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ANATOMIA SISTEMA DIGESTÓRIO A boca e a faringe não são bem delimitadas nas aves e, na maioria das espécies, não há palato mole. Os dentes estão ausentes e suas funções são realizadas pelo bico e pela moela. A cavidade oral consiste no bico, língua, glândulas salivares e faringe. O esôfago e o papo, que são responsáveis pela condução do alimento ingerido da faringe até o proventrículo e pela reserva ou estocagem do mesmo. O papo é um órgão primariamente de armazenagem de alimento. Em aves, o processo de digestão tem início no estômago, o qual é dividido em 2 partes funcionalmente distintas: o proventrículo (ou estômago glandular) e a moela (ou estômago muscular ou ventrículo). O intestino das aves pode ser dividido em intestino delgado e grosso. As glândulas anexas são o fígado e o pâncreas. O fígado é bilobado e relativamente grande na maioria das aves. O pâncreas consiste, no mínimo, em três lobos. A vesícula biliar, se cheia, em exame de necrópsia, mostra anorexia por doença nas últimas 24h. SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório das aves começa com o bico e a cavidade oral. A cavidade oral das aves comunica-se ao fundo com a faringe e esta conduz à laringe. A traqueia, formada por anéis de cartilagem, conduz o ar para o sistema respiratório inferior, descendo pelo pescoço até a cavidade torácica (peito). A siringe possui um esqueleto cartilaginoso e membranas timpânicas que vibram quando o ar é expirado. Essa ramificação da siringe transforma- se em dois troncos primários, denominados brônquios primários intrapulmonares. O brônquio esquerdo conduz o ar ao tecido do pulmão esquerdo e o brônquio direito ao pulmão direito. As aves não têm diafragma. Os pulmões são relativamente pequenos, não são lobados, possuem coloração rosada e, já que não possuem diafragma, ficam em contato com os órgãos abdominais. O pulmão está bem aderido às costelas (o pulmão apresenta “ranhuras” pela alta aderência nas costelas). As aves possuem nove sacos aéreos: sendo que dois cervicais, um clavicular e dois torácicos pertencem ao grupo dos sacos aéreos craniais; e dois torácicos caudais e dois abdominais fazem parte do grupo dos sacos aéreos caudais. Os sacos aéreos em aves saudáveis são finos, lisos e transparentes. O estresse térmico nas aves gera alcalose respiratório, o que diminui a deposição de cálcio nos ovos, os deixando finos e quebradiços. CLÍNICA DE AVES SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Entre as fêmeas das aves, ambos os ovários e ovidutos, direitos e esquerdos, estão presentes desde a vida embrionária; mas, em galinhas e nas fêmeas de perus e gansos domésticos, os órgãos direitos regridem cedo no desenvolvimento e apenas o lado esquerdo se desenvolve. Nas aves, apenas um único folículo ovula, e o óvulo (gema) é liberado, mas dentro de um intervalo mais curto (geralmente, todos os dias). Nas aves, os folículos grandes e amarelos, destinados à ovulação, estão organizados dentro de uma hierarquia. O ovário apresenta folículos de tamanhos variados e sua hierarquia é estabelecida principalmente pela regressão dos folículos pequenos. O ovo da ave, no momento em que, é posto, deve ser capaz de sustentar o crescimento embrionário e fetal. Ele contém nutrientes na gema, albumina e casca. Além disso, contém água e membranas protetoras e é envolvido pela casca protetora. O ovo inicia sua formação no ovário e vai se completando à medida que caminha nos diferentes compartimentos do oviduto por um tempo médio de 25 horas. Uma galinha ovula um folículo a cada 25 horas durante 10 a 15 dias seguidos (esse período é chamado ciclo). A galinha repete esses ciclos ou sequências de postura indefinidamente. Os ciclos são separados por um intervalo de um ou mais dias, quando há falha na ovulação, e, consequentemente, a galinha deixa de colocar ovo no dia seguinte, para então começar um novo ciclo. O primeiro ovo de um ciclo é colocado ao amanhecer e as oviposições seguintes ocorrem sempre um pouco mais tarde nos dias sucessivos. O infundíbulo é uma estrutura tubular de 4 a 10 cm, de parede fina, com região cônica, seguindo- se por outra tubular com pregas em espiral suave, sendo percorrido pelo ovo em formação em cerca de 15 minutos. Apresenta uma mucosa pouco pregueada e tem como funções: captar o ovócito (gameta feminino); servir de sede para a fecundação; lubrificar a mucosa para a passagem do ovo e formar as calazas (proteínas mucinas retorcidas que mantêm a gema no centro do ovo). O magno é também chamado de glândula albuminífera. Possui estrutura tubular, de parede mais espessa, com 20 a 48 cm de comprimento (é a parte mais longa do oviduto), rico em glândulas tubulares dentro das pregas longitudinais da mucosa. O ovo em formação percorre o magno por cerca de 3 horas. Tem como funções a formação da base do albúmen e a adição de mucina e da maior parte do Na, Ca e Mg. O istmo é a menor porção do oviduto (10 a 15 cm). Tem como função a formação das camadas interna e externa do ovo, completando a parte final da camada externa do albúmen. O útero tem função de formar a casca do ovo, onde este permanece por 18 a 22 h e recebe uma cobertura de carbonato de cálcio, proteínas, pigmentos, cutículas e outros componentes da casca. Depois, então, o ovo é expelido por contrações de sua musculatura lisa. NECRÓPSIA EM AVES A necrópsia deve ser realizada de forma ordenada, sistemática e completa. Posicionar o animal em decúbito dorsal. EXAME EXTERNO: CABEÇA Crista e barbelas: a crista e as barbelas devem ser examinadas atentando para desenvolvimento, cor e presença de lesões. Olhos: os olhos da ave devem ser examinados para qualquer anomalia que possa produzir cegueira ou alteração das pálpebras e da região próxima aos olhos. Narina e Sinus: devem ser examinados para pesquisa de exsudato. Cavidade Oral: a orofaringe da ave deve ser examinada abrindo-se seu bico com o dedo indicador sobre o bico superior e o polegar sobre o bico inferior. Estendendo-se o pescoço da ave e se observando a face inferior do pescoço é possível visualizar o interior da traquéi. PERNAS Observar a presença de parasitas externos, tais como piolhos e carrapatos. Isto é efetuado levantando as penas e examinando suas bases. As penas de vôo primárias da ave devem ser examinadas, continuando o exame até a cloaca. JARRETE E PÉS Examinar os jarretes da ave para qualquer evidência de inchaço que possa relatar artrite e examinar os pés para evidência de anomalias, compactação de fezes e crescimento de unha. EXAME INTERNO: Primeiramente, coloca-se a ave deitada na mesa sobre o seu dorso, depois se molha o peito para controlar as penas durante o procedimento da necropsia. Deve ser feita uma incisão sobre o lado medial da coxa, estendendo-a até a porção anterior nos dois lados. Neste ponto, a articulação coxofemoral deve ser desarticulada rotando-se a perna lateralmente, em ambas os lados. PESCOÇO, TRAQUÉIA, ESÔFAGO E TIMO A pele sobre a musculatura do peito deve ser retirada e a incisão estendida através do pescoço da ave, inserindo-se a faca no tecido cutâneo do pescoço e cortando-se até a mandíbula inferior. A pele é incisada e refletida para trás. Neste ponto, traquéia, esôfago, nervo vago, e timo são examinados. PERNA Nervo ciático: o nervo ciático é exposto levantando-se o músculo superficial sobre o lado medial da coxa. Músculos: a musculatura da perna é examinada para a evidência de hemorragia ou de descoloração. Articulações da perna e ossos: As articulações dos dedos, o jarrete e o joelho são examinados para a evidência de inchaço e são abertos à procura de exsudato. A epífise distal do fêmur é cortada e a placa de crescimentoe a medula óssea são examinadas. OSSO DO PEITO Usando tesouras serreadas, fazer um corte na extremidade do osso esterno, sendo este corte continuado até exatamente acima da articulação costo-condral, através da entrada torácica, cortando o osso coracóide. SACOS AÉREOS Os sacos aéreos podem ser examinados após o osso do peito ter sido cortado sobre um lado. Os sacos aéreos da ave são estruturas membranosas muita finas transparentes, exceto pela deposição de pequenas quantidades de gordura na ave sadia. CORAÇÃO E FÍGADO A junção do saco pericárdico ao esterno é rompida e o esterno removido por si só. Neste ponto, o coração e o fígado são expostos e amostras para o exame bacteriológico podem ser coletadas usando um swab para perfurar o fígado. REMOÇÃO DO TGI Depois do exame dos sacos aéreos, coração, e fígado, o trato gastrointestinal é removido da cavidade. Eles são removidos inserindo o dedo indicador e o médio em torno da moela, que é o estômago muscular da ave, e refletindo-a para frente. PROVENTRÍCULO E BAÇO Com a remoção do trato gastrointestinal, o proventrículo e o baço (estrutura ovóide) são expostos. Em algumas aves, como em pombos, o baço pode ser em formato colunar. ALÇA DUODENAL, PÂNCREAS E DIVERTÍCULO DE MECKEL Imediatamente após a moela, nós encontramos a alça duodenal e o pâncreas. Outra estrutura de interesse está localizada na porção média do intestino delgado: uma pequena proeminência chamada Divertículo de Meckel, a qual corresponde ao ponto de junção da gema no período de desenvolvimento embrionário. BURSA E FABRICIUS Na porção final do intestino, sobre a parede dorsal da cloaca, está localizada a Bursa de Fabricius: receptáculo comum para os tratos gastrointestinal, urinário e reprodutivo. A Bursa de Fabricius é um órgão linfóide onde são formados os linfócitos B, responsáveis pela produção de anticorpos. Este órgão está presente em aves saudáveis até eles alcançarem a maturidade sexual. O intestino pode ser cortado agora e deixado de lado para exame posterior. GLÂNDULA TIREÓIDE E PARATIREÓIDE Antes de remover o coração, siga as carótidas e encontre as glândulas tireóide e paratireóide associadas com elas. CORAÇÃO E FÍGADO (2) Neste ponto, nós examinamos o coração e fígado e coletamos amostras para histopatologia, se considerado necessário. PULMÕES Após a remoção do coração e do fígado, os pulmões podem ser observados. Estes órgãos não são mantidos por pressão intratorácica como nos mamíferos, mas por junção às estruturas adjacentes, e ao menos que estas junções sejam rompidas, o pulmão da ave não irá colabar. O pulmão é separado da caixa torácica usando a extremidade romba da tesoura ou os dedos. Uma vez que o pulmão tenha sido removido das costelas, as junturas costo-vertebrais, e os nervos costais se tornam visíveis. PLEXO BRAQUIAL Anterior às costelas, junto à última vértebra cervical, nós encontramos o plexo braquial. GÔNADAS, ADRENAIS E RINS Imediatamente posterior aos pulmões, nós encontramos as gônadas, um par de testis no macho, e um ovário (esquerdo) na fêmea; as adrenais, que são amareladas e de forma triangular; e os rins que são multilobulados. Três lóbulos do rim são aparentes: pronefros, mesonefros, e posnefros. As gônadas e as adrenais são encontradas no final anterior do pronefros. Amostras de tecido renal podem ser obtidas neste momento, desde que o rim seja parcialmente retirado quando examinando o plexo lombosacral. PLEXO LOMBRO-SACRAL Ele se situa abaixo do mesonefro, e esta parte do rim tem que ser removida para expor o plexo. A melhor maneira de expor o plexo é pressionando parte do tecido renal com a extremidade dos dedos. O plexo é formado por várias ramificações da medula espinhal, e duas destas ramificações formam o nervo ciático. PROVENTRÍCULO E MOELA Separe os estômagos glandular e muscular do intestino, e corteos para abrir. Coloque a ponta da tesoura dentro da abertura do proventrículo, e abra-o. Repita o mesmo procedimento com a moela. Remova o conteúdo da moela, e se necessário lave cuidadosamente para examinar o revestimento do órgão. O proventrículo é primariamente glandular por natureza. A moela, por outro lado, tem uma cutícula queratinosa secretada por uma mucosa subjacente. Examine o revestimento queratinoso para observar a integridade e a coloração da mesma. Removaa e examine a mucosa. INTESTINO Comece abrindo o intestino no duodeno e siga-o através de toda a sua extensão, incluindo o ceco no exame. Observe lesões coccidianas e vermes cilíndricos ou chatos. Raspe a mucosa intestinal com uma lâmina, e examine-a no microscópio quanto à presença de ovos de coccídios ou vermes. ESÔFAGO Com o braço rombudo da tesoura, corte o bico da ave junto da comissura do mesmo. Continue o corte percorrendo o esôfago em toda a sua extensão até o inglúvio. FENDA DO PALATO, TURBINADOS E SINUS INFRAORBITÁRIO Examine a cavidade oral e a fenda do palato. Corte através do bico, ao nível da narina para expor os turbinados, e continue o corte através dos turbinados até o sinus infraorbitário procurando por evidência de exsudato. TRAQUÉIA Coloque o braço pontudo da tesoura na laringe, e corte abrindo este órgão, sem separá-la do corpo da ave. Uma vez que a traquéia tenha sido cortada, seu lúmen pode ser exposto deslizando a tesoura para cima e para baixo. No ponto de bifurcação da traquéia, dentro dos dois principais brônquios, nós encontramos a laringe caudal ou a siringe. A siringe é o órgão vocal das aves. CÉREBRO Para examinar o cérebro, e obter amostras, é necessário remover parte do crânio. Isto é facilmente realizado cortando em torno do topo da cabeça da galinha, começando no forame magno. BIOSSEGURIDADE A única maneira de se manter sistemas de produção e seus respectivos rebanhos comerciais livres ou controlados no que diz respeito à presença de agentes de enfermidades de impacto econômico na produtividade e/ou perigosos para a saúde pública (zoonoses) é através da utilização de um efetivo programa de biosseguridade. Biosseguridade significa o estabelecimento de um nível de segurança de seres vivos por intermédio da diminuição do risco de ocorrência de enfermidades agudas e/ou crônicas em uma determinada população. São procedimentos desenhados para principalmente prevenir a entrada e a disseminação de enfermidades em um sistema de produção animal ou manter sob controle doenças existentes no sistema. É aplicável em qualquer espécie de animal. Principais objetivos: 1 - Controle da multiplicação de agentes biológicos endêmicos. Um crescimento descontrolado na população destes organismos poderá ocasionar um efeito negativo crônico (diminuição) na desempenho e produtividade dos rebanhos. 2 - Prevenção da contaminação dos rebanhos por organismos altamente contagiosos e potencialmente letais. Estes podem ter efeitos devastadores no sistema de produção 3 - Controle (e prevenção) daqueles agentes infecciosos de importância na saúde pública (zoonoses). A presença de alguns destes agentes, por exemplo salmonelas, pode passar desapercebida porque nem sempre irão afetar o desempenho dos animais contaminados. 4 - Controle (e prevenção) daqueles agentes infecciosos de transmissão vertical que podem não somente afetar o desempenho e a produtividade da progênie como podem ser facilmente disseminados em uma grande área geográfica e afetar muitos sistemas de produção independentes. DEFINIÇÃO DE DESAFIO E RISCOS É necessário que seja realizada uma análise e definição dos riscos e desafios aos quais o sistema de produção de frangos está sujeito. • Quais os desafios à saúde do rebanho (presença de agentes etiológicos e/ou ocorrência de sintomatologia e doença clínica)que devem ser prevenidos e/ou controlados pelo programa de biosseguridade para evitar perdas de produtividade e lucratividade? • Quais as doenças (e seus agentes) que devem ser prevenidas e/ou controladas por força de legislação? • Quais as doenças (e seus agentes etiológicos) que devem ser prevenidas e/ou controladas por força de exigência de clientes estrangeiros importadores? • Quais as doenças (e seus agentes etiológicos) que devem ser prevenidas e/ou controladas por força de exigência de clientes nacionais? • Quais as doenças (e seus agentes etiológicos) com possibilidade de tornaremse, a curto ou médio prazo, de controle obrigatório (por exemplo, Campilobacter sp.) devem ser prevenidas e/ou controladas por força de legislação? • Quais as possíveis formas de entrada e manutenção/perpetuação (epidemiologia) destas doenças (e seus agentes etiológicos) no sistema de produção? • Quais as falhas do sistema de produção em questão com base nas respostas das questões anteriores? LOCALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DAS INSTALAÇÕES A posição geográfica da granja e posicionamento dos galpões devem ser cuidadosamente analisados, pois têm um impacto na higiene e no equilíbrio da saúde na granja. A granja deve estar situada em local tranquilo e distante de outras criações, protegida por barreiras naturais e físicas. Há certas regras, que devem ser aplicadas para determinar o melhor local para montar a granja, como: construir as granjas o mais longe possível de outras granjas comerciais, para evitar a propagação de patógenos; ter o conhecimento da direção predominante dos ventos, para que a ventilação uniforme e controlável possa ser proporcionada; evitar construir a granja próxima a cursos de água, açudes ou lagos e passagens de caminhões que transportam outras aves. Reflorestamentos com árvores não frutíferas (para não haver atração dos pássaros frugíveros), matas naturais, bem como a presença de elevações topográficas. CONTROLE DE ENTRADA DE PESSOAS O vetor mais comum de problemas de saúde para as aves é o homem. É necessário restringir e monitorar visitas. Todas as pessoas, veículos, máquinas e equipamentos que entram na granja, devem passar pela área de apoio central e seguir todos os procedimentos de desinfecção. O carregamento e o descarregamento de animais é, provavelmente, uma das formas mais comuns de introdução de doenças em um sistema de produção. Sempre que possível, o trânsito de caminhões transportando animais ou alimentos deverá ser realizado nas primeiras horas da manhã. Qualquer veículo que por algum motivo precise entrar na granja deve ser lavado e desinfetado no portão da entrada. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS INSTALAÇÕES “Programa de limpeza e desinfecção”. Os programas de biosseguridade bem como as etapas de limpeza, desinfecção e vazio sanitário visam reduzir as condições que favorecem a viabilidade dos microorganismos no ambiente. A limpeza pode ser subdividida em limpeza seca e limpeza úmida. A limpeza a seco deve ser realizada logo após a saída do lote, retirando-se os equipamentos e demais utensílios do aviário, dessa forma restos de ração dos comedouros, assim como, desmontar e/ou suspender os equipamentos, retirar toda a cama, esvaziar e limpar os silos, varrer o teto, paredes e etc. Em seguida deve-se lavar o aviário, estrutura e equipamentos com solução de água sob pressão e detergente. Os princípios ativos mais utilizados na produção animal são os compostos de amônia quaternária, fenóis, compostos liberadores de halogênios, aldeídos, compostos iodados, álcoois e ácidos, além do cresol e do peróxido de hidrogênio. VAZIO SANITÁRIO É o período compreendido entre a limpeza e desinfeção do aviário e o alojamento do lote seguinte. Complementar à limpeza e desinfecção, o vazio das instalações entre lotes, é determinante para o sucesso dos procedimentos de higienização. FUMIGAÇÃO A fumigação é obtida com a queima de pastilhas e pó, de diversas composições. O formaldeído vem sendo utilizado há anos como fumigante de amplo espectro. QUALIDADE DE ÁGUA E RAÇÃO Água de beber é de extrema importância, não só porque sua composição pode ser um impacto nos desempenhos zootécnicos em termos de crescimento e da qualidade final do produto. A água também é usada como veículo para a distribuição de produtos medicinais e para a vacinação, portanto, água de má qualidade terá consequências desfavoráveis para a granja. A água fornecida na granja deve ser abundante, limpa, fresca, isenta de microorganismos patogênicos. A ração pode ser uma importante fonte de contaminação na criação de aves quando colonizadas por agentes da salmonelose, micotoxicose e colibacilose. CONTROLE DE VETORES Aviários e locais para armazenamento de alimentos ou ovos, devem ser mantidos livres de insetos e roedores. Roedores, pássaros, moscas, mamíferos silvestres e domésticos e animais de estimação constituem uma das mais importantes fontes de transmissão de enfermidades nas granjas. Todos devem ser controlados e mantidos o mais distante possível das instalações. Os roedores causam enormes prejuízos econômicos, não apenas pela ingestão dos alimentos, mas também porque estragam três vezes mais o volume que consomem. Além dos prejuízos relacionados aos alimentos, os roedores também causam danos à estrutura das instalações e equipamentos dos aviários, contaminação microbiológica da ração, água, meio ambiente e animais, além da mutilação das aves jovens. DESTINO DE AVES MORTAS Carcaças de animais mortos constituem um grande risco para a entrada de doenças no aviário, seja pela atração de vetores e/ou pelo aumento da pressão de infecções nas instalações. Quando um lote de aves apresenta história de enfermidades de alto risco, tanto para as aves (Doença de Newcastle, tifo, pulorose) como para a saúde pública (presença de outras salmonelas, especialmente S. enteritidis), é necessário que seus dejetos (cama ou fezes) recebam um tratamento especial, a fim de que esses microorganismos sejam destruídos. Em caso de Newcastle, o melhor é a incineração. Em se tratando de Salmonella spp., podese fazer a compostagem desses resíduos, incluindo também as aves mortas. Há também o uso devido de fossas e valas. MONITORAMENTO SANITÁRIO métodos para verificar situações através do tempo e quando são constatados desvios, devem ser implantadas ações corretivas. As monitorias sanitárias praticadas podem ser dirigidas aos animais, ao ambiente onde os animais são alojados e aos insumos que são utilizados no sistema de produção (água, rações ou imunobiológicos). Os objetivos de um programa de monitorização são: estabelecer as expectativas de títulos de anticorpos esperados como resposta ao programa utilizado, avaliar a qualidade do método de aplicação da vacina e os possíveis desafios por agentes patogênicos presentes no campo e ainda, poder vislumbrar as inter-relações entre os títulos de anticorpos e os parâmetros de produção. VACINAÇÃO EM AVES Vacinas são substâncias sintetizadas a partir do agente infeccioso (antígeno) ou fragmento desse contra o qual se quer induzir proteção. Esses agentes estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos. É um método de imunização ativa. TIPOS DE VACINAS: VIVA ATENUADA Compostas de microrganismos vivos atenuados em laboratório que devem ser capazes de multiplicarem-se no organismo hospedeiro para que possa ocorrer a estimulação de uma resposta imune. Essa resposta imune ao microrganismo atenuado é idêntica a produzida pela infecção natural, pois o sistema imune é incapaz de diferenciar entre uma infecção pelo microrganismo vacinal e o microrganismo selvagem.A multiplicação do microrganismo vacinal não costuma ser capaz de causar doença. Tem rápida resposta imunológica (até 21 dias). Pode ser administrado por vias individuais e massais, produzem boa resposta imune, mas representam riscos de virulência ou contaminação residual. São usados, primeiramente, em doenças endêmicas. INATIVADAS Compostas de microrganismos inativados em que correspondem que estes não mais se encontram vivos, logo incapazes de multiplicarem- se. A resposta imune à vacina inativada é principalmente humoral, com pouca ou nenhuma imunidade celular. A aplicação da vacina é feita com um adjuvante irritante para atrair leucócitos. Esse tipo de vacina tem a titulação mais demorada (não utilizar em frangos de corte). É de administração individual, de menor risco e de melhor uniformidade. RECOMBINANTES (VETORIZADAS) É obtida por engenharia genética, por inserção de um gene que produz uma proteína imunogênica em um microrganismo. Por exemplo, a vacina contra a Hepatite B que contém o antígeno da superfície do vírus dessa hepatite. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: VIAS MASSAIS VIA ORAL: 1 - ÁGUA DE BEBIDA É administrado o inóculo via água de bebida utilizando-se bebedouros de formato pendular. É necessário que tenham bebedouros suficientes para que ao menos 2/3 das aves sejam imunizadas. A quantidade de água dos bebedouros muda de acordo com a idade da ave (aumenta-se a quantidade de água para aves mais velhas/semanas), por isso, ajustar também a dose de diluição da vacina. É necessário a realização do jejum hídrico para estimular a cede das aves e, assim, garantir a imunização. A retirada de água deve ser de 1h antes (para climas quentes) e 2h antes (climas frios). É necessário a adição 2g de leite em pó desnatado por litro de água antes da diluição da vacina por ser uma forma de neutralizar os resíduos de Cl- Após a troca de água e uso do leite em pó, é possível administrar o corante nos bebedouros (vacina). 2 - INJESTÃO DE RAÇÃO É a pulverização da vacina sobre toda a ração que será consumida em 24h, no primeiro dia de vida das aves. A vacina deve ser aplicada com pulverizador costal sobre a ração imediatamente antes da chegada das aves. Requer uniformidade de administração da vacina sobre a ração para que todos as aves tenham igual acesso. VIA ORAL/NASAL/OCULAR: 3 - NUBULIZAÇÃO (ASPERÇÃO) Método rápido de vacinação. No momento da vacinação: cortinas fechadas e ventilação desligada. A diluição da vacina é feita em água destilada. Calibrar o nebulizador para “gota grossa” de 80-120 mícrons (evitar gota aerossol = 50 mícrons). Essa vacinação deve ser feitas nas horas mais frescas do dia e nas primeiras horas da manhã quando as aves estiverem próximas aos comedouros ou a noite quando estiverem agrupadas. Observar corante azul nas penas. VIAS INDIVIDUAIS 1 - OCULAR/NASAL Sistema confiável, mas que exige grande manipulação das aves, o que aumenta o estresse das aves. Associar a outras práticas de manejo, como debicagem, pesagem, seleção e transferência. A aplicação é feita pela instilação de uma gota da vacina no globo ocular (garantir que a ave piscou até 2x após aplicação) ou na fossa nasal (garantir que a gota foi inspirada totalmente) da ave. Em ambas as vias, é necessário que a gota seja totalmente absorvida. 2 - MEMBRANA DA ASA É a perfuração da membrana da asa, feita com estilete específico que acompanha o frasco da vacina, previamente embebido na vacina. Em 5-10 dias deverá ser visualizado a formação de uma pústula que evolui para uma crosta no local da vacinação (indicativo que houve a reação imunológica esperada) 3 - VIA SUBCUTÂNEA Local de eleição: face dorsal do pescoço. Geralmente são vacinas inativadas. 4 - VIA INTRAMUSCULAR Administrar em regiões de musculatura farta, como o do peito e da coxa da ave. Vacinas inativadas. VACINAÇÃO NO INCUBATÓRIO 1 - IN OVO A aplicação de vacina in ovo foi desenvolvida inicialmente para doença Marek. Em 1995 foi desenvolvido o aparelho que possibilitou a utilização de vacinas in ovo em larga escala. A eficácia da vacinação in ovo depende principalmente do local onde for inoculada a vacina, pois melhores resultados são obtidos quando a aplicação ocorre no âmnio ou no próprio embrião. É relatado que no 18º dia de incubação o embrião possui cinco grandes áreas para agulha injetar: câmara de ar; saco alantoíde; fluído amniótico; embrião e saco de gema. 2 - VIA SUBCUTÂNEA É a vacinação do pintinho, em seu 1° dia de vida, atrás do pescoço, via SC, com corante azul pelo método Carrossel. Verificar corante após aplicação. PROGRAMA DE VACINAÇÃO: DOENÇAS BACTERIANAS: MICOPLASMOSE AVIÁRIA Micoplasmas são bactérias Gram (+) pertencentes à classe Mollicutes, família Micoplasmatales. Micoplasmas colonizam preferencialmente epitélios, nos quais se aderem intimamente às paredes celulares do hospedeiro e causam doenças crônicas e infecções de longa duração. Micoplasmas são hospedeiro-específicos, ou em alguns casos infectam diferentes espécies com estreito relacionamento filogenético, como as aves: galinhas, perus, patos, gansos, papagaios e pombos. É uma doença de notificação obrigatória. Contaminações na granja geram condenação de carcaças em abatedouro. A micoplasmose gera perdas econômicas pela redução de postura (ovos bicados - pipped embryos), redução de ganho de peso, redução da eclodibilidade, aumento da mortalidade embrionária, refuagem, piora da conversão alimentar e aumento de morbidade. A micoplasmose tem como hospedeiro específico as aves no geral. A infecções é feita através de secreções nasais ou venéreas através de vias comoum, como a cavidade nasal ou cloacal. A infecção por ser horizontal ou vertical. Doenças geradas pela micoplasmose: 1 - DOENÇA CRÔNICA RESPIRATÓRIA (DCR) Causa sinais clínicos respiratórios, conjuntivite e exsudato catarral em narinas, seios nasais, traquéia, brômquios e sacos aéreos. As lesões macroscópicas aparecem como edemaciação dos seios infra-orbitais em perus e opacidade dos sacos aéreos em galinhas e perus. 2 - DCRC É uma infecção associada entre o Mycoplasma gallisepticum e outras bactérias, mas principalmente, por E. coli. Os sinais clínicos respiratórios são mais acentuados e graves. As lesões macroscópicas são pneumonia fibrinosa, pericardite e perihepatite e depósito caseoso nos sacos aéreos. Ao exame histológico se verifica infiltração mononuclear e hipertrofia das glândulas mucosas. 3 - AEROSACULITE INFECCIOSA DOS PERUS Os sinais clínicos mais comuns são problemas respiratórios e no aparelho locomotor, além de queda no desempenho zootécnico. As lesões macroscópicas são aerossaculite e redução na eclodibilidade dos ovos. 4 - SINOVITE INFECCIOSA DAS GALINHAS E PERUS Os sinais clínicos são problemas respiratórios que podem ser brandos ou ausentes, problemas articulares, perda de peso e calor no peito. DIAGNÓSTICO GERAL: O diagnóstico é feito pelo histórico da doença no lote, histórico epidemiológico, histórico clínico, exame anatopatológico, sorologia positiva e isolamento e identificação do agente por PCR. SOROLOGIA: • Soroaglutinação rápida em placa (SAR) • ELISA • Teste de inibição da hemaglutinação (HI) VACINAÇÃO E PREVENÇÃO A vacinação em aves de postura, além da aquisição de pintos livres de MG. A vacinação contra micoplasmose por MG antes de as aves serem infectadas, para galinhas, em torno de 35 dias de idade ainda na cria, sendo atualmente preferida à vacina com cepa viva de MG, embora ainda se use vacina inativada; além disso, o tratamento com antimicrobianos das aves que se infectarem após vacinação. Podeainda ser usada uma combinação de vacina inativada e tratamento no caso do aparecimento de infecção. E ovos oriundos de aves tratadas só devem ser comercializados após o período de carência. A vacinação em aves de corte não é realizada. No caso de infecção, embora o tratamento com atimicrobianos seja possível, é necessário respeitar o período de carência, o que na maioria das vezes é impossível devido à tenra idade de abate das aves. Mas, de qualquer forma, o resultado não é compensador. Em perus de corte, compensa o tratamento dos lotes que se infectarem, devido a uma vida de abate mais longa (cerca de três meses). Vacinação em perus de corte não tem sido uma prática adotada, até porque certas cepas vacinais de MG podem ser patogênicas para esse tipo de ave, considerada a mais sensível para esse agente. PNSA Em aves ou ovos férteis de linhas puras, bisavós e avós importadas ou nascidas no Brasil: • Positivo para M.gallisepticum, M.synoviae, sacrifício/abate do núcleo • Positivo para M.gallisepticum, M.synoviae, M.meleagridis, exclusivo para perus, sacrifício/abate do núcleo Matrizes: • Constatando-se positividade para M.gallisepticum em galinhas ou M.galisepticum, M.synoviae ou M.meleagridis em perus, sacrifício e abate do núcleo e destruição de todos os ovos incubados ou não, dele provenientes. • Constatando-se positividade para M.synoviae em galinhas, esses núcleos poderão ser tratados com antibiótico e retestados após o período de eliminação de resíduos de antibióticos SALMONELOSE AVIÁRIA O termo salmonelose aviária designa os vários grupos de doenças das aves determinados por qualquer membro do gênero Salmonella. • Salmonella pullorum - Pulorose Aviária • Salmonella gallinarum - Tifo Aviário • Salmonella typhimurium - Paratifo Aviário • Salmonella enteritidis - Paratifo Aviário O gênero Salmonella faz parte da família Enterobacteriaceae e é constituído de bacilos Gram (-) não formadores de esporos, aeróbios ou anaeróbios facultativos. A maioria é móvel, apresentando flagelos peritríquios, com exceção da S. Gallinarum e S. Pullorum, que são imóveis. A infecção é horizontal e vertical. Cocção elevada destrói a bactéria, enquanto que refrigeração impede sua proliferação. 1 - PULOROSE AVIÁRIA A S. Pullorum acarreta prejuízos para o setor avícola, por produzir doença sistêmica severa nas aves, com alta morbidade, alta letalidade e redução na produção de ovos. É chamada também de “septicemia fatal dos pintinhos” e de “diarreia branca bacilar”. Acomete não só galinhas, mas também perus, cordornas, pardais e papagaios. As aves jovens são mais susceptíveis a pulorose. Aves que resistem à doença tornam-se portadoras assintomáticas e crescem dentro dos parâmetros zootécnicos esperados, produzindo ovos contaminados. É difícil detectar um portador assintomático, porque esses eliminam apenas periodicamente o agente através das fezes. As aves adultas não apresentam sintomas externos visíveis da doença. A maior taxa de letalidade na pulorose ocorre em aves de 2 a 3 semanas de idade. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Diarréia branca-amarelada com material branco ao redor da cloaca aglutinando as penas peri-cloacais. • Tristeza, respiração dificultada, penas eriçadas e crescimento retardado 2 - TIFO AVIÁRIO S. Gallinarum causa doença sistêmica em aves domésticas, com curso agudo ou crônico e mortalidade moderada ou alta. Ocorre em qualquer idade, mas com maior frequência em aves adultas. Ocasiona mortalidade significativa e espassada. Observar a taxa de mortalidade inicial, média e final. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Diarréia esverdeada aderida às penas da cloaca • Prostração, sonolência, queda na postura, problemas reprodutivos e mortalidade de até 80% 3 - PARATIFO AVIÁRIO A S. Enteritidis e a S. Typhimurium são mais invasivas e causam infecções septicêmicas, contaminando vários órgãos. A maior ocorrência de paratifo é em animais jovens. É habitada por vários tipos diferentes de animais como répteis, roedores e aves silvestres e migratórias. Transmissão horizontal ou vertical. A transmissão vertical deve-se à contaminação do ovo no trato reprodutivo, por contato com fezes, ao passar pela cloaca. Aves jovens são mais susceptíveis, aumentando sua mortalidade. É comum a morte embrionária. O impacto econômico nessa doença é menor, pois geralmente as aves adultas são assintomáticas ou apresentam baixa mortalidade. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Em aves adultas: • Inapetência, queda de postura e diarreia DIAGNÓSTICO GERAL: • ELISA - não distingue a Salmonella de pulorose ou tifo • Soroaglutinação rápida em placa - utiliza- se o sangue total da ave. É um método inespecífico e não justifica a morte da ave para resultado positivo. É usado como teste de triagem. • Bacteriologia - de baço, fígado, coração, ovário, conteúdo cecal e de saco de gema • Suabes de caixas NECRÓPSIA GERAL: FÍGADO • Hepatomegalia - alteração nos bordos • Congestão hepática • Pontos brancos amarelados e difusos, podendo haver cor enegrecida • Perihepatite - depósito de fibrina CORAÇÃO • Nódulo de cor esbranquiçada no miocárdio • Pericardite - depósito de fibrina OVÁRIO ESQUERDO • Folículo ovariano disforme com conteúdo caseoso no interior • Hemorragia em folículo • Postura intra-abdominal por gemas escoradas - a Salmonella acaba fechando o infundíbulo da ave PREVENÇÃO E CONTROLE: 1 - EXCLUSÃO COMPETITIVA (EC) É usado para descrever a inabilidade de uma população de microorganismos estabelecer-se no intestino devido à presença de outra população. Floras completas indefinidas, tem uma ação melhor, por estas serem formadas por um conteúdo de todas as bactérias benéficas presentes no intestino de aves SPF. Isso diferencia de floras definidas, como probióticos, por exemplo normalmente constituidos por uma ou duas bactérias. O lúmen intestinal das aves possui sítios de ligações não-seletivos para microrganismos. As bactérias de produtos EC, fixam-se na parede intestinal, formando uma barreira protetora, e não deixando desta forma a colonização da mucosa intestinal por bactérias enteropatogênicas. Promovem um efeito físico-protetor. 2 - VACINAÇÃO A utilização da vacinação é dependente do “status de Salmonelose” na granja. Mas a vacinação não é aconselhada como prevenção permanente. PNSA O Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do MAPA, IN 78/2003, contempla que toda granja de reprodutoras de aves deve ser sorológica e bacteriologicamente monitorada para detecção de Salmonella Pullorum, Salmonella Gallinarum, Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium. Estabelecimentos de linhas puras, bisavoseiros e avoseiros devem apresentar-se livres das quatro salmonelas, senão, sacrifício/abate do núcleo e eliminação de todos os ovos. Quando comprovada a ocorrência de pulorose e tifo aviário nos ovos férteis de reprodutoras importadas e aves de linhagens puras, bisavós e avós nascidas no Brasil, o plantel deve ser sacrificado e todos os ovos eliminados, assim como os lotes de matrizes infectadas. Matrizeiros e estabelecimentos que fazem comércio nacional e internacional devem estar livres de S. Gallinarum e S. Pullorum, senão sacrifício/abate do núcleo e eliminação dos ovos. Para S. enteriritidis ou typhimurium devem estar livres ou controladas. Caso haja contaminação ocorre o cancelamento de certificação de “livre de Salmonella” e realização do tratamento das aves. SÍNDROMES METABÓLICAS Essas síndromes são consequência de desarranjos metabólicos e fisiológicos associados com uma taxa de crescimento rápida e são agravadas por situações em que há diminuiçãoda disponibilidade ou aumento da demanda de oxigênio. As síndromes são metabólicas são a Síndrome Ascítica e a Morte Súbita. CAUSAS: SEXO E GENÉTICS Apresentam uma incidência do problema 70% maior nos frangos de corte machos do que nas fêmeas pela curva de crescimento ser mais acentuada nas primeiras semanas de vida. ALTITUDE Altitudes superiores a 2.000m elevam consideravelmente a incidência dos quadros de AS. A diminuição da pressão atmosférica e do nível de oxigênio contido no ar favorecem à afecção. Um menor aporte de oxigênio leva à hipóxia tissular o que induz a ave a lançar mão dos mecanismos compensatórios resultando na ascite. TEMPERATURA Aves mantidas em condições de estresse térmico (tanto acima quanto abaixo da zona de conforto) necessitam utilizar energia para a gênese ou perda de calor. Este aumento na demanda energética pode determinar uma hiperventilação pulmonar devido à utilização do O2 na gênese energética. Durante os meses de inverno (Junho a Agosto) existe uma tendência de aumento na demanda de O2 pela elevação no consumo de ração o que eleva ainda mais a ocorrência desta condição patológica. OXIGENAÇÃO A troca inadequada de ar e o acúmulo de poeira, em suspensão, de gás carbônico e de amônia, são fatores predisponentes ao aparecimento dos quadros de Ascite devido à competição desses gases com a concentração de oxigênio no ar. MANEJO O adequado ajuste dos bebedouros em altura, número e vazão de água, além de minimizarem o desperdício de água, reduzem a umidade da cama reduzindo formação de excesso de amônia que tem reflexos ruins nas vias respiratórias e na própria qualidade da ventilação pulmonar. NUTRIÇÃO Nas atuais dietas de frangos de corte, os níveis nutricionais estão relacionados com a matriz energética da dieta. Uma diminuição do aporte de energia (quantitativa ou qualitativa) previne o aparecimento de ascite, porém determina, pó outro lado, uma redução no desempenho da ave. SÍNDROME ASCÍTICA (SA) A ascite é o acúmulo anormal de líquido nas cavidades celomáticas que comportam os órgãos e estruturas abdominais. A síndrome ascítica está correlacionada com a alta demanda de oxigênio, em vista do rápido crescimento das aves, sobrecarregando os pulmões e o coração, induzindo, desta forma, a falhas cardíacas, danos vasculares, hipoproteinemias, e, secundariamente, falhas renais, que resultam na retenção de eletrólitos. Com a seleção genética para o desenvolvimento muscular e conversão alimentar, a capacidade do aparelho cardio-respiratório foi comprometido devido à relação do coração/pulmão com o peso da ave, a nutrição dos frangos de corte é fundamental contando com as atuais fórmulas de ração, os níveis nutricionais estão relacionados com a matriz energética da dieta. As causas podem ir de uma simples falta de manejo, ao aumento da temperatura juntamente com a baixa umidade do ar, assim causando uma maior frequência pulmonar e forçando o sistema cardíaco a trabalhar intensamente, causando morte por insuficiência cardio-respiratória. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Bico aberto (dispnéia) pela distensão da cavidade celomática pela ascite e causando compressão nos primeiros sacos alveolares • Cianose em crista e barbela • Morte da ave em decúbito esternal • Anorexia NECRÓPSIA • Flutuação de líquido na cavidade celomática (abaixo do osso do peito) • Líquido amarelado que em contato com ar torna-se gelatinoso • Coração - dilatação do lado D • Pulmão - congesto pela hipertensão • Ventrículo/moela - sem conteúdo alimentar • Fígado - congesto pela estase em veia- porta SÍNDROME DA MORTE SÚBITA (SMS) Acomete especialmente linhagens pesadas de frangos e perus, que foram melhorados para crescimento rápido. Essas linhagens apresentam distúrbios fisiológicos no sistema cardiorrespiratório, que culmina com fibrilação cardíaca e com a parede da aorta frágil, causando a morte da ave. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Não há manifestações clínicas prévias. Quando ocorre a ruptura da aorta a ave leva de 15-30min para morrer • Morte em decúbito dorsal com as patas esticadas NECRÓPSIA • Sangue coagulado perto do coração pela ruptura da aorta • Moela com conteúdo alimentar DOENÇAS VIRÁIS: INFLUENZA AVIÁRIA (IA) Gripe Aviária (H5N1). É uma doença infecciosa aguda altamente contagiosa descrita em diversas espécies animais inclusive, em humanos, causado pelo vírus da influenza tipo A. É uma doença de notificação obrigatória para o MAPA e OIE. Apesar do vírus possuir vários subtipos (16 subtipos H e 9 subtipos N), somente os subtipos H5 e H7 é que podem se tornar patogênicos, ou seja, os vírus, H5 e H7, são introduzidos nos bandos de aves de criatórios em sua forma pouco patogênica. Quando é permitido que circulem nas populações de aves de criatórios, os vírus podem sofrer mutações, geralmente dentro de poucos meses, para a sua forma altamente patogênica. Além de causar uma mortalidade de 100% nas aves infectadas, os subtipos patogênicos quando presentes, normalmente, vêm na forma de epidemias com ataques súbitos e rápida disseminação em uma região geográfica, como acontece na Ásia, África e Europa, causando prejuízos econômicos a esses países e infectando acidentalmente o ser humano. ETIOLOGIA É causada pelo vírus da família Orthomyxoviridae A, B, C e o Thogotovirus. São vírus RNA, envelopados, com filamentos-negativos que podem ser distintos da base de diferentes antígenos em nucleocapsídeos (N) e proteínas de matriz (M). Os envelopes contêm projeções rígidas (spikes) de hemaglutinina (H) e neuroaminidase (N). Contudo, os vírus que atacam a espécie humana se unem, preferencialmente, aos resíduos de ácidos siálicos juntos a galactose por um receptor chamado a - 2,6, predominantemente, presente nas células epiteliais do trato respiratório do homem. Os vírus que atacam as aves preferem os receptores chamados a - 2,3 que se encontram em seu epitélio intestinal. Esta especificidade explica a dificuldade de transmissão do vírus influenza para outras espécies, entretanto nos epitélios de porcos e frangos estão presentes os dois tipos de receptores (a -2,6 e a -2,3), facilitando, co- infecções e reordenamento genético que se traduzem na emergência de novas variantes. EPIDEMIOLOGIA O Vírus da influenza aviária está distribuído por todo o mundo desde 1959 causando infecções sintomáticas e assintomáticas em várias espécies de vertebrados, incluindo uma grande variedade de aves como patos, gansos, andorinhas, pardela, gaivota, galinhas, codorna, perus e faisão, assim como em suínos, cavalos, baleias, gibão, babuínos, chimpanzés e humanos e estudos filogenéticos da gripe aviária revelam que as aves aquáticas são as fontes da doença para as outras espécies. Os principais vetores da doenças são as aves aquáticas, principalmente durante a migração. Entretanto, para que ocorra infecção nas aves domésticas é necessário que essas entrem em contato com o vírus. No ciclo natural do vírus, ocorre primeiro a transmissão das aves silvestres para as aves comerciais ou aves domésticas e dessas para os suínos e, eventualmente, para o homem. A transmissão ao homem é geralmente feita por empregados que trabalham na própria granja. É uma doença de contaminação ocupacional. A influenza aviária é considerada uma zoonose, o que representa preocupação permanente aos agentes de saúde pública, uma vez que alguns subtipos, tais como H5N1, H9N2, H7N7 e H7N2 já foram transmitidos diretamente de aves domésticas para humanos. O subtipo H5N1 tem-se mostrado altamente patogênico aos seres humanos, ocasionando doença severae óbitos, havendo grande preocupação de que o vírus possa adquirir a capacidade de transmissão direta entre humanos, o que neste caso, poderia resultar em uma nova pandemia mundial de gripe. A introdução desta doença num país pode ocorrer, entre outros, por: tráfego de passageiros; importação de animais (vivos, material de multiplicação, produtos para consumo humano e animal e produtos para uso industrial e farmacêutico); produtos biológicos; descarte de bordo; aves migratórias; correspondência postal. A doença se espalha de um país para outro através dessas aves migratórias, que são resistentes à infecção e que em determinadas épocas migram de um país para outro e, ainda, com o comércio internacional de aves vivas e seus produtos. Dentro do país a doença se espalha através das fezes e secreções respiratórias de aves migratórias/silvestres que contaminam o solo, ar, água ou através do contato direto com aves de fundo de quintal ou industriais. As fezes e a água contaminada podem chegar aos animais confinados ou através de equipamentos, veículos, pessoas. A transmissão entre diferentes espécies de aves se dá por contato direto ou indireto das aves domésticas com aves aquáticas migratórias (principalmente patos selvagens), as quais, como já mencionado, são reservatórios naturais do vírus e também mais resistentes às infecções, por causa disso, elas são as principais causas das epidemias. A exposição direta a aves infectadas ou a suas fezes (ou à terra contaminada com fezes) pode resultar na infecção humana. As aves e as pessoas se infectam por inalação ou ingestão do vírus presente nas fezes e secreções (corrimento nasal, espirro, tosse) das aves infectadas. PATOGENIA É uma doença sistêmica relacionada, basicamente, ao trato respiratório e, com relação a isso, não existe grande diferença das manifestações do vírus da influenza que tradicionalmente causa gripe nos humanos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O período de incubação da Influenza Aviária para o aparecimento dos sinais em aves pode variar de poucas horas até 3 (três) dias. • Problemas respiratórios - dispnéia, pescoço esticado e edema de face • Problemas neurológicos - deitar-se em decúbito lateral com pernas esticadas ou em pedalagem e torcicolo • Piloereção e olhos fechados DIAGNÓSTICO Para confirmação do diagnóstico de influenza é necessário realizar o isolamento do vírus assim como caracterização do subtipo do vírus e a determinação do seu grau de patogenicidade. Os surtos da doença causam 100% de mortes nas granjas. Exames de laboratório: Em caso de aves vivas, deve ser colhido sangue para o envio de soro, fezes frescas, suabes de cloaca e de traquéia Necrópsia: Para isolamento e identificação do vírus devem ser obtidas amostras a partir da necropsia de aves vivas com sintomas clínicos e daquelas aves que morreram com sintomas clínicos sugestivos da influenza aviária • Esplenomegalia • Hemorragia em tonsila-fecal • Hemorragia em folículo ovariano VACINAÇÃO Não há e não é permitido a vacinação no Brasil, pois, além não haver a doença em território nacional, a vacinação de animais permite a entrada do agente nas granjas e, assim, seu controle e titulação. A ave sem anticorpos ou vacina apresenta titulação nula. A vacina utilizada em países com registro confirmado é inativada ou recombinante. PCS: EPICENTRO DA DOENÇA No foco, estabelecimento no qual foi constatada a presença de uma ou mais aves afetadas pela doença, e cujos limites serão estabelecidos pelo serviço oficial, deverão ser implementadas as seguintes medidas • Instalação de um sistema de desinfecção de materiais e veículos que devam entrar/sair da propriedade • Proibição do movimento a (entrada e saída) de qualquer tipo de animal existente na propriedade • Sacrifício imediato, no local, de todas as aves presentes no estabelecimento avícola • Composição de equipe de trabalho constituída por pessoas que não terão posteriormente contato com aves, pelo período mínimo de sete dias após a tarefa (esta equipe não pode incluir vizinhos, outros avicultores ou agricultores)providenciar os equipamentos necessários para realizar as tarefas que permitirão a completa e segura destruição das aves (dependendo do número de aves: retroescavadeira, pá mecânica, caminhão do tipo caçamba, sacos plásticos reforçados, combustíveis líquidos, lenha, outros) • Destruição de todas as aves que tenham morrido no surto ou tenham sido sacrificadas, assim como da carne de todas as aves provenientes da granja e abatidas durante o período de incubação da doença. • Os ovos e os subprodutos produzidos durante o período provável de incubação da doença, também deverão ser destruídos limpeza e desinfecção de todas as áreas da propriedade MÉTODOS DE SACRIFÍCIO Métodos de atordoamento: • Injeção de gás carbônico (CO2) ou monóxido de carbono (CO) em grupos de aves amontoadas sob uma lona plástica, ou colocadas em grupos de 15-20 aves em saco plástico reforçado, sendo utilizado aproximadamente meio cilindro de 45 Kg para cada 3 metros³ de ambiente, por 30 a 45 segundos • Embolia gasosa por injeção de ar no sistema circulatório • Eletrocussão • Uso de drogas via água de bebida Métodos de sacrifício: • Deslocamento cervical • Decapitação ELIMINAÇÃO DE CARCAÇA E RESÍDUOS Uma das formas mais seguras de destruição das aves é enterrá-las dentro do perímetro da propriedade. Ademais, o mesmo local pode servir para a eliminação de outros materiais como: cama de aviário, ração, ovos, papelão. O tamanho da vala deve ser planejado em função do volume de material a depositar, sendo que 3 x 2 x 2 m = 12 m³ suporta aproximadamente 3.000 aves ou 6.000kg. O ideal será realizar uma escavação em forma de valeta e após colocar as carcaças, que não devem ser enterradas dentro de sacos plásticos, cobrir com uma camada de terra, de no mínimo, um metro de altura, até atingir o nível do solo, acrescentando ainda 50 a 80 cm de terra acima deste nível, com largura maior que a da vala, conforme demonstra a figura adiante. A cama dos aviários, que muito provavelmente conterá grande quantidade de vírus, deverá ser enterrada junto com as aves, o mais próximo possível do aviário, o que auxiliará a decomposição dos animais. DOENÇA DE NEWCASTLE O vírus da ND é um membro da família Paramyxoviridae (PMV-1/APMV-1) com 5 tipos de cepas diferentes. Existem amostras altamente virulentas, amostras intermediárias e amostras de baixa virulência desse vírus. Essas amostras são classificadas de acordo com patogenicidade em galinhas de apresentação aguda e letal. Os panótipos velogênicos são os mais letais e que demandam sacrífico da granja. • Panótipo Velogênico Viscerotrópico (hemorragia em TGI) • Panótipo Velogênico Neurotrópico (sinais nervosos e respiratórios) A doença não está presente em nível industrial pelas medidas de biosseguridade adotadas, porém é uma ameaça existente em propriedades com pequenas criações de galinhas e endêmicas na África, Ásia e México. EPIDEMIOLOGIA Além das espécies aviárias, a infecção pelo vírus da Doença de Newcastle tem sido descrita também em outras espécies, incluindo répteis e o homem. É uma zoonose causadora de conjuntivite em humanos. A transmissão ao homem é por contaminação ocupacional. A transmissão é feita por contato direto por inalação ou ingestão de partículas virais (fômites e aerossóis). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: VELOGÊNICO VISCEROTRÓPICO • Altos índices de mortalidade (100%) • Apatia e debilidade • Diarréia verde-brilhante • Problemas respiratórios VELOGÊNICOS NEUROTRÓPICOS • Mortalidade de 90% • Problemas respiratórios • Sinais neurológicos - queda de asas, arrastamento de pernas,torcicolo, paralisia fláscida do pescoço e posição opistótono (olhar para as estrelas) DIAGNÓSTICO Os métodos tradicionais de detecção e diferenciação do vírus da Doença de Newcastle são baseados no isolamento viral usando ovos embrionados de galinha, seguidos de testes “in vivo” para a determinação da patogenicidade. Os testes usados rotineiramente para a definição dos patótipos são: Índice de Patogenicidade Intracerebral (IPIC) em pintos de um dia, Índice de Patogenicidade Intravenoso (IPIV), em aves com seis semanas de idade e Tempo Médio de Morte Embrionária (TMME), em embriões de galinhas. IPIC: A denominação da Doença de Newcastle oficial, de acordo com a OIE é infecção pelo Paramixovirus aviário-1 com índice de patogenicidade intrecerebral (IPIC) maior ou igual a 0,7. A coleta de exames deve ser feita em aves vivas e mortas e a sorologia deve ser comparada com o calendário de vacinação. Necrópsia: • Linha de intersecção hemorrágica entre proventrículo-moela VACINAÇÃO Vacinas vivas-atenuadas: • B1 • La Sota - causa reação pós-vacinal na primeira aplicação por ser a vacina menos atenuada, torna o lúmen traqueal liso, causando tosse e espirro. Utilizar apenas para revacinação. • VG-GA • Ulster 2C Vacinas inativadas: • Apenas para galinhas poedeiras de longo período de criação BOUBA AVIÁRIA Doneça causada pelo Poxvírus Aviário pertencente ao gênero Avipoxvírus, é comum em aves comerciais, de estimação e selvagens. No Brasil é conhecido como “Pipoca”. EPIDEMIOLOGIA A transmissão é feita pelo contanto direto ou indireto com animais e fômites contaminados. O carreador da doença é feito por mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus transmissores, além de do ácaro Dermanyss gallinae. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: FORMA CUTÂNEA • Nódulos enegrecidos (verrugas secas) em áreas glábeas (crista, barbela, pálpebras, canto do bico e ao redor da cloaca) FORMA DIFTÉRICA É a evolução da forma cutânea: • Lesões em placas amarelas em cavidade oral VACINAÇÃO Pode ser administrada in ovo entre 18-19° dias de vida embrionária. Em reprodutoras e poedeiras é utilizada a vacina viva atenuada com amostra de vírus de pombo em aves de menos de 6 semanas de vida. A administração é feita por membrana de asa (checar formação de nódulo em aplicação). DOENÇA DE GUMBORO Também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (IBDV). É causada pelo Birnavírus e está presente em todas as áreas produtoras de aves. A IBD é uma infecção viral aguda e altamente contagiosa de aves jovens, que afeta particularmente o tecido linfóide da Bursa ou Bolsa de Fabrícius (células do tipo B – Linfócitos) – que é um dos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento do sistema imunitário das aves. EPIDEMIOLOGIA A porta de entrada do IBDV, comumente é a via oral, porém pode ocorrer pelas vias respiratória e ocular. O vírus faz replicação primária nas placas de Peyer do intestino, passa pelo fígado, alcança a corrente sangüínea e infecta a Bolsa de Fabrícius em poucas horas (menos de 24 h). A viremia prossegue e o vírus infecta outros órgãos (principalmente Órgãos Linfóides), sendo que o principal alvo são as células B. A excreção é feita através das fezes de aves infectadas por 10 a 14 dias, resistindo por longo período na cama dos aviários, esterco, ração, água, etc., os quais serão fontes de contaminação para outras aves (ave – ave, lote – lote). Pode ocorrer a forma muito virulenta do vírus (vvIBDV) com mortalidade elevada do lote pela mutação antigênica, o que se difere do IBDV (clássico). Assim, o IBDV, sorotipo 1, pode ser classificado de acordo com sua antigenicidade e patogenicidade em amostras clássicas-virulentas (cv), variantes antigênicas e muito virulentas (vv). O clássico acomete aves de 1 dia a 6 semanas de idade com mortalidade de até 30%. O vvIBDV acomete aves de 1 dia a 18 semanas de idade com mortalidade 90%. DIAGNÓSTICO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Diarréia esbranquiçada • Fase inicial - edema de Bursa com edema gelatinoso amarelado em sua superfície e nefrite • Fase tardia - atrofia da Bursa Necrópsia: • Petéquias hemorrágicas em musculatura • Corte histopatológico da Bursa - depleção linfocitária VACINAÇÃO Para infecções únicas: • Vacina viva atenuada - Intermediária e Intermediária Plus Para infecções de vvIBDV: • Vacina viva atenuada - Forte DOENÇA DE MAREK A doença de Marek é uma patologia tumoral e imunossupressora, causada por um vírus da família Herpesvírus. É uma afecção causada apenas em galinhas. EPIDEMIOLOGIA A transmissão ocorre por via horizontal, através de contado direto e/ou indireto entre aves. A descamação da pele é um importante aspecto da transmissão, pois nos folículos das penas ocorre a replicação primária do vírus, que pode ser veiculado através da poeira do galpão. Já a transmissão vertical não é descrita pela literatura, entretanto, em aves contaminadas, o vírus pode estar presente na casca do ovo devido à contaminação ambiental, de forma que o pintinho pode infectar-se no momento da eclosão. SINTOMAS • Paralisia unilateral ou assimétrica das patas e/ou asas pela infiltração dos linfócitos T nos nervos • Incoordenação e queda de asas • Cegueira, opacificiação da íris e irregularidade da pupila • Foliculite e queda de penas DIAGNÓSTICO Necrópsia: • Espessamento do nervo ciático, com aumento de volume e de coloração amarela • Tumor em órgãos essenciais VACINAÇÃO É essencial vacinar as aves logo após o nascimento ou in ovo, pois a imunidade passiva (anticorpos vindos da mãe) não é transferida de forma eficaz para o pintinho, que terá um período de susceptibilidade à infecção de campo até que seu organismo desenvolva a imunidade ativa induzida pela vacinação. Viva-atenuada: • In ovo • Ao nascimento por SC ou IM BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINAS (BIG) É uma doença disseminada por todo o mundo. O vírus é do gênero Coronavírus. EPIDEMIOLOGIA O VBIG, após um período de incubação de 18 a 36h, é replicado com altos títulos primeiramente nas células epiteliais ciliadas da mucosa do aparelho respiratório, seguindo uma fase de viremia por 1 a 2 dias após a infecção, o que possibilita a distribuição viral para os diversos tecidos para os quais o agente possui tropismo. Eventualmente, o vírus causa os principais danos no aparelho genito-urinário. Os isolados de VBIG, independente do tecido de origem, infectam células ciliadas da mucosa do aparelho respiratório das galinhas e produzem lesões características na traquéia, que é o órgão de eleição para sua multiplicação. Após a infecção, o vírus pode ser excretado via muco, secreções conjuntival e, ou, nasal por um período superior a quatro semanas. As fezes também se caracterizam como uma via de disseminação do agente. Porém, por essa via, o VBIG pode ser eliminado por um período significativamente maior. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Em aves de postura: • Redução na qualidade do ovo. A casca torna-se mole ou sem casca. A clara fica líquida (albúmen aquoso) Em frangos de corte: • Nefrite DIAGNÓSTICO Inoculação da secreção de aves contaminadas em população de ovos controles, caso infectado, ocorre enrolamento fetal ou nanismo do pintinho. VACINAÇÃO • HI20 - é a menos atenuada • H52 - é a mais patogênica, não utilizar como primeira vacinação.
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