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SISTEMA TEGUMENTAR Professor Alexandre Hyppolito Barnabe Sistema tegumentar (tegere=revestir):Pele e anexos da pele Pele é o maior órgão de continuidade celular. Espelho da saúde Cobertura externa do corpo animal. Estabelece a transição aos orifícios naturais, se ligando com mucosas do sistema digestório, respiratório e genitourinário. Importância econômica: 1 em cada 5 atendimentos em clínicas veterinárias estão associados a dermatologia Produtos comerciais de origem animal (couro, lã, pele) Problemas de manejo associados a casco e chifres INTRODUÇÃO O sistema tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-organismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial (tato, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite. FUNÇÕES O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos: pelos, unhas, cornos, glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias . CONSTITUINTES EPIDERME DERME HIPODERME PELE Formada por um epitélio escamoso estratificado queratinizado A epiderme é contínua com as membranas mucosas Não há vasos sanguíneos ou linfáticos, a qual é nutrida por difusão a partir da derme As células da epiderme estão em contínua renovação Locais onde a epiderme é mais espessa: coxins digitais e formações córneas (queratinização da epiderme) EPIDERME(EPIDERMIS) Porção abaixo da epiderme É vascularizada e inervada É formada por duas camadas (papilar e reticular) - Camada Papilar: Formada por tecido conjuntivo frouxo Formada por papilas que invadem a epiderme Rica em células e vasos sanguíneos (papilas) - Camada Reticular Rica em fibras e pobre em células Funde-se a tela subcutânea (tecido subcútaneo) DERME (DERMIS,CORIUM) Tela subcutânea Composta de tecido conjuntivo frouxo, permeada por tecido adiposo branco, e está localizada entre a pele e a fáscia superficial É uma camada frouxa de tecido, rica em gordura, vasos sanguíneos e linfáticos, e nervos Tecido Adiposo Proteção contra temperaturas baixas Reservatório de energia Amortecimento contra choques mecânicos Suprimento sanguíneo e terminações nervosas HIPODERME Pele frouxa no pescoço de um cão. A tela subcutânea ampla permite o deslocamento da pele. GLÂNDULAS SEBÁCEAS Localizada na derme, são estruturas alveolares, que possuem ductos que desembocam diretamente na superfície da pele Produzem secreção gordurosa (sebo) Lubrifica e impermeabiliza a pele e a pelagem Distribui o calor Retarda o crescimento bacteriano Marcadores territoriais GLÂNDULAS DA PELE Cárpicas (suínos) Seio infraorbital (ovino) Circum-orais (lábios dos gatos) Cornuais (caprino) Seio interdigital (ovino) Circum-anais (nas adjacências do ânus do cão) Seios paranais (no saco anai de cães e gatos) Seio inguinal (ovino) Glândulas da cauda (dorso da cauda do gato e rudimentares em caninos) TIPOS DE GLÂNDULAS SEBÁCEAS Seio infraorbital do ovino. Glândulas cárpicas em suínos GLÂNDULAS DO SEIO INGUINAL Glândulas sebáceas e sudoríferas apócrinas localizadas dentro do prepúcio produzem secreções que se combinam com as células de demarcação para formar uma substância conhecida como esmegma. Mais desenvolvidas no suíno (divertículo dorsal da cavidade prepucial). Sua secreção proporciona o odor característico do suíno. Essas glândulas estão presentes de forma menos desagradável em outras espécies (que não possuem o divertículo). GLÂNDULAS PREPUCIAIS Glândulas da cauda Glândulas dos seios paranais São glândulas encontradas por todo o corpo da maioria dos animais domésticos Produzem e secretam o suor, que é um líquido aquoso e transparente que auxilia na resfriação do corpo pela evaporação Glândulas Sudoríparas Apócrinas: também possuem porção secretória enrolada e um único ducto excretor, desembocando mais no folículo piloso do que na superfície cutânea (ex. cães – canal auditivo externo) Glândulas Sudoríparas Écrinas: a porção excretora consiste em um único ducto enrolado localizado na derme ou hipoderme, sendo conectado a superfície por um longo ducto, e secretam o conteúdo aquoso direto sobre certas regiões (ex. plano nasolabial, coxins) GLÂNDULAS SUDORÍPARAS A tela subcutânea dos coxins dos cães, dos bulbos dos suínos e da ranilha dos equinos possuem glândulas sudoríferas Ductos formam canais por meio da derme espessa e cornificada. As secreções dessas glândulas atuam como marcadores territoriais ou de rastro. GLÂNDULAS SUDORÍPARAS GLÂNDULA DOS COXINS GLÂNDULAS NASOLABIAIS GLÂNDULAS NASAIS PELOS O pelo é essencial para a sobrevivência, especificamente, dos mamíferos. Tem importante papel na temperatura corporal para manter camadas de ar aprisionadas entre eles. São formados por células queratinizadas que se alojam na derme. O pelo é composto por raiz, folículo e bulbo ANEXOS DA PELE A muda sazonal é mais pronunciada nas espécies selvagens. Os animais domesticados protegidos de mudanças climáticas mais extremas apresentam um padrão recorrente, com picos na primavera e no outono. Informações sobre esse assunto são exíguas. Veterinários são constrangidos!!!! !!! Maioria dos cães tem uma muda de pelo mais intensa na primavera e no outono. Na primavera é mais pronunciada e dura cerca de cinco semanas. Os gatos mudam de pelo mais na primavera, mas a muda é seguida por uma perda menos substancial que continua pelo verão e outono. Inverno cessa a queda e a pelagem obtém sua condição plena. PELOS(PILI) Revestimento: pelos mais rígidos, conferem uma cobertura Lanosos: pelos mais finos e curtos, conferem subcobertura Táteis: pelos grossos, e de distribuição restrita, são envolvidos por um seio venoso (potencializa o estímulo) e são altamente inervado. TIPOS DE PELO Os pelos lanosos fornecem uma cobertura macia. Esses pelos são finos, ondulados e, na maioria das espécies, mais curtos e mais numerosos do que os pelos de proteção pelos quais são escondidos. O velo dos ovinos apresenta problemas peculiares, assim como interesse óbvio. As cabras Cashmere e Angorá, os coelhos Angorá e as alpacas também produzem lã de qualidade PELOS LANOSOS PELOS TÁTEIS O folículo piloso é uma estrutura dérmica, constituída por bainhas que rodeiam o pelo. Pode haver glândulas sebáceas anexas ao folículo. As glândulas sebáceas e as glândulas sudoríferas apócrinas excretam seu conteúdo pelo folículo, enquanto as glândulas sudoríferas écrinas excretam pela pele. Músculo Eretor do Pelo: ao ser contraído, faz com que o folículo fique ereto, abaixando a região da base da pele, e fazendo com que o pelo fique mais alto FOLÍCULO PILOSO São acúmulos de tecido adiposo, conjuntivo frouxo e fibras elásticas na região subcutânea de algumas regiões. São forrados por pele glabra (sem pelos) e densamente queratinizada. Tem como função principal o amortecimento mecânico. A quantidade de coxins metacarpais, metatarsais e digitais, correspondem a quantidade de dedos da espécie. Nos animais ungulados, somente os coxins digitais são funcionais e entram em contato com o solo COXINS Nos ungulados, apenas os coxins digitais são funcionais e entram em contato com o solo Geralmente incorporados ao casco, fornecendo as estruturas conhecidas como bulbo nos ruminantes e suínos, e uma estrutura mais complexa nos equinos — a ranilha. Os bulbos dos suínos são moles e mais destacados da sola (ver mais informações adiante); nos ruminantes, os bulbos são mais rígidos, porém menos rígidos do que outras partes do casco. COXINS Presente nos cães Unguiculados São estruturas queratinizadas compactadas e achatadas à mostra Cresce a partir da epiderme e cobre uma dobra curva da derme em sua base Cinco unhas no membro torácico, e quatro no membro pélvico UNHAS São agudas e afiadas As garras são usadas, entre outras funções, para agarrar e como armas de ataque e defesa São retráteis por meio de ligamentos elásticos na crista ungueal da garra Segue os mesmos princípios da vascularização da unha do cão. GARRAS Ruminantes e Suínos Nos animais com 2 dedos que sustentam o peso em cada pé, a falange distal esta envolta por modificações córneas da pele, os cascos. Possuem 2 cascos principais e 2 cascos rudimentares. Equinos Cobertura córnea ou unha espessa na falange do dedo O casco do equino é a estrutura mais complexa e serve para reduzir a concussão do impacto dos pés e das mãos, além de ter uma natureza elástica que auxilia no retorno do sangue ao coração CASCO Nos ungulados, apenas os coxins digitais são funcionais e entram em contato com o solo, geralmente incorporados ao casco, fornecendo as estruturas conhecidas como bulbo nos ruminantes e suínos, e uma estrutura mais complexa nos equinos — a ranilha Os bulbos dos suínos são moles e mais destacados da sola. Nos ruminantes, os bulbos são mais rígidos, porém menos rígidos do que outras partes do casco. CASCO 1, bulbo (coxim digital) do casco; 2, sola do casco; 3, parede do casco; 4, casco do dígito acessório; 5, casco rudimentar do dígito vestigial. O casco (epiderme) foi retirado em um dos dígitos para expor a derme. 1, derme do bulbo; 2, derme da sola; 3, tecido córneo do bulbo; 4, tecido córneo da sola. Mão bovina, vista palmar. B, Mão bovina, vista dorsal. 5, borda dorsal do casco; 6, face abaxial do casco. O casco envolve a terceira falange, o osso navicular e parte da segunda falange. Os cascos se caracterizam como uma estrutura especializada, que foi projetada para resistir ao desgaste, suportar o peso e absorver o impacto. A ranilha é uma cunha elástica macia tem como uma das funções atuar como elemento amortecedor do impacto e auxiliar na irrigação sanguínea para o interior dos cascos. Parte do coxim que faz contato com o solo No bovino, de 40 a 60% da sola e do coxim entram em contato com o solo, enquanto no equino apenas a borda da sola, a cunha e os bulbos têm contato com o solo. CASCO CASCO (EQUINO) O estojo córneo protege o dedo de influências mecânicas, químicas e biológicas do ambiente . Sua resistência a agentes químicos e biológicos é particularmente importante quando os animais são confinados a uma área relativamente pequena, quando o piso não é o ideal e substâncias agressivas estão em contato direto com o casco. Amortecedor (atuam como almofadas) FUNÇÕES CASCOS Os cornos dos ruminantes domésticos apresentam bases ósseas fornecidas pelos processos cornuais dos ossos frontais (processus cornualis) A derme apresenta-se firmemente aderida ao processo cornual Os cornos são permanentes* e crescem de forma contínua após seu aparecimento, logo após o nascimento. Composto pela derme, epiderme e pela epíceras (zona córnea da base do corno) * cornos das antilocapras americanas são trocados anualmente CORNO ● Base (basis cornus); ● Corpo (corpus cornus); ● Ápice (apex cornus) CORNO (CORNU) Processo cornual (processus cornualis): O processo cornual do bovino se desenvolve como uma protuberância do osso frontal. A partir do osso frontal é induzida pela elevação epidérmica . Esse aumento continua a crescer durante até cinco meses após o parto para formar o sólido processo cornual. O desenvolvimento dos cornos costuma ser impedido pela cauterização da epiderme germinal precocemente. PROCESSO CORNUAL ossicones Cornos únicos /região do nariz chifre Os chifres são estruturas formadas exclusivamente por tecido ósseo e derivadas do osso frontal do crânio. Essas estruturas apresentam ramificações e são recobertas por uma camada de pele r ica em vasos sanguíneos (veludo). À medida que esse chifre torna-se maduro, essa camada rica em vasos para de receber sangue e morre, o que torna o osso exposto. A cada ano, o chifre de um animal é trocado. corno Os cornos são estruturas derivadas, normalmente, do osso frontal do crânio e consistem em uma projeção do osso coberta por uma camada de queratina, a mesma proteína responsável por formar as unhas e os pelos. DIFERENÇA CHIFRE E CORNO São glândulas sudoríparas modificadas, cuja secreção tem por finalidade a alimentação do neonato. Começam o seu desenvolvimento na puberdade e no desenvolvimento funcional (lactação). A fisiologia da lactação nas espécies domésticas são semelhantes, mas se diferem quanto a sua localização, aparência externa, nº de glândulas, tetas e suas aberturas GLÂNDULAS MAMÁRIAS (MAMMA ,UBER,MASTOS ) A glândula mamária compõe-se de uma série de complexos mamários característicos de cada espécie. Cada complexo mamário consiste em uma ou mais unidades mamárias compostas de um corpo (corpus mammae) e uma teta ou papila (papilla mammae) O tamanho relativo e comprimento da glândula mamária variam entre indivíduos, e também do estágio funcional da glândula (juvenil, lactação, pós-lactação) A pele que cobre as papilas não possui pelos, enquanto a pele sobre o corpo mamário possui alguns pelos, dependendo da espécie. GLÂNDULAS MAMÁRIAS O leite é a secreção característica das glândulas mamárias e serve para a nutrição das crias. O primeiro leite após o parto, o colostro (colostrum), possui um teor elevado de anticorpos, os quais proporcionam imunidade passiva ao recém-nascido. A inflamação das glândulas mamárias (mastite) é uma condição comum na vaca leiteira e causa prejuízos econômicos consideráveis. Neoplasias das glândulas mamárias da cadela são comuns, especialmente em animais mais velhos, e frequentemente requerem remoção cirúrgica. GLÂNDULAS MAMÁRIAS HIPERPLASIA X NEOPLASIA Carnívoros e suínos – gl. Mamária Bovinos, caprinos e equinos – úbere. Glândula sudorípara exócrina modificada tuboalveolar composta. Leite – secreção nutricional do neonato – gamaglobulina no colostro (imunidade passiva) Fixada na parede ventral torácica e parede abdominal (carnívoros e suínos) e parede inguinal (ruminantes e equinos) Lamina lateral superficial e lamina medial GLÂNDULA MAMÁRIA Composto por tecido glandular epitelial (glandula mammaria) e tecido conectivo intersticial ( interstitium) com nervos, vasos sanguíneos e linfáticos A unidade mamária termina com um sistema de ductos, o qual exibe uma disposição específica de cada espécie e termina na extremidade pontiaguda da papila (papilla mammae). CORPO MAMÁRIO SISTEMA DE DUCTOS ● Partes terminais das glândulas (glandular alveolus): local de produção de leite; ● Ductos lactíferos (ductus lactiferi): sistema de ductos para o transporte de leite; ● Seio lactífero (sinus lactifer): seio para a coleta do leite GLÂNDULA MAMÁRIA Artérias: Toraco-abdominais: A. torácica interna (diafragma e parede torácica ventral) -Artéria epigástrica cranial superficial Abdominal-inguinal: A. pudenda externa –A. epigástrica caudal superficial Veias: Parede torácica ventral: V. epigástrica cranial superficial – V. epigástrica cranial –V. torácica interna Parede abdominal ventral e região inguinal: V. epigástrica superficial caudal- V. epigástrica caudal – V. pudenda externa Roseta de Fürstenberg – plexo venoso entre porção glandular e papilar(amputação da papila mamária) VASCULARIZAÇÃO MAMÁRIA
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