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CLÍNICA DE AVES (UAM)

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ANATOMIA 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
A boca e a faringe não são bem delimitadas nas 
aves e, na maioria das espécies, não há palato 
mole. Os dentes estão ausentes e suas funções 
são realizadas pelo bico e pela moela. A cavidade 
oral consiste no bico, língua, glândulas salivares e 
faringe. 
O esôfago e o papo, que são responsáveis pela 
condução do alimento ingerido da faringe até o 
proventrículo e pela reserva ou estocagem do 
mesmo. O papo é um órgão primariamente de 
armazenagem de alimento. 
Em aves, o processo de digestão tem início no 
estômago, o qual é dividido em 2 partes 
funcionalmente distintas: o proventrículo (ou 
estômago glandular) e a moela (ou estômago 
muscular ou ventrículo). 
O intestino das aves pode ser dividido em 
intestino delgado e grosso. 
As glândulas anexas são o fígado e o pâncreas. 
O fígado é bilobado e relativamente grande na 
maioria das aves. O pâncreas consiste, no mínimo, 
em três lobos. A vesícula biliar, se cheia, em 
exame de necrópsia, mostra anorexia por doença 
nas últimas 24h. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O sistema respiratório das aves começa com o 
bico e a cavidade oral. A cavidade oral das aves 
comunica-se ao fundo com a faringe e esta 
conduz à laringe. 
A traqueia, formada por anéis de cartilagem, 
conduz o ar para o sistema respiratório inferior, 
descendo pelo pescoço até a cavidade torácica 
(peito). 
A siringe possui um esqueleto cartilaginoso e 
membranas timpânicas que vibram quando o ar é 
expirado. Essa ramificação da siringe transforma-
se em dois troncos primários, denominados 
brônquios primários intrapulmonares. O 
brônquio esquerdo conduz o ar ao tecido do 
pulmão esquerdo e o brônquio direito ao pulmão 
direito. 
As aves não têm diafragma. Os pulmões são 
relativamente pequenos, não são lobados, 
possuem coloração rosada e, já que não possuem 
diafragma, ficam em contato com os órgãos 
abdominais. O pulmão está bem aderido às 
costelas (o pulmão apresenta “ranhuras” pela 
alta aderência nas costelas). As aves possuem 
nove sacos aéreos: sendo que dois cervicais, um 
clavicular e dois torácicos pertencem ao grupo dos 
sacos aéreos craniais; e dois torácicos caudais e 
dois abdominais fazem parte do grupo dos sacos 
aéreos caudais. Os sacos aéreos em aves 
saudáveis são finos, lisos e transparentes. 
O estresse térmico nas aves gera alcalose 
respiratório, o que diminui a deposição de cálcio 
nos ovos, os deixando finos e quebradiços. 
 
 
CLÍNICA DE AVES 
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Entre as fêmeas das aves, ambos os ovários e 
ovidutos, direitos e esquerdos, estão presentes 
desde a vida embrionária; mas, em galinhas e nas 
fêmeas de perus e gansos domésticos, os órgãos 
direitos regridem cedo no desenvolvimento e 
apenas o lado esquerdo se desenvolve. 
Nas aves, apenas um único folículo ovula, e o 
óvulo (gema) é liberado, mas dentro de um 
intervalo mais curto (geralmente, todos os dias). 
Nas aves, os folículos grandes e amarelos, 
destinados à ovulação, estão organizados dentro 
de uma hierarquia. O ovário apresenta folículos de 
tamanhos variados e sua hierarquia é estabelecida 
principalmente pela regressão dos folículos 
pequenos. 
O ovo da ave, no momento em que, é posto, deve 
ser capaz de sustentar o crescimento embrionário 
e fetal. Ele contém nutrientes na gema, albumina e 
casca. Além disso, contém água e membranas 
protetoras e é envolvido pela casca protetora. 
O ovo inicia sua formação no ovário e vai se 
completando à medida que caminha nos diferentes 
compartimentos do oviduto por um tempo médio de 
25 horas. 
Uma galinha ovula um folículo a cada 25 horas 
durante 10 a 15 dias seguidos (esse período é 
chamado ciclo). A galinha repete esses ciclos ou 
sequências de postura indefinidamente. Os ciclos 
são separados por um intervalo de um ou mais 
dias, quando há falha na ovulação, e, 
consequentemente, a galinha deixa de colocar ovo 
no dia seguinte, para então começar um novo 
ciclo. 
O primeiro ovo de um ciclo é colocado ao 
amanhecer e as oviposições seguintes ocorrem 
sempre um pouco mais tarde nos dias sucessivos. 
O infundíbulo é uma estrutura tubular de 4 a 10 
cm, de parede fina, com região cônica, seguindo-
se por outra tubular com pregas em espiral suave, 
sendo percorrido pelo ovo em formação em cerca 
de 15 minutos. Apresenta uma mucosa pouco 
pregueada e tem como funções: captar o ovócito 
(gameta feminino); servir de sede para a 
fecundação; lubrificar a mucosa para a passagem 
do ovo e formar as calazas (proteínas mucinas 
retorcidas que mantêm a gema no centro do ovo). 
O magno é também chamado de glândula 
albuminífera. Possui estrutura tubular, de parede 
mais espessa, com 20 a 48 cm de comprimento (é 
a parte mais longa do oviduto), rico em glândulas 
tubulares dentro das pregas longitudinais da 
mucosa. O ovo em formação percorre o magno por 
cerca de 3 horas. Tem como funções a formação 
da base do albúmen e a adição de mucina e da 
maior parte do Na, Ca e Mg. 
O istmo é a menor porção do oviduto (10 a 15 
cm). Tem como função a formação das camadas 
interna e externa do ovo, completando a parte final 
da camada externa do albúmen. 
O útero tem função de formar a casca do ovo, 
onde este permanece por 18 a 22 h e recebe uma 
cobertura de carbonato de cálcio, proteínas, 
pigmentos, cutículas e outros componentes da 
casca. Depois, então, o ovo é expelido por 
contrações de sua musculatura lisa. 
 
 
 
 
 
 
 
NECRÓPSIA EM AVES 
A necrópsia deve ser realizada de forma ordenada, 
sistemática e completa. Posicionar o animal em 
decúbito dorsal. 
EXAME EXTERNO: 
CABEÇA 
Crista e barbelas: a crista e as barbelas devem 
ser examinadas atentando para desenvolvimento, 
cor e presença de lesões. 
Olhos: os olhos da ave devem ser examinados 
para qualquer anomalia que possa produzir 
cegueira ou alteração das pálpebras e da região 
próxima aos olhos. 
Narina e Sinus: devem ser examinados para 
pesquisa de exsudato. 
Cavidade Oral: a orofaringe da ave deve ser 
examinada abrindo-se seu bico com o dedo 
indicador sobre o bico superior e o polegar sobre o 
bico inferior. Estendendo-se o pescoço da ave e se 
observando a face inferior do pescoço é possível 
visualizar o interior da traquéi. 
PERNAS 
Observar a presença de parasitas externos, tais 
como piolhos e carrapatos. Isto é efetuado 
levantando as penas e examinando suas bases. As 
penas de vôo primárias da ave devem ser 
examinadas, continuando o exame até a cloaca. 
JARRETE E PÉS 
Examinar os jarretes da ave para qualquer 
evidência de inchaço que possa relatar artrite e 
examinar os pés para evidência de anomalias, 
compactação de fezes e crescimento de unha. 
EXAME INTERNO: 
Primeiramente, coloca-se a ave deitada na mesa 
sobre o seu dorso, depois se molha o peito para 
controlar as penas durante o procedimento da 
necropsia. Deve ser feita uma incisão sobre o lado 
medial da coxa, estendendo-a até a porção 
anterior nos dois lados. Neste ponto, a articulação 
coxofemoral deve ser desarticulada rotando-se a 
perna lateralmente, em ambas os lados. 
 
PESCOÇO, TRAQUÉIA, ESÔFAGO E TIMO 
A pele sobre a musculatura do peito deve ser 
retirada e a incisão estendida através do pescoço 
da ave, inserindo-se a faca no tecido cutâneo do 
pescoço e cortando-se até a mandíbula inferior. A 
pele é incisada e refletida para trás. Neste ponto, 
traquéia, esôfago, nervo vago, e timo são 
examinados. 
PERNA 
Nervo ciático: o nervo ciático é exposto 
levantando-se o músculo superficial sobre o lado 
medial da coxa. 
Músculos: a musculatura da perna é examinada 
para a evidência de hemorragia ou de 
descoloração. 
Articulações da perna e ossos: As articulações 
dos dedos, o jarrete e o joelho são examinados 
para a evidência de inchaço e são abertos à 
procura de exsudato. A epífise distal do fêmur é 
cortada e a placa de crescimentoe a medula 
óssea são examinadas. 
OSSO DO PEITO 
Usando tesouras serreadas, fazer um corte na 
extremidade do osso esterno, sendo este corte 
continuado até exatamente acima da articulação 
costo-condral, através da entrada torácica, 
cortando o osso coracóide. 
SACOS AÉREOS 
Os sacos aéreos podem ser examinados após o 
osso do peito ter sido cortado sobre um lado. Os 
sacos aéreos da ave são estruturas membranosas 
muita finas transparentes, exceto pela deposição 
de pequenas quantidades de gordura na ave sadia. 
CORAÇÃO E FÍGADO 
A junção do saco pericárdico ao esterno é rompida 
e o esterno removido por si só. Neste ponto, o 
coração e o fígado são expostos e amostras para o 
exame bacteriológico podem ser coletadas usando 
um swab para perfurar o fígado. 
 
 
 
 
REMOÇÃO DO TGI 
Depois do exame dos sacos aéreos, coração, e 
fígado, o trato gastrointestinal é removido da 
cavidade. Eles são removidos inserindo o dedo 
indicador e o médio em torno da moela, que é o 
estômago muscular da ave, e refletindo-a para 
frente. 
PROVENTRÍCULO E BAÇO 
Com a remoção do trato gastrointestinal, o 
proventrículo e o baço (estrutura ovóide) são 
expostos. Em algumas aves, como em pombos, o 
baço pode ser em formato colunar. 
ALÇA DUODENAL, PÂNCREAS E 
DIVERTÍCULO DE MECKEL 
Imediatamente após a moela, nós encontramos a 
alça duodenal e o pâncreas. Outra estrutura de 
interesse está localizada na porção média do 
intestino delgado: uma pequena proeminência 
chamada Divertículo de Meckel, a qual 
corresponde ao ponto de junção da gema no 
período de desenvolvimento embrionário. 
BURSA E FABRICIUS 
Na porção final do intestino, sobre a parede dorsal 
da cloaca, está localizada a Bursa de Fabricius: 
receptáculo comum para os tratos gastrointestinal, 
urinário e reprodutivo. A Bursa de Fabricius é um 
órgão linfóide onde são formados os linfócitos B, 
responsáveis pela produção de anticorpos. Este 
órgão está presente em aves saudáveis até eles 
alcançarem a maturidade sexual. O intestino pode 
ser cortado agora e deixado de lado para exame 
posterior. 
GLÂNDULA TIREÓIDE E PARATIREÓIDE 
Antes de remover o coração, siga as carótidas e 
encontre as glândulas tireóide e paratireóide 
associadas com elas. 
CORAÇÃO E FÍGADO (2) 
Neste ponto, nós examinamos o coração e fígado 
e coletamos amostras para histopatologia, se 
considerado necessário. 
PULMÕES 
Após a remoção do coração e do fígado, os 
pulmões podem ser observados. Estes órgãos não 
são mantidos por pressão intratorácica como nos 
mamíferos, mas por junção às estruturas 
adjacentes, e ao menos que estas junções sejam 
rompidas, o pulmão da ave não irá colabar. O 
pulmão é separado da caixa torácica usando a 
extremidade romba da tesoura ou os dedos. Uma 
vez que o pulmão tenha sido removido das 
costelas, as junturas costo-vertebrais, e os nervos 
costais se tornam visíveis. 
PLEXO BRAQUIAL 
Anterior às costelas, junto à última vértebra 
cervical, nós encontramos o plexo braquial. 
GÔNADAS, ADRENAIS E RINS 
Imediatamente posterior aos pulmões, nós 
encontramos as gônadas, um par de testis no 
macho, e um ovário (esquerdo) na fêmea; as 
adrenais, que são amareladas e de forma 
triangular; e os rins que são multilobulados. Três 
lóbulos do rim são aparentes: pronefros, 
mesonefros, e posnefros. As gônadas e as 
adrenais são encontradas no final anterior do 
pronefros. Amostras de tecido renal podem ser 
obtidas neste momento, desde que o rim seja 
parcialmente retirado quando examinando o plexo 
lombosacral. 
PLEXO LOMBRO-SACRAL 
Ele se situa abaixo do mesonefro, e esta parte do 
rim tem que ser removida para expor o plexo. A 
melhor maneira de expor o plexo é pressionando 
parte do tecido renal com a extremidade dos 
dedos. O plexo é formado por várias ramificações 
da medula espinhal, e duas destas ramificações 
formam o nervo ciático. 
PROVENTRÍCULO E MOELA 
Separe os estômagos glandular e muscular do 
intestino, e corteos para abrir. Coloque a ponta da 
tesoura dentro da abertura do proventrículo, e 
abra-o. Repita o mesmo procedimento com a 
moela. Remova o conteúdo da moela, e se 
necessário lave cuidadosamente para examinar o 
revestimento do órgão. O proventrículo é 
primariamente glandular por natureza. A moela, 
por outro lado, tem uma cutícula queratinosa 
secretada por uma mucosa subjacente. Examine o 
revestimento queratinoso para observar a 
integridade e a coloração da mesma. Removaa e 
examine a mucosa. 
 
INTESTINO 
Comece abrindo o intestino no duodeno e siga-o 
através de toda a sua extensão, incluindo o ceco 
no exame. Observe lesões coccidianas e vermes 
cilíndricos ou chatos. Raspe a mucosa intestinal 
com uma lâmina, e examine-a no microscópio 
quanto à presença de ovos de coccídios ou 
vermes. 
ESÔFAGO 
Com o braço rombudo da tesoura, corte o bico da 
ave junto da comissura do mesmo. Continue o 
corte percorrendo o esôfago em toda a sua 
extensão até o inglúvio. 
FENDA DO PALATO, TURBINADOS E 
SINUS INFRAORBITÁRIO 
Examine a cavidade oral e a fenda do palato. Corte 
através do bico, ao nível da narina para expor os 
turbinados, e continue o corte através dos 
turbinados até o sinus infraorbitário procurando por 
evidência de exsudato. 
TRAQUÉIA 
Coloque o braço pontudo da tesoura na laringe, e 
corte abrindo este órgão, sem separá-la do corpo 
da ave. Uma vez que a traquéia tenha sido 
cortada, seu lúmen pode ser exposto deslizando a 
tesoura para cima e para baixo. No ponto de 
bifurcação da traquéia, dentro dos dois principais 
brônquios, nós encontramos a laringe caudal ou a 
siringe. A siringe é o órgão vocal das aves. 
CÉREBRO 
Para examinar o cérebro, e obter amostras, é 
necessário remover parte do crânio. Isto é 
facilmente realizado cortando em torno do topo da 
cabeça da galinha, começando no forame magno. 
 
 
BIOSSEGURIDADE 
A única maneira de se manter sistemas de 
produção e seus respectivos rebanhos comerciais 
livres ou controlados no que diz respeito à 
presença de agentes de enfermidades de impacto 
econômico na produtividade e/ou perigosos para a 
saúde pública (zoonoses) é através da utilização 
de um efetivo programa de biosseguridade. 
Biosseguridade significa o estabelecimento de um 
nível de segurança de seres vivos por intermédio 
da diminuição do risco de ocorrência de 
enfermidades agudas e/ou crônicas em uma 
determinada população. São procedimentos 
desenhados para principalmente prevenir a 
entrada e a disseminação de enfermidades em um 
sistema de produção animal ou manter sob 
controle doenças existentes no sistema. É 
aplicável em qualquer espécie de animal. 
Principais objetivos: 
1 - Controle da multiplicação de agentes biológicos 
endêmicos. Um crescimento descontrolado na 
população destes organismos poderá ocasionar 
um efeito negativo crônico (diminuição) na 
desempenho e produtividade dos rebanhos. 
2 - Prevenção da contaminação dos rebanhos por 
organismos altamente contagiosos e 
potencialmente letais. Estes podem ter efeitos 
devastadores no sistema de produção 
3 - Controle (e prevenção) daqueles agentes 
infecciosos de importância na saúde pública 
(zoonoses). A presença de alguns destes agentes, 
por exemplo salmonelas, pode passar 
desapercebida porque nem sempre irão afetar o 
desempenho dos animais contaminados. 
4 - Controle (e prevenção) daqueles agentes 
infecciosos de transmissão vertical que podem não 
somente afetar o desempenho e a produtividade 
da progênie como podem ser facilmente 
disseminados em uma grande área geográfica e 
afetar muitos sistemas de produção 
independentes. 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO DE DESAFIO E RISCOS 
É necessário que seja realizada uma análise e 
definição dos riscos e desafios aos quais o sistema 
de produção de frangos está sujeito. 
• Quais os desafios à saúde do rebanho 
(presença de agentes etiológicos e/ou 
ocorrência de sintomatologia e doença 
clínica)que devem ser prevenidos e/ou 
controlados pelo programa de 
biosseguridade para evitar perdas de 
produtividade e lucratividade? 
• Quais as doenças (e seus agentes) que 
devem ser prevenidas e/ou controladas por 
força de legislação? 
• Quais as doenças (e seus agentes 
etiológicos) que devem ser prevenidas e/ou 
controladas por força de exigência de 
clientes estrangeiros importadores? 
• Quais as doenças (e seus agentes 
etiológicos) que devem ser prevenidas e/ou 
controladas por força de exigência de 
clientes nacionais? 
• Quais as doenças (e seus agentes 
etiológicos) com possibilidade de 
tornaremse, a curto ou médio prazo, de 
controle obrigatório (por exemplo, 
Campilobacter sp.) devem ser prevenidas 
e/ou controladas por força de legislação? 
• Quais as possíveis formas de entrada e 
manutenção/perpetuação (epidemiologia) 
destas doenças (e seus agentes 
etiológicos) no sistema de produção? 
• Quais as falhas do sistema de produção em 
questão com base nas respostas das 
questões anteriores? 
 
 
 
 
 
LOCALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DAS 
INSTALAÇÕES 
A posição geográfica da granja e posicionamento 
dos galpões devem ser cuidadosamente 
analisados, pois têm um impacto na higiene e no 
equilíbrio da saúde na granja. 
A granja deve estar situada em local tranquilo e 
distante de outras criações, protegida por barreiras 
naturais e físicas. 
Há certas regras, que devem ser aplicadas para 
determinar o melhor local para montar a granja, 
como: construir as granjas o mais longe possível 
de outras granjas comerciais, para evitar a 
propagação de patógenos; ter o conhecimento da 
direção predominante dos ventos, para que a 
ventilação uniforme e controlável possa ser 
proporcionada; evitar construir a granja próxima a 
cursos de água, açudes ou lagos e passagens de 
caminhões que transportam outras aves. 
Reflorestamentos com árvores não frutíferas (para 
não haver atração dos pássaros frugíveros), matas 
naturais, bem como a presença de elevações 
topográficas. 
 
CONTROLE DE ENTRADA DE PESSOAS 
O vetor mais comum de problemas de saúde para 
as aves é o homem. É necessário restringir e 
monitorar visitas. Todas as pessoas, veículos, 
máquinas e equipamentos que entram na granja, 
devem passar pela área de apoio central e seguir 
todos os procedimentos de desinfecção. 
O carregamento e o descarregamento de animais 
é, provavelmente, uma das formas mais comuns 
de introdução de doenças em um sistema de 
produção. Sempre que possível, o trânsito de 
caminhões transportando animais ou alimentos 
deverá ser realizado nas primeiras horas da 
manhã. 
Qualquer veículo que por algum motivo precise 
entrar na granja deve ser lavado e desinfetado no 
portão da entrada. 
LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS 
INSTALAÇÕES 
“Programa de limpeza e desinfecção”. Os 
programas de biosseguridade bem como as etapas 
de limpeza, desinfecção e vazio sanitário visam 
reduzir as condições que favorecem a viabilidade 
dos microorganismos no ambiente. 
A limpeza pode ser subdividida em limpeza seca e 
limpeza úmida. A limpeza a seco deve ser 
realizada logo após a saída do lote, retirando-se os 
equipamentos e demais utensílios do aviário, 
dessa forma restos de ração dos comedouros, 
assim como, desmontar e/ou suspender os 
equipamentos, retirar toda a cama, esvaziar e 
limpar os silos, varrer o teto, paredes e etc. Em 
seguida deve-se lavar o aviário, estrutura e 
equipamentos com solução de água sob pressão e 
detergente. 
Os princípios ativos mais utilizados na produção 
animal são os compostos de amônia quaternária, 
fenóis, compostos liberadores de halogênios, 
aldeídos, compostos iodados, álcoois e ácidos, 
além do cresol e do peróxido de hidrogênio. 
VAZIO SANITÁRIO 
É o período compreendido entre a limpeza e 
desinfeção do aviário e o alojamento do lote 
seguinte. Complementar à limpeza e desinfecção, 
o vazio das instalações entre lotes, é determinante 
para o sucesso dos procedimentos de 
higienização. 
FUMIGAÇÃO 
A fumigação é obtida com a queima de pastilhas e 
pó, de diversas composições. O formaldeído vem 
sendo utilizado há anos como fumigante de amplo 
espectro. 
QUALIDADE DE ÁGUA E RAÇÃO 
Água de beber é de extrema importância, não só 
porque sua composição pode ser um impacto nos 
desempenhos zootécnicos em termos de 
crescimento e da qualidade final do produto. 
A água também é usada como veículo para a 
distribuição de produtos medicinais e para a 
vacinação, portanto, água de má qualidade terá 
consequências desfavoráveis para a granja. 
A água fornecida na granja deve ser abundante, 
limpa, fresca, isenta de microorganismos 
patogênicos. 
A ração pode ser uma importante fonte de 
contaminação na criação de aves quando 
colonizadas por agentes da salmonelose, 
micotoxicose e colibacilose. 
CONTROLE DE VETORES 
Aviários e locais para armazenamento de 
alimentos ou ovos, devem ser mantidos livres de 
insetos e roedores. Roedores, pássaros, moscas, 
mamíferos silvestres e domésticos e animais de 
estimação constituem uma das mais importantes 
fontes de transmissão de enfermidades nas 
granjas. Todos devem ser controlados e mantidos 
o mais distante possível das instalações. 
Os roedores causam enormes prejuízos 
econômicos, não apenas pela ingestão dos 
alimentos, mas também porque estragam três 
vezes mais o volume que consomem. Além dos 
prejuízos relacionados aos alimentos, os roedores 
também causam danos à estrutura das instalações 
e equipamentos dos aviários, contaminação 
microbiológica da ração, água, meio ambiente e 
animais, além da mutilação das aves jovens. 
 
DESTINO DE AVES MORTAS 
Carcaças de animais mortos constituem um grande 
risco para a entrada de doenças no aviário, seja 
pela atração de vetores e/ou pelo aumento da 
pressão de infecções nas instalações. 
Quando um lote de aves apresenta história de 
enfermidades de alto risco, tanto para as aves 
(Doença de Newcastle, tifo, pulorose) como para a 
saúde pública (presença de outras salmonelas, 
especialmente S. enteritidis), é necessário que 
seus dejetos (cama ou fezes) recebam um 
tratamento especial, a fim de que esses 
microorganismos sejam destruídos. Em caso de 
Newcastle, o melhor é a incineração. Em se 
tratando de Salmonella spp., podese fazer a 
compostagem desses resíduos, incluindo também 
as aves mortas. Há também o uso devido de 
fossas e valas. 
 
 
MONITORAMENTO SANITÁRIO 
métodos para verificar situações através do tempo 
e quando são constatados desvios, devem ser 
implantadas ações corretivas. As monitorias 
sanitárias praticadas podem ser dirigidas aos 
animais, ao ambiente onde os animais são 
alojados e aos insumos que são utilizados no 
sistema de produção (água, rações ou 
imunobiológicos). 
Os objetivos de um programa de monitorização 
são: estabelecer as expectativas de títulos de 
anticorpos esperados como resposta ao programa 
utilizado, avaliar a qualidade do método de 
aplicação da vacina e os possíveis desafios por 
agentes patogênicos presentes no campo e ainda, 
poder vislumbrar as inter-relações entre os títulos 
de anticorpos e os parâmetros de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VACINAÇÃO EM AVES 
Vacinas são substâncias sintetizadas a partir do 
agente infeccioso (antígeno) ou fragmento desse 
contra o qual se quer induzir proteção. Esses 
agentes estimulam o sistema imunológico a 
produzir anticorpos. É um método de imunização 
ativa. 
TIPOS DE VACINAS: 
VIVA ATENUADA 
Compostas de microrganismos vivos atenuados 
em laboratório que devem ser capazes de 
multiplicarem-se no organismo hospedeiro para 
que possa ocorrer a estimulação de uma resposta 
imune. Essa resposta imune ao microrganismo 
atenuado é idêntica a produzida pela infecção 
natural, pois o sistema imune é incapaz de 
diferenciar entre uma infecção pelo microrganismo 
vacinal e o microrganismo selvagem.A 
multiplicação do microrganismo vacinal não 
costuma ser capaz de causar doença. Tem rápida 
resposta imunológica (até 21 dias). 
Pode ser administrado por vias individuais e 
massais, produzem boa resposta imune, mas 
representam riscos de virulência ou contaminação 
residual. São usados, primeiramente, em doenças 
endêmicas. 
INATIVADAS 
Compostas de microrganismos inativados em 
que correspondem que estes não mais se 
encontram vivos, logo incapazes de multiplicarem-
se. A resposta imune à vacina inativada é 
principalmente humoral, com pouca ou nenhuma 
imunidade celular. A aplicação da vacina é feita 
com um adjuvante irritante para atrair leucócitos. 
Esse tipo de vacina tem a titulação mais demorada 
(não utilizar em frangos de corte). 
É de administração individual, de menor risco e 
de melhor uniformidade. 
RECOMBINANTES (VETORIZADAS) 
É obtida por engenharia genética, por inserção de 
um gene que produz uma proteína imunogênica 
em um microrganismo. Por exemplo, a vacina 
contra a Hepatite B que contém o antígeno da 
superfície do vírus dessa hepatite. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: 
VIAS MASSAIS 
VIA ORAL: 
1 - ÁGUA DE BEBIDA 
É administrado o inóculo via água de bebida 
utilizando-se bebedouros de formato pendular. 
É necessário que tenham bebedouros suficientes 
para que ao menos 2/3 das aves sejam 
imunizadas. A quantidade de água dos bebedouros 
muda de acordo com a idade da ave (aumenta-se 
a quantidade de água para aves mais 
velhas/semanas), por isso, ajustar também a dose 
de diluição da vacina. 
É necessário a realização do jejum hídrico para 
estimular a cede das aves e, assim, garantir a 
imunização. A retirada de água deve ser de 1h 
antes (para climas quentes) e 2h antes (climas 
frios). 
É necessário a adição 2g de leite em pó 
desnatado por litro de água antes da diluição da 
vacina por ser uma forma de neutralizar os 
resíduos de Cl- Após a troca de água e uso do leite 
em pó, é possível administrar o corante nos 
bebedouros (vacina). 
2 - INJESTÃO DE RAÇÃO 
É a pulverização da vacina sobre toda a ração que 
será consumida em 24h, no primeiro dia de vida 
das aves. 
A vacina deve ser aplicada com pulverizador costal 
sobre a ração imediatamente antes da chegada 
das aves. Requer uniformidade de administração 
da vacina sobre a ração para que todos as aves 
tenham igual acesso. 
VIA ORAL/NASAL/OCULAR: 
3 - NUBULIZAÇÃO (ASPERÇÃO) 
Método rápido de vacinação. No momento da 
vacinação: cortinas fechadas e ventilação 
desligada. A diluição da vacina é feita em água 
destilada. Calibrar o nebulizador para “gota 
grossa” de 80-120 mícrons (evitar gota aerossol = 
50 mícrons). Essa vacinação deve ser feitas nas 
horas mais frescas do dia e nas primeiras horas da 
manhã quando as aves estiverem próximas aos 
comedouros ou a noite quando estiverem 
agrupadas. Observar corante azul nas penas. 
VIAS INDIVIDUAIS 
1 - OCULAR/NASAL 
Sistema confiável, mas que exige grande 
manipulação das aves, o que aumenta o estresse 
das aves. Associar a outras práticas de manejo, 
como debicagem, pesagem, seleção e 
transferência. 
A aplicação é feita pela instilação de uma gota da 
vacina no globo ocular (garantir que a ave piscou 
até 2x após aplicação) ou na fossa nasal (garantir 
que a gota foi inspirada totalmente) da ave. Em 
ambas as vias, é necessário que a gota seja 
totalmente absorvida. 
2 - MEMBRANA DA ASA 
É a perfuração da membrana da asa, feita com 
estilete específico que acompanha o frasco da 
vacina, previamente embebido na vacina. 
Em 5-10 dias deverá ser visualizado a formação de 
uma pústula que evolui para uma crosta no local 
da vacinação (indicativo que houve a reação 
imunológica esperada) 
3 - VIA SUBCUTÂNEA 
Local de eleição: face dorsal do pescoço. 
Geralmente são vacinas inativadas. 
4 - VIA INTRAMUSCULAR 
Administrar em regiões de musculatura farta, como 
o do peito e da coxa da ave. Vacinas inativadas. 
 
VACINAÇÃO NO INCUBATÓRIO 
1 - IN OVO 
A aplicação de vacina in ovo foi desenvolvida 
inicialmente para doença Marek. Em 1995 foi 
desenvolvido o aparelho que possibilitou a 
utilização de vacinas in ovo em larga escala. 
A eficácia da vacinação in ovo depende 
principalmente do local onde for inoculada a 
vacina, pois melhores resultados são obtidos 
quando a aplicação ocorre no âmnio ou no próprio 
embrião. 
É relatado que no 18º dia de incubação o embrião 
possui cinco grandes áreas para agulha injetar: 
câmara de ar; saco alantoíde; fluído amniótico; 
embrião e saco de gema. 
2 - VIA SUBCUTÂNEA 
É a vacinação do pintinho, em seu 1° dia de vida, 
atrás do pescoço, via SC, com corante azul pelo 
método Carrossel. Verificar corante após 
aplicação. 
 
PROGRAMA DE VACINAÇÃO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS BACTERIANAS: 
MICOPLASMOSE AVIÁRIA 
Micoplasmas são bactérias Gram (+) pertencentes 
à classe Mollicutes, família Micoplasmatales. 
Micoplasmas colonizam preferencialmente 
epitélios, nos quais se aderem intimamente às 
paredes celulares do hospedeiro e causam 
doenças crônicas e infecções de longa duração. 
Micoplasmas são hospedeiro-específicos, ou em 
alguns casos infectam diferentes espécies com 
estreito relacionamento filogenético, como as aves: 
galinhas, perus, patos, gansos, papagaios e 
pombos. 
É uma doença de notificação obrigatória. 
Contaminações na granja geram condenação de 
carcaças em abatedouro. A micoplasmose gera 
perdas econômicas pela redução de postura (ovos 
bicados - pipped embryos), redução de ganho de 
peso, redução da eclodibilidade, aumento da 
mortalidade embrionária, refuagem, piora da 
conversão alimentar e aumento de morbidade. 
A micoplasmose tem como hospedeiro específico 
as aves no geral. A infecções é feita através de 
secreções nasais ou venéreas através de vias 
comoum, como a cavidade nasal ou cloacal. A 
infecção por ser horizontal ou vertical. 
Doenças geradas pela micoplasmose: 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - DOENÇA CRÔNICA RESPIRATÓRIA 
(DCR) 
Causa sinais clínicos respiratórios, conjuntivite e 
exsudato catarral em narinas, seios nasais, 
traquéia, brômquios e sacos aéreos. 
As lesões macroscópicas aparecem como 
edemaciação dos seios infra-orbitais em perus e 
opacidade dos sacos aéreos em galinhas e perus. 
 
2 - DCRC 
É uma infecção associada entre o Mycoplasma 
gallisepticum e outras bactérias, mas 
principalmente, por E. coli. 
Os sinais clínicos respiratórios são mais 
acentuados e graves. 
As lesões macroscópicas são pneumonia 
fibrinosa, pericardite e perihepatite e depósito 
caseoso nos sacos aéreos. Ao exame histológico 
se verifica infiltração mononuclear e hipertrofia das 
glândulas mucosas. 
 
3 - AEROSACULITE INFECCIOSA DOS 
PERUS 
Os sinais clínicos mais comuns são problemas 
respiratórios e no aparelho locomotor, além de 
queda no desempenho zootécnico. 
As lesões macroscópicas são aerossaculite e 
redução na eclodibilidade dos ovos. 
 
 
4 - SINOVITE INFECCIOSA DAS 
GALINHAS E PERUS 
Os sinais clínicos são problemas respiratórios 
que podem ser brandos ou ausentes, problemas 
articulares, perda de peso e calor no peito. 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO GERAL: 
O diagnóstico é feito pelo histórico da doença no 
lote, histórico epidemiológico, histórico clínico, 
exame anatopatológico, sorologia positiva e 
isolamento e identificação do agente por PCR. 
SOROLOGIA: 
• Soroaglutinação rápida em placa (SAR) 
• ELISA 
• Teste de inibição da hemaglutinação (HI) 
 
VACINAÇÃO E PREVENÇÃO 
A vacinação em aves de postura, além da 
aquisição de pintos livres de MG. A vacinação 
contra micoplasmose por MG antes de as aves 
serem infectadas, para galinhas, em torno de 35 
dias de idade ainda na cria, sendo atualmente 
preferida à vacina com cepa viva de MG, embora 
ainda se use vacina inativada; além disso, o 
tratamento com antimicrobianos das aves que se 
infectarem após vacinação. Podeainda ser usada 
uma combinação de vacina inativada e tratamento 
no caso do aparecimento de infecção. 
E ovos oriundos de aves tratadas só devem ser 
comercializados após o período de carência. 
A vacinação em aves de corte não é realizada. 
No caso de infecção, embora o tratamento com 
atimicrobianos seja possível, é necessário 
respeitar o período de carência, o que na maioria 
das vezes é impossível devido à tenra idade de 
abate das aves. Mas, de qualquer forma, o 
resultado não é compensador. Em perus de corte, 
compensa o tratamento dos lotes que se 
infectarem, devido a uma vida de abate mais longa 
(cerca de três meses). Vacinação em perus de 
corte não tem sido uma prática adotada, até 
porque certas cepas vacinais de MG podem ser 
patogênicas para esse tipo de ave, considerada a 
mais sensível para esse agente. 
 
 
 
 
 
 
PNSA 
Em aves ou ovos férteis de linhas puras, 
bisavós e avós importadas ou nascidas no 
Brasil: 
• Positivo para M.gallisepticum, M.synoviae, 
sacrifício/abate do núcleo 
• Positivo para M.gallisepticum, M.synoviae, 
M.meleagridis, exclusivo para perus, 
sacrifício/abate do núcleo 
Matrizes: 
• Constatando-se positividade para 
M.gallisepticum em galinhas ou 
M.galisepticum, M.synoviae ou 
M.meleagridis em perus, sacrifício e abate 
do núcleo e destruição de todos os ovos 
incubados ou não, dele provenientes. 
• Constatando-se positividade para 
M.synoviae em galinhas, esses núcleos 
poderão ser tratados com antibiótico e 
retestados após o período de eliminação de 
resíduos de antibióticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALMONELOSE AVIÁRIA 
O termo salmonelose aviária designa os vários 
grupos de doenças das aves determinados por 
qualquer membro do gênero Salmonella. 
• Salmonella pullorum - Pulorose Aviária 
• Salmonella gallinarum - Tifo Aviário 
• Salmonella typhimurium - Paratifo 
Aviário 
• Salmonella enteritidis - Paratifo Aviário 
O gênero Salmonella faz parte da família 
Enterobacteriaceae e é constituído de bacilos 
Gram (-) não formadores de esporos, aeróbios ou 
anaeróbios facultativos. A maioria é móvel, 
apresentando flagelos peritríquios, com exceção 
da S. Gallinarum e S. Pullorum, que são imóveis. 
A infecção é horizontal e vertical. Cocção elevada 
destrói a bactéria, enquanto que refrigeração 
impede sua proliferação. 
1 - PULOROSE AVIÁRIA 
A S. Pullorum acarreta prejuízos para o setor 
avícola, por produzir doença sistêmica severa nas 
aves, com alta morbidade, alta letalidade e 
redução na produção de ovos. É chamada também 
de “septicemia fatal dos pintinhos” e de “diarreia 
branca bacilar”. 
Acomete não só galinhas, mas também perus, 
cordornas, pardais e papagaios. 
As aves jovens são mais susceptíveis a pulorose. 
Aves que resistem à doença tornam-se portadoras 
assintomáticas e crescem dentro dos parâmetros 
zootécnicos esperados, produzindo ovos 
contaminados. É difícil detectar um portador 
assintomático, porque esses eliminam apenas 
periodicamente o agente através das fezes. 
As aves adultas não apresentam sintomas 
externos visíveis da doença. A maior taxa de 
letalidade na pulorose ocorre em aves de 2 a 3 
semanas de idade. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Diarréia branca-amarelada com material 
branco ao redor da cloaca aglutinando as 
penas peri-cloacais. 
• Tristeza, respiração dificultada, penas 
eriçadas e crescimento retardado 
2 - TIFO AVIÁRIO 
S. Gallinarum causa doença sistêmica em aves 
domésticas, com curso agudo ou crônico e 
mortalidade moderada ou alta. Ocorre em 
qualquer idade, mas com maior frequência em 
aves adultas. 
Ocasiona mortalidade significativa e espassada. 
Observar a taxa de mortalidade inicial, média e 
final. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Diarréia esverdeada aderida às penas da 
cloaca 
• Prostração, sonolência, queda na postura, 
problemas reprodutivos e mortalidade de 
até 80% 
 
3 - PARATIFO AVIÁRIO 
A S. Enteritidis e a S. Typhimurium são mais 
invasivas e causam infecções septicêmicas, 
contaminando vários órgãos. A maior ocorrência 
de paratifo é em animais jovens. 
É habitada por vários tipos diferentes de animais 
como répteis, roedores e aves silvestres e 
migratórias. 
Transmissão horizontal ou vertical. A transmissão 
vertical deve-se à contaminação do ovo no trato 
reprodutivo, por contato com fezes, ao passar pela 
cloaca. 
Aves jovens são mais susceptíveis, aumentando 
sua mortalidade. É comum a morte embrionária. 
O impacto econômico nessa doença é menor, pois 
geralmente as aves adultas são assintomáticas ou 
apresentam baixa mortalidade. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Em aves adultas: 
• Inapetência, queda de postura e diarreia 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO GERAL: 
• ELISA - não distingue a Salmonella de 
pulorose ou tifo 
• Soroaglutinação rápida em placa - utiliza-
se o sangue total da ave. É um método 
inespecífico e não justifica a morte da ave 
para resultado positivo. É usado como teste 
de triagem. 
• Bacteriologia - de baço, fígado, coração, 
ovário, conteúdo cecal e de saco de gema 
• Suabes de caixas 
 
NECRÓPSIA GERAL: 
FÍGADO 
• Hepatomegalia - alteração nos bordos 
• Congestão hepática 
• Pontos brancos amarelados e difusos, 
podendo haver cor enegrecida 
• Perihepatite - depósito de fibrina 
CORAÇÃO 
• Nódulo de cor esbranquiçada no miocárdio 
• Pericardite - depósito de fibrina 
OVÁRIO ESQUERDO 
• Folículo ovariano disforme com conteúdo 
caseoso no interior 
• Hemorragia em folículo 
• Postura intra-abdominal por gemas 
escoradas - a Salmonella acaba fechando o 
infundíbulo da ave 
 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE: 
1 - EXCLUSÃO COMPETITIVA (EC) 
É usado para descrever a inabilidade de uma 
população de microorganismos estabelecer-se no 
intestino devido à presença de outra população. 
Floras completas indefinidas, tem uma ação 
melhor, por estas serem formadas por um 
conteúdo de todas as bactérias benéficas 
presentes no intestino de aves SPF. Isso diferencia 
de floras definidas, como probióticos, por exemplo 
normalmente constituidos por uma ou duas 
bactérias. 
O lúmen intestinal das aves possui sítios de 
ligações não-seletivos para microrganismos. As 
bactérias de produtos EC, fixam-se na parede 
intestinal, formando uma barreira protetora, e não 
deixando desta forma a colonização da mucosa 
intestinal por bactérias enteropatogênicas. 
Promovem um efeito físico-protetor. 
 
2 - VACINAÇÃO 
A utilização da vacinação é dependente do “status 
de Salmonelose” na granja. Mas a vacinação não é 
aconselhada como prevenção permanente. 
 
 
PNSA 
O Programa Nacional de Sanidade Avícola 
(PNSA) do MAPA, IN 78/2003, contempla que toda 
granja de reprodutoras de aves deve ser 
sorológica e bacteriologicamente monitorada 
para detecção de Salmonella Pullorum, Salmonella 
Gallinarum, Salmonella Enteritidis e Salmonella 
Typhimurium. 
Estabelecimentos de linhas puras, bisavoseiros 
e avoseiros devem apresentar-se livres das quatro 
salmonelas, senão, sacrifício/abate do núcleo e 
eliminação de todos os ovos. 
Quando comprovada a ocorrência de pulorose e 
tifo aviário nos ovos férteis de reprodutoras 
importadas e aves de linhagens puras, bisavós e 
avós nascidas no Brasil, o plantel deve ser 
sacrificado e todos os ovos eliminados, assim 
como os lotes de matrizes infectadas. 
Matrizeiros e estabelecimentos que fazem 
comércio nacional e internacional devem estar 
livres de S. Gallinarum e S. Pullorum, senão 
sacrifício/abate do núcleo e eliminação dos ovos. 
Para S. enteriritidis ou typhimurium devem estar 
livres ou controladas. Caso haja contaminação 
ocorre o cancelamento de certificação de “livre de 
Salmonella” e realização do tratamento das aves. 
 
 
 
 
SÍNDROMES METABÓLICAS 
Essas síndromes são consequência de 
desarranjos metabólicos e fisiológicos associados 
com uma taxa de crescimento rápida e são 
agravadas por situações em que há diminuiçãoda 
disponibilidade ou aumento da demanda de 
oxigênio. As síndromes são metabólicas são a 
Síndrome Ascítica e a Morte Súbita. 
CAUSAS: 
SEXO E GENÉTICS 
Apresentam uma incidência do problema 70% 
maior nos frangos de corte machos do que nas 
fêmeas pela curva de crescimento ser mais 
acentuada nas primeiras semanas de vida. 
ALTITUDE 
Altitudes superiores a 2.000m elevam 
consideravelmente a incidência dos quadros de 
AS. A diminuição da pressão atmosférica e do 
nível de oxigênio contido no ar favorecem à 
afecção. Um menor aporte de oxigênio leva à 
hipóxia tissular o que induz a ave a lançar mão dos 
mecanismos compensatórios resultando na ascite. 
TEMPERATURA 
Aves mantidas em condições de estresse térmico 
(tanto acima quanto abaixo da zona de conforto) 
necessitam utilizar energia para a gênese ou perda 
de calor. Este aumento na demanda energética 
pode determinar uma hiperventilação pulmonar 
devido à utilização do O2 na gênese energética. 
Durante os meses de inverno (Junho a Agosto) 
existe uma tendência de aumento na demanda de 
O2 pela elevação no consumo de ração o que 
eleva ainda mais a ocorrência desta condição 
patológica. 
OXIGENAÇÃO 
A troca inadequada de ar e o acúmulo de poeira, 
em suspensão, de gás carbônico e de amônia, são 
fatores predisponentes ao aparecimento dos 
quadros de Ascite devido à competição desses 
gases com a concentração de oxigênio no ar. 
MANEJO 
O adequado ajuste dos bebedouros em altura, 
número e vazão de água, além de minimizarem o 
desperdício de água, reduzem a umidade da cama 
reduzindo formação de excesso de amônia que 
tem reflexos ruins nas vias respiratórias e na 
própria qualidade da ventilação pulmonar. 
NUTRIÇÃO 
Nas atuais dietas de frangos de corte, os níveis 
nutricionais estão relacionados com a matriz 
energética da dieta. Uma diminuição do aporte de 
energia (quantitativa ou qualitativa) previne o 
aparecimento de ascite, porém determina, pó outro 
lado, uma redução no desempenho da ave. 
SÍNDROME ASCÍTICA (SA) 
A ascite é o acúmulo anormal de líquido nas 
cavidades celomáticas que comportam os órgãos e 
estruturas abdominais. A síndrome ascítica está 
correlacionada com a alta demanda de oxigênio, 
em vista do rápido crescimento das aves, 
sobrecarregando os pulmões e o coração, 
induzindo, desta forma, a falhas cardíacas, danos 
vasculares, hipoproteinemias, e, secundariamente, 
falhas renais, que resultam na retenção de 
eletrólitos. 
Com a seleção genética para o desenvolvimento 
muscular e conversão alimentar, a capacidade do 
aparelho cardio-respiratório foi comprometido 
devido à relação do coração/pulmão com o peso 
da ave, a nutrição dos frangos de corte é 
fundamental contando com as atuais fórmulas de 
ração, os níveis nutricionais estão relacionados 
com a matriz energética da dieta. 
As causas podem ir de uma simples falta de 
manejo, ao aumento da temperatura juntamente 
com a baixa umidade do ar, assim causando uma 
maior frequência pulmonar e forçando o sistema 
cardíaco a trabalhar intensamente, causando 
morte por insuficiência cardio-respiratória. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Bico aberto (dispnéia) pela distensão da 
cavidade celomática pela ascite e causando 
compressão nos primeiros sacos alveolares 
• Cianose em crista e barbela 
• Morte da ave em decúbito esternal 
• Anorexia 
NECRÓPSIA 
• Flutuação de líquido na cavidade 
celomática (abaixo do osso do peito) 
• Líquido amarelado que em contato com ar 
torna-se gelatinoso 
• Coração - dilatação do lado D 
• Pulmão - congesto pela hipertensão 
• Ventrículo/moela - sem conteúdo alimentar 
• Fígado - congesto pela estase em veia-
porta 
SÍNDROME DA MORTE SÚBITA (SMS) 
Acomete especialmente linhagens pesadas de 
frangos e perus, que foram melhorados para 
crescimento rápido. Essas linhagens apresentam 
distúrbios fisiológicos no sistema 
cardiorrespiratório, que culmina com fibrilação 
cardíaca e com a parede da aorta frágil, 
causando a morte da ave. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Não há manifestações clínicas prévias. Quando 
ocorre a ruptura da aorta a ave leva de 15-30min 
para morrer 
• Morte em decúbito dorsal com as patas 
esticadas 
NECRÓPSIA 
• Sangue coagulado perto do coração pela 
ruptura da aorta 
• Moela com conteúdo alimentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS VIRÁIS: 
INFLUENZA AVIÁRIA (IA) 
Gripe Aviária (H5N1). É uma doença infecciosa 
aguda altamente contagiosa descrita em diversas 
espécies animais inclusive, em humanos, causado 
pelo vírus da influenza tipo A. É uma doença de 
notificação obrigatória para o MAPA e OIE. 
Apesar do vírus possuir vários subtipos (16 
subtipos H e 9 subtipos N), somente os subtipos 
H5 e H7 é que podem se tornar patogênicos, ou 
seja, os vírus, H5 e H7, são introduzidos nos 
bandos de aves de criatórios em sua forma pouco 
patogênica. Quando é permitido que circulem nas 
populações de aves de criatórios, os vírus podem 
sofrer mutações, geralmente dentro de poucos 
meses, para a sua forma altamente patogênica. 
Além de causar uma mortalidade de 100% nas 
aves infectadas, os subtipos patogênicos quando 
presentes, normalmente, vêm na forma de 
epidemias com ataques súbitos e rápida 
disseminação em uma região geográfica, como 
acontece na Ásia, África e Europa, causando 
prejuízos econômicos a esses países e infectando 
acidentalmente o ser humano. 
 
 
ETIOLOGIA 
É causada pelo vírus da família Orthomyxoviridae 
A, B, C e o Thogotovirus. São vírus RNA, 
envelopados, com filamentos-negativos que podem 
ser distintos da base de diferentes antígenos em 
nucleocapsídeos (N) e proteínas de matriz (M). 
Os envelopes contêm projeções rígidas (spikes) de 
hemaglutinina (H) e neuroaminidase (N). 
Contudo, os vírus que atacam a espécie humana 
se unem, preferencialmente, aos resíduos de 
ácidos siálicos juntos a galactose por um receptor 
chamado a - 2,6, predominantemente, presente 
nas células epiteliais do trato respiratório do 
homem. Os vírus que atacam as aves preferem os 
receptores chamados a - 2,3 que se encontram em 
seu epitélio intestinal. Esta especificidade explica a 
dificuldade de transmissão do vírus influenza para 
outras espécies, entretanto nos epitélios de porcos 
e frangos estão presentes os dois tipos de 
receptores (a -2,6 e a -2,3), facilitando, co-
infecções e reordenamento genético que se 
traduzem na emergência de novas variantes. 
EPIDEMIOLOGIA 
O Vírus da influenza aviária está distribuído por 
todo o mundo desde 1959 causando infecções 
sintomáticas e assintomáticas em várias espécies 
de vertebrados, incluindo uma grande variedade de 
aves como patos, gansos, andorinhas, pardela, 
gaivota, galinhas, codorna, perus e faisão, assim 
como em suínos, cavalos, baleias, gibão, 
babuínos, chimpanzés e humanos e estudos 
filogenéticos da gripe aviária revelam que as aves 
aquáticas são as fontes da doença para as outras 
espécies. Os principais vetores da doenças são as 
aves aquáticas, principalmente durante a 
migração. 
Entretanto, para que ocorra infecção nas aves 
domésticas é necessário que essas entrem em 
contato com o vírus. No ciclo natural do vírus, 
ocorre primeiro a transmissão das aves silvestres 
para as aves comerciais ou aves domésticas e 
dessas para os suínos e, eventualmente, para o 
homem. 
 
 
 
 
A transmissão ao homem é geralmente feita por 
empregados que trabalham na própria granja. É 
uma doença de contaminação ocupacional. 
A influenza aviária é considerada uma zoonose, o 
que representa preocupação permanente aos 
agentes de saúde pública, uma vez que alguns 
subtipos, tais como H5N1, H9N2, H7N7 e H7N2 já 
foram transmitidos diretamente de aves 
domésticas para humanos. O subtipo H5N1 tem-se 
mostrado altamente patogênico aos seres 
humanos, ocasionando doença severae óbitos, 
havendo grande preocupação de que o vírus possa 
adquirir a capacidade de transmissão direta entre 
humanos, o que neste caso, poderia resultar em 
uma nova pandemia mundial de gripe. A 
introdução desta doença num país pode ocorrer, 
entre outros, por: tráfego de passageiros; 
importação de animais (vivos, material de 
multiplicação, produtos para consumo humano e 
animal e produtos para uso industrial e 
farmacêutico); produtos biológicos; descarte de 
bordo; aves migratórias; correspondência postal. 
A doença se espalha de um país para outro 
através dessas aves migratórias, que são 
resistentes à infecção e que em determinadas 
épocas migram de um país para outro e, ainda, 
com o comércio internacional de aves vivas e seus 
produtos. Dentro do país a doença se espalha 
através das fezes e secreções respiratórias de 
aves migratórias/silvestres que contaminam o solo, 
ar, água ou através do contato direto com aves de 
fundo de quintal ou industriais. As fezes e a água 
contaminada podem chegar aos animais 
confinados ou através de equipamentos, veículos, 
pessoas. 
A transmissão entre diferentes espécies de aves 
se dá por contato direto ou indireto das aves 
domésticas com aves aquáticas migratórias 
(principalmente patos selvagens), as quais, como 
já mencionado, são reservatórios naturais do vírus 
e também mais resistentes às infecções, por causa 
disso, elas são as principais causas das 
epidemias. A exposição direta a aves infectadas ou 
a suas fezes (ou à terra contaminada com fezes) 
pode resultar na infecção humana. 
As aves e as pessoas se infectam por inalação ou 
ingestão do vírus presente nas fezes e secreções 
(corrimento nasal, espirro, tosse) das aves 
infectadas. 
 
PATOGENIA 
É uma doença sistêmica relacionada, basicamente, 
ao trato respiratório e, com relação a isso, não 
existe grande diferença das manifestações do vírus 
da influenza que tradicionalmente causa gripe nos 
humanos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O período de incubação da Influenza Aviária para o 
aparecimento dos sinais em aves pode variar de 
poucas horas até 3 (três) dias. 
• Problemas respiratórios - dispnéia, pescoço 
esticado e edema de face 
• Problemas neurológicos - deitar-se em 
decúbito lateral com pernas esticadas ou 
em pedalagem e torcicolo 
• Piloereção e olhos fechados 
 
DIAGNÓSTICO 
Para confirmação do diagnóstico de influenza é 
necessário realizar o isolamento do vírus assim 
como caracterização do subtipo do vírus e a 
determinação do seu grau de patogenicidade. Os 
surtos da doença causam 100% de mortes nas 
granjas. 
Exames de laboratório: 
Em caso de aves vivas, deve ser colhido sangue 
para o envio de soro, fezes frescas, suabes de 
cloaca e de traquéia 
Necrópsia: 
Para isolamento e identificação do vírus devem ser 
obtidas amostras a partir da necropsia de aves 
vivas com sintomas clínicos e daquelas aves que 
morreram com sintomas clínicos sugestivos da 
influenza aviária 
• Esplenomegalia 
• Hemorragia em tonsila-fecal 
• Hemorragia em folículo ovariano 
 
 
 
 
VACINAÇÃO 
Não há e não é permitido a vacinação no Brasil, 
pois, além não haver a doença em território 
nacional, a vacinação de animais permite a entrada 
do agente nas granjas e, assim, seu controle e 
titulação. A ave sem anticorpos ou vacina 
apresenta titulação nula. 
A vacina utilizada em países com registro 
confirmado é inativada ou recombinante. 
PCS: 
EPICENTRO DA DOENÇA 
No foco, estabelecimento no qual foi constatada a 
presença de uma ou mais aves afetadas pela 
doença, e cujos limites serão estabelecidos pelo 
serviço oficial, deverão ser implementadas as 
seguintes medidas 
• Instalação de um sistema de desinfecção 
de materiais e veículos que devam 
entrar/sair da propriedade 
• Proibição do movimento a (entrada e saída) 
de qualquer tipo de animal existente na 
propriedade 
• Sacrifício imediato, no local, de todas as 
aves presentes no estabelecimento avícola 
• Composição de equipe de trabalho 
constituída por pessoas que não terão 
posteriormente contato com aves, pelo 
período mínimo de sete dias após a tarefa 
(esta equipe não pode incluir vizinhos, 
outros avicultores ou 
agricultores)providenciar os equipamentos 
necessários para realizar as tarefas que 
permitirão a completa e segura destruição 
das aves (dependendo do número de aves: 
retroescavadeira, pá mecânica, caminhão 
do tipo caçamba, sacos plásticos 
reforçados, combustíveis líquidos, lenha, 
outros) 
• Destruição de todas as aves que tenham 
morrido no surto ou tenham sido 
sacrificadas, assim como da carne de todas 
as aves provenientes da granja e abatidas 
durante o período de incubação da doença. 
• Os ovos e os subprodutos produzidos 
durante o período provável de incubação da 
doença, também deverão ser destruídos 
limpeza e desinfecção de todas as áreas da 
propriedade 
 
MÉTODOS DE SACRIFÍCIO 
Métodos de atordoamento: 
• Injeção de gás carbônico (CO2) ou 
monóxido de carbono (CO) em grupos de 
aves amontoadas sob uma lona plástica, ou 
colocadas em grupos de 15-20 aves em 
saco plástico reforçado, sendo utilizado 
aproximadamente meio cilindro de 45 Kg 
para cada 3 metros³ de ambiente, por 30 a 
45 segundos 
• Embolia gasosa por injeção de ar no 
sistema circulatório 
• Eletrocussão 
• Uso de drogas via água de bebida 
Métodos de sacrifício: 
• Deslocamento cervical 
• Decapitação 
ELIMINAÇÃO DE CARCAÇA E RESÍDUOS 
Uma das formas mais seguras de destruição das 
aves é enterrá-las dentro do perímetro da 
propriedade. Ademais, o mesmo local pode servir 
para a eliminação de outros materiais como: cama 
de aviário, ração, ovos, papelão. 
O tamanho da vala deve ser planejado em função 
do volume de material a depositar, sendo que 3 x 2 
x 2 m = 12 m³ suporta aproximadamente 3.000 
aves ou 6.000kg. O ideal será realizar uma 
escavação em forma de valeta e após colocar as 
carcaças, que não devem ser enterradas dentro de 
sacos plásticos, cobrir com uma camada de terra, 
de no mínimo, um metro de altura, até atingir o 
nível do solo, acrescentando ainda 50 a 80 cm de 
terra acima deste nível, com largura maior que a 
da vala, conforme demonstra a figura adiante. 
A cama dos aviários, que muito provavelmente 
conterá grande quantidade de vírus, deverá ser 
enterrada junto com as aves, o mais próximo 
possível do aviário, o que auxiliará a 
decomposição dos animais. 
 
 
 
 
 
DOENÇA DE NEWCASTLE 
O vírus da ND é um membro da família 
Paramyxoviridae (PMV-1/APMV-1) com 5 tipos de 
cepas diferentes. 
Existem amostras altamente virulentas, amostras 
intermediárias e amostras de baixa virulência 
desse vírus. Essas amostras são classificadas de 
acordo com patogenicidade em galinhas de 
apresentação aguda e letal. Os panótipos 
velogênicos são os mais letais e que demandam 
sacrífico da granja. 
• Panótipo Velogênico Viscerotrópico 
(hemorragia em TGI) 
• Panótipo Velogênico Neurotrópico 
(sinais nervosos e respiratórios) 
A doença não está presente em nível industrial 
pelas medidas de biosseguridade adotadas, porém 
é uma ameaça existente em propriedades com 
pequenas criações de galinhas e endêmicas na 
África, Ásia e México. 
EPIDEMIOLOGIA 
Além das espécies aviárias, a infecção pelo vírus 
da Doença de Newcastle tem sido descrita também 
em outras espécies, incluindo répteis e o homem. 
É uma zoonose causadora de conjuntivite em 
humanos. A transmissão ao homem é por 
contaminação ocupacional. 
A transmissão é feita por contato direto por 
inalação ou ingestão de partículas virais (fômites e 
aerossóis). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
VELOGÊNICO VISCEROTRÓPICO 
• Altos índices de mortalidade (100%) 
• Apatia e debilidade 
• Diarréia verde-brilhante 
• Problemas respiratórios 
VELOGÊNICOS NEUROTRÓPICOS 
• Mortalidade de 90% 
• Problemas respiratórios 
• Sinais neurológicos - queda de asas, 
arrastamento de pernas,torcicolo, paralisia 
fláscida do pescoço e posição opistótono 
(olhar para as estrelas) 
DIAGNÓSTICO 
Os métodos tradicionais de detecção e 
diferenciação do vírus da Doença de Newcastle 
são baseados no isolamento viral usando ovos 
embrionados de galinha, seguidos de testes “in 
vivo” para a determinação da patogenicidade. 
Os testes usados rotineiramente para a definição 
dos patótipos são: Índice de Patogenicidade 
Intracerebral (IPIC) em pintos de um dia, Índice de 
Patogenicidade Intravenoso (IPIV), em aves com 
seis semanas de idade e Tempo Médio de Morte 
Embrionária (TMME), em embriões de galinhas. 
IPIC: 
A denominação da Doença de Newcastle oficial, de 
acordo com a OIE é infecção pelo Paramixovirus 
aviário-1 com índice de patogenicidade 
intrecerebral (IPIC) maior ou igual a 0,7. A coleta 
de exames deve ser feita em aves vivas e mortas e 
a sorologia deve ser comparada com o calendário 
de vacinação. 
Necrópsia: 
• Linha de intersecção hemorrágica entre 
proventrículo-moela 
VACINAÇÃO 
Vacinas vivas-atenuadas: 
• B1 
• La Sota - causa reação pós-vacinal na 
primeira aplicação por ser a vacina menos 
atenuada, torna o lúmen traqueal liso, 
causando tosse e espirro. Utilizar apenas 
para revacinação. 
• VG-GA 
• Ulster 2C 
Vacinas inativadas: 
• Apenas para galinhas poedeiras de longo 
período de criação 
 
 
 
 
 
BOUBA AVIÁRIA 
Doneça causada pelo Poxvírus Aviário 
pertencente ao gênero Avipoxvírus, é comum em 
aves comerciais, de estimação e selvagens. No 
Brasil é conhecido como “Pipoca”. 
EPIDEMIOLOGIA 
A transmissão é feita pelo contanto direto ou 
indireto com animais e fômites contaminados. 
O carreador da doença é feito por mosquitos 
Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus 
transmissores, além de do ácaro Dermanyss 
gallinae. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
FORMA CUTÂNEA 
• Nódulos enegrecidos (verrugas secas) em 
áreas glábeas (crista, barbela, pálpebras, 
canto do bico e ao redor da cloaca) 
FORMA DIFTÉRICA 
É a evolução da forma cutânea: 
• Lesões em placas amarelas em cavidade 
oral 
VACINAÇÃO 
Pode ser administrada in ovo entre 18-19° dias de 
vida embrionária. 
Em reprodutoras e poedeiras é utilizada a vacina 
viva atenuada com amostra de vírus de pombo em 
aves de menos de 6 semanas de vida. A 
administração é feita por membrana de asa 
(checar formação de nódulo em aplicação). 
DOENÇA DE GUMBORO 
Também chamada de Doença Infecciosa da 
Bursa (IBDV). É causada pelo Birnavírus e está 
presente em todas as áreas produtoras de aves. 
A IBD é uma infecção viral aguda e altamente 
contagiosa de aves jovens, que afeta 
particularmente o tecido linfóide da Bursa ou Bolsa 
de Fabrícius (células do tipo B – Linfócitos) – que é 
um dos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento 
do sistema imunitário das aves. 
EPIDEMIOLOGIA 
A porta de entrada do IBDV, comumente é a via 
oral, porém pode ocorrer pelas vias respiratória e 
ocular. O vírus faz replicação primária nas placas 
de Peyer do intestino, passa pelo fígado, alcança a 
corrente sangüínea e infecta a Bolsa de Fabrícius 
em poucas horas (menos de 24 h). A viremia 
prossegue e o vírus infecta outros órgãos 
(principalmente Órgãos Linfóides), sendo que o 
principal alvo são as células B. 
A excreção é feita através das fezes de aves 
infectadas por 10 a 14 dias, resistindo por longo 
período na cama dos aviários, esterco, ração, 
água, etc., os quais serão fontes de contaminação 
para outras aves (ave – ave, lote – lote). 
Pode ocorrer a forma muito virulenta do vírus 
(vvIBDV) com mortalidade elevada do lote pela 
mutação antigênica, o que se difere do IBDV 
(clássico). Assim, o IBDV, sorotipo 1, pode ser 
classificado de acordo com sua antigenicidade e 
patogenicidade em amostras clássicas-virulentas 
(cv), variantes antigênicas e muito virulentas (vv). 
O clássico acomete aves de 1 dia a 6 semanas de 
idade com mortalidade de até 30%. O vvIBDV 
acomete aves de 1 dia a 18 semanas de idade 
com mortalidade 90%. 
DIAGNÓSTICO 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Diarréia esbranquiçada 
• Fase inicial - edema de Bursa com edema 
gelatinoso amarelado em sua superfície e 
nefrite 
• Fase tardia - atrofia da Bursa 
Necrópsia: 
• Petéquias hemorrágicas em musculatura 
• Corte histopatológico da Bursa - depleção 
linfocitária 
VACINAÇÃO 
Para infecções únicas: 
• Vacina viva atenuada - Intermediária e 
Intermediária Plus 
Para infecções de vvIBDV: 
• Vacina viva atenuada - Forte 
DOENÇA DE MAREK 
A doença de Marek é uma patologia tumoral e 
imunossupressora, causada por um vírus da 
família Herpesvírus. É uma afecção causada 
apenas em galinhas. 
EPIDEMIOLOGIA 
A transmissão ocorre por via horizontal, através 
de contado direto e/ou indireto entre aves. A 
descamação da pele é um importante aspecto da 
transmissão, pois nos folículos das penas ocorre a 
replicação primária do vírus, que pode ser 
veiculado através da poeira do galpão. Já a 
transmissão vertical não é descrita pela literatura, 
entretanto, em aves contaminadas, o vírus pode 
estar presente na casca do ovo devido à 
contaminação ambiental, de forma que o pintinho 
pode infectar-se no momento da eclosão. 
SINTOMAS 
• Paralisia unilateral ou assimétrica das patas 
e/ou asas pela infiltração dos linfócitos T 
nos nervos 
• Incoordenação e queda de asas 
• Cegueira, opacificiação da íris e 
irregularidade da pupila 
• Foliculite e queda de penas 
DIAGNÓSTICO 
Necrópsia: 
• Espessamento do nervo ciático, com 
aumento de volume e de coloração amarela 
• Tumor em órgãos essenciais 
VACINAÇÃO 
É essencial vacinar as aves logo após o 
nascimento ou in ovo, pois a imunidade passiva 
(anticorpos vindos da mãe) não é transferida de 
forma eficaz para o pintinho, que terá um período 
de susceptibilidade à infecção de campo até que 
seu organismo desenvolva a imunidade ativa 
induzida pela vacinação. 
Viva-atenuada: 
• In ovo 
• Ao nascimento por SC ou IM 
 
BRONQUITE INFECCIOSA 
DAS GALINAS (BIG) 
É uma doença disseminada por todo o mundo. O 
vírus é do gênero Coronavírus. 
EPIDEMIOLOGIA 
O VBIG, após um período de incubação de 18 a 
36h, é replicado com altos títulos primeiramente 
nas células epiteliais ciliadas da mucosa do 
aparelho respiratório, seguindo uma fase de 
viremia por 1 a 2 dias após a infecção, o que 
possibilita a distribuição viral para os diversos 
tecidos para os quais o agente possui tropismo. 
Eventualmente, o vírus causa os principais danos 
no aparelho genito-urinário. 
Os isolados de VBIG, independente do tecido de 
origem, infectam células ciliadas da mucosa do 
aparelho respiratório das galinhas e produzem 
lesões características na traquéia, que é o órgão 
de eleição para sua multiplicação. 
Após a infecção, o vírus pode ser excretado via 
muco, secreções conjuntival e, ou, nasal por um 
período superior a quatro semanas. As fezes 
também se caracterizam como uma via de 
disseminação do agente. Porém, por essa via, o 
VBIG pode ser eliminado por um período 
significativamente maior. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Em aves de postura: 
• Redução na qualidade do ovo. A casca 
torna-se mole ou sem casca. A clara fica 
líquida (albúmen aquoso) 
Em frangos de corte: 
• Nefrite 
DIAGNÓSTICO 
Inoculação da secreção de aves contaminadas em 
população de ovos controles, caso infectado, 
ocorre enrolamento fetal ou nanismo do pintinho. 
VACINAÇÃO 
• HI20 - é a menos atenuada 
• H52 - é a mais patogênica, não utilizar 
como primeira vacinação.

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