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FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO PARA NEOPLASIA O mecanismo de neoplasia envolve fatores genéticos e também fatores ambientais. As causas internas representam 10 a 20% das neoplasias. A grande maioria, assim, é gerada por causas externas (fatores de risco). •Causas Externas: São modificáveis. Correspondem aos fatores de risco que encontramos no meio. No tópico alimentação, que representa 35% de todas as causas de cânceres, se incluem sedentarismo e obesidade, grandes fatores de risco. Existe a classificação IARC sobre agentes carcinógenos. Ela designa um símbolo para determinado agente, quanto à acertividade de ele, de fato, causar neoplasias. Se for categoria 1, é um carcinógeno humano (há dados comprovatórios de que sim, causa câncer em humanos); se for 2A é um carcinógeno provável humano (dados em animais e outros estudos relevantes); se for 2B é carcinógeno humano possível (há dados em animais, mas são limitados); se 3, não há evidências de ser carcinógeno humano; e se for 4, provável não carcinógeno humano. Como exemplo temos o cigarro, que é categoria IARC 1, que é cancerígeno pela imensa quantidade de substâncias indutoras. Essas substancias causam danos ao DNA, que leva ao desenvolvimento de tumores (geralmente tumor de pulmão, mas há 15 tipos diferentes). Os fumantes passivos são expostos a quantidades até maiores de substâncias do que os ativos. O tabaco, na primeira metade do século XX, era incentivado até por médicos. Houve um estudo coorte, em 1954, que revelou o potencial carcinogênico do cigarro. Foi a primeira vez que se demonstrou que fumar causa câncer. Foi um estudo inglês com médicos britânicos. Provou-se, ainda, que quanto maior a quantidade de cigarros/dia, maior a chance de se desenvolver neoplasias associadas. Quanto ao álcool, já se sabe há 10 anos que, sozinho, pode sim induzir a câncer. Antes, se achava que estava associado ao tabaco, mas agora sabemos que por si só o álcool também pode levar a neoplasias (principalmente de cabeça, pescoço, bexiga, esôfago, laringe, fígado e mama). Há quatro mecanismos pelos quais o álcool pode induzir tumor: dano celular, aumentando o dano do tabaco, afetando hormônios envolvidos com o câncer de mama e interagindo com substâncias químicas indutoras de câncer. A enzima ADH converte o etanol em acetaldeído (tóxico), que é convertido a acetato pela enzima ALDH. Alcoólatras tem acetaldeído em excesso, modificando o DNA e causando câncer. Pacientes com déficit de ALDH também sofrem com isso. Os destilados, pela concentração de álcool, são os piores. Infecções também são fatores de risco para cânceres. Estima- se que 13% de todos tumores são precedidos por infecção. O mais comum é o câncer de colo uterino causado pelo HPV. Ele gera neoplasias pelo mesmo motivo: dano ao DNA. Em homens, o câncer de orofaringe é bem comum após infecção por HPV. Na tabela abaixo podemos ver outras infecções que podem levar a cânceres. Pacientes com infecção por HIV, ainda, são suscetíveis a tipos de cânceres, pois a debilidade do sistema imunológico permite o desenvolvimento de neoplasias (todo tumor é um antígeno que, na maioria dos casos, é atacado pelo sistema imune). Existem vários associados, mas o principal é o linfoma não hodgkin. Outro fator de risco externo importante em neoplasias é a radiação. O sol emite raios UV-A, UV-B e UV-C e os últimos são completamente absorvidos pela camada de ozônio. Há, porém, um furo dessa camada em altas latitudes, o que favorece o desenvolvimento de câncer por UV-B (exposição prolongada). A tabela ao lado mostra outras radiações carcinogênicas. Ademais, existe, também, exposições ocupacionais, que se referem a substâncias químicas, às quais trabalhadores ficam em contato por horas/dia, que também geram naoplasias. Asbesto, arsênico, benzeno, sílica, radiação, agrotóxico e poluição são algumas delas. A primeira descoberta desse tal fato diz respeito a limpadores de chaminé, em 1775. Crianças com 8 anos já tinham câncer de testículo por entrar em contato com várias substâncias oriundas da queima incompleta de substâncias orgânicas. Muitos agrotóxicos estão interligados com o desenvolvimento de câncer. Por isso, é importante perguntar ao agricultor com o que, de fato, ele trabalha. Observar a tabela abaixo. 100% dos mesoteliomas tem relação à exposição a asbesto! Por fim, sabe-se que obesidade é um forte fator de risco para vários cânceres: os principais seriam intestino, mama, rim e útero, nessa ordem. Como ilustrado na imagem ao lado, a obesidade gera um aumento de coleterol, que é substrato para hormônios e fatores de crescimento. Estes disparam mecanismos celulares de multiplicação, que levam ao câncer. Em outras palavras, se há algum gene que aumenta a suscetibilidade de desenvolver câncer, e há substrato suficiente, há o aceleramento do processo. Além disso, sabe-se que em obesos há mais oxidação de ácidos graxos (pela redução de PHD3), e esse processo reduz a população de linfócitos T e agentes antitumorais, facilitando o processo neoplásico. Quanto à alimentação, carnes processadas (salame, bacon, salsicha) são classificação 1 IARC. Carne de porco e de vaca ficam com classificação 2A IARC, o que também denota seu caráter cancerígeno. Além disso, sedentarismo já foi constatado como fator de risco para câncer. Consumo diário de frutas e legumes, no entanto, além de carnes brancas, são fatores de proteção para o desenvolvimento de tumores. Cânceres de esôfago, bexiga e colorretal são diretamente influenciados pela nossa alimentação. •Causas Internas São aquelas que não podem ser modificadas. Podem ser hormonais, imunológicas ou de mutações genéticas hereditárias (as últimas são suscetíveis à ação de agentes cancerígenos ambientais). Ao lado há uma tabela de alguns genes impulsionadores de tumor. A mutação germinativa BRCA1, que aumenta muito a suscetibilidade para câncer de mama e ovário, é influenciada pelo estilo de vida. Sabemos que a idade é o principal fator de risco para neoplasias. Mas, etnias (judaicos pelos casamentos consanguíneos), gênero e história familiar também são importantes. 4 em cada 10 cânceres podem ser evitados!!
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