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As Artes Visuais como método de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo em crianças com TDAH Autor: Marlene Marinho da Costa Rodrigues, Manoele Vinente Leão1 Tutor externo: Aguida Maria Brandao Freitas2 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso de Licenciatura em Pedagogia (PED 3375) – Estágio Curricular Obrigatório I – Educação Infantil 08/05/2021 RESUMO Desempenhar o papel da Arte como metodologia de inclusão, nos permite abrir portas para o desenvolvimento intelectual e social de crianças no ensino infantil, lembrando que os cuidados, criação, metodologias, culturas, ambiente escolar são as bases de uma qualidade de vida, pois é ela que define como uma criança será. Explicamos o que é o TDAH, seus sintomas, o estudo do cérebro e como funciona de maneira rápida, tentamos passar de maneira clara quais são as limitações desse transtorno. Citamos o inicio da arte na história, descrevemos o potencial criador e a arte como ciência e a influência da escola no desenvolvimento sociocognitivo infantil, abordando a importância da Arte como um meio para um fim, que é o da inclusão, onde os professores precisam conhecer as limitações dos alunos com TDAH estimulando suas potencialidades e flexibilização. Lidar com tal transtorno requer uma emoção e uma qualidade: amor e paciência. Porque com elas conseguiremos entender as crianças e trabalhar suas dificuldades e a Arte tem a facilidade de externar, de comunicar, de se expressar, principalmente crianças e futuros cidadãos hiperativos e desatentos. No decorrer, relatamos sobre a experiência de uma realização de observação virtual do estágio, buscando orientações com profissionais que já trabalham em campo, mas o atendimento realizado de maneira virtual por e-mail e WhatsApp foi desagradável, mostrou um lado profissional negativo, que serviu de exemplo para nós não agirmos desta maneira no presente e no futuro. Trabalhamos a cartilha virtual que é o resumo da ideia sendo clara e objetiva para que possa auxiliar futuros acadêmicos. Palavras-chave: TDAH. Inclusão. Arte. 1 INTRODUÇÃO 1 Acadêmicas do Curso de Licenciatura em Pedagogia, E-mail: 1749253@aluno.uniasselvi.com.br; nikedavi2@hotmail.com 2 Tutor Externo do Curso de Licenciatura em Pedagogia – Polo Djalma Batista; E-mail: aguida.bf21@gmail.com mailto:1749253@aluno.uniasselvi.com.br mailto:nikedavi2@hotmail.com mailto:aguida.bf21@gmail.com A arte está tão interligada a história da humanidade, que fazemos uso dela desde a época da pré-história quando os homens desenhavam nas cavernas. O que faz dessa língua ser importante é a facilidade da comunicação e expressão. Aqui no Brasil, foi com a chegada dos jesuítas que o ensino formal da arte se iniciou, mas somente em 1996 com a Lei de Diretrizes e bases da educação que a arte passou a fazer parte dos currículos escolares e “[...] com os Parâmetros Curriculares Nacionais foi como uma forma de alavancar, pois a partir daí que a história da arte no Brasil evoluiu, houve um grande avanço no ensino de qualidade baseados na Abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa.” (ANTONIAZZI; BORTOLINI; SOARES, 2016, p. 3) Tomaremos dois conceitos de Artes, o potencial criador e a arte como ciência para chegarmos à educação inclusiva. O potencial criador nos remete ao desenvolvimento do aluno, mas para que se realize esse desenvolvimento, houve o reconhecimento da ´´arte da criança`` como manifestação espontânea e autoexpressão, sendo assim valorizamos a livre expressão e a sensibilização. O que importa não é o produto fim, mas o processo criador da criança. A arte como ciência nos leva a buscar o significado da vida, devido ao processo histórico da humanidade, fazemos parte de uma manifestação artística [...] que tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou filosófico seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato criador, em qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos desafios que dele emanam, num constante processo de transformação do homem e da realidade circundante. O produto da ação criadora, a inovação, é resultante do acréscimo de novos elementos estruturais ou da modificação de outros. Regido pela necessidade básica de ordenação, o espírito humano cria, continuamente, sua consciência de existir por meio de manifestações diversas. (BRASIL, 1997, p. 32) Dessa maneira podemos usar a arte como um meio para um fim, não como uma possibilidade e sim como realização da inclusão de crianças com deficiências na sociedade. E a Arte abre portas para trabalharmos das mais diversas maneiras, tanto no sentido da aprendizagem quanto no desenvolvimento do ser. Através da arte, as crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade tem oportunidades de se expressarem, só basta nós sabermos interpretá-los e criar metodologias para o seu desenvolvimento sociocognitivo. 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA Tendo a Educação Inclusiva como área de concentração escolhida, partiremos do pressuposto que o desenvolvimento artístico é resultado de formas complexas de aprendizagem. Nossa justificativa se baseia nas formas complexas de aprendizagem das crianças com TDAH. Com o objetivo de explorar sobre esse transtorno, iremos abordar sobre a Arte como metodologia cientifica no desenvolvimento sociocognitivo e no processo de ensino-aprendizagem. Transtornos hipercinéticos ou lesão cerebral mínima, era assim que o TDAH era chamado, segundo a literatura médica. Esse transtorno apresenta três subtipos: 1- Predominantemente Desatento; 2- Predominantemente Hiperativo-Impulsivo e 3- Tipo Combinado. As limitações deste transtorno podem causar grandes dificuldades na vida escolar, social e profissional (se não for tratada inicialmente), citaremos as características: A tríade sintomatológica clássica da síndrome caracteriza-se por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Independentemente do sistema classificatório utilizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, em escolas e em casa. A desatenção pode ser identificada pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecem não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias. A hiperatividade se caracteriza pela presença frequente das seguintes características: agitar as mãos ou os pés ou se remexer na cadeira; abandonar sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado; pela dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer; estar frequentemente "a mil" ou muitas vezes agir como se estivesse "a todo o vapor"; e falar em demasia. Os sintomas de impulsividade são: frequentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas; com frequência ter dificuldade em esperar a sua vez; e frequentemente interromper ou se meter em assuntos de outros. (BARBOSA; POLANCZYK; ROHDE; TRAMONTINA, 2000, p. 7). E as diferentes linguagens visuais trazem as possibilidades de inclusão através da pintura, recorte, colagem, desenho, dança, música e teatro. Pois uma criança com TDAH, imperativa e impulsiva pode ter a chance de se expressar por meio dela e evoluir no seu raciocínio de uma maneiraque ela conseguirá ser compreendida. A mente da criança consegue captar sincronia onde no seu ambiente poderia ser uma bagunça, encontrando-se como sujeito no processo de ensino-aprendizagem. A arte estimula o uso das potencialidades e a flexibilização do pensar. O estímulo ocorre no lado direito do cérebro que é responsável pela imaginação criativa, é relacionado à observação e interpretação do mundo. Entretanto, pesquisas realizadas afirmam que um dos lados podem sim, ser mais ativos do que outros, mas isso é condição do sistema cerebral, isso não quer dizer que um dos lados seja menos capacitado, todavia quando entendemos as funções, podemos trabalhar com mais liberdade as dificuldades das crianças. Observando que o fazer artístico criativo faz aflorar inúmeros estágios psíquicos e cognitivos ideais para o desenvolvimento e aprimoramento humano buscam-se conhecimentos e informações no fazer artísticos que proporcionem melhorias no trabalho do professor e uma interação entre as crianças hiperativas com as demais dentro da sala de aula. A ludicidade é uma atividade que têm valor intrínseco e pode ser usada como instrumental pedagógico no processo ensino-aprendizagem e sendo uma atividade física e mental, aciona e ativa a funções psico- neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. O hemisfério direito é responsável pelas funções de imaginação criativa, serenidade, visão global, capacidade de síntese e habilidades visuo-espaciais, funções estas aplicadas em atividades expressivas. O hemisfério esquerdo é responsável por organizar todas estas funções num sentido lógico, pragmático, organizado e com significado. (ERICHSEN; NUNES. 2011. p 76) A Arte estimula nas crianças a participação plena, através de metodologias que consegue integrar as necessidades intelectuais e mentais a exercícios que promovem uma aprendizagem eficaz. Podemos construir um mundo de significados no ambiente escolar, a partir do momento que os professores conhecerem as limitações. Com a prática os profissionais saberão quais atividades são melhores para cada criança e trabalhará as deficiências. Assim sendo, observa-se que a disciplina de Arte, favorece a construção de significados, conhecimentos e valores, pelos alunos com DI. Nesse sentido é relevante que a escola proporcione ao aluno um conjunto de experiências de aprendizagem e criação, que articule a percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal. (CORRÊA, 2015, p. 8). A escola por meio da Arte desenvolve as habilidades sociais, promovendo e melhorando a qualidade de vida e diminuindo comportamentos inadequados, valorizando a criança e dando significado a ela e as suas diferentes maneiras artísticas de expressão. 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO Diante da realidade que estamos vivenciando, que é devido a pandemia, foi imposta a necessidade de adequação no âmbito educacional de modo rápido, e que todos os envolvidos estivessem interessados para que os educadores continuassem focados em um ensino e aprendizagem de qualidade e eficiente. Para que isso acontecesse, os educadores precisaram reinventar, recriar, readequar e atualizar-se com as novas tecnologias existentes para enfrentar essa repentina realidade. E nessa nova realidade, o ensino a distância tornou-se o novo protagonista na questão do formato. Nosso processo foi feito por meio de pesquisas on-line e em livros e entramos em contato via whatsapp com a diretora da Escola Municipal Desembargador Felismino Francisco Soares que trabalha com crianças de ensino infantil e fundamental, também há um perfil no facebook, não com muitas informações, porem há fotos e vídeos de crianças estudando seja na escola ou em casa, crianças trabalhando a arte, expressando-se pela dança, teatro e pintura, conhecendo sobre as festas regionais. Os muitos materiais pesquisados foram principalmente artigos, tcc, monografias dentre outros e tivemos alguns livros como base. Por causa de algumas deficiências que muitos de nós temos, somos discriminados, taxados muitas vezes como ´´bagunceiros, que não se comporta, é burro, não aprende nada``. Existe todo um contexto neurológico que explica essas deficiências mentais e principalmente o TDAH. Por isso o programa Acessibilidade e Inclusão Educacional foi escolhido, para mostrar que todos, e começando pela infância, somos capazes de aprender, se desenvolver, nos adaptarmos. Vimos na Arte um papel que somente ela é capaz, capaz de abrir portas para as crianças com TDAH terem a liberdade de se expressarem e de aprenderem. Cabe ao professor encontrar meios de trabalhar a Arte com essas crianças e nem sempre é com o lápis de cor. Um profissional da educação infantil precisa ter paciência para trabalhar esse transtorno, pois as crianças se sentem excluídas do grupo, pensam que podem ter algo de errado com elas e cabe ao professor ensinar que são queridas e respeitadas. Pode através da Arte, fazer as crianças interagirem pela dança, pela pintura, pela colagem e pelo teatro. 4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS) A realização deste estágio de maneira virtual abordou um contexto extremante inovador. Em um ano que a pandemia da Covid-19 ainda impera, ficará registrado nossa metodologia e adaptação. Para as futuras formações acadêmicas, contribuiremos com informações da criação deste trabalho, visão da época vivida e dificuldades. Um dos desafios enfrentados foi a desvalorização do acadêmico por parte das escolas municipais e particulares. A gestão escolar demonstrou superioridade com os acadêmicos, como: frieza, desrespeito profissional, desinteresse em ajudar (empatia profissional). Não pareciam que em algum momento de suas vidas já foram acadêmicos. Nós como acadêmicos e escritores destes trabalhos, começamos com ânimos, mas na medida que fomos recebidos e tratados no âmbito escolar, foi desanimador, para não dizer desestimulante. Sentir-se humilhando por buscar informações, mesmo que de maneira virtual e as escolas dizerem: ´´fiquem no aguardo que enviaremos as informações, `` e sentir que essas informações necessárias para a construção do seu trabalho cientifico nunca virão. Perdemos o horizonte do que escrever aqui. Porem, isso contribuiu para a minha formação como professora, quando estivermos em campo, jamais deixarei um acadêmico sentir-se humilhado e menosprezado por buscar conhecimento e informações para o seu crescimento pessoal e profissional. Vivenciar esse cenário, fez-me refletir como serão a convivência desses profissionais em salas de aula, especificamente com as crianças. Será que as crianças tem o mesmo tratamento que nós tivemos? Começamos pesquisando sobre crianças com TDAH e como a Arte pode ser inclusiva, mas no final a reflexão está sendo sobre o tratamento ético e profissional. Desejo que este trabalho seja um orientador para os próximos acadêmicos, o produto virtual seja referência para quem for construir os artigos. Que as crianças que tenham deficiências sejam verdadeiramente inclusas no meio escolar, porque a verdade é que depende dos professores, da gestão escolar para a criança sentir-se aceita em um ambiente que para si é um colapso. E para nós, que possamos receber de braços abertos, com disposição em ajudar, os futuros acadêmicos que passarão por essas experiências. Que possamos ser o horizonte de suas caminhadas. REFERÊNCIAS ANTONIAZZI, Nádia Natyeli; BORTOLINI, Eliane; SOARES, Daniele de Quadros. Artes Visuais: Educação Infantil. Anais do 14º Encontro Científico Cultural Interinstitucional. 2016. p. 3. Disponível em: <https://www.fag.edu.br/upload/ecci/anais/5b91273d98ee4.pdf> Aceso em: 30 abril 2021 BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF, MEC/SEF 1997.CORRÊA, Meyre Lúcia da Silva. Artes Visuais no contexto da inclusão: Especialização em Ensino de Artes Visuais, Monografia. 2015. Acesso em: 06 maio de 2021. Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD- A9LHC9/1/tcc___meyre_correa_final.pdf> ERICHSEN, Luzita Maria; NUNES, Ana Luiza Ruschel. As Artes Visuais como mediação na superação da hiperatividade: um estudo de caso. v. 4 n. 1 (2011): Revista Educação, Artes e Inclusão. Acesso em: 03 maio de 2021. Disponível em: <https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/3212> GONÇALVES, Hosana A.; PUREZA, Janice R.; PRANDO, Mirella L. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: breve revisão teórica no contexto da neuropsicologia infantil. Revista Neuropsicologia Latinoamericana [en linea]. 2011, 3(3), 20-24. Acesso em: 1 de maio de 2021. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=439542496003> ANEXO 1 – PRODUTO VIRTUAL - CARTILHA ANEXO 2 – TERMO DE AUTORIZAÇÃO