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1 1. INVESTIGAÇÃO OU HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Primeiro passo para investigar o histórico de saúde do paciente; Roteiro sistematizado para o levantamento de informações sobre o estado de saúde do cliente, da família e da comunidade (definidos de acordo com a teoria de enfermagem utilizada como marco conceitual); Conciso e individualizado; Responsabilidade enfermeiro; Realizado no momento da admissão; Composição: Entrevista e exame físico. É o roteiro sistematizado para o levantamento de dados do ser humano (significativos para o enfermeiro) que tornam possível a identificação de seus problemas. Horta (1979) APLICAÇÃO PRÁTICA: TEORIAS X INVESTIGAÇÃO A escolha do referencial teórico deve ser sustentada pela conformidade entre os conceitos da teoria de enfermagem, o perfil dos pacientes e o tipo de ambiente em que a teoria será aplicada. (Missão institucional) É fundamental que o enfermeiro tenha clareza do(s) modelo(s) teórico(s) que dá(dão) sustentação para essa atividade, ou seja, qual “lente” está utilizando para organizar sua coleta de dados e guiar seus julgamentos clínico. 1. Coleta de Dados 2. Validação de Dados 3. Agrupamento de Dados 4. Identificação de Padrões 5. Registro de Dados Coleta de Dados: Dados referentes ao estado de saúde do paciente Classificação dos dados Validação dos Dados; Comparar os dados coletados com valores normais ou com valores padrões. Agrupamento de Dados: É um princípio do raciocínio crítico que exige do enfermeiro a realização de julgamentos baseados em evidências. Reunir os dados relevantes que, em conjunto, possam ‘significar’ a um diagnóstico. Capacidade de observação Conhecimento de enfermagem Experiência clínica Valores e crenças IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES DE FUNCIONAMENTO HUMANO: O enfermeiro ao perceber que o paciente apresenta um problema respiratório, decide sobre o que é relevante, direcionando a investigação para a aquisição de mais informações, ou seja deve inferir quais são os fatores de risco relacionados com o aparecimento das evidências apresentadas pelo paciente. COMUNICAÇÃO E REGISTRO DE DADOS: Dados significativos ou anormais – registrados (legislação que prevê o registro) e comunicados, assegurando com isso que outros membros da equipe interdisciplinar tenham conhecimento da situação do paciente garantindo a detecção precoce dos problemas. Etapas do Processo de Enfermagem Para Alfaro-LeFevre (2005) existem 5 passos para ajudar o enfermeiro a realizar uma investigação sistemática e ordenada. Diretos – paciente ( anamnese e exame físico) Indiretos - outra fonte (familiares, prontuários...) Objetivos-observável Subjetivos - informado Buscar as causas!! Semiologia e semiotécnica 2 1.A. Entrevista Aspectos a serem abrangidos- Quem é a pessoa que vou cuidar? Identificação (nome, idade, estado civil, profissão, procedência, naturalidade) Queixa principal Histórico da doença atual Antecedentes pessoais Antecedentes familiares Estratégias de Comunicação: Silêncio – proporciona observação do paciente e fornece a ele tempo para organizar seus pensamentos; Escuta atenciosa – facilita o contato visual e comunica interesse das necessidades, preocupações e problemas Transmissão de aceitação – promove uma atitude de não julgamento Oferecimento de informações – transmite informações e fornece instruções; Sumarização – condensa os dados em uma revisão organizada, para uma confirmação adicional e para finalizar uma parte da entrevista ou ela própria. Conceitos Básicos: Sintomas: referem-se ao que o paciente sente Sinais: referem-se aos achados do examinador Dimensões clássicas dos sintomas: Localização corporal (Onde é? Irradia-se?) Caráter/Qualidade (Como é?) Quantificação/Intensidade (Até onde incomoda?) Cronologia (Quando começa ou começou? Quanto dura? (Qual a sua frequência?) As situações em que ocorre, inclusive fatores ambientais, atividades pessoais, reações emocionais ou outras situações que possam ter contribuído com a enfermidade Fatores atenuantes ou agravantes Manifestações associadas Respostas à doença: Aspectos a serem considerados pelo Examinador 1.B. Exame Físico Propósitos: Identificar-se, desde a entrevista; Expansão e enriquecimento dos dados; Propiciar elementos clínicos para tomada de decisões; Facilitar a Assistência de Enfermagem a uma grande variedade de problemas; Elaborar considerações clínicas definidas e com sentido; Avaliar qualitativa e quantitativamente a Assistência de Enfermagem prestada. Elementos básicos: Audição; Avaliação; Inquisição; Observação; Compreensão (Correlação). Normas gerais: Solicitar a colaboração do paciente; Iluminação adequada, homogênea, sem sombras; Respeitar a privacidade do paciente; Explicar sobre os procedimentos; Realizar o exame no sentido céfalo-caudal/céfalo-podálico; Comparar os dois lados examinados; Ansiedade; Depressão; Negação; Projeção; Regressão. Semiologia e semiotécnica 3 As mãos devem estar aquecidas e as unhas, curtas; O paciente deve estar relaxado e confortável; Em órgãos pares, iniciar o exame pelo lado não afetado; Monitorar a expressão facial do paciente em relação à desconforto e dor; Sendo possível, fique à direita no leito; Evitar interrupções ou interferências; Evitar expressões acerca dos problemas encontrados. Realizar o exame no sentido céfalo-caudal Regiões Topográficas Corpo Humano 2. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Há sistemas de linguagem padronizados para os diagnósticos de enfermagem como a Classificação de diagnósticos da NANDA – North American Nursing Diagnosis Association O exame físico, seja parcial ou completo, é importante para integrar os achados de avaliação mais relevantes e abrangentes “É a determinação da natureza e extensão dos problemas de enfermagem apresentados pelos pacientes ou família, que recebem cuidados de enfermagem”. (Abdellah, 1969) “É uma avaliação, dentro da estrutura dos conhecimentos atuais, da condição do indivíduo como um ser humano total, incluindo aspectos físicos, fisiológicos e de comportamento” (Bonney) “Analisando os dados colhidos no histórico, são identificados os problemas de enfermagem. Estes, em nova análise, levam à identificação das necessidades básicas afetadas e do grau de dependência do paciente em relação à enfermagem, para seu atendimento” (Horta, 1979) “É um julgamento clínico acerca das reações de um indivíduo, família ou comunidade a problemas reais ou potenciais de saúde ou a processos de vida. Constituem a base para a seleção de intervenções de enfermagem, para que se chegue aos resultados pelos quais a enfermeira é responsável” (NANDA, 1990) Semiologia e semiotécnica 4 Taxonomia: As taxonomias ou sistemas de classificação são conhecimentos estruturados nos quais os elementos de uma disciplina são organizados em grupos ou em classes com base em suas semelhanças. Taxonomia de NANDA Durante essa etapa, os dados coletados na investigação são analisados e interpretados criteriosamente. Para isso, o enfermeiro deve ter capacidade de: Análise Julgamento Síntese Percepção ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Os diagnósticos devem ser identificados e listados em ordem de prioridades, com base no grau de ameaças ao nível de bem-estar do cliente, proporcionando, assim, um foco central para as etapas subsequentes TIPOS DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Diagnósticos reais (ou atuais) – presentes Nutrição alterada relacionada com ingestão maior do que as necessidades corporais. Diagnósticos de risco ou potenciais – voltados para o futuro Potencial para integridade da pele prejudicada. Diagnósticos de promoção de saúde Saúde deficiente da comunidade COMPONENTES ESTRUTURAIS DO DE Parte I - Reação Humana: identifica a maneira pela qual o cliente reage a um estado de saúde ou doença. (Nutrição alterada) Parte II – Fatores relacionados: identificam os fatores fisiológicos, psicológicos, socioculturais,ambientais ou espirituais que, se acredita, estejam ocasionando a reação vista no cliente (ingestão maior do que as necessidades corporais) MEDO ( parte I - reação humana) relacionado com o falar em público (Parte II - fator Relacionado), caracterizado ou evidenciado por Taquicardia, sudorese e perda da fala (características definidoras) 3. PLANEJAMENTO Esta etapa envolve: a pessoa sob os cuidados de enfermagem; os procedimentos necessários para promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da sua saúde; local onde o cuidado ocorrerá. SISTEMA DE LINGUAGEM PADRONIZADA A NOC (Classificação dos resultados de Enfermagem) propõe uma série de resultados e para cada um deles há diversos indicadores e uma escala de Likert para que os enfermeiros possam avaliar continuamente a resposta das suas ações. Servem para julgar o sucesso de uma intervenção de enfermagem. A NIC (Classificação das Intervenções de Enfermagem) propõe uma série de intervenções e para cada intervenção há diversas atividades que deverão ser prescritas e implementadas. Enfocam as ações de enfermagem. É a determinação global da assistência de enfermagem com base nos diagnósticos de enfermagem (Horta,1979) Semiologia e semiotécnica 5 Exemplo: Diagnóstico: Risco de integridade da pele prejudicada NOCS associados: resposta alérgica, posicionamento do corpo, estado circulatório, gravidade da infecção, estado nutricional. NICS associados: banho, cuidado com os pés, posicionamento, supervisão da pele, terapia nutricional. COMPONENTES DO PLANEJAMENTO Determinação de prioridades imediatas: Quais problemas necessitam de atenção imediata? Quais podem esperar? Em quais devemos se concentrar? Que prioridades serão delegadas a outras pessoas? Estabelecimento de resultados esperados (metas): Como a pessoa se beneficiará dos cuidados de enfermagem? O que o paciente será capaz de fazer e em quanto tempo? Determinação das intervenções: Que intervenções (ações de enfermagem) serão prescritas para prevenir ou controlar os problemas e alcançar os resultados? Registro ou individualização do plano de cuidados: O registro escrito de diagnósticos de enfermagem, dos resultados esperados e das prescrições de enfermagem de modo organizado. Determinação de prioridades imediatas: O planejamento se inicia pela priorização dos diagnósticos de enfermagem que foram estabelecidos. O que são problemas urgentes? São aqueles que interferem na estabilidade do cliente, levando-o a correr risco de morte. Estabelecimento de resultados esperados: NOC Os resultados esperados ao serem avaliados poderão definir posteriormente se o diagnóstico de enfermagem foi minimizado ou solucionado — ou seja, se as prescrições de enfermagem foram eficazes. Os resultados esperados podem tornar-se indicadores do sucesso do plano estabelecido. Se os resultados esperados não estiverem sendo alcançados, o enfermeiro deve reavaliar os diagnósticos, rever os prazos estipulados e os cuidados prescritos. Determinação das intervenções: NIC Para cada resultado esperado, o enfermeiro deverá propor: Intervenções de enfermagem e prescrever ações de enfermagem que visem reduzir ou eliminar os fatores que contribuem para o diagnóstico, promover níveis mais elevados de saúde, prevenir problemas e/ou monitorar o estado de saúde atual ou o surgimento de problemas. 4. IMPLEMENTAÇÃO É o cumprimento pela equipe de enfermagem da Prescrição de Enfermagem. Nesta etapa coloca-se o plano em ação. As intervenções/atividades de enfermagem podem ser: independentes dos demais profissionais da saúde e relacionadas aos diagnósticos de enfermagem, dependentes de recomendação médica como administração de medicamentos de cuidado direto: realizadas diretamente para a pessoa de cuidado indireto: intervenções de coordenação e controle do ambiente onde o cuidado é oferecido. Semiologia e semiotécnica 6 ITENS PARA UMA PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM O que fazer Como fazer Quando fazer Onde fazer Com que frequência fazer Por quanto tempo fazer ou quanto fazer . INFORMAÇÕES IMPORTANTES Para cada DE deve haver um resultado esperado (NOC); Para alcançar cada resultado o enfermeiro deverá prescrever cuidados de enfermagem (NIC); Assim como os DE são priorizados, o enfermeiro também deve priorizar a ordem de execução das prescrições de enfermagem. 5. AVALIAÇÃO OU EVOLUÇÃO É um processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas do indivíduo, da família ou da comunidade em um dado momento; para determinar se as intervenções/atividades de enfermagem alcançaram o resultado esperado, bem como a necessidade de mudanças ou adaptações, se os resultados não foram alcançados ou se novos dados foram evidenciados. É, portanto, o que se conhece como evolução de enfermagem. Na avaliação/evolução as seguintes perguntas devem ser feitas: Os resultados esperados foram alcançados? Os indicadores se modificaram? Se não, por quê? Nesta análise, vários fatores devem ser considerados: O diagnóstico de partida era acurado? As intervenções/atividades de enfermagem foram apropriadas para modificar os fatores que contribuem para a existência do diagnóstico? As intervenções/atividades alteraram as manifestações do diagnóstico? A avaliação/evolução exige a revisão do plano de cuidados no que concerne aos diagnósticos de enfermagem, os resultados esperados e alcançados e as intervenções/atividades de enfermagem implementadas. MUDANDO CUIDADOS CONFORME O RESULTADO Ao realizar a avaliação diária, o enfermeiro irá detectar os cuidados que devem ser mantidos, os que devem ser modificados e os que já podem ser finalizados, ou seja, aqueles que já supriram as necessidades dos clientes. Paciente consciente, orientado, com deambulação assistida. Refere ter dormido melhor que na noite anterior. Pele corada, anictérica. Ausculta cardíaca com 2 BCNFSS, pulmões com murmúrios vesiculares. Abdome flácido, sem queixa de dor à palpação. Presença de cicatriz cirúrgica em flanco E, com bolsa de drenagem, com líquido claro em menor quantidade que no dia anterior. MMII sem edema, perfusão periférica 4+. Refere que não evacua há 3 dias. Sem queixas urinárias. 6. Prognóstico de Enfermagem É a estimativa da capacidade do ser humano em atender as suas necessidades básicas após a implementação do plano assistencial e à luz dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. Indicará as condições que o cliente atingiu na alta. Ele chegou à total independência? Está dependente no que e quanto? Um bom prognóstico é aquele que leva ao autocuidado. Meio de avaliação do processo em si, mede todas as fases e chega a uma conclusão. (Horta, 1979) As prescrições devem ainda incluir a data da redação e a assinatura do enfermeiro responsável por sua confecção. (Alfaro-LeFreve, 2005) Semiologia e semiotécnica
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