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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JARAGÁ DO SUL – UNERJ PRÓ-REITORIA ACADÊMICA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROGRAMA DE INCENTIVO À PESQUISA – PROINPES QUÉLEN OLAVE RODRIGUES PROJETO DE PESQUISA LIDERANÇA É NATA OU É DESENVOLVIDA: UM ENFOQUE A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS GESTORES DE RH DE JARAGUÁ DO SUL JARAGUÁ DO SUL 2008 1 QUÉLEN OLAVE RODRIGUES PROJETO DE PESQUISA LIDERANÇA É NATA OU É DESENVOLVIDA: UM ENFOQUE A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS GESTORES DE RH DE JARAGUÁ DO SUL Relatório de pesquisa submetido ao Centro Universitário de Jaraguá do Sul – UNERJ, como requisito à inscrição no Programa de Incentivo a Pesquisa – PROINPS, nos termos do Edital 37/2007. Orientador: Professor João Arnoldo Gascho MSc. JARAGUÁ DO SUL 2008 2 “Desenvolver a liderança é conseguir ajudar as pessoas a crescerem. Se eu conseguir ajudar cada indivíduo a crescer, poderei dizer que faço parte de uma empresa voltada para o crescimento.”. James McNerney, chairman do Conselho e CEO da 3M. “É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota”. Theodore Roosevelt PENSAMENTO JARAGUÁ DO SUL 2008 3 RESUMO A discussão sobre liderança no contexto empresarial é algo atual e sobre ela nem sempre há consenso. A liderança representa uma necessidade organizacional crescente, devido à globalização e ao acirrado mercado de trabalho. Visando contribuir com o tema, esta pesquisa tem como questão orientadora: Liderança, sob a ótica dos gestores de Recursos Humanos de Jaraguá do Sul, é uma característica nata ou pode ser desenvolvida, a partir de um perfil com características e competências individuais definidos? Constatando-se a possibilidade de desenvolver as lideranças, segundo as opiniões dos gestores iremos então discutir as formas de fazê-lo, podendo comparar as propostas teóricas que se encontram na literatura e as diferentes práticas adotadas pelas empresas participantes. Serão vistas as teorias do surgimento e do desenvolvimento de líderes: de um lado tem-se o líder nato; de outro, aquele que foi desenvolvido, onde constatações e contradições de diversas teorias, autores e gestores de Jaraguá do Sul, serão confrontadas, buscando-se um aprofundamento do debate e esclarecimento de conceitos. PALAVRAS-CHAVE: Liderança; desenvolvimento de líderes; líder nato; líder desenvolvido. 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 06 2 REVISÃO DA LITERATURA...................................................................... 09 2.1 HISTÓRICO DA LIDERANÇA...................................................................... 09 2.1.1 Estilos de Liderança................................................................................... 10 2.2 LIDERANÇA EFICAZ................................................................................... 12 2.2.1 Liderança no passado, presente e futuro................................................... 13 2.2.2 Diferença entre Líder e Gerente................................................................. 14 2.3 COMPETÊNCIAS DE UM LÍDER EFICAZ................................................... 15 2.4 DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA...................................................... 20 2.4.1 Autoconhecimento, missão de vida, visão de futuro e valores / crenças... 20 2.4.2 Definindo Objetivos..................................................................................... 24 2.4.3 Comunicação e Relacionamento com as pessoas..................................... 25 3 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................... 37 3.1 Questões Objetivas...................................................................................... 37 3.2 Questões Descritivas.................................................................................... 42 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 45 5 BIBLIOGRAFIA............................................................................................ 50 ANEXO......................................................................................................... 52 5 Lista de Ilustrações Ilustração 1: Modelos de Liderança 10 Ilustração 2: Diferenças de Gerentes e Líderes 14 Ilustração 3: Competências como fonte de valor para o indivíduo e para a organização 16 Ilustração 4: CHA 17 Ilustração 5: Tripé Básico 22 Ilustração 6: Níveis Neurológicos 23 Ilustração 7: Inteligência emocional e competências pessoais 30 Ilustração 8: Modelos Comportamentais 33 Ilustração 9: Como identificar o perfil comportamental 34 Ilustração 10: Princípios do Entusiasmo 36 Lista de Quadros Quadro 1: Níveis Neurológicos 23 Quadro 2: Processo para atingir objetivos 25 Quadro 3: Características dos sistemas de representação dominante (Visual/Auditivo/Cinestésico) 28 Quadro 4: Como as pessoas percebem a comunicação 29 Quadro 5: Superando os desafios e controlando o estresse 31 Quadro 6: Características Principais 33 6 1 INTRODUÇÃO A discussão sobre liderança no contexto empresarial é algo atual e sobre ela nem sempre há consenso. A liderança representa uma necessidade organizacional crescente, devido à globalização e ao acirrado mercado de trabalho, onde cada vez mais se exige líderes eficazes que se mantenham em aprendizagem contínua e sejam acessíveis a mudanças. Com o intuito de aprofundar e verificar o assunto liderança, a pesquisa tem como questão orientadora: Liderança, sob a ótica dos gestores de Recursos Humanos de Jaraguá do Sul, é uma característica nata ou pode ser desenvolvida, a partir de um perfil com características e competências individuais? Constatando-se a possibilidade de desenvolver as lideranças, segundo as opiniões dos gestores iremos então discutir as formas de fazê-lo, podendo comparar as propostas teóricas que se encontram na literatura e as diferentes práticas adotadas pelas empresas participantes. Para alguns autores, a liderança não deixa de ser algo nato em algumas pessoas, as quais nascem com um diferencial e são predestinadas ao sucesso nas organizações. Já outros defendem, no entanto, que o processo de liderar pode ser desenvolvido e entendido por pessoas que precisam apenas lapidar determinadas características, conhecimentos, atitudes e habilidades. De acordo com Bennis (1996, p.108), “os líderes aprendem a exercer a liderança, e aprendem melhor quando enfrentam obstáculos, ou seja, são aprendizes e aprendem tanto com falhas quanto com êxitos”. 7 Ao contrário para Kouzes e Posner (2003, p. 389): “[...] todas as pessoas nascem líderes e trazem dentro de si a capacidade de liderança, considerar que a liderança não pode ser aprendida [...] é um obstáculo muitomaior ao desenvolvimento da liderança do que a natureza da pessoa ou os aspectos básicos do processo de liderança [...]”. Quando se refere ao desenvolvimento de líderes a partir de um perfil com características e competências individuais definido, percebe-se que todas as pessoas podem ser líderes, não restringindo a capacidade de liderança a algumas poucas pessoas. Podendo ser líder aquele que realmente quiser e desejar ser, mesmo que para isso tenham grandes desafios e tropeços. Os autores KOUZES e POSNER (2003, p.456), afirmam que: “toda habilidade pode ser fortalecida, afiada e aperfeiçoada se tivermos a motivação e o desejo apropriados, juntamente com a prática e o feedback, exercendo papéis modelares e a assistência de um coach”. Descreve-se especificamente a importância do tema de forma sucinta e organizada para que então fosse possível estruturar a pesquisa e se utilizando como suporte para responder à questão orientadora. a) Fundamentar o tema através de estudo em referencias bibliográficas e outras para o esclarecimento dos conceitos sobre o assunto; b) Identificar a percepção dos gestores de recursos humanos de Jaraguá do Sul quanto à característica da liderança ser nata ou poder ser desenvolvida; c) Conhecer e analisar as habilidades, competências, características e estilos de liderança na percepção dos gestores de RH das empresas pesquisadas; d) Demonstrar através de tabelas e gráficos os resultados obtidos na pesquisa com os gestores de recursos humanos de Jaraguá do Sul; e) Aprofundar os dados analisados através da divulgação e debate com os gestores participantes; 8 Para se desenvolver a pesquisa foi considerada primeiramente a análise bibliográfica com informações atuais sobre o tema, em conjunto a opinião dos gestores de recursos humanos de Jaraguá do Sul de quatro empresas de grande porte do ramo de alimentação, têxtil, metalúrgico e três de pequeno porte do ramo de agências de emprego, plásticos e comércio, onde se utilizou para a coleta das informações um questionário com perguntas descritivas e objetivas. A análise e tratamento dos dados foram realizados com o objetivo de organizá-los e classificá- los, a fim de extrair as respostas para a questão orientadora. A estrutura do Projeto de Pesquisa está organizada em três capítulos da seguinte forma: • Capitulo I, Introdução; • Capítulo II, Revisão da Literatura; contendo quatro subitens, Histórico da Liderança, Liderança Eficaz, Competências de um Líder Eficaz e o Desenvolvimento de Liderança. • Capítulo III, Análise dos dados. • Capítulo IV, Considerações Finais. 9 2 REVISÃO DA LITERATURA Este capítulo está estruturado para o perfeito entendimento dos fundamentos da liderança, discutindo quais as competências necessárias para ser um líder e quais os principais passos para o desenvolvimento da liderança, através de revisão bibliográfica. Percebemos que a maioria dos autores pesquisados descrevem que se deve iniciar pela Autoliderança: o desafio de se reconhecer líder, após ter uma contextualização sobre liderança de alta excelência, e finalizando com as principais competências de um líder de alta excelência. 2.1 HISTÓRICO DE LIDERANÇA Liderança é uma necessidade inquestionável ao sucesso. Os líderes criam e articulam uma visão que fornece a diretriz comum para unir pessoas que trabalham juntas. Existem pessoas com características especiais, que são visionárias, questionadoras, ousadas, querem algo diferente, que fazem acontecer e lideram ao seu redor. O termo liderança vem sendo utilizado a aproximadamente duzentos anos na língua inglesa. Sogdill (1974) acredita que tenha aparecido por volta do ano 1300 da era cristã. (CESPEDE, 2005). As chaves para a liderança citadas por Hunter (2004, p.34) são: “Executar tarefas enquanto se constroem relacionamento; construir e principalmente manter relacionamentos saudáveis com vendedores, clientes, empregados, dono e fornecedores assegura um negócios saudável”. 10 Para Outhwaite e Bottomore (1996, p.426) apud Vedramini (2000, p.26), "liderança é considerada a ‘qualidade que permite a uma pessoa comandar outras’, a relação mútua entre líder e liderados, entre o indivíduo e o grupo, baseada em aquiescência e não em coerção". Liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas, é a realização de metas por meio de direção das pessoas, associada aos estímulos e incentivos que promovem a motivação das pessoas para o alcance dos objetivos comuns, apresentando papel relevante nos processos de formação, transmissão e mudança da cultura organizacional. 2.1.1 – Estilos de Liderança Baseado em todos estes estilos percebe-se que o líder necessita de habilidades para poder aderir a eles conforme a necessidade do momento, se adaptando flexivelmente as várias condições impostas pela realidade. Ilustração 1: Modelos de Liderança Fonte: Alvarenga, p.10. São Paulo. S/D 11 Conforme uma investigação realizada pela Universidade de Iowa, foram identificados três estilos de liderança como chave essencial para compreender seus diferentes comportamentos e instrumentos de liderança. (CARVALHO, 1996) Liderança autocrática: O líder procura principalmente, obediência de seu grupo. Determina a política e considera a tomada de decisão operação para um só homem, sendo ele, naturalmente, esse homem. Liderança democrática: O líder extrai idéias e sugestões do grupo por meio de debates e consultas. O membro do grupo sente-se estimulado em participar do estabelecimento da política. O cargo do líder é, em grande parte, o de moderador. Liderança “rédea-livre” (Método “laissez-faire” de Lewin): O líder funciona mais ou menos como mesa de informações. Exerce pequena influência nas atividades do grupo. É mais um fornecedor de materiais e informações. Exerce controle mínimo. E por último o estilo de liderança coach, que nesta investigação não foi contemplada por ser um conceito novo, que surgiu nos Estados Unidos e Europa no início da década de 80, desde então tem sido fonte de estudo e prática nos últimos anos. Liderança Coach: Seu trabalho, como o próprio nome sugere, é similar ao de um técnico esportivo onde lidera por intermédio de perguntas e não de respostas; se colocar em condição de igualdade com seus liderados encorajando-os a atingir seu potencial máximo, descobrindo soluções ao invés do líder impô-las, passando a enxergar e avaliar as várias possibilidades pessoais e nos negócios; pressupõem que todos têm dentro de si um potencial ilimitado; conhecer e respeitar a missão, valores e objetivos de cada um dos seus seguidores. (DINIZ, 2005 p. 6-10) 12 A capacidade intelectual de uma liderança tem papel fundamental para o sucesso e realização das metas e do propósito da empresa, afinal, são as pessoas que criam, inovam e sabem usar os recursos materiais para produzir a diferença. Com o passar do tempo, os estilos de lideranças vão se inovando, e para que se obtenha pleno sucesso, é necessário que ocorra a adaptação às novas tendências, isto é, os membros da organização têm que se esforçarem ao máximo para torná-la uma realidade. Quem não estiver envolvido, estará fora do mercado. 2.2 LIDERANÇA EFICAZ Os líderes eficazes podem direcionar pessoas para atitudes inovadoras, sendo importante transmitir confiança, tranqüilidade e ponderação, possibilitando desta maneira algumas mudanças organizacionais. A necessidade da busca incessante de novos aprendizados obriga os líderes a ter uma acessibilidade, curiosidade, sensibilidade e bom relacionamento interpessoal, preparando as organizações para as novas situações, propiciandoas modificações, renovações, resoluções de problemas, e para isto é fundamental estimular o desenvolvimento do potencial humano. Conforme o autor Carmello (S/D): “Precisamos de líderes inspiradores e revolucionários, que se fixam em duas principais dimensões do desenvolvimento sustentável: A ideologia essencial (valores essenciais, a razão de nossa existência, o que aspiramos ser) e o futuro imaginário (melhor, mais digno, respeitável, onde todos participam e contribuem com seus Talentos e inovações). Peter Drucker inspirou grandes líderes. Dizia ele que “a revolução requer revolucionários”. Se o seu trabalho não é sonhar, criar, explorar, inventar, imaginar, você é irrelevante, e muito provavelmente sua empresa também””. 13 O autor ainda comenta que líderes são vistos como pessoas notáveis quando: • Têm um firme propósito e uma direção clara; • Têm um plano de ação; • Sabem exatamente quais competências são necessárias para a realização; • São uma fonte de inovação e de geração de valor para a empresa e para os Talentos; • Distribuem feedback regularmente; • Estimulam outros a buscar desafios relevantes; • Mantém sua equipe informada sobre o que acontece na empresa. Liderar é persuadir e pedir o comprometimento dos seus liderados através de seu próprio exemplo. É motivá-los a desempenhar suas atividades corretamente, comprometendo-se com os resultados. Não só por meio de disciplina e responsabilidade como também pelo entusiasmo. 2.2.1 – Liderança no passado, presente e futuro. O líder do passado era uma pessoa que sabia como dizer, fazer, com ordens de cima para baixo. O líder do futuro é uma pessoa que sabe como perguntar, estimular o desenvolvimento do potencial humano para que realizem seus trabalhos sem necessitar das respostas, favorece o espírito de equipe, conhece as competências e o perfil de cada um da sua equipe utilizando-os da melhor forma possível, delega responsabilidades e autoridades, recebe "feedback" sem reações emocionais e o faz de maneira que não julgue uma atitude e sim colabore para o crescimento da pessoa. Conforme Alvarenga (S/D, p. 5) “devemos aprender (principalmente) com os erros do passado, a fim de não comete-los no presente, nos preparando melhor para o futuro”. 14 Usar bem seu tempo, vivendo oportuna e adequadamente os momentos de seriedade e diversão, de preocupação e descontração. Respeitar as pessoas, ser orientado para o passado, presente e futuro. Em outras palavras valorizar aquela experiência passada que o ajudou a viver melhor, pessoal e profissionalmente, sem se prender ao passado, lamentando as coisas que aconteceram ou não aconteceram. 2.2.2 – Diferenças entre Líder e Gerente Existe uma grande diferença entre um gerente e um líder. Um gerente executa suas funções e cumpre as metas traçadas. Um líder faz isso tudo e ainda desenvolve as pessoas que estão ao seu lado nesse processo. O líder é um modelo sob todos os aspectos, seja social, espiritual ou profissional e seus atributos mais valiosos são integridade, inteligência, criatividade, coragem de expressar suas idéias, desde que não agrida pessoas, coesão, saber como aprender com as experiências e busca constante pela melhoria na comunicação interpessoal. Ilustração 2: Diferenças de Gerentes e Lideres Fonte: Alvarenga, p.11. São Paulo. S/D. 15 Quando torna o ambiente progressivo gerando resultados, cria-se um clima aberto e seguro para que as pessoas troquem idéias e experiências, despertando um senso de participação e valores comuns, fazendo com que cada se sinta importante, onde sua contribuição é respeitada e levada em conta, sendo este o maior estímulo que um profissional pode receber em qualquer nível para desempenhar suas atividades de maneira satisfatória. “Somos o que fazemos repetidamente, portanto, a excelência não é um feito, é um hábito”. Essa frase de Aristóteles resume bem esse desafio. Se quisermos formar uma cultura de líderes, devemos criar um ambiente inspirador e favorável à construção e repetição desses hábitos, e não o contrário. É por isso que essa frase dita há séculos atrás, continua tão atual e define com clareza o a ligação do líder com os processos de qualidade da organização. Aristóteles (384–322 a.C. ) foi um filósofo grego, um dos maiores pensadores de todos os tempos e considerado o criador do pensamento lógico. 2.3 COMPETÊNCIAS DE UM LÍDER EFICAZ Várias empresas já fizeram estudos para identificar a importância da competência para um emprego. Elas aplicam os resultados desses estudos para recrutar, treinar, orientar e avaliar seus empregados. Infelizmente, poucos concordam sobre o que de fato significa competência. É comum ouvir as pessoas falarem sobre "competência", quando na verdade querem dizer "habilidade". Elas trocam muitas vezes porque a palavra "competência" soa mais profissional que a outra. E quando competência não está sendo confundida com habilidade, está sendo confundida com traços de personalidade. Para Levy-Leboyer (1996) significa: “Comportamentos que algumas pessoas dominam melhor que outras, e que as fazem mais eficazes em uma determinada situação”. 16 Já para Fleury (2000) é: “Um saber agir responsável e reconhecido que implicam mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Ilustração 3: Competências como Fonte de Valor para o Indivíduo e para a Organização Fonte: Fleury. São Paulo, 2000. As competências individuais ou especificas devem levar em conta as mudanças nos locais de trabalho e as necessidades emergentes da indústria ou setor, de forma tal que as competências especificas devam incluir a capacidade de aplicar habilidades, conhecimentos e comportamentos a novas situações e a mudanças na organização do trabalho em vez de refletir apenas as tarefas desempenhadas hoje. (NISEMBAUM, 2000 p. 88-91) Dentro do conceito de competência estão inseridos três elementos que formam a conhecida sigla CHA: Conhecimento, Habilidade e Atitude. Atitude é o conjunto de comportamentos que potencializam o conhecimento e a habilidade. A junção das três letras CHA é tudo o que uma função/cargo de uma empresa exige para que o serviço/produto seja bem administrado e de boa qualidade. 17 Ilustração 4: CHA Fonte: Alvarenga, p. 7. São Paulo. S/D. Para Paulino (2007, slide 6) as definições de conhecimento, habilidade e atitude são: Conhecimento (saber): formação e informações. Habilidades (saber fazer): condições técnicas e comportamentais adquiridas mediante aprendizagem e treinamento. Expressas por verbos de ação. Podem ou não ser fruto de aptidões (predisposições naturais que permitem a execução de certas atividades com espontânea facilidade e conferem maior prontidão de aprendizagem e desenvolvimento). Atitudes (saber ser): tendências de reações que delineiam os comportamentos individuais frente à diversidade de situações, resultantes do conjunto de valores, traços de personalidade, crenças, sentimentos e cognições. Expressas por adjetivos e qualidades. No entanto, estas atribuições precisam estar bem definidas e atualizadas. É o grande diferencial competitivo em um mercado ainda mais competitivo. Todos os três elementos são muito importantes, porém com vontade (querer fazer) tudo é mais rápido e mais fácil, até mesmo o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades. 18 Muitas vezes fazemos confusões entre o que é competência, o que é traço, o que são características de personalidade e o que é habilidade: Seguem algumas definições para esclarecer e facilitar o entendimento. Conforme Connection e- Learning EAD corporativo LMS treinamento(2006, p. 1-2): Traços e Características: Essa categoria consiste em descrição de personalidade e distinção de qualidade. Psicólogos afirmam que os traços de personalidade são formados logo cedo. Alguns podem até ser herdados. Por isso, eles resistem às mudanças - ou seja, treinamento provavelmente não os alteraria muito. Além do mais, o papel do treinamento profissional concorda com desempenho, e não com personalidade. Habilidades: Algumas habilidades, como computação ou boa escrita, podem ser adquiridas. Outras como talentos musicais ou artísticos são inatos. E talvez todas as habilidades sejam uma combinação de natureza e criação. Habilidades tendem a ser situacionais e específicas, enquanto que competência é genérica e universal. Considere as cinco habilidades listadas a seguir. Todas dependem de um número de competências: 1) Ouvir, sumarizar o que foi dito reformular pontos-chave. 2) Fazer perguntas que extraiam algo esclarecendo. 3) Avaliar, categorizar, solucionar problemas. 4) Dar informações concisas, extrair informações que alcancem seu objetivo. 5) Ganhar concordância quanto aos objetivos, padrões e expectativas. Essas competências são genéricas; elas se aplicam em várias situações interpessoais, e não só nas cinco habilidades citadas. Existem muito mais oportunidades para aplicar competências genéricas que habilidades específicas - além de ser mais vantajosa a troca de aprendizado, e de trazer mais retorno ao investimento do treinamento. Após ter bem definido o que são traços e características, habilidades das competências verificamos que existem dois tipos de competências, as organizacionais que exigem o conhecimento organizacional contido nos produtos, processo, a cultura da empresa e os valores voltados ao resultado no negócio e as competências humanas que são os conhecimentos mais habilidades e atitudes, onde estas últimas se subdividem conforme Paulino (2007, slide 5): COMPETÊNCIAS TÉCNICAS - Relacionadas a conhecimentos e habilidades em técnicas e funções específicas. - Em tempos de estabilidade e foco na especialidade eram as competências mais demandadas. COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS - Relacionadas a atitudes e comportamentos compatíveis com as atribuições a serem desempenhadas. - Foco das atenções pela premissa de que a técnica pode ser aprendida mais facilmente, enquanto as atitudes se constituem o verdadeiro diferencial competitivo. 19 Precisamos estabelecer uma ponte entre as competências essenciais e as individuais. As competências individuais deverão ser identificadas de forma que permitam dar sustentação as competências essenciais, e não simplesmente uma lista de conhecimentos, habilidades ou atitudes genéricas. Conforme Navarro (S/D): “somente contrataria uma pessoa que tivesse brilho nos olhos, que fosse cheia de vitalidade, de energia, que não vê a hora de arregaçar as mangas e começar a fazer aquilo que ela tem de melhor, porque ela tem consciência do que pode agregar e o que pode fazer de diferente em seu ambiente profissional”. Além desse brilho único no olhar e da consciência da relevância que ela tem no que faz, eu destaco ainda outras habilidades: 1 - Integridade e coerência; 2 - Flexibilidade; 3 - Autoconfiança e autoconhecimento; 4 - Intuição; 5 - Capacidade Crítica; 6 - Iniciativa; 7 - Compreensão; 8 - Competitividade; 9 - Visão no cliente; 10 - Compreensão interpessoal e empatia; 11 - Capacidade de liderança; 12 - Persuasão; 13 - Relacionamentos / Pessoas; 14 - Coaching; 15 - Trabalho em equipe; 16 - Visão do Negócio; 17 - Autocontrole das emoções; 18 - Comunicação e Negociação; 19 - Agilidade para tomar decisões; 20 - Aprendizado e desenvolvimento pessoal. Deve-se analisar esta lista, ver as habilidades que se tem e as que se precisa desenvolver, reconhecendo os pontos fortes e fracos de cada pessoa, montando um planejamento (aonde você quer chegar e o que fazer para conseguir), para desenvolver suas competências de liderança, conforme no próximo item. 20 2.4 DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS Quando se fala em ensinar ou lapidar liderança, percebe-se que cada vez mais, as organizações e os líderes têm procurado desenvolver determinadas características a fim de obter sucesso, porém este desenvolvimento depende de vários fatores internos e externos ao negócio, do perfil de líder, e de como ele administra as adversidades encontradas no dia-a-dia. Para Barnes (2004, p.5): “liderar=exercer influência, significa assumir a responsabilidade de treinar, identificar e avaliar líderes com base em sua capacidade de influenciar”. E isso não garante que apenas pelo ensino da liderança sejam gerados novos líderes. No entanto, este ensino ajudará na formação de melhores executivos, melhores empresas e na capacidade de inspirar seus liderados a obter melhores resultados. Para alguns autores o processo de liderança tem vários passo até o líder estar plenamente desenvolvido. Nesta pesquisa será apresentado três dos principais passos para se atingir tal desenvolvimento sendo o primeiro passo o Auto- conhecimento, missão de vida, visão de futuro e valores/crenças, o segundo passo a definição dos objetivos e o último passo a comunicação e relacionamentos com as pessoas. 2.4.1 Primeiro Passo: Auto-conhecimento, missão de vida, visão de futuro e valores/crenças Cada pessoa tem os seus pontos fortes e os seus pontos fracos, tornando necessário em primeiro lugar o auto-conhecimento, pois de nada adianta desenvolver certas competências sem saber suas necessidades individuais, habilidades e talentos, pois uma vez estando claro onde se está e aonde se quer chegar o desenvolvimento se torna coerente e consistente. 21 De acordo com Alvarenga apud CANDELORO (2007, p.109-110): “A autoliderança é um dos temas mais estudados na atualidade. Sabe-se que somente através do desenvolvimento do autoconhecimento, consciência e aceitação de quem somos, de nossas crenças e de nossos comportamentos poderemos ter uma atitude proativa conosco e liderar-nos adequadamente. Aí, então, será possível liderar grupos de pessoas”. Os conceitos de missão, visão e valores, chamados de tripé básico, são frequentemente esquecidos, ignorados ou deixado de lado, tanto pelas pessoas quanto pelas organizações. Neste processo de desenvolvimento de lideranças eles se tornam imprescindíveis e fundamentais e após defini-los, deve-se comunicar aos liderados para que eles possam de adaptar e buscar os resultados desejados. Alvarenga apud CANDELORO (2007, p.109-110) define assim: missão de vida, valores e crenças e visão de futuro: Missão de Vida: é simplesmente aquilo que precisamos fazer para nos realizar como seres humanos completos. “Por que estamos vivos aqui nesse planeta?”. É o que nos inspira e motiva a fazer diferença em cada dia de nossas vidas. Realizá-lo faz com que a vida seja completa e feliz. É importante frisar que não existe missão certa nem errada. Cabe apenas a você saber se a sua missão lhe inspira e lhe impulsiona. Pense nisso! Valores e crenças: são os princípios que guiam nossas ações e a nossa vida, aquilo que você acredita e lhe faz agir de determinada forma. Visão de futuro: são imagens mentais que lhe inspiram a agir e a tornar seus sonhos realidade. Visão nos dá direção e pode criar significado na vida. “Agora o seu tripé está completo! Conforme o autor acima descreve cheque se os três estão congruentes entre si. Se um deles for incompatível com qualquer um dos outros dois, você está preparando uma armadilha para você mesmo”. O autor acima afirma que: “se o tripé estiver harmonioso e for inspirador para você, corra para colocar em prática uma vida maravilhosa. Não tenha vergonha de ser diferente dos outros e não receie buscar uma vida extraordinária. Afinal, ela só existe mesmo para quemacredita nela. Você acredita?”. 22 Ilustração 5: Tripé Básico Fonte: Alvarenga, p. 9. São Paulo. S/D Após definir sua missão, visão, valores utiliza-se os conceitos da pirâmide de níveis neurológicos de aprendizagem, desenvolvido por Robert Dilts, que é um recurso muito útil para aprendizagem e mudança, sendo utilizado nos mais diversos meios e para solucionar qualquer tipo de conflito. Neste processo será utilizado também para se estabelecer objetivos e resultados. 23 Ilustração 6: Níveis Neurológicos Fonte:ZAMBON (S/D, http://www.suamente.com.br) Quadro1 Ambiente: Onde? Quando? - No nível Ambiente descrevemos o lugar em que exercemos nossas atividades. É a descrição física. Quantas janelas têm. O fluxo de pessoas, a temperatura, as condições de trabalho e assim por diante. Comportamento: O quê? - Comportamento é o que fazemos. Que ações desempenhamos em nosso trabalho. Capacidade: Como? - Que habilidade precisamos para dar continuidade ao trabalho. O que devemos saber e como vamos fazer determinada atividade. Vão desde nossas estratégias de pensamentos as nossas ações. Crenças e Valores: O por quê? - As crenças e valores respondem por nossas ações. Explicam porque agimos de determinada maneira. Os valores são o que realmente nos importa. Honestidade, companheirismo, amor ao próximo são exemplos de valores. Identidade: Quem? - Identidade é você por você mesmo. Qual a sua missão? Quem sou eu naquela equipe? Espiritual: Quem mais? - Quem mais faz parte? Como estou interligado como os demais membros do time? E a nossa empresa em relação as concorrentes? Como nossa empresa está ligada à comunidade e ao mundo? 1 Quadro explica cada nível neurológico. Fonte: ZAMBON (S/D, http://www.suamente.com.br) 24 Conforme Diniz (2005) existem muitas pessoas que vivem suas vidas apenas no nível do ambiente. O que isso significa? Elas apenas reagem ao ambiente em que vivem. Tornam-se, portanto, vítimas desses ambientes. Essas pessoas passam o dia inteiro no trabalho reclamando da empresa e culpando-a por todos os seus problemas. Chega um dia em que mudam de empresa. Passam-se alguns meses de “lua-de-mel” e vem a grande surpresa: a nova empresa tem os mesmos problemas da anterior. Alguns até piores. Por isso chamamos essas mudanças de remediativas. Elas apenas remediam o problema, mas dificilmente geram grandes mudanças. O autor ainda comenta que o mesmo não é verdade nos níveis mais altos da pirâmide. Quando explicitamos nossos valores ou transformamos nossas crenças, essas mudanças vão causar impactos em nossas capacidades, comportamentos e alteram o ambiente por conseqüência. É o que chamamos de mudanças generativas, pois geram transformações em outros níveis. A partir do princípio de que isso é verdade, descreve o autor acima, onde podemos fazer mudanças que sejam realmente poderosas? No nível de identidade, que fica no topo da pirâmide. É o que chamamos de mudança evolutiva. E aí vem o mais importante. Quais são os componentes básicos do nível de identidade? Missão de vida e visão de futuro. E é por isso que esses dois itens são somados aos valores no tripé básico. 2.4.2 Segundo Passo: Definindo Objetivos Um dos maiores desafios nas empresas é ter foco em tudo o que faz. A verdade é que a maioria das empresas assim como as pessoas que nelas trabalham em funções de chefia não sabe exatamente o que estão buscando, o que devem fazer prioritariamente. 25 Para Alvarenga (S/D, p.21), sem foco, todos perdem muito tempo com coisas acidentais e nunca têm tempo para o que realmente é essencial. Sem capacidade para decidirem o que é essencial, as pessoas perdem tempo e energia que deveriam estar direcionados para o seu negócio principal. Quadro 2 PROCESSO PARA ATINGIR OBJETIVO 01 Como é? (Estado atual) 06 O que impede de já ter acontecido? 02 Como deve ser? (Estado Desejado) 07 Que recursos possui ou necessita? 03 Como saberei que atingi o objetivo? Qual a evidência? 08 Quais as objeções possíveis? 04 Em que contexto você quer que aconteça? Onde, quando, quem? 09 Visão (Qual é o primeiro passo?) 05 Como o objetivo afetará sua vida? O que será somado, subtraído ou mantido. 10 Ação (Qual é a seqüência de ações?) “Uma vez que se determinou resultados concretos alcançáveis, o passo seguinte é avaliar as capacidades e necessidades de seu pessoal. Defina as competências necessárias para o alcance dos objetivos estratégicos, crie planos individuais de desenvolvimento com objetivos, metas, indicadores, planos de ação e iniciativas de melhoria. Não encaminhe seus empregados para um seminário de “times de alta performance” sem ter uma noção muito clara dos exatos gap’s que sua equipe tem. Procure saber se o que lhes falta é conhecimento, habilidades ou atitudes”. (CARMELLO, S/D - www.entheusiasmos.com.br) 2.4.3 Terceiro Passo: Comunicação e Relacionamentos com as Pessoas A necessidade da busca incessante de novos aprendizados obriga aos líderes a adoção de posturas comportamentais de abertura, curiosidade, sensibilidade e bom relacionamento interpessoal. As relações interpessoais entre líder e liderados, uma vez que, sem seguidores não existem líderes desenvolver relacionamentos eficazes e facilitam as interações que frequentemente resultam em um ótimo desempenho da equipe. Através do reconhecimento e incentivo. 2 Quadro com esquema para descrever os objetivos a serem atingidos. Fonte: Alvarenga, p. 20. São Paulo. S/D 26 “Criar uma comunicação envolvente onde demonstre os significados da mudança, sua visão positiva e os objetivos da organização, delineando as oportunidades e os desafios. Lembre-se que a comunicação é a expressão maior dos atos de um líder. Suas palavras e ações impactam e definem a qualidade de comprometimento de seus subordinados”. (CARMELLO, S/D - www.entheusiasmos.com.br) Os líderes trabalham com diferentes tipos de pessoas, portanto sua comunicação e relacionamento devem corresponder a estas diferenças. Para o autor Marcus Buckingham afirma que: “o líder não deve jogar mais damas, e sim aprender a jogar xadrez”. Traduzindo uma forma mais estratégica onde levam em consideração as diferenças entre as pessoas e suas particularidades, inspirando pessoas, percebendo que cada uma tem uma função, com formas de atuar completamente diferentes, se comunicando e se relacionando de maneira singular. Neste item será demonstrado a seguir, cinco ferramentas que auxiliaram no processo de comunicação e relacionamento com as pessoas, sendo elas Rapport – Afinidade emocional, Canais de comunicação, Liderando com Empatia, Perfil Comportamental Entusiasmo. 1ª Ferramenta: Rapport – Afinidade Emocional Uma das ferramentas que auxiliam na comunicação é o Rapport – Afinidade Emocional, onde no dicionário The American Heritage define como "Relação, especialmente única de confiança mútua ou afinidade emocional". Este é um bom começo, contudo não suficiente para fazer o rapport atuar a seu favor. ZAMBON (S/D, http://www.suamente.com.br) “No mundo da PNL (Programação Neuro-Lingüística), criar o rapport pode ser entendido como o estabelecimento de confiança, harmonia e cooperação em uma relação. Uma vez mais a palavra confiança aparece na definição. Assim você está começando a perceber que aquele rapport conduz a confiar... e talvez você esteja começando a também notar como o rapport é importante ente na capacidade de influenciar os outros”. ZAMBON (S/D, http://www.suamente.com.br) 27 A primeira e mais importante coisa para saber sobre o rapport é, contudo tão simples que freqüentemente as pessoas a omitem. Para ser efetivo com o rapport você tem que prestaratenção. Isto significa que você tem que focalizar na pessoa à sua frente. Conforme Alvarenga (S/D, p. 42) cita alguns motivos do por que nós precisamos de confiança? ♦ As melhores idéias e produtos não se vendem sozinhos. ♦ Nós confiamos em pessoas que são como nós mesmos. ♦ Influenciar é o objetivo da confiança. ♦ A palavra latina “commune” significa “ter”. É a raiz da palavra comunicar. O autor ainda comenta: “é o acompanhamento com elegância. É necessário nos igualarmos à outra pessoa por meio de um processo de espelhamento, que deve ocorrer com muita elegância”. Um dos grandes benefícios em se obter rapport é poder conduzir a outra pessoa de várias formas, como por exemplo: ♦ Expressões faciais e postura; ♦ Gestos e movimentos corporais; ♦ Qualidades vocais; ♦ Frases repetitivas; ♦ Palavras que representam canais de comunicação; ♦ Respiração; ♦ Estado de espírito. Costuma-se dizer que as pessoas gostam das pessoas que são iguais a elas, por isso devemos ter muita flexibilidade para nos adequarmos à outra pessoa e obter um nível de rapport excelente. 2ª Ferramenta: Canais de comunicação Temos três tipos básicos de canais de comunicação: o VISUAL: é uma representação através de imagens. Seja uma seqüência de fotos ou um filme de qualquer coisa, o AUDITIVO: é realizado através dos sons, que podem ser vozes, ritmos, melodias, linhas melódicas ou qualquer tipo de som ou ruído e o CINESTÉSICO: podemos entender como a representação do grupo formado pelas sensações, olfativas, gustativas, tato e as emoções. 28 Quadro3 CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE REPRESENTAÇÃO DOMINANTE (VISUAL/AUDITIVO/CINESTÉSICO) VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO Estilo de Aprendizagem Aprende por visão; observa demonstrações; gosta de ler e imaginar as cenas descritas no livro; tem boa concentração; rápido na compreensão. Aprende por instruções verbais, gosta de diálogos; evita descrições longas; não presta muita atenção nas ilustrações; move os lábios quando lê; subvocaliza. Aprende fazendo por envolvimento direto; prefere ir logo para a ação; não é bom leitor. Memória Lembra-se bem dos rostos, mas se esquece dos nomes; escreve e anota através de esquemas, resumido e simbólico; lembra bem de imagens. Lembra os nomes, mas esquece os rostos; decora as coisas por repetição auditiva. Lembra-se melhor das coisas que fez e não daquelas que viu ou ouviu. Para resolver problemas Delibera e planeja bem antes; organiza os pensamentos e tem boa visão das soluções e alternativas. Fala sobre os problemas; testa as soluções verbalmente. Ataca fisicamente o problema; ação; impulsividade; geralmente escolhe soluções que envolvam muitas atividades. Comunicação Quieto; se fala é muito rápido, impaciente quando tem de ouvir explanações longas; uso desajeitado das palavras; descreve com detalhes; usa predicados verbais como: veja bem, claro, etc. Gosta de ouvir, mas não consegue esperar para falar; descrições são longas e repetitivas; usa predicados do tipo: ouça... escute... deixe- me explicar... etc. Gesticula quando fala; não é bom ouvinte; fica muito perto quando fala ou ouve; perde rapidamente interesse por discursos; usa predicados do tipo: Sinto que... pegue... firme... concreto... etc. 3 Quadro com características dos canais de comunicação dominante. Fonte: ZAMBON (S/D, http://www.suamente.com.br) 29 Quadro4 COMO AS PESSOAS PERCEBEM A COMUNICAÇÃO VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO INESPECÍFICO Eu vejo o seu ponto Eu ouvi o que você estava dizendo Sinto que fiquei tocado com o filme Eu compreendo você Dê uma olhada nisso Ô língua de trapo, hem? Ele perfumou minha vida Eu quero comunicar alguma coisa a você! Pintei um quadro claro do problema? O que estou dizendo soa bem para você? Você é capaz de apreender? Pegou? Você entende o que estou expressando? Eu sei, sem sombra de dúvida que isto é verdade. Esta informação está correta, palavra por palavra Esta informação é sólida como uma rocha Eu sei que isso é verdade Uma das alternativas para tornar a comunicação com qualidade é entender como o processo de comunicação se realiza. Não se trata de analisar cada diferente tipo de comunicação, mas de identificar certos pontos em comuns entre elas. A forma como se relacionam e se processam nos mais diferentes ambientes e situações. ZAMBON (S/D, http://www.suamente.com.br) Todas as pessoas têm elementos das três modalidades, mas a maioria tem um sistema que a domina. Deve-se identificar qual está mais em uso, a fim de poder apresentar sua mensagem de uma maneira que atinja a pessoa. Por exemplo, se estiver com uma pessoa visualmente orientada, você deve falar de forma que sua mensagem combine com a maneira como o cérebro dela funciona. Só de olhar as pessoas e escutar o que elas dizem você pode ter idéia de que canais ela utiliza. 3ª Ferramenta: Liderando com Empatia Para liderar com sucesso necessita-se principalmente em perceber os outros, colocar-se em seu lugar, pensar no que levou aquela pessoa a fazer daquela maneira. Agir com empatia que significa uma resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa, e não à própria situação. 4 Quadro descritivo de como as pessoas expressam sua comunicação. Fonte:ZAMBON (S/D, http://www.suamente.com.br) 30 “Através dos sentimentos de empatia e compaixão não somente ajudamos a nós mesmos a aprender e crescer, mas também damos condições a outros de começarem a se sentir seguro o bastante para falar sobre o que realmente está ocorrendo em suas vidas – contar suas histórias – sem medo de serem julgados, criticados ou abandonados”. (COOPER, 1997 p. 77) Ilustração 7: Inteligência Emocional e Competências Pessoais Fonte: Alvarenga, p.45. São Paulo, S/D. No século XX, houve inúmeros líderes no mundo que disciplinaram essa influência conforme a figura 07 e construíram impérios com suas empresas ou idéias. Muitos deles, dizem aqueles que os conheceram, irradiavam um tipo especial de sentimento que combina uma vocação superior com a inteligência emocional. Foi algo que fez com que os outros sentissem e reagissem. E, mesmo hoje, é esse o poder de suas histórias. (COOPER, 1997 p. 231) Se não há inteligência emocional, sempre que o estresse surge o cérebro humano liga o piloto automático e tem uma tendência inerente para continuar fazendo à mesma coisa, apenas de modo mais intenso. E isso é, na maioria das vezes, exatamente o que não se deve fazer na vida profissional de hoje. (COOPER, 1997 p. 16) 31 Quadro5 SUPERANDO OS DESAFIOS E CONTROLANDO O ESTRESSE 1. Estabeleça objetivos possíveis de alcançar. 2. Divida as tarefas maiores em outras menores e estabeleça prioridades. 3. Procure companhia. 4. Espere de si mesmo o que pode ser cumprido. 5. Faça as coisas da melhor maneira que poder. 6. Participe de atividades que tragam prazer. 7. Pratique exercícios, faça caminhada e cuide da sua saúde. 8. Tenha pensamentos positivos. 9. Aceite o que não pode ser mudado e aprenda com isso. 10. Coloque-se em primeiro lugar na sua lista de prioridades, coloque-se na sua agenda. 11. Existem dois dias que não controlamos o ontem e o amanhã, então viva o hoje. 12. Aprenda a dizer não. 13. Avalie cada situação utilizando 5W e 1H. ♦ O que aconteceu? ♦ Onde? Quando? Com quem? Por quê? ♦ Quais as melhores alternativas para mudar? ♦ Quais recursos eu preciso? ♦ Qual é o melhor caminho? 14. Cante uma música, ouça sua música favorita ou faça uma poesia. 15. Eleve o seu estado de espírito, rindo. 16. Tenha uma boa crise de choro. 17.Faça uma coisa que você sempre quis fazer. 18. Escolha a sua prática espiritual pessoal e se envolva. 19. Proporcione momentos mágicos à outra pessoa. 20. Reviva suas conquistas e compartilhe. 21. Seja você mesmo. 22. Esteja ao lado de pessoas positivas. 23. Cultive entusiasmo em sua vida. “Sua primeira e principal função como líder é controlar sua própria energia e depois harmonizar a energia dos que o cercam.” Peter Drucker. (COOPER, 1997 p. 41) 5 Quadro onde descreve como superar os desafios e controlar as preocupações. Fonte: Alvarenga, p. 62-63. São Paulo, S/D. 32 O autor Cooper (1997), ainda comenta que pequenas controvérsias atingem proporções de grandes obstáculos; um atraso de um minuto parece uma hora; um comentário descuidado fere como uma repreensão. A menos que você aprenda a compreender e controlar eficazmente suas preocupações, energias diárias e tensão, conforme na tabela SUPERANDO OS DESAFIOS E CONTROLANDO O ESTRESSE, você vai perder a vivacidade, o que automaticamente interfere em sua capacidade de dar cuidadosa e plena atenção a tudo e a todos. Isso provoca uma diminuição de sua inteligência tanto intelectual quanto emocional e pode sabotar relacionamentos mais próximos – a despeito de se ter as melhores intenções de não fazê-lo. 4ª Ferramenta: Perfil comportamental Todos possuem características distintas entre si, que definem o talento para uma função. Após reconhecer o talento de cada pessoas em uma organização, consegue extrair o máximo potencial delas. As atitudes se mostram facilmente, o conhecimento pode-se verificar através de provas e testes e o comportamento, este mais difícil de identificar, se demonstram através da aplicação de uma metodologia que define o perfil comportamental, ou seja, uma combinação de fatores que demonstram como cada pessoa se comporta no ambiente de trabalho. No livro de Marston, W. Moulton, (1928) “Emotions of normal people” ele define que existem quatro tipo de perfis comportamentais sendo: 1. Dominância (Poder) 2. Conformidade (Procedimentos) 3. Influencia (Pessoas) 4. Estabilidade (Segurança) 33 Ilustração 8: Modelos comportamentais Fonte: Alvarenga, p.66. São Paulo, S/D. Primeiramente deve-se identificar as pessoas conforme as características do Quadro 5 e informações da Ilustração 8, as letras abaixo se refere a: “Alto D” para Dominante, “Alto I” para Influente, “Alto S” para Estabilidade e “Alto C” para Conformidade. Quadro6 CARACTERISTICAS PRINCIPAIS Alto D Alto I Alto S Alto C Iniciador Influente Confiável Disciplinado Competitivo Persuasivo Deliberado Cuidadoso Esforçado Amistoso Amável Sistemático Inquisitivo Verbal Persistente Preciso Direto Comunicativo Bom Ouvinte Acurado Assertivo Positivo Gentil Perfeccionista Objetivo Otimista Previsível Lógico Baixo D Baixo I Baixo S Baixo C Moderado Introvertido Móvel Firme Tímido Reflectivo Alerta Desafiante Calmo Desconfiado Ativo Obstinado Reservado Consistente Inquieto Força de Vontade Despretensioso Investigativo Demonstrador Independente Pouco Exigente Sério Impetuoso Opinante Precavido Realista Impulsivo Teimoso 6 Quadro que demonstra os quatro modelos comportamentais e suas características principais. Fonte: Alvarenga, p.66. São Paulo, S/D. 34 Ilustração 9: Como identificar o Perfil Comportamental Fonte: Alvarenga, p. 67. São Paulo, S/D. A chave para isso é conhecer o perfil comportamental das pessoas. Se o líder se conhece, conseguirá então conhecer também o seu liderado sendo, então, capaz de entender as suas virtudes e diferenças. Sabendo valorizar essas diferenças em prol de atingir o objetivo comum a todos, conseguirá, certamente, administrar, com eficácia a sua equipe. Sempre teremos pessoas diferentes em uma organização e é exatamente aí que reside a maior riqueza. O importante é que os líderes sejam capazes de identificar que diferenças são essas e como combiná-las e gerenciá-las adequadamente. 35 5ª Ferramenta: Entusiasmo O entusiasmo é a chave que tem dentro de cada um que precisa ser colocada para fora. Em tudo aquilo que fizermos se não tivermos entusiasmo a ação é morta, a ação não existe. O entusiasmo é que vai dar esta forma de sucesso à nossa ação, seja ela qual for. Observe qualquer tipo de pessoa e veja que quando há entusiasmo há ação, quando há ação com entusiasmo, há sucesso. Entusiasmo é uma palavra totalmente diferente das outras. A palavra entusiasmo vem do grego, que significa EN = dentro, THÉOS = deus e ASMEIN = respirar. E a palavra entusiasmo, portanto significa “respirar deuses dentro de si”. É muito diferente, entusiasmo de otimismo, de alegria, de apenas satisfação, de achar que vai dar certo. Enquanto otimismo é, eu torcer para que dê certo alguma coisa, eu achar que alguma coisa possa dar certo, entusiasmo é, eu acreditar na minha capacidade de fazer as coisas darem certo, de fazer as coisas ocorrerem. (Alvarenga, S/D, p.69) “Não esperem ter as condições ideais para depois ter entusiasmo, É o contrário que funciona”. “Na verdade, nós é que temos que transformar a nossa vida em uma vida entusiasta. Não é a realidade da vida que tem que nos entusiasmar. Nós é que temos que entusiasmar a realidade de nossa vida, de nosso emprego, os nossos subordinados, os nossos superiores, as nossas idéias”. 36 Ilustração 10: Princípios do Entusiasmo Fonte: Alvarenga, p. 68. São Paulo, S/D. O entusiasmo é transformar, acreditar nas pessoas, fazendo com que as pessoas respondam de maneira positiva. Uma coisa importante é quando você trata alguém de maneira superior, esta pessoa responde de maneira superior. Assim, a hora em que se começa a tratar as pessoas com mais firmeza e confiança, olhando nos olhos, essas pessoas vão responder com mais assertividade, com mais entusiasmo. E isto é uma força altamente contagiante, que vai se espalhar pelo nosso ambiente, pela nossa casa, pela nossa empresa e, nós vamos conhecer uma vida nova. Nós vamos conhecer o que é entusiasmo (Alvarenga, S/D, p.70) 37 3 ANÁLISE DOS DADOS De acordo com a situação problemática apresentada e os critérios da investigação descritos na introdução, a análise de dados teve como base uma pesquisa de campo, para verificar se a Liderança, sob a ótica dos gestores de Recursos Humanos de Jaraguá do Sul, é uma característica nata ou pode ser desenvolvida, a partir de um perfil com características e competências individuais definidos. Esta pesquisa que foi desenvolvida entre os meses de janeiro/2008 a julho/2008, teve a participação de quatro empresas de grande porte do ramo de alimentação, têxtil, metalúrgico e três de pequeno porte do ramo de agências de emprego, plásticos e comércio. Para a coleta das informações foi desenvolvido um questionário (anexo) com perguntas descritivas e objetivas, onde se obteve um resultado com o perfil de liderança e vários indicadores que os gestores de Recursos Humanos de Jaraguá do Sul participantes levam em consideração na sua tomada de decisão. 3.1 QUESTÕES OBJETIVAS O questionário foi desenvolvido com sete perguntas objetivas e duas perguntas descritivas, com a finalidade de obter informações sobre os indicadores de liderança, as competências mais difíceis de desenvolver, o tempo de formação de um líder, se o líder é nato ou pode ser desenvolvido, indicadores de seleção de um líder e indicadores dos procedimentos adotados pela alta direção. 38 1º Questão: Dois indicadores de potencial em liderança Outras Distintas 58,31% Influenciar Pessoas 16,66% Comunicação 16,66% Nesta primeira questão os dois indicadoresmais relevantes na opinião dos gestores de um possível potencial a ser um líder, são: comunicação e influenciar pessoas. Os dois indicadores se co-relacionam uma vez que para influencias as pessoas, deve-se ter uma boa comunicação, conforme está descrito no item 2.4.3 Terceiro Passo: Comunicação e Relacionamentos com as Pessoas. 2º Questão: Três aspectos da liderança ser um diferencial competitivo Outras Distintas 61,05% Flexivel a mudança 11,1% Respeito 11,1% Responsabilidade 11,1% Nas organizações as lideranças são o grande diferencial competitivo em um mercado ainda mais competitivo. Todos os três elementos são muito importantes, a liderança é um campo de interação, onde a tarefa central é o desenvolvimento de um sólido relacionamento profissional baseado em respeito com os outros. Os novos líderes atuam como agentes de mudança, influenciando as pessoas a pensar em um futuro incerto, com responsabilidade de prepará-los para esse futuro. Deve-se ressaltar que houve diversos outros aspectos citados, o que demonstra as diferentes visões sobre os aspectos essenciais para uma liderança efetiva. 39 3º Questão: Quatro competências difíceis de serem desenvolvidas Outras Distintas 29,12% Entusiasmo 16,64% Relações Humanas 16,64% Cont. Emocional 16,64% Comunicação 20,8% Para os gestores de Recursos Humanos de Jaraguá do Sul, as quatro competências mais difíceis de serem desenvolvidas são: Comunicação, Controle emocional, Relações Humanas e o Entusiasmo. O resultado desta questão coincide com a opinião de Bennis (1996, p.86) que diz: “[...] é possível aprender as técnicas, as habilidades, os estilos de comunicação de um líder; o que não é tão simples ou fácil de aprender são os sentimentos, a intuição, a emoção, as sutilezas, o entusiasmo, ou seja, a paixão pela liderança; e é isto que transforma alguém em líder”. Assim mais do que nunca se evidencia a necessidade do líder estar totalmente comprometido conforme comentado no item 2.4.1 Primeiro Passo: Auto- conhecimento, missão de vida, visão de futuro e valores/crenças, que quando a pessoa se conhece e sabe aonde esta e aonde quer chegar o desenvolvimento se torna coerente e consistente. 40 4º Questão: Tempo para formar um líder 3 a 6 anos; 83,3% 1 a 3 anos; 16,66% Vemos que, na percepção dos gestores de RH pesquisados, a formação de líderes mão se faz de maneira rápida. As empresas precisam, então entender que formar líderes é investimento a longo prazo. 5º Questão: Liderança é nata ou pode ser desenvolvida É um atributo que nasce com a pessoa e pode ser desenvolvido com treinamento. 100% Para os gestores de Recursos Humanos de Jaraguá do Sul, fica claro que a liderança tanto é uma característica nata como pode ser desenvolvida, Bennis (1996) afirma que os líderes aprendem a exercer a liderança, e aprendem melhor quando enfrentam obstáculos, ou seja, são aprendizes e aprendem tanto com falhas quanto com êxitos. Para alguns autores, a liderança não deixa de ser algo nato em algumas pessoas, as quais nascem com um diferencial e são predestinadas ao sucesso nas organizações. Já outros defendem, no entanto, que o processo de liderar pode ser desenvolvido e entendido por pessoas que precisam apenas lapidar determinadas características, conhecimentos, atitudes e habilidades. Os profissionais pesquisados, de forma unânime, pensam na junção dos dois fatores: pré- disposições natas como trabalho de desenvolvimento. 41 6º Questão: Três competências analisadas em um processo de seleção Outras Distintas 55,5% Comprometimento 11,1% Relacionamento 16,65% Comunicação 16,65% Em um processo de seleção as principais competências que se analisa são: Comunicação, relacionamento e comprometimento. Estes indicadores se co- relacionam uma vez que para influenciar as pessoas, deve-se ter uma boa comunicação, que é a expressão maior dos atos de um líder que, quando comprometido com seus liderados e com a empresa, formam o diferencial competitivo. 7º Questão: Três procedimentos da alta direção para desenvolver a liderança Outras Distintas 38,85% Comunicar as Estratégias 22,2% Feedback 16,65% Treinamento e Desenv. 22,2% Para a alta direção as principais atitudes adotadas para o desenvolvimento das lideranças foram: investir em treinamento e desenvolvimento para ter um aprendizado contínuo, realizar feedback de maneira que não julgue uma atitude e sim colabore para o crescimento da pessoa e comunicar as estratégias e estruturas que traduzem as idéias-guia das decisões empresariais. 42 3.2 QUESTÕES DESCRITIVAS Nas duas questões descritivas apenas duas das sete empresas participantes, colaboraram com suas experiências em transformar pessoas comuns em líderes de verdade e registraram com uma mensagem aos futuros líderes em potencial. 1ª Questão: Como você avalia suas experiências de transformar pessoas que eram líderes latentes, potenciais, em líderes de verdade? Ramo Metalúrgico: “Quando os comportamentos são praticados de uma forma sistemática ao longo do tempo, mudanças reais e permanentes podem ocorrer. A realidade é que a mudança duradoura ocorre aos poucos. Quando você melhora um pouco a cada dia, coisas grandes começam a ocorrer. Não procure por melhorias rápidas e grandiosas, busque as pequenas melhorias, um dia de cada vez. É o único modo para que aconteça, e quando acontece dura”. Depoimento do entrevistado. “Acredito que para um gestor é uma experiência bastante gratificante, pois um dos objetivos de um bom gestor é treinar e contribuir nas transformações positivas”. Depoimento do entrevistado. “Como coordeno todos os programas voltados para a formação de liderança, percebo grande evolução aos que participam ativamente dos treinamentos e coaching, principalmente aqueles que estão mais propensos a mudar algumas atitudes”. Depoimento do entrevistado. Ramo Comércio: “Através do auto-conhecimento e percepção do ‘outro’”. Depoimento do entrevistado. Ramo Plástico: “A tarefa de transformar as pessoas é difícil, pois as visões das pessoas variam muito e rápido. O conceito muda de acordo com a influencia que ele sofre por isso a dificuldade. Mas a experiência de transformar estas pessoas também é gratificante, pois de uma forma geral você deixa sua marca nela por todos seus dias”. Depoimento do entrevistado. 43 Nesta primeira questão os participantes comentam a importância de se começar primeiramente com as pequenas mudanças, pois o processo deve ser duradouro, não adianta mudar tudo de uma vez e permanecer com estes comportamentos por uma semana. Se dedicar ao seu desenvolvimento e dos seus liderados é a fonte de tudo para gerar um diferencial competitivo. Para os participantes compartilhar suas missões, visões e objetivos com os liderados, se comprometendo com eles através da percepção do outro, é fundamental, pois a tarefa de transformar e inspirar as pessoas necessita de muita atenção e dedicação. 2ª Questão: O que você tem a dizer para as pessoas que desejam se tornar líderes: Ramo Metalúrgico: “Para mudar e ser um líder nato é preciso que se esteja comprometido de forma absoluta, isso significa ter a intenção de mudar e a disposição de aceitar os esforços necessários para alcançar o objetivo com ações concretas, e estar determinado a se comportar de uma maneira diferente muitas e muitas vezes, até que os novos hábitos estejam consolidados”. Depoimento do entrevistado. “É um desafio, porém oportuniza crescimento pessoal e profissional. Agrega experiências nas quais transcende sua vida profissional, desenvolvendo-se também como pessoa. Tem que ter muita força de vontade, disposição e identificação para tal atribuição. Procurar desenvolvimento e mudar de atitudes”. Depoimentodo entrevistado. Ramo Comércio: ““Conheça a ti mesmo”. Antes disso, não adianta insistir...”. Depoimento do entrevistado. 44 Ramo Plástico: “Tenham muita paciência, amor pelo que vão fazer, pois nem sempre um líder é reconhecido por mais que se esforce. Então liderar não é ter a autoridade apenas, e sim conseguir influenciar uma equipe a buscar um único objetivo que é o resultado em função das metas. E outro ponto que jamais pode desistir a persistência é uma aliada do líder sem ela não há líder”. Depoimento do entrevistado. A mensagem que os participantes deixam aos futuros líderes é que: estejam comprometidos de forma absoluta, determinados a modificar/moldar atitudes e comportamentos, força de vontade, disposição, identificação para tais atribuições, auto-conhecimento, muita paciência e jamais desistir de seus ideais. 45 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos através dos questionários respondidos permitiram verificar a semelhança entre os estilos de liderança dos líderes do ramo metalúrgico com os líderes do ramo plástico. O perfil de líder em que as empresas estão apostando são os profissionais com boa comunicação e influencia sobre as pessoas que associados a responsabilidade, respeito e flexibilidade a mudanças formam o diferencial competitivo em um mercado ainda mais competitivo. As competências que merecem um maior desenvolvimento tendo em vista a dificuldade de desenvolvê-las apontadas pelos gestores pesquisados foram à comunicação, o controle emocional, o entusiasmo e s relações humanas, sendo que os profissionais que não as possuírem terão em entre 3 a 6 anos junto com demais deficiências, para lapidar e desenvolver a fim de se tornar um líder eficaz, que na percepção dos gestores de RH pesquisados, o desenvolvimento se torna a longo prazo. E sobre a ótica da alta direção os três procedimentos que são adotados para desenvolver as lideranças são: treinamento e desenvolvimento contínuo, a realização de feedback e a comunicação das estratégias da empresa. Confrontando a pesquisa e o referencial teórico utilizado, junto com os resultados da pesquisa, mostra-se que o estilo de liderança mais procurado é o líder coach, que é liderar por intermédio de perguntas e não de respostas; se colocar em condição de igualdade com seus liderados encorajando-os a atingir seu potencial máximo, descobrindo soluções ao invés do líder impô-las, passando a enxergar e avaliar as várias possibilidades pessoais e nos negócios; pressupõe-se que todos têm dentro de si um potencial ilimitado; conhecer e respeitar a missão, valores e objetivos de cada um dos seus seguidores. 46 Como as organizações sofrem transformações constantes, necessitando redefinir os seus objetivos estratégicos, cabe às pesquisas futuras identificar as melhores práticas de gestão de pessoas, capazes de formar líderes ainda mais comprometidos tanto com as pessoas quanto com as organizações, inspirando cada vez mais os liderados aos objetivos estratégicos das organizações. Sabe-se que a habilidade de liderança está presente em qualquer relação entre duas ou mais pessoas. A possibilidade de se conhecer o estilo de liderança das pessoas fornece aos indivíduos uma maior compreensão acerca do funcionamento das relações estabelecidas, minimizando de certo modo os conflitos interpessoais. Concluindo, pode-se dizer que as para as empresas pesquisas acredita-se que o líder tanto é um atributo que nasce com as pessoas quanto pode ser desenvolvido com treinamento e outras ferramentas associadas a este, tornando-se um instrumento de aprendizagem contínua. Depende principalmente de sua vontade de liderar e lapidar tais competências, possuindo um forte sentido em sua essência, um propósito, valores e visão verdadeiros que orientam sua liderança, diferenciando-os dos muitos “líderes” que prosperam e outros não. Todos nascem com uma série de predisposições que se não forem devidamente trabalhadas ficam adormecidas. Mas é certo que todos temos várias competências, inclusive de liderança. O fato é que algumas pessoas tem maior facilidade para usar as competências associadas a liderança do que outras. Observa-se na pesquisa que as pessoas, os “liderados”, valorizam a “ética do caráter”, que significa que um “líder” precisa ter coragem de assumir riscos, ser honesto e cumprir o que se propôs. 47 Mudamos constantemente, portanto não devemos nos trancar na dureza das nossas convicções, percebendo que somos capazes e temos tudo em nossas mãos, devendo assim nos empenhar em um aprendizado contínuo e evolutivo, a fim de sermos reconhecido pelo que somos e não pelo que temos, utilizando a harmonia com uma realidade mais ampla e mais complexa em nossas vidas. As referidas lideranças de Jaraguá do Sul contribuíram para esta pesquisa, onde todos exercem liderança e em nossas relações há sempre competências semelhantes à dos líderes aqui descritos. Saber qual o estilo de liderança e de qual competência utilizar facilita nossa compreensão acerca das relações que estabelecemos no dia-a-dia. Sendo um dos aspectos mais importantes que destaca-se nesta pesquisa, é a necessidade de se investir na identificação de talentos internos para futuras lideranças e principalmente em seu desenvolvimento, como consta nesta, ser de longo prazo como parte da estratégia de negócio. Pois faltam líderes eficazes preparados, no mercado, que atuem como agentes transformadores em seus ambientes empresariais, que consigam conciliar as necessidades profissionais e pessoais, inspirar pessoas cada vez mais diferentes, combinando talentos e motivando-as, relacionar-se bem com as pessoas e extrair resultados delas para gerar um crescimento nas organizações. Formar líderes para estar à frente das organizações na atualidade trata-se de um desafio muito grande para uma gestão moderna e eficiente. Não só pessoas, mas principalmente com os líderes - identificá-los nas empresas para que eles sejam responsáveis pelo processo de mudança nas organizações. Preocupar-se com isso faz a diferença. Por muitas vezes, o dono do negócio, quando percebe alguma liderança sendo formada internamente, em vez de incentivá-lo, o reprime ao se sentir ameaçado. É uma ignorância sem tamanho. 48 Com um bom grau de intuição e feeling suficientes para identificar tais talentos e vislumbrar as tendências do mercado e da sua própria organização, esses líderes serão os grandes responsáveis pelo mapeamento das necessidades futuras da empresa. Senão ao contrário da empresa estar em condições de encarar tudo o que vem pela frente, terão que contar com a sorte e o acaso para terem líderes eficazes. Ou, então, com lideranças medíocres, continuarão sendo empresas medíocres. Porque a empresa que não investe na formação de suas lideranças, perde a corrida para a globalização. Olhar o lado humano não significa caridade, é uma postura que gera resultado, reduz o turnover e aumentam os lucros. Obtive-se como aprendizado após a realização desta pesquisa, que há uma vasta gama de questões acerca de desenvolvimento de líderes e das práticas adotadas pelas empresas pesquisas, e o que se mostra bastante relevante de todos os assunto demonstrados é a comunicação e o relacionamento com as pessoas. Existem pessoas que possuem característica importante como a capacidade de influenciar outros sem manipular, sendo flexíveis nas atitudes para se adaptar rapidamente a situações diversas e, acima de tudo, vibra quando os que estão à sua volta são bem sucedidos. Preocupar-se com os outros e com o mundo que o cerca e procura fazer algo a esse respeito, no entanto, como se percebe, há muitas tarefas relevantesque os líderes precisam fazer e a maioria, quando se depara com essa complexidade, acaba se perdendo em desculpas, ou falta de tempo para planejar, falta de recursos e excesso de pressão. É preciso mudar o modelo mental. Construir um futuro é se fazer perguntas realmente relevante, e que se obtenham respostas coerentes, mostrando que uma empresa pode tratar seus funcionários com respeito e dignidade, tanto porque tem uma equipe de líderes que acreditam que isso é certo quanto porque essa é a melhor forma de se fazer negócios. 49 Promovendo um crescimento absurdo através da convicção de que são as pessoas que fazem a empresa crescer. Líderes notáveis ajudam a articular novos valores, que formam uma nova visão, que extrapola o “status quo”, promovendo o sentido de evolução. 50 BIBLIOGRAFIA ALVARENGA, Paulo. Liderar-te: Liderança, comunicação e inteligência Emocional. São Paulo: Liderarte, S/D. BENNIS, W. A formação do líder. São Paulo:Atlas, 1996. CANDELORO, Raúl. Gigantes da Liderança. São Paulo, 2007. CARVALHO, C. C. Formação de Dirigentes. IBRASA: São Paulo, 1996. CESPEDE, C. P. Liderança: constatações e contradições quanto à formação de líderes organizacionais. S/ D. Trabalho acadêmico. Faculdade Ruy Barbosa COOPER, Robert K. Inteligência Emocional na empresa, Rio de Janeiro. Ed. Campos, 1997. DINIZ, Arthur. Líder do Futuro – A transformação em Líder Coach, São Paulo. Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento, 2005. FLEURY, Afonso, FLEURY, Maria Teresa L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. HUNTER, J.C. O Monge e o Executivo. Uma história a essência da Liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. KOUZES J.M.; POSNER B.Z. O desafio da liderança. 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Registre dois indicadores que identificam um potencial de liderança entre os funcionários? 2. Identifique três aspectos mais relevantes, pelos quais, liderar pessoas se torna um diferencial importante num ambiente competitivo? 3. Com base em suas experiências marque quatro das competências abaixo são mais difíceis de serem desenvolvidas? Controle emocional Autoconfiança Comunicação Relações Humanas Tomada de decisão Entusiasmo / atitude Controle de preocupações Outras: 4. Quanto tempo é necessário para formar uma liderança que atue como gerente de uma área da empresa? 1 a 3 anos 3 a 6 anos 6 a 9 anos 53 5. A capacidade de liderar é: Um atributo que nasce com a pessoa Pode ser desenvolvido com treinamento As duas opções juntas 6. Em um processo de seleção de líderes, enumere três competências que você analisa? 7. Enumere três procedimentos que a alta direção deve tomar visando desenvolver lideranças na empresa? Perguntas Livres: Como você avalia suas experiências de transformar pessoas que eram líderes latentes, potenciais, em líderes de verdade? O que você tem a dizer para as pessoas que desejam se tornar líderes:
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