Buscar

Análise_Ergonômica_para_trabalhadores_da_construção_civil_-_gesseiro_e_pedreiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Análise Ergonômica para trabalhadores da construção civil – gesseiro e 
pedreiro 
Erconomic Analisys for construction workers – gypsum and bricklayer 
Amanda Peu Dutra¹, Natália Costa Ariza² 
Hernani Camilo Valinote³ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALAVRAS CHAVE: 
Ergonomia; 
Construção Civil; 
Postura; 
Gesseiro; 
Pedreiro. 
 
KEYWORDS: 
Ergonomy; 
Construction; 
Posture; 
Plasterer; 
Mason. 
 
 RESUMO: O presente estudo objetiva determinar a importância da 
ergonomia dentro da construção civil – mais especificamente para gesseiros 
e pedreiros. Serão determinados pontos críticos dos ofícios dos mesmos e 
analisadas quais as melhores formas de prevenir/ sanar problemas futuros 
para os operários ergonomicamente falando. Foi utilizada metodologia 
composta por levantamentos bibliográficos acerca do tema, estudo 
documental. Verificou-se que alguns dos principais pontos críticos a esses 
trabalhadores são lombalgias e em membros superiores. O trabalhador deve 
se prevenir diariamente contra problemas causados pela falta de ergonomia 
em seus postos de trabalho e seu superior deve ser o responsável pelo 
cumprimento destes cuidados. Concluiu-se que a construção civil ainda está 
muito aquém de outras “indústrias” de trabalho, tendo muito o que 
melhorar e se o empregador e o operário tiverem consciência e vistoriarem 
seus postos de trabalho, os riscos ao trabalhador serão menores. 
 
ABSTRACT: The present study aims to determine the importance of 
ergonomics within civil construction - specifically for plasterers and masons. 
Critical points will be determined in their jobs, and the best ways to prevent / 
cure future problems for workers in ergonomics will be analyzed. It was used 
methodology composed by bibliographical surveys about the subject, 
documentary study. It has been found that some of the main critical points to 
these workers are lower back and upper limbs. The worker must be 
prevented daily against problems caused by the lack of ergonomics in his 
workstations and his superior must be responsible for the fulfillment of these 
care. It was concluded that civil construction is still far short of other labor 
"industries", with much to improve and if the employer and the worker are 
aware and inspect their jobs, the risks to the worker will be lower. 
 
* Contato com os autores: 
 
1 e-mail: amandapeu@gmail.com (A. P. Dutra) 
 Arquiteta e Urbanista, Pós-Graduanda em Segurança no Trabalho pela Universidade Federal de Goiás 
2 e-mail: natalia.ariza.arq@gmail.com (N. C. Ariza) 
 Arquiteta e Urbanista, Pós-Graduanda em Segurança no Trabalho pela Universidade Federal de Goiás. 
³ e-mail: hernanivalinote@gmail.com (H. C. Valinote) 
 Fisioterapeuta, Pós-Graduando em Segurança no Trabalho pela Universidade Federal de Goiás, Pós-Graduado em Saúde do Idoso, 
Pós-Graduado em Fisioterapia Traumato Ortopédica e Pós-Graduado em Dermato Funcional. 
 
ISSN: 2179-0612 © 2018 REEC - Todos os direitos reservados. 
 
 
 
 
 
Espaço restrito 
aos editores de 
layout da REEC. 
Espaço restrito aos editores de layout da REEC. 
 
mailto:julianafleury.arquitetura@gmail.com
mailto:hernanivalinote@gmail.com
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
2 
 
1. INTRODUÇÃO 
Artigos e estudos na área da Construção Civil são raros de se encontrar. A prática a construção 
acontece há séculos, porém continua pouco estudada, por ser uma atividade considerada mais prática do 
que teórica. Apesar de as profissões do pedreiro e gesseiro serem atividades importantíssimas para a 
construção e que podem agilizar ou atrasar em tempo considerável, uma obra, empregadores costumam 
não analisar se seus colaboradores estão tendo o máximo de desempenho, realizando suas funções nas 
posturas corretas. Além disso, não se investe em treinamentos para esses trabalhadores, por se tratar de 
uma mão de obra barata e com grau de escolaridade baixos. (Leão, 2016) 
 
Para a saúde, bem-estar e segurança dos trabalhadores, a ergonomia tem um papel fundamental. 
Ela trata de métodos preventivos e/ou corretivos nos postos de trabalho, e se torna fundamental na 
atividade da construção civil, por serem trabalhos que exigem muito do corpo como um todo. Esse setor é 
o principal responsável pelos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, físicas e psicológicas no Brasil. 
(Lemos, 2016) 
 
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO 2016), ergonomia deriva do grego ergo 
(trabalho) e momos (normas, ou seja, regras, leis). Está relacionada às interações dos seres humanos às 
máquinas e processos, com o fim de melhorar o desempenho do trabalho e a qualidade de vida do ser 
humano. É uma ciência multidisciplinar com o principal objetivo de adequar o trabalho ao homem, assim 
promovendo a segurança mental e física e também a saúde dos trabalhadores. 
 
A ABERGO (2016) define três tipos de ergonomia como sendo seus campos de estudo: ergonomia 
física, cognitiva e organizacional. A primeira trata da anatomia humana, antropometria, fisiologia e 
biomecânica. A segunda de memória, percepção, raciocínio e resposta motora. A última trata da 
otimização dos sistemas e de sua organização. No artigo será analisada a ergonomia física, pois é nela que 
se analisa movimentos repetitivos, manuseio de materiais e distúrbios musculoesqueléticos, por exemplo. 
Uma intervenção ergonômica é dividida em 3 fases. A primeira é uma análise do posto de trabalho atual. A 
segunda é onde se aprofunda os problemas encontrados e testa soluções preliminares. E a última é quando 
se aplica as adaptações necessárias no posto de trabalho dos trabalhadores. (Ergonomia, conceitos e 
aplicações, 2000). 
 
Segundo Naressi, Orenha e Naressi (2013), a maioria dos profissionais, ao realizar suas atividades, 
não se preocupa com a maneira como está sendo feito, mas sim com o que está sendo feito. Portanto, um 
dos deveres do ergonomista é desenvolver habilidades de autocorreção. A mudança comportamental é 
uma grande aliada da ergonomia. 
 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
3 
 
A Norma Regulamentadora de número 17, definida pelo Ministério do Trabalho, Portaria 3.214, 
datada de 23 de novembro de 1990, tem como objetivo assegurar que o trabalhador tenha conforto e 
segurança no ambiente de trabalho, podendo executá-lo de maneira eficiente. (Brasil, 2007) 
 
Todos os itens da Norma são comentados, dessa forma é esclarecido o significado dos conceitos 
expressos, caracterizando e definindo os aspectos que serão levados em consideração ao elaborar uma AET 
(Analise Ergonômica do Trabalho). Essa análise é um documento que mostra como a ergonomia e a 
legislação ajuda a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores. A norma tem a finalidade de reduzir os 
riscos de doenças e melhorar o conforto e a segurança dos trabalhadores. Ela é um elo entre a Lei/Norma 
e a Ergonomia. (Brasil, 2007) 
 
 As profissões que foram analisadas no seguinte trabalho é a do pedreiro/auxiliar de pedreiro e o 
gesseiro. Profissões fundamentais para a construção civil, e muitas vez não reconhecidas como deveriam. A 
falta de interesse em melhorias faz com que o setor enfrenta grande dificuldade quando se trata de mão de 
obra qualificada. (Leão, 2016) 
 
2. OBJETIVO 
O presente trabalho tem por objetivo analisar duas profissões da construção civil, o gesseiro e o 
pedreiro/auxiliar de pedreiro, com relação a ergonomia e como suas atividades são realizadas. Para isso, 
será desenvolvido a partir de uma revisão bibliográfica referente a ergonomia e construção civil, e serão 
analisados normas e estudos ergonômicos das posturas que os profissionaisnormalmente empregam. 
 
3. METODOLOGIA 
Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica em livros, revistas e artigos, para 
analisar ergonomicamente os trabalhadores da construção civil - gesseiro e pedreiro. O objetivo de se 
aprofundar no tema proposto foi avaliar as condições atuais das profissões e informar empregadores e 
pesquisadores da importância da prevenção de certas posturas nas profissões citadas. 
 
Em forma de revisão bibliográfica, foram levantadas informações para que fosse vista a importância 
da Ergonomia nas profissões de acabamento da Construção Civil, mais especificamente, gesseiro e 
pedreiro. O artigo abordou a análise de conceitos relacionados à ergonomia e um estudo em relação à sua 
importância para essas profissões. 
 
Foram selecionados esses dois ofícios dentro do imenso quadro de profissões na Construção Civil 
pois são profissionais com movimentos críticos muito intensos ergonomicamente falando. 
 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
4 
 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
4.1 Profissões a serem estudadas: 
Pedreiro e Servente 
De acordo com o Dicionário Aurélio de Português (2010), pedreiro é um operário especializado que 
executa serviços de construção de pedra, areia, cal, tijolo etc., inclusive o revestimento das paredes; essa é 
uma das profissões mais antigas, e recebia o nome de “alvanel”, e o nome pedreiro veio do latim 
“petrarium”, relativo as pedras. 
 
Segundo Santos e Barros (2011), essa classe de trabalhadores é subdividida em duas funções, 
definidos de acordo com a capacitação técnica: o pedreiro e o servente. Normalmente, essa capacitação 
técnica tem a ver com experiência na área de atuação e estudos sobre as atividades que serão exercidas. 
Ambas as funções caminham juntas, mesmo havendo distinção de serviço entre elas, todo pedreiro tem 
seus serventes. 
 
O pedreiro é responsável por colocar em ação o projeto elaborado por profissionais, como 
arquitetos e engenheiros, ele tem mais capacitação para acompanhar a parte estrutural de uma construção 
(fundações, pilares, vigas e até as próprias paredes), organizar o canteiro de obras e executar assentamento 
de revestimentos em piso e paredes. (Santos e Barros, 2011) 
 
O servente é o auxiliar do pedreiro, e realiza tarefas como, transporte, preparo/mistura de 
materiais, arruma e mantem o local limpo, faz escavação, entre outras funções de auxílio. Tais atividades 
são fundamentais para a construção civil. (Santos e Barros, 2011) 
 
Ainda segundo Santos e Barros, 2011, essa profissão exige experiência, inteligência muitas vezes 
adquirida sem estudo, sendo ela mais rústica, simples e criativa. Esse setor lida com novas tecnologias, 
novos produtos e na maioria das vezes esses profissionais lidam com essas mudanças na prática, sem 
auxílio de treinamentos específicos. O mais próximo que eles chegam de tal treinamento são informações 
passadas pelo responsável da obra (engenheiro ou arquiteto). 
 
Observando, de maneira ergonômica, a função do pedreiro e servente, vemos que suas atividades 
têm mais impacto sobre os membros superiores e coluna. 
 
Gesseiro 
De acordo com o Almanaque de profissões do SENAI, gesseiro é o trabalhador que faz trabalhos 
com gesso aplicando e revestindo tetos e paredes, orientado muitas vezes por projetos de decoração. 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
5 
 
Muitas vezes esses trabalhadores não tem uma escolaridade muito avançada, mas a experiência na área de 
atuação conta muito para um bom trabalho, a profissão é reconhecida pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego, e há diversos cursos de aperfeiçoamento na área. 
 
Além de assentar o forro de gesso, colocar placas, o trabalhador também é responsável por fazer o 
levantamento da área, montar andaimes, demarcar e nivelar o local do assentamento, transportar placas, 
dar acabamento, desmontar andaimes e limpar o local. Essas funções exigem movimentação constante e 
técnica, normalmente o posto de trabalho é acima da altura dos ombros. (Pereira, 2013) 
 
O trabalho do gesseiro se não orientado adequadamente, pode comprometer a saúde do 
trabalhador, pode causar sérios problemas a coluna cervical, podendo até incapacitar o trabalhador de 
realizar seus serviços. (Almeida, 1999) 
 
Ergonomicamente é uma profissão complexa devido a postura com que se trabalha. O posto de 
trabalho ser o teto em sua maioria, por exemplo, não é uma posição favorável, prejudicando membros 
superiores, pescoço, coluna, entre outros. 
 
4.2. Desenvolvimento 
A construção civil tem uma importância fundamental para a economia do país. Tal atividade gera 
empregos diretos e indiretos e absorve um número significativo de trabalhadores. (Leão, 2016). Essa área, 
apresenta uma das piores condições de segurança e saúde dos trabalhadores. A relação entre ser a 
atividade econômica mais dinâmica e a com maiores desafios quanto a saúde pública é preocupante. 
 
Segundo Librelotto (2005), a construção civil é caracterizada por um grande número de pequenas 
empresas que utilizam recursos humanos com baixa qualificação profissional e elevada rotatividade. 
Podemos afirmar que há um atraso no crescimento e no desenvolvimento do setor, relacionado com a mão 
de obra, já que há uma carga horária pequena de treinamentos, baixos salários, baixo índice de 
escolaridade. É um setor que absorve a maior quantidade de mão de obra desqualificada. Dentro de um 
canteiro de obra, a maior parte das atividades são realizadas sem se quer haja um treinamento ou mesmo 
uma instrução de como realizar de forma correta ou até mesmo das consequências que podem ocorrer. 
 
O trabalho do gesseiro e pedreiro são importantes na construção civil. Ter uma boa condição de 
trabalho, faz com que os trabalhadores tenham bons níveis de qualidade e produtividade. De acordo com 
Dul e Weerdmeester (2004) a ergonomia ajuda a solucionar alguns problemas, dessa forma melhorando a 
saúde, segurança, conforto e eficiência no trabalho. Proporcionando assim, uma manutenção da 
integridade física e mental dos operários. A ergonomia visa melhorar o trabalho humano, adaptando as 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
6 
 
maquinas, ferramentas, o ambiente e a organização do trabalho de acordo com a função de cada 
trabalhador. Observa-se postura, esforço físico e mental, horários e turnos de trabalho, aspectos 
ambientais e organização do trabalho. É adaptar o trabalho ao homem, não o homem ao trabalho. 
 
De acordo com Leão, a construção civil no nosso país tem um baixo grau de mecanização, autos 
índices de desperdício, baixa produtividade, alto grau de insatisfação de clientes e mão de obra 
desqualificada. Assim, é de extrema necessidade com que os trabalhadores desse setor façam parte de 
uma mudança que resultará em melhorias continuas. A ergonomia é uma mudança que pode ajudar a 
saúde física e mental dos trabalhadores, refletindo diretamente no seu trabalho. Em sua pesquisa, Almeida 
(1999), diz que para o ingresso da profissão de gesseiro não foi realizado nenhum tipo de treinamento 
admissional ou prévio, sendo que a maioria dos profissionais aprenderam diretamente no canteiro de 
obras, observando colegas de profissão, assim adquirindo a pratica e também seus vícios e erros. 
 
Ainda segundo Almeida (1999), os profissionais não têm conhecimento dos riscos que sua profissão 
pode causar, já que as informações fornecidas vieram dos próprios trabalhadores, que também não 
tiveram acesso a tais informações no passado. 
 
A construção civil trata de diferentes atividades laborais, porém, quando tratamos de duas áreas 
especificas, que sãoo gesseiro e o pedreiro, podemos dizer que esses setores exigem esforço físico intenso, 
ritmos acelerados e condições ruins de trabalho. A pratica das atividades, e a repetição das mesmas, faz 
com que os trabalhadores percam o medo, e façam o trabalho de forma manual. Tal situação faz com que 
a atenção seja reduzida, e dessa forma o posto de trabalho se torna cada vez mais perigoso. Normalmente 
a baixa escolaridade e o trabalhador ser matuto/ignorante pioram a facilidade de inserir a Ergonomia nos 
postos de trabalho dos mesmos. Muitas pessoas acham que cuidar da saúde, é desnecessário ou até 
mesmo superficial, assim o trabalho ergonômico se torna mais difícil. Segundo Medeiros (2013), a 
ergonomia é extremamente necessária para minimizar e prevenir os riscos das atividades. 
 
Quando se trata de ergonomia, lidam-se diretamente com os riscos ergonômicos. Que é qualquer 
ocasião de que possa prejudicar as características psicofisiológicas de uma pessoa, afetando sua saúde ou 
causando desconforto. Tal situação pode ir desde uma posição inadequada quando o trabalhador está 
realizando alguma atividade, repetitividade das atividades, até longas jornadas de trabalho ou situações de 
alto nível de estresse. (Figueiredo, Bento, Rabelo, 2017) 
 
 
 
 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
7 
 
4.3. Análise ergonômica de pontos críticos dos trabalhadores estudados 
Trabalho acima da altura do ombro: 
 
Os trabalhadores precisam colocar, montar, manusear as placas de 
gesso e como em sua maioria trabalham em locais que não utilizam 
andaimes adaptados para a altura do trabalhador, ele é obrigado a 
manter os membros superiores em alturas acima da altura do 
ombro. 
Principais impactos ao trabalhador: Extensão da cervical pelo fato 
de ele olhar para a laje superior para realizar suas tarefas. 
 
Manuseio de cargas: 
Trabalhos repetitivos, esforços excessivos, posturas incorretas e 
traumatismos diretos são frequentes causar traumáticas para o 
trabalhador, devido ao manuseio de cargas. 
Principais impactos ao trabalhador: Luxações em músculos e 
articulações, rupturas de músculos, tendões, lesões articulares, 
ósseas, musculares, além de dores e deformidades na coluna 
vertebral. 
 
 
Levantamento de cargas de maneira correta: 
A postura correta para se levantar qualquer tipo 
de carga geralmente é agachar membros inferiores até 
que as mãos alcancem o objeto no chão, ou onde 
estiverem. Dessa forma a coluna fica na posição correta 
evitando sobrecarrega-la com o peso. Manter a postura 
sempre ereta e não acumular peso sobre a coluna é a 
melhor maneira de preservar a saúde física. 
Cada trabalhador é analisado de forma individual, pois caso já tenham algum tipo de restrição, por 
exemplo, uma artrose no joelho, seu movimento pode ser diferente do que seria de um trabalho sem a 
artrose. 
Posturas em pé são as que mais consomem energia, a fadiga aparece mais rápido. A posição 
sentada exige uma atividade muscular para a sustentação dos músculos abdominais e dorsais. Essa é uma 
posição que exige menos esforço que a posição vertical. A última posição é a horizontal, deitada, que é 
utilizada para o repouso, pois consome menos energia. (Almeida, 1999) 
Figura 1: Trabalhos realizados com membros 
superiores acima da altura do ombro. 
Fonte: Ilustração feita pelas autoras 
Figura 2: Posturas incorreta (A) e correta 
(B), para manuseio de cargas. 
Fonte: Ilustração feita pelas autoras 
Figura 3: Postura correta para levantamento de cargas 
Fonte: Ilustração feira pelas autoras 
A B 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
8 
 
Ainda segundo Almeida (1999), quando falamos em levantamento de peso, classificamos em dois tipos: 
 Levantamento com trabalho repetitivo, que exige mais do trabalhador, aqui a capacidade física e 
energética do trabalhador tem que ser levada em consideração. 
 Levantamento esporádico, que é relacionado com a capacidade muscular de levantar peso. 
 
Demonstração de posturas incorretas e corretas: 
 
 
O operário realiza, ao levantar pesos, esforços no corpo. Um saco de gesso, pesa em média 40kg e 
o de cimento, 50kg. O trabalhador corre o risco de, ao levantar o saco, por se tratar de muito peso, sofrer 
lombalgias. Para minimizar as lesões, não se deve carregar todo este peso sozinho, além de fazê-lo na 
postura correta. 
 
4.4. Soluções propostas baseadas nas revisões bibliográficas 
A ergonomia tem o papel fundamental de criar estratégias e garantir que o trabalhador tenha, em 
seu ambiente de trabalho, conforto, bem-estar e segurança. Para que a ergonomia atinja seu objetivo deve 
ser considerado, de acordo com Iida (2005): 
 
• O homem (idade, habilidade cognitiva, experiência, tamanho, força); 
• As ferramentas, o mobiliário, os equipamentos e as instalações; 
• O ambiente de trabalho (temperatura, ruídos, vibrações, luzes, cores, etc.); 
• A informação (até onde o trabalhador tem acesso a informações); 
• A organização, (horários, turnos e equipes); 
• As consequências do trabalho. 
 
Com isso o profissional da área ergonômica contribui para o planejamento, projeto e avaliação da 
situação do trabalhador. Ele investiga as habilidades e capacidades do trabalhador, analisa o uso das 
maquinas e equipamentos, os riscos do trabalho e o ambiente. Com isso ele utiliza os resultados dos 
A 
B 
Figura 4: Posturas incorreta (A) e correta (B) 
Fonte: Ilustração feita pelas autoras 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
9 
 
estudos para propor melhorias e projetar soluções práticas para os trabalhadores/empresas. Sua função 
pode ir além desses itens, tal profissional pode produzir manuais para que novos sistemas ou produtos 
sejam utilizados de forma correta, pode também fornecer dados para estatísticas, entre outras. 
 
“No Brasil, as pesquisas na área são relativamente recentes. 
Embora haja registros de pesquisas realizadas no século XIX, foi 
apenas a partir da década de 1970 que pesquisadores de várias 
universidades brasileiras começaram a introduzir a ergonomia no 
escopo de várias áreas do conhecimento, sendo que o primeiro 
trabalho acadêmico data de 1973” – Ergonomia: notas de classe, 
escrito por Itiro Iida e Henry A. J. Wierzbicki. 
 
Segundo Almeida (1999), deve-se tomar cuidados para que a coluna seja protegida quando forem 
exigidos esforços muito grandes, sendo eles: Evitar que a musculatura dorsal seja utilizada no 
levantamento de cargas e usar sempre músculos da perna e manter a coluna ereta para ergue-la. A jornada 
de trabalho também deve ser levada em consideração ao se avaliar ergonomicamente um trabalhador em 
seu posto de trabalho. Quando o trabalhador ganha por produção, a jornada de trabalho tende a ser 
estendida, o que significa que o operário faz esforços excessivos e não tem tempo para se recuperar 
fisicamente e que a coluna piore cada vez mais com o passar do tempo. 
 
5. CONCLUSÃO 
O artigo abordou a análise de conceitos relacionados à ergonomia e um estudo em relação à sua 
importância para algumas profissões de colaboradores da construção civil na fase do acabamento as obras 
(gesseiro e pedreiro), visando aumentar a qualidade de desempenho do trabalho realizado, qualidade de 
vida do trabalhador e diminuir doenças ocupacionais. 
 
Sem a preocupação com a ergonomia, o trabalhador corre sérios riscos de se lesionar e perder 
qualidade de vida tanto no ambiente de trabalho quanto fora dele. O empregador deve se dar todo o 
suporte ao colaborador, quando for necessário adaptar o ambiente de trabalho a ele. Sem essas 
adaptações a qualidade e rapidez do serviço prestado diminuem,e, por conseguinte, o lucro do 
empregador. 
 
O gesseiro e o pedreiro passam por situações críticas em seu dia-a-dia e precisam ter certos 
cuidados, principalmente com a coluna vertebral, membros superiores e inferiores. A forma com que 
manuseiam, levantam e depositam o material de trabalho deve ser feita com toda a atenção 
principalmente devido ao fato da quantidade de vezes que o carregam e do peso do material carregado. 
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
10 
 
Devido ao fato de em geral se tratar de uma classe trabalhadora com menor grau de escolaridade, 
o empregador deve assumir a responsabilidade de conscientiza-los, não só pensando na produção que 
pode ser afetada se seus empregados se lesionarem, mas também assumir uma responsabilidade social 
para com eles. 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ABERGO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. O que é ergonomia? Disponível em: 
http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia Acesso em: 25/07/2018. 
 
ALMEIDA, I. R. Análise ergonômica na atividade de aplicação do gesso em revestimento interno. In: XIX 
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1999, São Paulo. XIX Encontro Nacional de Engenharia de 
Produção, 1999. Acesso em: 06/11/2018. 
 
DUL, J., WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. Tradução de Itiro Iida. 2. ed. São Paulo. Edgard Blücher, 
2004. Acesso em: 25/07/2018. 
 
FIGUEIREDO, Ana F. S., BENTO, Isabella C. e Rabelo, Lais Di B. C. - Análise ergonômica do trabalho do 
pedreiro e servente: o reboco de paredes, 2017. Disponível em: 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/tn_stp_241_401_31782.pdf Acesso em: 05/10/2018. 
 
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. Acesso em: 08/10/2018. 
LIBRELOTTO, L. I. Modelo para a Avaliação da Sustentabilidade na Construção Civil nas dimensões 
econômica, social e ambiental (ESA). Tese de Doutorado – UFSC –Programa de Pós-Graduação em 
Engenharia de Produção. Florianópolis, SC 2005. Acesso em: 15/10/2018 
 
LEÃO, M. V. M. Análise da qualificação da mão de obra no setor da construção civil na cidade de 
Dourados (MS). 2016. 47 páginas. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado) - Universidade tecnológica 
federal do Paraná. Campo Mourão, 2016. Acesso em 15/10/2018 
 
MORAES, A., Mont'alvão, C. R. Ergonomia: Conceitos e Aplicações. Rio de Janeiro, 2000. Acesso em 
28/10/2018 
 
Medeiros, Dário Moreira de - A Importância da Ergonomia na Construção Civil: Uma Revisão, 2013. Acesso 
em: 03/11/2018. 
 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/tn_stp_241_401_31782.pdf
A. P. Dutra; N. C. Ariza; H. C. Valinote; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X (2018) 
 
11 
 
Naressi, W. G., Orenha, E. S. e Naressi, S. C. M. Ergonomia e Biossegurança em Odontologia, 2013. Acesso 
em: 15/11/2018. 
 
NR 17, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-17 - Ergonomia. 2009. Disponível 
em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm Acesso em: 20/05/2018. 
 
SANTOS, Paulo Henrique Faleiro dos; BARROS, Vanessa Andrade de. A condição de servente na construção 
civil. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo, v. 14, n. 2, p. 241-262, dez. 2011. 
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
37172011000200007&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 01/08/2018.

Outros materiais