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FISIOPATOLOGIA E TERAPIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS DOS ÓRGÃOS ANEXOS

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FISIOPATOLOGIA E TERAPIA NUTRICIONAL 
NAS DOENÇAS DOS ÓRGÃOS ANEXOS
 
PÂNCREAS 
 
- Funções: 
→ Glândula mista 
→ Pâncreas endócrino: insulina e glucagon 
→ Pâncreas exócrino: ácinos (suco 
pancreático) e ductos 
o Suco pancreático (água, 
bicarbonato de sódio, amilase e 
lipase pancreática, tripsinogênio, 
quimiotripsinogênio) 
 
Hormônio 
Local de 
produção 
Órgão-
alvo 
Função 
Secretina ID Pâncreas 
Estimula a 
liberação de 
bicarbonato 
Colecistocinina 
Intestino 
delgado 
Pâncreas 
e 
vesícula 
biliar 
Estimula a 
liberação da 
bile pela 
vesícula 
biliar e a 
liberação de 
enzimas 
pancreáticas 
 
Pancreatite 
- Ativação de enzimas digestivas na célula acinar, 
provocando lesão e processo inflamatório. 
- Álcool, hipertrigliceridemia, traumas abdominais, 
cirurgias abdominais, infecção viral e 
medicamentos. 
- ↑ enzimas (amilase), dor abdominal, vômitos, 
gastroparesia. 
- Jejum de 2 a 5 dias (repouso pancreático), início 
TNE (24 a 48h), 
- Hidratação, analgesia, dieta líquida e hipolipídica, 
progressão da consistência. 
 
FÍGADO 
- Maior glândula do corpo 
- Órgão central do metabolismo 
 
- Lobo direito e esquerdo 
- Sistema de vasos sanguíneos 
- 1.500 mL sangue/minuto 
- Causas: 
→ Vírus, genética, disbiose intestinal, 
distúrbios metabólicos, drogas, ÁLCOOL, 
tabaco. 
→ Normal, hepatite, esteatose, cirrose, 
câncer. 
- Doenças: 
→ Hepatite viral, DHGNA, DHA, distúrbios 
hereditários e distúrbios do sistema biliar. 
→ Pâncreas endócrino: insulina e glucagon 
Pâncreas 1970: Carboidratos refinados; baixa 
ingestão de fibra; excesso de AGS. 
- 1990: Reflexões sobre o papel do AGS. 
- 2014: Baixa associação dos AGS e risco de DCV; 
Importância da substituição de AGS por AGP, não 
por carboidratos refinados. 
 
Hepatite viral 
- Causas: 
→ Vírus A, B, C, D, E 
→ Vírus Epstein Barr 
→ Citomegalovírus 
→ Herpes simples 
- Transmissão: 
→ Fecal-oral (A, E) 
→ Parenteral (B, C, D) 
→ Vertical (B) 
→ Sexual (B) 
- Tratamentos: 
→ Vacinas 
→ Antivírus 
 
- Fase 1: Sintomas inespecíficos 
- Fase 2: Sintomas imunomoduladores 
- Fase 3: Icterícia 
- Fase 4: Recuperação 
- Terapia nutricional: 
→ Objetivo: Ativar o fígado e prover energia 
e nutrientes para boa recuperação. 
→ Energia e macronutrientes: 
o Energia: 30 a 40 kcal/kg/dia 
o Proteína: 1 a 1,5 g/kg/dia 
o Lipídios: 20 a 33% 
o Carboidratos: Completar o VET 
→ Orientações: 
o Repouso, hidratação, dieta 
balanceada 
o Em casos de anorexia, refeições 
pequenas e frequentes e com 
maior densidade energética 
o Preferir as fontes de gorduras 
instauradas 
o Evitar álcool 
o Atentar para a adequação de 
micronutrientes (conforme DRIs) 
 
DHGNA 
- DH caracterizada pela esteatose microvesicular 
 
 
- Terapia nutricional: 
→ Objetivo: Ativar o fígado e prover energia 
e nutrientes para boa recuperação. 
→ Energia e macronutrientes: 
o Energia: 25 a 35 kcal/kg/dia 
o Proteína: 1 a 1,5 g/kg/dia (alcançar 
BN estável) 
o Lipídios: ~ 30% 
o Carboidratos: Completar o VET 
 
 
→ Orientações: 
o Repouso, hidratação, dieta 
balanceada 
o Refeições pequenas e frequentes 
(desjejum e lanche noturno são 
importantes) 
o Restrição de Na na retenção 
hídrica e restrição de líquidos na 
hiponatremia 
o Dieta com controle de CHO, em 
caso de DM ou intolerância à 
glicose 
o Preferir CHO complexos 
o Abster-se de álcool 
 
DHA 
- DH causada pelo abuso de álcool 
- Fatores que aumentam a suscetibilidade: 
→ Ingestão prolongada de álcool (15 a 20 
anos) 
→ Frequentes farras alcoólicas 
→ Bebidas alcoólicas com maior teor de 
etanol (cachaça, uísque absinto) 
→ Diversidade do uso de bebidas alcoólicas 
→ Ingestão de bebidas alcoólicas sem 
alimentos 
→ Predisposição genética, sexo feminino 
mais suscetível que o masculino 
- Alcoolismo e desnutrição: 
→ Calorias vazias 
→  digestão e absorção 
→ Alteração metabólica (carboidratos e 
lipídios) 
→ Deficiência de vitaminas e minerais 
- Terapia nutricional: 
→ Objetivo: 
o Ativar o fígado e prover energia e 
nutrientes para regeneração 
hepática. 
 oxidação TG 
 exportação de 
AG
↑ síntese de PL, 
CL 
Resistência 
insulínica 
Esteatose:
↑ EROs 
Estresse 
oxidativo
Lipotoxicidade
Inflamação 
o Corrigir desnutrição e deficiências 
de vitaminas e minerais. 
 
→ Energia e macronutrientes: 
o Energia: 30 a 35 kcal/kg/dia 
o Proteína: 1,5 a 2,0 g/kg/dia 
(alcançar BN estável) 
o Normolipídica 
o Normoglocídica 
→ Orientações: 
o Repouso, hidratação, dieta 
balanceada 
o Evitar CHO simples e preferir os 
complexos 
o Abstinência do álcool 
o Em casos de anorexia, refeições 
pequenas e com maior densidade 
energética 
o Suplementação de 
micronutrientes 
- Complicações das doenças hepáticas: 
→ Hipertensão arterial: Se sangramento 
agudo, indica-se NP. 
→ Ascite: Restrição de Na (2 g/dia); ingestão 
adequada de proteína devido as perdas 
pela paracentese. 
→ Hiponatremia: Restrição de líquidos (1 a 
1,5 L/dia, pp se [Na+] < 125 mg/dL); manter 
restrição de Na (2 g/dia). 
→ Encefalopatia hepática: Adequação de 
proteína (origem vegetal e caseína), 
lactulose, suplementos ricos em AACR, 
fibras, probióticos e simbióticos. 
→ Intolerância à glicose: Dieta balanceada, 
com restrição de CHO simples. 
→ Má absorção (gorduras): Pode-se fazer uso 
do TCM (suplementos orais e óleos). 
→ Síndrome hepatorrenal: Dieta balanceada, 
considerando função renal e hepática. 
Atenção para líquidos, sódio, potássio e 
fósforo. 
→ Osteopenia: Dieta balanceada, oferta 
adequada de proteínas, cálcio (1500 
mg/dia) e vitamina D; abstinência do 
álcool. 
 
 
Distúrbios hereditários 
- Hemocromatose: 
→ Mutação no gene HFE. 
→ Acúmulo de ferro 
o Hepatomegalia, ascite, 
insuficiência hepática, intolerância 
à glicose, hemorragia esofágica,  
ferritina, tranferrina). 
o Quelantes de Fe 
o Flebotomia 
- D. Wilson: 
→ Mutação no gene ATP7B 
→ Acúmulo de cobre 
o  excreção Cu na bile, ↑ Cu nos 
tecidos,  ceruloplasmina, ↑ Cu 
urina, hepatite, sintomas 
neuropsiquiátricos. 
o Quelantes de Cu 
o Suplemento de Zn 
 
Vesícula biliar 
- Funções: Concentrar, armazenar e excretar a bile. 
- Doenças do sistema biliar: 
→ Colestse: interrupção do fluxo da bile para 
o duodeno (obstrução). 
o Dieta VO ou NE mínima (efeito 
estimulante) 
→ Colecistite: Inflamação da vesícula biliar, 
espessamento. 
o Suspender VO (fase aguda) 
o NP ou jejum 
o  lipídios, evolução gradativa, 
tolerância individual 
→ Colelitíase: Presença de cálculos na 
vesícula biliar. 
o  CHO simples 
o ↑ fibras, água 
o Valorizar alimentos de origem 
vegetal 
→ Colangite: Inflamação dos ductos biliares 
(autoimune). 
o Dieta conforme tolerância 
- TN: Considerar quadro clínico como um todo. 
Dieta balanceada, adequação dos micronutrientes 
e hidratação adequada. 
 
 
Classificação de Child-Pugh 
Encefalopatia 
hepática 
Ausente Grau I, II Grau III, IV 
Ascite Ausente Leve 
Moderada, 
grave ou 
refratária 
Albumina > 3,5 2,8 - 3,5 < 2,8 
Bilirrubina 
total 
< 2,0 2,0 - 3,0 > 3,0 
Tempo de 
protrombina 
INR 
< 4 
< 1,7 
4 - 6 
1,7 - 2,3 
> 6 
> 2,3 
Pontuação 1 2 3 
Classificação 
Child A 
5 - 6 
pontos 
Child B 
7 - 9 
pontos 
Child C 
10 - 15 
pontos 
 
- Avaliação do estado nutricional: 
→ Desnutrição, obesidade, sarcopenia 
o ASG, consumo alimentar, IMC, CB, 
CMB, AMB, DCT, BIA, DEXA. 
 
- Índice de Risco Nutricional (IRN) 
IRN = (1,519 x Albumina) + 41,7 x (PA / PU) 
IRN > 100 → Bem nutrido 
IRN = 97,5 a 100 → Desnutrição leve 
IRN = 83,5 a 97,4 → Desnutrição moderada 
IRN < 83,5 → Desnutrição grave 
 
- Índice de Maastritch (IM) 
IM = 20,68 - (2,4 x Albumina) – (0,1921 x Pré-
albumina) – (0,00186 x LT) – [4 x (PA/PU)] 
IM > 0 a 3 → Desnutrição leve 
IRN > 3 a 6 → Desnutrição moderada 
IRN > 6 → Desnutrição grave

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