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Vict�ria K. L. Card�so C�queluche Introdução Trata-se de uma doença infecciosa aguda, que acomete o trato respiratório e é um problema de saúde pública, inclusive em áreas com alta taxa vacinal. ● Ocorre de forma endêmica no mundo, não poupando as áreas geográficas com alta cobertura vacinal. ● Período de evolução grande (15 dias + ). Ag. etiológico: Bordetella pertussis (Bp) → bactéria gram negativa, encontrada na boca, garganta e nariz da pessoa infectada. Maior grupo de risco: lactentes → maior suscetibilidade às formas graves e à possibilidade de morte. ● Óbitos: crianças menores de 1 ano. ● Lactentes: a mãe é a principal transmissora. Risco de contaminação: lactentes e comunidades em que há grande percentual de crianças que não foram vacinadas. ● Deixar de vacinar as crianças não é um risco apenas para elas e sim para outras crianças de seu convívio que ainda não tinham idade para receber a proteção vacinal. Cobertura vacinal: verificar as 3 doses da vacina contra di�teria, tétano e coqueluche. Período de transmissibilidade: 21 dias. ● 5 dias após o contato e prolonga-se por 3 semanas após o início da tosse paroxística. obs: nos lactentes o período de eliminação da Bp é maior. Patogenia 1. Aderência da Bp aos cílios das células epiteliais respiratórias, por meio de toxinas que os paralisam. 2. Início da inflamação do sistema respiratório. 3. Comprometimento da eliminação das secreções respiratórias. Quadro clínico São 3 estágios: 1. Estágio catarral: ocorre após o período de incubação, com sintomas relacionados às vias aéreas Vict�ria K. L. Card�so superiores, lembrando um resfriado comum. ● Coriza. ● Espirros. ● Tosse ocasional discreta que progressivamente se intensifica. ● Nem sempre tem febre, mas quando presente costuma ser baixa. 2. Estágio paroxístico: tosse paroxística. ● Episódios de tosse recorrente, mais comum de noite, com aproximadamente 15 episódios por dia, com gancho. ○ Após a crise de tosse pode ocorrer inspiração profunda. ○ Pode haver vômito com a tosse. ○ Pode durar de 14-21 dias. ○ Tosse com vômito, com apneia, cianose e guincho. ● Dificuldade de eliminação das secreções das vias respiratórias. ● Crises de cianose durante os acessos de tosse. ● Em bebês menores de 3 meses não há tosse, mas há períodos de cianose. 3. Estágio de convalescença: há melhora progressiva até desaparecer a tosse paroxística → esse período varia de 2 a 6 semanas. Obs: se a pessoa que teve coqueluche contrair novamente a infecção nos meses seguintes, poderá voltar a apresentar a tosse paroxística durante esses eventos. Obs: se a criança contrair a doença logo após realizar a imunização, pode manifestar a doença com tosse discreta. Lactentes nos primeiros 6 meses de vida: breve período catarral, seguido por engasgo, apnéia e cianose. Adolescentes e adultos: tosse de evolução prolongada, acompanhada ou não de paroxismos. Complicação mais comum: pneumonia. Diagnóstico laboratorial e diferencial Swab - PCR: padrão ouro para o diagnóstico → ótima especificidade. ● O material deve ser colhido nos primeiros 14 dias de tosse, após esse Vict�ria K. L. Card�so período aumentam-se as chances de falso negativo. ● Material colhido na nasofaringe. Sorologia: indicada para constatar a ocorrência ou não de surto de coqueluche. Leucograma: leucocitose e linfocitose, com contágio de linfócitos > 10.000 por mm3. ● Leucocitose muito elevada pode ser encontrada em casos mais graves. Obs: na coqueluche não há alterações significativas na radiografia, mas pode haver a imagem de “coração de pelúcia”. Diagnóstico diferencial: ● Asma. ● Aspiração de corpo estranho. ● Pneumonia. ● Refluxo gastroesofágico. Complicações Principal grupo: lactentes que ainda não foram vacinados ou que não completaram o esquema vacinal contra coqueluche. Principais complicações: ● Pneumonia - principal. ● Apneia ● Convulsões. ● Encefalopatia. ● Alterações do sono. ● Aparecimento de hérnias, epistaxe e desidratação. ● Inapetência. ● Otite média. ● Hiperviscosidade sanguínea. Tratamento Lactentes < 4 meses: hospitalização, por agravamento rápido das condições clínicas. Outros casos de internação: pacientes com apneia, cianose, convulsões, dispnéia e pneumonia. Antibioticoterapia: o tratamento deve se iniciar antes mesmo da confirmação diagnóstica pelos exames laboratoriais → o uso de antibióticos diminui a duração das manifestações clínicas da doença e limita a transmissão da infecção para outras pessoas. ● Crianças e adultos: azitromicina, claritromicina e eritromicina → o que difere é a dosagem e o tempo de tratamento. ● Recém-nascidos: por serem susceptíveis a apresentarem a forma grave da doença, é necessário o uso de macrolídeos. Após 5 dias de tratamento a criança não transmite mais. Vict�ria K. L. Card�so Proteção dos contatos e profilaxia ● Manutenção do calendário vacinal atualizado. ● Profilaxia antibiótica → mesma dose da antibioticoterapia. ○ Principalmente aos lactentes no primeiro ano de vida. ○ Crianças < 1 ano. ○ Gestantes no último trimestre de gravidez. ○ Pessoas com risco de apresentarem manifestações clínicas graves. Imunização ativa: ● DTP: vacina contra di�teria, tétano e coqueluche → células inteiras → 2, 4 e 6 meses → reforço aos 15 meses e 4 anos → pode tomar até os 6 anos. ○ Pode causar reação adversa, se causar as próximas são com dTpa, que é acelular. ● Pentavalente: DTP com a vacina contra Haemophilus influenzae b e hepatite b. ● DTpa: vacina contra di�teria, tétano e coqueluche, assim como a DTP → mesmas doses que a DTP → até os 7 anos. ○ dTpa: para profissionais de saúde, gestantes e crianças > 7 anos. Esquema vacinal brasileiro: são 3 doses da pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de idade. ● Doses de reforço: usa-se a DTP aos 15 meses e 4 anos. ● Idade mínima: 6 semanas de vida. ● Idade máxima: 6 anos, 11 meses e 29 dias. ● Gestantes: devem receber uma dose de dTpa entre a 27* e a 36* semana de idade gestacional.
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