NAD+ → favorecida pela GAP desidrogenase (etapa 6 da glicólise) e pela LDH (lactato desidrogenase) → REGULAÇÃO DA HEXOQUINASE NO FÍGADO - A ISOENZIMA RECEBE O NOME DE GLICOQUINASE (HQIV) Glicoquinase (hexoquinase IV - HQIV) - não é inibida por glicose-6-fosfato (a inibição ocorre nos demais tecidos) - no fígado, o produto final da reação catalisada por essa enzima não é o modulador alostérico (efetor negativo) - maior Km pela glicose - 10 mM → a HQIV só é expressa no fígado quando o Km for elevado para essa enzima regulada pela concentração plasmática de glicose regulação por sequestro no núcleo celular Quando há essa condição (glicose sanguínea em concentração igual ou superior a 10 mM) → internalização do açúcar por meio do GLUT-2 → ajuste conformacional → captação/internalização de glicose em razão de um gradiente de concentração → estímulo à glicólise tanto a glicose acumulada no citosol como a frutose gerada como intermediário fosforilado estimulam a liberação da HQIV a partir do núcleo celular (a própria presença do açúcar acaba liberando a HQIV do complexo de uma proteína reguladora) inicialmente, a HQIV estava sequestrada no núcleo celular, formando um complexo com uma proteína reguladora → FORMA INATIVA açúcar acumulado no citosol e frutose como intermediário glicolítico → liberação da HQIV para o citosol → enzima otimiza as reações da via glicolítica (dá continuidade) Nesse caso (estado alimentado), a glicose não é desperdiçada quando estiver abundante → ocorre, além da via glicolítica no citosol, a síntese de glicogênio e de ácidos graxos - ou seja, a glicose excedente consegue ser otimizada pelo fígado para gerar outros compostos (que serão utilizados em condições adversas ou para atender a alta demanda das céls hepáticas) Na circunstância metabólica de jejum, a concentração de glicose circulante é inferior a 10 mM (valor menor que o Km necessário para ativar a enzima no fígado) → não é suficiente para sensibilizar GLUT-2 → níveis de glicose no citosol hepático são reduzidos → não há liberação da HQIV para o citosol → continua na forma inativa → via glicolítica não tende a acontecer Fígado não compete com os demais órgãos pela glicose escassa - prioridade: cérebro, músculo e hemácias → INIBIÇÃO ALOSTÉRICA DE ENZIMAS INTERMEDIÁRIAS DA GLICÓLISE Regulação das enzimas PFK-1 (fosfofrutoquinase - enzima 3) e piruvatoquinase - enzima 10 → azul: regulação da PFK-1 essa enzima é sensível à carga energética (ATP) moduladores positivos: se houver uma baixa carga energética, sinalizada por níveis elevados de AMP (adenosina monofosfato), tem-se a ativação da enzima outro modulador positivo é o metabólito frutose 2,6-bifosfato - age como efetor e não como intermediário da glicólise → garante a continuidade da via → a frutose 2,6-bifosfato também estimula a etapa 10 → amarelo: regulação da piruvatoquinase também sensível ao ATP frutose 2,6-bifosfato: modulador positivo → ATP: efetor alostérico negativo de ambas as enzimas No fígado, a regulação da piruvatoquinase por hormônios(insulina e glucagon) é mais importante do que a regulação por fatores locais (metabólitos que atuam como efetores ou inibidores - ex. ATP e acetil-CoA) → somente no fígado, a piruvatoquinase é regulada por ação hormonal glucagon - sinaliza o estado de diminuição dos níveis de glicose sanguínea → promove a fosforilação da piruvatoquinase → INATIVA - desaceleração da via glicolítica essa ação do glucagon é devido a alta quantidade de receptores de glucagon nos hepatócitos - possibilita que esse hormônio sensibilize uma resposta intracelular de regulação da atividade enzimática que encontra-se no citosol → outros tecidos glicolíticos - considera-se a ação dos efetores para inibir ou ativar essa enzima essa enzima catalisa a 10ª etapa (conversão de PEP em piruvato - ocorre fosforilação de ADP em ATP) bom suprimento de ATP → ATP acaba desacelerando a atividade enzimática (modulação) ocorre a mesma coisa quando o ciclo de Krebs não consome o excedente de Acetil-CoA que se forma → Acetil-CoA pode ser um modulador negativo da piruvatoquinase o mesmo vale para aminoácidos - alanina (o único que vai gerar piruvato) → sinaliza que o organismo está produzindo mais do que consumindo → modulador negativo → desaceleração da via para o organismo consumir o ácido pirúvico e as demandas de ATP formadas para que possa haver a reativação da via obs. esses efetores alostéricos são de ação transitória (a ação de todas as enzimas é restabelecida mediante uma condição de necessidade celular) TÓPICOS IMPORTANTES - regulação ATP/ADP alta → glicólise inibida - ausência de NAD+ → glicólise inibida - lactato desidrogenase recicla NAD+ no citosol - glicólise independe de oxigênio para ocorrer - a regulação é tecido-específica - o produto final da vida é o piruvato - o açúcar que ativa a via é a glicose - receptores e especificidade da primeira enzima - o fígado utiliza menos glicose - contribui para o metabolismo energético em outros tecidos - a distribuição e afinidade dos receptores GLUT nos tecidos/órgãos é crucial para a otimização do consumo de glicose - o fígado “corrige” a acidemia gerada pelo acúmulo de ácido láctico nas hemácias → converte o ácido láctico em piruvato - importância da reação reversível da LDH - a insulina ativa a glicoquinase e a produção de frutose 2,6 bifosfato, estimulando a glicólise em todos os tecidos no estado alimentado
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