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Modalidade de Ensino complexa porque envolve dimensões que transcendem a questão educacional A busca por essa modalidade se dá por diversos motivos: exigências econômicas, tecnológicas e competitividade do mercado de trabalho; satisfação pessoal; conquista de um direito; sensação da capacidade e dignidade que traz autoestima e sensação de vencer as barreiras da exclusão. Isso exige que o professor resgate junto aos alunos suas histórias de vida, de modo a refletir criticamente sua prática, além de ampliar sua visão da sala de aula e da escola em que atua. Porém, a situação atual demonstra que o Brasil ainda não conseguiu garantir, na prática, educação à todas as pessoas, como garante a constituição. Isso se dá pelo nosso passado. Do Império à República Da década de 40 à Marca dos Movimentos Sociais Do Militarismo à Nova República O descaso com a educação levou o Brasil a alcançar a incrível marca de 72% de analfabetismo em 1920 1934 - Foi criado o Plano Nacional de Educação [primeiro plano na história da educação brasileira que previa um tratamento específico para a educação de jovens e adultos] 1938 - Foi criado o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) Programas que visavam a constituição de uma transformação social foram abruptamente interrompidos Retomada da visão da educação como meio de homogeneização e controle das pessoas Século XXI: Alta taxa de pessoas que não têm o domínio sobre a leitura, a escrita e as operações matemáticas básicas Primeira forma de Educação de Adultos se deu no Período Colonial, na catequização e alfabetização dos indígenas 1759 – Saída dos Jesuítas do Brasil e Educação de Adultos em colapso por conta do elitismo imposto pelo Império 1824 – Constituição Imperial que garantia a todos os cidadãos a instrução primária, mas nunca saiu do papel 1834 – EJA com princípio missionário e caridoso 1882 – Analfabeto proibido de votar pela Lei Saraiva 1915 – Criação da Liga Brasileira contra o Analfabetismo O direito a jovens e adultos à educação adequada às suas necessidades peculiares de estudo, e ao poder público fica o dever de oferecer esta educação de forma gratuita a partir de cursos e exames supletivos 1942 - Fundo Nacional do Ensino Primário [objetivo de realizar programas que ampliasse e incluísse o Ensino Supletivo para adolescentes e adultos] 1946 - Surge a Lei Orgânica do Ensino Primário que previa o ensino supletivo 1947 - Criação do SEA (Serviço de Educação de Adultos) Esse movimento que durou até fins da década de 50 foi denominado de Primeira Campanha Nacional de Educação de Adultos. Essa pressão internacional se deu pela criação da ONU e da UNESCO após o fim da segunda guerra mundial em 1945. 1948 a 1960 - Alfabetizadores sem formação especializada – qualquer pessoa alfabetizada poderia exercer a função de maneira voluntária. Em 1958, com a realização do II Congresso Nacional de Educação de Adultos no Rio de Janeiro - passos em direção da discussão de um novo método pedagógico utilizado na educação de adultos. Freire chamava a atenção de que o desenvolvimento educativo deve acontecer contextualizado às necessidades essenciais das pessoas educadas, “com” elas e não “para” elas. “Movimento de Educação de Base” (1961- CNBB), Movimento de Cultura Popular do Recife (1961), Centros Populares de Cultura (UNE) - Esses programas, através da influência da pedagogia freiriana, identificavam o analfabetismo “não como a causa da situação de pobreza, mas como efeito de uma sociedade injusta e não-igualitária” (STEPHANOU; BASTOS (orgs), 2005, p. 269) Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) – 1967: Teve como consequência a concepção da alfabetização restrita à apreensão da habilidade de ler e escrever, sem haver a compreensão contextualizada dos signos Prática Pedagógica III – PP3M7 Aline Neves CONSIDERAÇÕES: Pela leitura do texto, podemos perceber que o desenvolvimento da Educação de Jovens e Adultos lidou com muitos conflitos, concepções equivocadas, mas também teve apoio da sociedade que lutou para que todos pudessem ter o seu direito à educação garantido não só no papel, mas também na prática. Todo esse histórico, mostra que estamos falando de uma Modalidade de Ensino complexa, que vai muito além dos aspectos educacionais. Desse modo, quando nos referimos ao Ensino de Matemática nessa modalidade, temos que lidar com toda essa complexidade, o que traz inúmeros desafios ao professor dessa disciplina. Um desafio que sempre está em discussão quando falamos do ensino na EJA, é a importância de utilizar o saber cotidiano que os jovens e adultos possuem para possibilitar a aprendizagem da Matemática, desse modo favorecendo para que os alunos se sintam valorizados e tenham sua história de vida considerada importante. Além disso, a EJA exige do professor, muitas vezes, a utilização de Metodologias de Ensino diferentes das utilizadas na modalidade regular de ensino. Isso porque os alunos da EJA devem ser considerados trabalhadores que estudam e não estudantes que trabalham, o que impacta diretamente na forma como o professor deve conduzir o andamento da disciplina. República Nova: Primeira explicitação legal dos direitos cidadãos que não foram escolarizados na idade ideal Movimento de Alfabetização (Mova) – década de 90: Procurava trabalhar a alfabetização a partir do contexto socioeconômico das pessoas alfabetizandas Educação de Jovens e Adultos como Modalidade de Ensino através da resolução CNB/CEB n° 1, de 5 de julho de 2000 Programa Alfabetização Solidária (PAS)-1996: Replay das campanhas das décadas de 40 e 50 Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera)-1998: Buscava atender as populações situadas nas áreas de assentamento
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