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Cirurgia Segura

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Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre 
 
INTRODUÇÃO 
ESTATÍSTICAS DA OMS 
 234 milhões de cirurgias são realizadas por ano em todo o mundo; 
 63 milhões de pessoas sofrem trauma anualmente, e grande parte 
desse número precisa de cirurgia; 
 Até 25% dos pacientes cirúrgicos sofrem de complicações pós-
operatórias: 
 Metade dos prejuízos decorrentes de cirurgias são evitáveis. 
HISTÓRICO E PERSPECTIVA 
BASES HISTÓRICAS 
 Os protocolos de cirurgia segura eram aplicados de modo 
inconsistente no passado; 
 As medidas de segurança dependiam de cada equipe (experiência 
individual); 
 O que levava as falhas de segurança? Trocas de plantão, excesso de 
pacientes, jornadas prolongadas, transferência do paciente para 
outros setores, dentre outros; 
 A fim de garantir segurança, foram instruídos 5 conceitos 
transformadores para adoção por organizações de cuidados de 
saúde: 
o A transparência deve ser um valor praticado em tudo o que 
fazemos; 
o Os cuidados devem ser proporcionados por equipes 
multidisciplinares que trabalham em plataformas de cuidados 
integrados; 
o Os pacientes devem tornar-se parceiros totais em todos os 
aspectos dos cuidados de saúde; 
o Os profissionais de saúde precisam encontrar alegria e sentido 
em seus trabalhos; 
o A educação médica deve ser reprojetada para preparar novos 
médicos para desempenharem novas funções neste novo 
ambiente. 
MANUAL PARA CIRURGIA SEGURA (OMS 2009) 
O manual fornece evidências e orientações a respeito dos componentes 
essenciais da assistência cirúrgica segura, que compõe a lista de 
verificação (Check-list). 
Dica da Bia: No QrCode ao lado, encontra-
se o Manual para Cirurgia Segura da OMS 
2009. Indico a leitura. 
 
 Lista de verificação do manual: Ferramenta prática que pode ser 
usada em qualquer hospital do mundo, assegurando que as etapas 
de pré, trans e pós-operatórias sejam cumpridas. 
O desenvolvimento da Lista de Verificação foi guiado por três 
princípios: 
o Simplicidade; 
o Ampla aplicabilidade; 
o Possibilidade de mensuração. 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Antes da cirurgia, os profissionais se certificarão se o local, procedimento 
e o paciente estão corretos e se todos os equipamentos necessários 
funcionam adequadamente. 
 1º passo: O centro cirúrgico liga para a unidade em que o paciente 
se encontra; 
 2º passo: Checagem da unidade da identificação do paciente, da sua 
pulseira, seu prontuário e de seus exames pré-operatórios pela 
enfermeira; 
 3º passo: Checagem de TCLE (termo de consentimento livre e 
esclarecido) da cirurgia e anestesia, de avaliação pré-anestésica e 
demarcação da lateralidade (checar se o lado que o paciente vai ser 
operado está correto, geralmente é marcado um X no lugar ainda 
na enfermaria); 
 4º passo: Preenchimento de ficha de movimentação; 
 5º passo: Solicitação de transporte do paciente para o centro 
cirúrgico. 
 Na chegada do paciente ao centro cirúrgico: 
1. Equipe de enfermagem se identifica para o paciente e checa sua 
pulseira de identificação contendo nome completo e data de 
nascimento junto ao prontuário; 
2. Checagem a demarcação da lateralidade e faz a monitorização 
do paciente. 
ALGORITIMO DE CIRURGIA SEGURA 
Tabela 1: Check-list. (Encontra-se essa imagem com maior definição e 
tamanho no QrCode). 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre 
 
S ING IN – ANTES DA INDUÇÃO ANESTÉSICA 
Geralmente, a enfermeira é a principal responsável nesse momento: 
 Checagem da identificação do paciente, do procedimento previsto, o 
local da cirurgia e o consentimento do paciente: 
o Embora possa parecer repetitivo, este passo é essencial para 
garantir que a equipe não opere o doente errado no local 
errado, ou efetue o procedimento errado. 
 Verificar se o local da cirurgia está marcado: 
o Marcar inclusive casos que envolvam lateralidade ou múltiplas 
estruturas ou níveis. 
 Verificação do equipamento de anestesia e medição está completa; 
 Se o oxímetro está colocado no paciente e em funcionamento; 
 Reverificar se o paciente possui alguma alergia conhecida e 
descrever; 
 Confirmar verbalmente que a equipe de anestesia avaliou se o 
paciente tem uma via aérea difícil, e se sim, se os equipamentos para 
o procedimento estão disponíveis; 
 Averiguar com à equipe de anestesia se há risco de o paciente tem 
risco de perder >500 mL de sangue durante a cirurgia: 
o Uma grande perda de sangue é um dos perigos mais comuns 
e importantes para doentes cirúrgicos, com risco de choque 
hipovolêmico quando a perda é superior a 500 mL (7 mL/kg 
em crianças). 
 Se existente, averiguar se os exames de imagem essencias estão 
visíveis para o cirurgião; 
 Além disso, a sala de cirurgia também é checada, averiguando se 
existe possibilidade de necessitar de mais equipamentos, por 
exemplo. 
TIME OUT – ANTES DA INCISÃO NA PELE 
Geralmente é a circulante que é responsável por colher as informações 
necessárias naquele momento: 
 Confirmação de que todos os elementos da equipe se apresentaram 
indicando nome e funções; 
 Confirmar nome do paciente, procedimento e local cirúrgico; 
 Verificar se a profilaxia antibiótica foi feita nos últimos 60 minutos; 
 Antecipação de eventos críticos: 
o Para o cirurgião: Se existe etapas críticas previstas, tempo 
planejado para a cirurgia, perda de sangue prevista; 
o Para o anestesista: Se existe alguma preocupação prevista para 
o caso paciente, se sim especificar; 
o Para a equipe de enfermagem: Esterilização dos instrumentas 
foi confirmada, e se existe problema com equipamentos ou 
qualquer outra preocupação. 
SIGN OUT – ANTES DO PACIENTE SAIR DA SALA 
Geralmente a enfermeira é responsável por esse passo: 
 Escrever o nome do procedimento; 
 Contagem de instrumentais, compressas e materiais perfuro-
cortantes, confirmando quantidade que se iniciou o procedimento 
cirúrgico: 
o Quando houver, é identificado as peças anatômicas retiradas e 
essas precisam estar identificadas; 
 Exames do paciente reanexado no prontuário; 
 Revisão pelo cirurgião, pelo anestesista e pela equipe de enfermagem 
das preocupações/necessidades do doente na recuperação pós-
anestésica e pós-alta do centro cirúrgico. 
PREVENÇÃO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA 
(TVP) E EMBOLIA PULMONAR (EP) 
TVP corresponde a formação de um coágulo nas veias profundas do 
paciente, principalmente em MMII, e essas tromboses geralmente 
ocorrem quando o paciente está retido ao leito, mas, quando o paciente 
volta a andar o coágulo torna-se um êmbolo, podendo parar no pulmão, 
gerando a embolia pulmonar ou no cérebro, por exemplo. 
 EP e TVP são responsáveis por 5 a 10% de todas as mortes 
hospitalares nos EUA: 
o EP: Taxa de mortalidade de 30% quando não diagnosticada e 
tratada de modo adequado; 
o EP: Taxa de mortalidade de 8% se tratada corretamente. 
FATORES DE R ISCO 
 Idade avançada; 
 Hospitalização prolongada; 
 Cateteres venosos de longa permanência; 
 Doença neurológica; 
 Cardiomiopatia, infarto do miocárdio ou insuficiência secundária; 
 Trauma pulmonar agudo; 
 DPOC; 
 Veias varicosas. 
ESTRATIF ICAÇÃO DE R ISCO DE CAPRINI 
Tabela 2: Tabela de Caprini. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre 
 
De acordo com a quantidade de fatores de risco presente na Tabela de 
Caprini, o paciente acumula pontos e serão estratificados quanto ao risco. 
À medida que o paciente é classificado na escala de risco são 
tomadas medidas de profilaxia de acordo com seu grau. 
Tabela 3: Definição da Profilaxia. 
 Medidas não farmacológicas: Deambulação precoce, meais elásticas, 
compressão pneumática intermitente, exercício ativos/ passivos no 
leito (fisioterapia); 
 Medidas farmacológicas: Uso de heparina ou varfarim: 
o Nos pacientes de alto risco, são utilizadas as medidas 
farmacológicas e não farmacológicas em conjunto, já aqueles 
pacientes de risco mais baixo são avaliadosindividualmente. 
PACIENTES DIABÉTICOS 
O DM promove alterações no metabolismo dos carboidratos, fazendo com 
que o indivíduo tenha quadros de hiperglicemia e alta morbimortalidade 
peri-operatória. Além disso, o DM descompensado predispõe o indivíduo 
a infecções, internamentos, custos hospitalares e pior cicatrização. 
 A hipoglicemia é mais perigosa para o paciente com taxas muito 
baixa de açúcar no sangue, estando predisposto a sofrer um dano 
neurológico agudo devido a dependência de glicose pelo tecido 
nervoso. 
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 
É necessário pedir o valor da glicemia em jejum e níveis de HbA1c, 
principalmente essa última, já que tem um forte valor preditivo para 
complicações decorrentes do DM. 
METAS 
As metas são a redução do tempo de jejum em relação aos pacientes não 
diabéticos, evitando jejuns prolongados. 
 No DM tipo 1 (deficiência na produção de insulina), geralmente é 
administrado insulina subcutânea para evitar cetoacidose; 
 No DM tipo 2, é necessária atenção para evitar o estágio 
hiperosmolar e hiperglicêmico. 
 
PLANEJAMENTO CIRÚRGICO 
 Menos tempo em jejum; 
 Glicemia capilar (HGT) entre 108 e 180mg/dl; 
 Manter a rotina do paciente; 
 Cirurgia no 1° horário para não prolongar o jejum do paciente; 
 O paciente deve ser submetido ao HGT na admissão à SO, antes da 
indução anestésica e a cada hora durante o procedimento; 
 Pacientes que usam metformina e GLP não precisam ser suspensos 
no pré-operatório: 
o Há estudos que a metformina piora a função renal e, assim, 
deve-se suspender no dia da cirurgia em portadores de 
disfunção renal, reiniciando 24-48 horas depois do 
procedimento. 
 Sulfoniluréias induzem a secreção de insulina, então devem ser 
suspensas um dia antes da cirurgia; 
 Sempre solicitar avaliação e orientação do endocrinologista 
(preferencialmente por escrito) sobre hipoglicemiantes orais e 
insulina do paciente: 
o Geralmente, os hipoglicemiantes orais são suspendidos de 24-
48 horas antes da cirurgia, fazendo o HCT e administrando 
insulina subcutânea durante o internamento. 
DEZ OBJETIVOS ESSENCIAIS PARA A SEGURANÇA 
CIRÚRGICA

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