Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia Renal – aula 2 Filtração do aparelho justaglomerular O glomérulo e a capsula de Bowman Na figura é possível observar artéria aferente e eferente, as células da capsula de Bowman, o tubo proximal com células com borda em escova, túbulo distal das células que fazem parte do aparelho justaglomerular, ou seja, células da mácula densa, na artéria aferente existem células secretores que produzem os grânulos de renina, capilar glomerular, a arteríola aferente se ramifica e enovela no interior do capilar formando o capilar glomerular, há a região de almofada polar que é uma região rica em células mesangeais que percorrem todas as estruturas externa do capilar e interna da capsula de Bowman. Existem células na parte externa que fazem contato com o capilar glomerular que são os podócitos com seus prolongamentos que são os pedicelios que se unem as estruturas do capilar glomerular. No capilar glomerular é possível observar o endotélio capilar com membrana basal. O que tem na capsula de Bowman é chamado de ultrafiltrado que é o sangue parcialmente filtrado, 1/5 do sangue do corpo humano é filtrado nos rins e 20% do as sangue que chega nos capilares glomérulos são filtrados na passagem pelo glomérulo. As células da macula densa e as células da artéria aferente e eferente recebem o nome de aparelho justaglomerular, as células da arteríola aferente que produzem renina também são chamadas de células justaglomerulares. As células da mácula densa são especializadas em detectar alterações do filtrado glomerular. A membrana filtrante é composta pelo endotélio capilar (fenestrados, com cada fenestra medindo cerca de 75 nanômetros, então moléculas menores que 75 nanômetros podem passar nessa região), podócito (com pedicélios onde há poros com cerca de 30 nanômetros) para evitar passagem de algumas moléculas na filtração, então a presença de sangue na urina é uma condição patológica e a membrana filtrante do sangue pode ter sido perdida. A membrana basal é importante para a membrana filtrante, a banana basal é dividida em três, a porção mais interna é conhecida como membrana rara interna, na porção externa há uma membrana rara externa e está mais em contato com as células do interior da cápsula de Bowman como os podócitos e os pedicelos. Entre a membrana rara interna e externa há uma porção intermediária conhecida como lâmina densa, a qual é formada por uma rede de materiais de fibrila possuindo um diâmetro 3 nanômetros, ela organizada de forma frouxa e é umas das estruturas mais importantes para o processo de filtração renal. Observando o gráfico pode-se notar que existem filtrabilidade diferentes para o mesmo raio molecular. As substâncias catiônicas apresentam maior filtrabilidade do que as neutras ou aniônicas de mesmo raio molecular. Nota-se também que quanto menor o raio da molécula maior é sua filtrabilidade. Isso é importante se pensar na albumina que é uma proteína importante na circulação sanguínea e que possui carga negativa. Perfil das pressões hidrostáticas na circulação renal Na região das artérias interlobulares o sangue chega com uma pressão arterial média alta (100 mmHg) e conforme o filtrado segue para as arteríolas aferentes a pressão cai drasticamente, então as artérias aferentes conferem um sistema de resistência a passagem do fluxo de sangue. A pressão no interior do capilar glomerular praticamente não se altera. No início da arteríola eferente a pressão tem uma queda significativa até atingir o capilar peritubular, o qual fica com uma pressão bem pequena. O capilar glomerular está entre dois sistemas de resistência que seriam da arteríola aferente e eferente, isso é muito importante porque esse sistema de resistência em paralelo é que vai promover o ritmo de filtração glomerulares. A pressão no capilar peritubular são tão baixas que possibilitam a reabsorção de parte dessas substâncias que foram filtradas no capilar glomerular. Existem dois fatores importantes no fluxo de sangue renal chamados de auto regulação porque ocorre independente de outro sistema, isso significa que o sistema renal é capaz de controlar o fluxo de sangue que chega até ele sem interferência do sistema nervoso autonômico ou de qualquer outra inervação que possa estar controlando esse fluxo de sangue. Na imagem pode-se observar que existe uma relação entre o aumento do fluxo de sangue a filtração glomerular (ritmo de filtração glomerular – sempre em ml por min), o aumento do fluxo de sangue renal pode aumentar a filtração glomerular e consequentemente aumentar o fluxo urinário, isso depende da pressão arterial média. Então quanto mais aumenta a pressão arterial media maior vai ser o fluxo de sangue renal e consequentemente o ritmo de filtração glomerular tende a aumentar e aumentar dessa forma o fluxo urinário. De 80 mmHg até aproximadamente 120 mmHg de pressão arterial média o sistema renal regula o fluxo de sangue que chega até ele, isto é, é um sistema de auto regulação de fluxo sanguíneo renal, resultando em um platô, nessas condições não precisa de outros sistemas, então a remoção as influências do sistema nervoso autonômico simpático e parassimpático não promove alteração no controle de fluxo sanguíneo renal. Existem dois mecanismos para essa função, sendo eles: • Mecanismo miogênico: quando ocorrer o aumento da pressão arterial (fluxo de sangue nas estruturas renais) a tendencia dos vasos é se dilatar inicialmente para receber aquele aporte de sangue. A dilatação das células promove a despolarização de suas membranas promovendo a abertura de canais de cálcio voltagem dependentes, a alteração dos canais de cálcio faz com que o cálcio promova a contração além de influenciar nos cálcios armazenados nos estoques intracelulares. A contração causada vai promover uma diminuição do fluxo renal. • Mecanismo glomerulotubular: envolve as células da mácula densa (a macula densa mais o sistema de artéria aferente e eferente forma o aparelho justaglomerular). A regulação do alto fluxo sanguíneo renal depende do aparelho justaglomerular, a isso se dá o nome de feedback glomérulo tubular ou retroalimentação glomérulo tubular. Quando o sangue chega pela arteríola aferente em um maior fluxo por aumento de pressão do indivíduo, com isso mais sangue chega e é filtrado, por consequência mais ultrafiltrado é formado e maior vai ser a concentração de moléculas de sódio, de potássio, de cloreto. As moléculas filtradas vão prosseguir até alcançarem as células da mácula densa, que são sensíveis aos cloretos, principalmente, ao de sódio. Nas células da mácula densa há um transportador inserido na membrana apical das células (voltadas para a luz do tubo), esse transportador transporta uma molécula de sódio, uma molécula de potássio e duas moléculas de cloreto para dentro da célula, quanto mais íons aparecer mais as células da macula densa vão transporta-los para seu interior. Quando a pressão arterial aumenta, aumenta o fluxo sanguíneo e aumenta a taxa de filtração glomerular, com isso um maior número de moléculas que foram filtradas chegam ao túbulo distal, com isso ocorrer o balanço glomérulo tubular, isto é, as células da macula densa vão detectar mais concentração de sódio potássio e cloreto, essas moléculas vão estimular as células da macula densa a promover a transmissão de algumas substâncias até a arteríola aferente e vão promover a contração da arteríola aferente aumentando a resistência para a passagem do fluxo de sangue, isso faz com que diminua a quantidade de sangue que chega ao capilar glomerular para ser filtrado, sendo um sistema de feedback negativo. Na imagem está representada uma célula da mácula densacom uma porção apical e um porção basolateral. Existem alguns trocadores como o trocador sódio e hidrogênio, sódio e hidrogênio com o potássio (trocador que troca de cátions pelo potássio), canal vazante de potássio e o transportador sódio, potássio e dois cloretos. Na membrana basolateral há um canal de cloreto que é vazante (saindo do interior da célula), trocador sódio e hidrogênio, há também um canal de cálcio que é a região que vai fornecer a função principal dessa célula. Quanto maior a quantidade de sódio, cloreto e potássio presente na luz tubular maior vai ser o transporte dessas substâncias para o interior da célula. Quando o cloreto sai da célula há uma mudança do potencial elétrico da célula e a membrana fica mais positiva, quando essa célula atinge um “ponto de positividade” ela despolariza faz com que a membrana abra canais de cálcio voltagem dependentes. Com isso, ocorrer a elevação de cálcio no interior da célula, o que leva a liberação de agentes vasomotores e ATP que vão causar contração das células musculares lisas que são as células mesangeais e das arteríolas situadas na vizinhança imediata da mácula densa, o que altera diminuindo o fluxo sanguíneo renal. Na imagem a cima nota-se as forças responsáveis pelo processo da filtração glomerular. Algumas forças promovem a filtração e outras forças que são contrárias a filtração, as forças existentes são: • Pressão hidrostática (P) • Pressão oncótica; • Pressão da cápsula de Bowman; Quando o sangue chega maior é a pressão hidrostática e maior é a passagem do líquido para a capsula de Bowman, essa é uma força positiva para a filtração. Existem duas forças contrárias a essa filtração sendo uma delas a pressão oncótica pela presença de soluto no interior do capilar glomerular, isso faz com que o líquido seja reabsorvido para o interior do capilar glomerular. O líquido que adentra a cápsula de Bowman gera a pressão hidrostática da cápsula de Bowman que tende a fazer com que o sangue retorne.
Compartilhar