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Neuro IV Compreenda ● Consciência É o estado de lucidez em que a pessoa se encontra, pode apresentar alterações que variam da consciência plena ao coma. Inclui o reconhecimento da realidade externa ou de si mesmo em determinado momento e a capacidade de responder a estímulos voluntária e conscientemente. A avaliação do nível de consciência ocorre pelo contato com o paciente no decorrer da interação. O conteúdo de consciência é a somatória das funções nervosas superiores e cognitivas do indivíduo, como atenção, memória e linguagem. Já o nível de consciência é relacionado com o grau de alerta do indivíduo. A estrutura anatômica encefálica responsável pela manutenção do nível de consciência é a formação reticular ativadora ascendente (FRAA), situada no tronco encefálico na porção posterior da transição pontomesencefálica. Desta estrutura partem fibras que se projetam para o córtex cerebral difusamente, ativando-o. Existe, portanto, lesão ou disfunção da FRAA quando há alteração do nível de consciência, que pode ser causada também por comprometimento de ambos os hemisférios cerebrais. Classificação dos estados da consciência: Confusão: incapacidade da manutenção de um pensamento ou modo de ação coerentes, com evidente distúrbio de atenção. É evidente em pacientes despertos, que é incapaz de responder a solicitações que necessitam de coerência. (Comum em encefalopatias metabólicas). Delirium: estado confusional juntamente com hiperatividade autonômica, sendo caracterizado por desorientação, irritabilidade, alucinações visuais, taquicardia, sudorese, tremores, e hipertensão. (É comumente observado em distúrbios metabólicos ou tóxicos. Sonolência: turvação da consciência no qual o paciente pode ser despertado prontamente, mediante estímulo verbal ou doloroso e suas respostas são coerentes. Estupor ou torpor: despertar mediante estimulação mais vigorosa, mas as respostas aos comandos são lentas, inconsistentes e inadequadas. Obnubilação: alternância entre períodos de sonolência com excitabilidade, irritabilidade e confusão. Estado vegetativo crônico ou persistente: caracterizado pela manutenção do ciclo sono-vigília, mas sem atividade mental superior. Coma é o oposto do definido para consciência, situação em que o paciente não demonstra conhecimento de si próprio e do ambiente, caracterizado pela ausência ou extrema diminuição do alerta comportamental (nível de consciência), permanecendo não responsivo aos estímulos internos e externos. ● Inconsciência Estado de espírito que não permite mais ter consciência do alcance de certos atos. Tipos de avaliação da consciência A avaliação do nível de consciência deve ser feita usando cinco parâmetros: - Escala de Coma de Glasgow; - Padrão respiratório; - Tamanho e reatividade pupilar; - movimentos oculares; - respostas motoras. Escala de Coma de Glasgow A escala tem como objetivo traçar uma estratégia que combina os principais indicadores-chave de gravidade no traumatismo crânio encefálico (TCE) em uma escala simples. A escala tem três variáveis, que são somados dando após a avaliação dando um escore. Escore 3 representa o máximo de gravidade, e escore 15 o mínimo. Além disso, a escala serve como parâmetro para auxiliar na decisão de realizar ou não procedimentos médicos específicos, como exemplo, intuba-se o paciente sempre que a ECG estiver abaixo de 9. https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/formacao_reticular_ativadora_ascendente.htm https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/fraa.htm Abertura Ocular (verifica se os mecanismo de despertar do tronco cerebral estão intactos e se a função cerebral está em um nível normal) - A pontuação vai de 1 a 4 - 4 é dada quando o paciente abre espontaneamente os olhos quando alguém aproxima-se do leito. - 3 corresponde ao paciente que abre os olhos ao ser chamado, ou seja, com estimulação verbal ou ruídos provocados. - 2 quando o paciente não reage a estímulo verbal, mas reage a aplicação de estímulo doloroso. - 1 se foi aplicado todas as formas de estímulos e mesmo assim não houve resposta de abertura dos olhos. Resposta Verbal (indica o mais alto grau de integração do SNC) - A pontuação vai de 1 a 5, sendo a maior igual ao paciente orientado no tempo, espaço e pessoa que executa corretamente as ordens verbalizadas. - 4 pacientes que a atenção pode ser obtida mas as respostas são confusas. - 3 pacientes que respondem com palavras impróprias, muitas vezes blasfêmias. - 2 quando a resposta é apenas emissão de sons não compreensíveis. - 1 se nenhuma resposta verbal for observada Resposta motora (verificação do funcionamento do SNC) - a pontuação vai de 1 a 6 - 6 quando o paciente é capaz de obedecer comandos simples. - 5 quando o paciente localiza a dor, tentando remover a fonte ou movendo-se para ela. - 4 se o paciente localiza a dor, mas não tenta retirar sua fonte. - 3 quando a resposta em flexão é sua melhor resposta. - 2 na rigidez de descerebração há resposta de extensão, tanto nos membros superiores como nos inferiores. - 1 na ausência de respostas motoras a estimulação dolorosa Padrão Respiratório É avaliado no que se refere a frequência, ritmo e amplitude da respiração. Quando há distúrbio respiratório de origem central, as alterações observadas podem indicar a estrutura que está sendo afetada. Ex: Respiração apnêustica, indica lesão tronco-cerebral ao nível da ponte. Tamanho e reatividade pupilar Feito após o exame de padrão respiratório, a fim de determinar se as mesmas ou diferentes estruturas encefálicas estão envolvidas. Movimentos oculares Após o exame da pupila, se examina os movimentos tanto espontâneos como em resposta aos estímulos. Primeiro, deve-se verificar a posição espontânea dos olhos, depois como eles se movimentam em resposta à estimulação oculocefálica (olho de boneca) e, por último, como os olhos se movem em resposta ao teste calórico. Respostas motoras Deve ser feito com aplicação de um estímulo doloroso e se o paciente responder com movimentos defensivos apropriado, significa que o hemisfério cerebral contralateral ao lado estimulado e o tronco cerebral estão intactos. Escala de Ramsay É um método de avaliação do nível de sedação. O escore baseia-se em critérios clínicos para classificar o nível de sedação, seguindo a numeração de 1 a 6 para graduar a ansiedade e/ou agitação. Escala de Richmond – Richmond Agitation Sedation Scale (RASS) Foi validada para pacientes críticos. Apresenta como vantagem sobre a escala de Ramsay a graduação do nível de agitação e ansiedade. Tem quatro níveis de agitação graduados de forma crescente, e mais cinco níveis de sedação graduados de um a cinco negativos. A parte negativa da escala é equivalente ao proposto pela escala de Ramsay, enquanto que os escores positivos discriminam graus de agitação que vão de inquieto a combativo (agressivo). Escala de Coma de Jouvet (ECJ) Utilizada com menor frequência que a Escala de Coma de Glasgow na prática diária, porém com a vantagem de permitir certa correlação anatômica com os parâmetros avaliados. Esta escala foi utilizada para estudos dos estados de consciência que se seguem ao estado de coma (estado vegetativo persistente), porém existem experiências de sua utilização nos estados agudos. Nessa escala são avaliados dois parâmetros: perceptividade (função cortical) e reatividade (função da formação reticular ativadora ascendente – FRAA). Tem–se atribuído seu pouco uso a sua mais difícil aplicabilidade. Escala de Four (coma) Escala de coma Glasgow-Liége (EGL) A EGL é usada preferencialmente na avaliação de pacientes em coma profundo. A escala incluiu cinco reflexos do tronco cerebral: pupilar, fronto-orbicular, oculocefálico e oculocardíaco. O reflexo oculocardíaco é o último reflexo a desaparecer antes da morte encefálica. Porém, escalas que também avaliam a função do tronco cerebral têm se demonstrado mais complexas do que a ECG enão ganharam uso generalizado. Como realizar a manutenção da consciência? A estrutura anatômica encefálica responsável pela manutenção do nível de consciência é a formação reticular ativadora ascendente, situada no tronco encefálico na porção posterior da transição pontomesencefálica. Desta estrutura partem fibras que se projetam para o córtex cerebral difusamente, ativando-o. Existe, portanto, lesão ou disfunção da formação reticular ativadora ascendente quando há alteração do nível de consciência, que pode ser causada também por comprometimento de ambos os hemisférios cerebrais. Formação reticular: A ampla região na qual a substância branca e a substância cinzenta se arranjam em forma de rede é conhecida como formação reticular. Ela se projeta a partir da parte superior da medula espinal, atravessa todo o tronco encefálico e chega à parte inferior do diencéfalo. Neurônios da formação reticular têm funções ascendentes (sensitivas) e descendentes (motoras); A parte ascendente da formação reticular é chamada de sistema reticular ativador ascendente (SRAA), formado por axônios sensitivos que se projetam em direção ao córtex cerebral, diretamente ou via tálamo. Muitos estímulos sensitivos podem ativar o SRAA, dentre eles os estímulos visuais e auditivos; atividades mentais; estímulos de receptores de dor, tato e pressão; e estímulos de receptores em nossos membros e na cabeça que nos mantêm informados sobre a posição de nosso corpo. Talvez a função mais importante do SRAA seja a manutenção da consciência, estado de vigília no qual o indivíduo está totalmente alerta, consciente e orientado. Estímulos visuais e auditivos, bem como atividades mentais, podem estimular o SRAA a manter a consciência. O SRAA também está ativo durante o despertar ou acordar do sono. Outra função do SRAA é manter a atenção (concentração em um objeto ou pensamento) e a vigilância. Ele também evita sobrecargas sensitivas (excesso de estimulação visual e/ou auditiva) por meio da filtração de informações insignificantes, de modo que elas não se tornem conscientes. Por exemplo, enquanto você está esperando o começo da sua aula de anatomia, você pode não perceber o barulho a sua volta quando você está revisando suas anotações. A inativação do SRAA causa o sono, estado parcial de consciência a partir do qual o indivíduo pode ser despertado. Por outro lado, lesões do SRAA podem levar ao coma, estado de inconsciência do qual a pessoa não pode ser despertada. Nos estágios mais superficiais do coma, os reflexos do tronco encefálico e da medula espinal estão preservados, mas, nos estágios mais profundos, até estes reflexos são perdidos, e caso os centros respiratório e cardiovascular parem de funcionar, o paciente morre. Fármacos como a melatonina auxiliam o SRAA a induzir o sono, e os anestésicos gerais rebaixam a consciência por meio do SRAA. A parte descendente do sistema reticular ativador apresenta conexões com o cerebelo e a medula espinal e ajuda a regular o tônus muscular, o grau mínimo de contração involuntária dos músculos esqueléticos em repouso. Esta parte do sistema reticular ativador também controla a frequência cardíaca, a pressão sanguínea e a frequência respiratória. Embora o sistema reticular ativador recebe aferências dos olhos, orelhas e outros receptores sensitivos, não há aferências dos receptores responsáveis pelo sentido do olfato; mesmo odores muito fortes podem não despertar um indivíduo. Vigília e sono: Os seres humanos dormem e despertam em um ciclo de 24h chamado de ciclo circadiano que é estabelecido pelo núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Uma pessoa que está acordada está em um estado de prontidão e é capaz de reagir conscientemente a vários estímulos. https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/formacao_reticular_ativadora_ascendente.htm https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/formacao_reticular_ativadora_ascendente.htm Registros eletroencefalográficos mostram que o córtex cerebral é muito ativo durante o estado de vigília; poucos impulsos surgem durante a maior parte dos estágios de sono. O papel do sistema de ativação reticular na vigília (SAR): Quando essa área está ativa, muitos impulsos nervosos são transmitidos para áreas amplas do córtex cerebral, tanto diretamente quanto através do tálamo. O efeito é o aumento generalizado na atividade cortical. O despertar também envolve o aumento da atividade do SAR. Para que o despertar ocorra, o SAR deve ser estimulado. Muitos estímulos sensitivos podem ativar o SAR: estímulos dolorosos detectados pelos nociceptores, tato e pressão sobre a pele, movimento dos membros, luz intensa ou o barulho de um despertador. Uma vez que o SAR tenha sido ativado, o córtex cerebral também é ativado e ocorre o despertar. O resultado é um estado de vigília conhecido como consciência. Sono→ O sono é um estado de consciência alterada ou de inconsciência parcial a partir do qual uma pessoa pode ser despertada. A privação de sono prejudica a atenção, o aprendizado e o desempenho. O sono normal consiste em dois componentes: o sono sem movimento ocular rápido (NREM, do inglês nonrapid eye movement) e o sono com movimento ocular rápido (REM, do inglês rapid eye movement). Coma→ Um estado de inconsciência no qual as respostas aos estímulos estão reduzidas ou ausentes. Em um coma leve, o indivíduo pode responder a determinados estímulos, como som, estímulo tátil ou luz e pode mover seus olhos, tossir e até murmurar. No coma profundo, o indivíduo não responde aos estímulos nem realiza movimentos. As causas do coma incluem lesões na cabeça, parada cardíaca, acidente vascular cerebral ou encefálico, tumores cerebrais, infecções (encefalites e meningites), convulsões, intoxicação alcoólica, overdose de drogas, distúrbios pulmonares graves (doença pulmonar obstrutiva crônica, edema pulmonar, embolia pulmonar), inalação substancial de monóxido de carbono, insuficiência hepática ou renal, níveis sanguíneos de glicose ou de sódio muito altos ou muito baixos e temperatura corporal muito alta ou muito baixa. Se o dano cerebral for pequeno ou reversível, o indivíduo pode sair do coma e se recuperar completamente; se o dano cerebral for substancial e irreversível, a recuperação é improvável. Classificação de urgência e emergência Emergência: é tudo aquilo que implica um risco iminente de morte, que deve ser diagnosticado e tratado nos primeiros momentos após sua constatação. Algumas situações que inspiram um atendimento de emergência: ● Corte profundo ● Acidente de origem elétrica ● Picada ou mordida de animais peçonhentos ● Queimaduras ● Afogamentos ● Hemorragia (forte sangramento) ● Infarto do miocárdio (dor forte no peito) ● Dificuldade respiratória ● Derrames, perda de função e/ou dormência nos braços e pernas ● Inconsciência/desmaio ● Intoxicação por alimento ou medicamento ● Sangue no vômito, urina, fezes ou tosse ● Grave reação alérgica ● Febre alta permanente ● Convulsões, dores intensas no peito, abdômen, cabeça e outros ● Agressões físicas ● Acidentes de carro, moto, atropelamento e quedas Urgência: pode ser entendida como uma situação clínica ou cirúrgica, sem risco de morte iminente, mas que, se não for tratada, pode evoluir para complicações mais graves, sendo necessário, assim como a emergência, o encaminhamento para o plantão hospitalar. As situações que podem necessitar de um atendimento de urgência incluem: ● Fraturas ● Luxações ● Torções ● Asma brônquica em crise ● Feridas lácero-contusas (causadas pela compressão ou tração dos tecidos) sem grandes hemorragias ● Transtornos psiquiátricos ● Dor abdominal de moderada intensidade ● Retenção urinária em pacientes idosos ● Febre maior que 38 graus há pelo menos 48h que melhora com antitérmicos mas retorna antes de completarem-se 4h da tomada do antitérmico ● Mais de um episódio de vômito em até 12h Protocolo ABCDE de trauma: Como o próprio nome já sugere, o método se divideem 5 etapas: A, B, C, D e E. Cada letra representa uma etapa cuja inicial se refere a um termo em inglês. A de airway (ou via aérea): Vias aéreas e controle da coluna cervical. Nessa primeira fase do atendimento, o médico deve checar se o paciente está com as vias aéreas desobstruídas. É importante verificar se não há corpos estranhos impedindo a respiração, fraturas de face ou qualquer lesão na coluna cervical. Todo o processo deve ser tátil, verificando sinais de edemas ou sangramentos e observando se a vítima não emite qualquer som durante a respiração, tosse ou apresenta alguma agitação. Garantida a permeabilização, o colar cervical deve ser colocado. B de breathing (ou respiração): Respiração e ventilação. Depois de garantir a permeabilidade das vias respiratórias, é preciso aferir se o cidadão está, de fato, respirando bem. Nesse ponto, é necessário observar os movimentos do tórax, fazer auscultas a fim de eliminar qualquer lesão torácica e, se necessário, utilizar métodos de ventilação mecânica para restabelecer a função. C de circulation (ou circulação): Circulação com controle de hemorragia. Após os primeiros procedimentos, é preciso impedir que a vítima entre em quadros como a hipovolemia (diminuição anormal do volume do sangue de um indivíduo), que podem trazer como consequência o choque hemorrágico. Assim, apalpar, verificar o dorso e identificar de onde surgiu a hemorragia é o primeiro passo para sua contenção. Impedir que o cidadão continue perdendo sangue durante o atendimento pode ser decisivo para que o óbito não aconteça. Nessa etapa também são aferidos o nível de consciência, a coloração da pele, a frequência e a amplitude do pulso, a perfusão periférica, a pressão arterial e do pulso, ainda notando se há sudorese. D de disability ou (ou incapacidade): Exame neurológico sumário. Uma avaliação primária do nível de consciência da vítima deve ser determinada no momento do primeiro atendimento para que, depois, seja encaminhada e classificada pela Escala de Glasgow. A primeira verificação deve ser feita pelo método AVDI: Alerta, resposta a estímulo Verbal, resposta a estímulo Doloroso ou inconsciente aos estímulos. Depois da primeira classificação, o paciente deve passar por um novo teste ao chegar na unidade de atendimento. E de exposure (ou exposição): Exposição com controle da hipotermia. Para identificar fraturas e hemorragias, a vítima deve ser despida. Para facilitar o trabalho e impedir novos traumas, corta-se a roupa. Nesse procedimento, é comum que a temperatura do corpo baixe, deixando os cidadãos mais suscetíveis à hipotermia. Com isso, outros problemas podem surgir. Assim, antes da remoção da vítima para o atendimento, é preciso garantir que sua temperatura esteja estável. Por isso, é preciso ter mantas térmicas sempre à mão. Classificação de risco em Cores: I. Classificação Vermelho: ● Atendimento nas salas de emergência, bloco de emergência, sala vermelha; ● São pacientes com risco iminente de morte necessitando de atendimento médico imediato; ● As medidas de manutenção da vida deverão ser iniciadas em qualquer ponto de atenção da rede; ● Tempo de atendimento: imediato. II. Classificação Laranja: • Atendimento em consultório médico se condições e/ou sala de emergência, se necessário; Manual de Acolhimento e Classificação de Risco ● São pacientes com potencial risco de agravo necessitando de atendimento médico e assistência de enfermagem contínua; ● As medidas de manutenção da vida deverão ser iniciadas em qualquer ponto de atenção da rede; ● Tempo de atendimento: 10 minutos. III. Classificação Amarelo: ● São pacientes que necessitam de atendimento médico mediato podendo ser atendidos nos consultórios médicos do pronto atendimento por ordem de chegada; ● As medidas de promoção em saúde e prevenção de agravos deverão ser iniciadas em qualquer ponto de atenção da Rede; ● Tempo de atendimento: 60 minutos. IV. Classificação Verde: ● Por definição, são pacientes sem risco de agravo e serão atendidos por ordem de chegada; ● Necessidade de atendimento por profissional de saúde em até 48 horas, ou mediante agendamento na mesma semana em UBS de referência; ● O Classificador deverá orientar quanto à carteira/relação de serviços disponibilizados pelas Unidades Básicas de Saúde; ● Tempo de atendimento: Seis (06) horas nos casos de atendimento no Hospital ou UPA. V. Classificação Azul: ● Necessidade de atendimento por profissional de saúde em até 48 horas, ou mediante agendamento na mesma semana em UBS de referência; ● Serão referenciados para as UBS para atendimento ou agendamento, exceto em condições que demandem atendimento mediato em horários de não funcionamento da UBS; ● Se gestante, caso não haja pactuação com a atenção primária e/ou a usuária se recusar a procurar o serviço de referência, deverá ser garantido o atendimento na maternidade; ● Podem ser atendidos em consultório do pronto atendimento por ordem de chegada; ● O Classificador deverá orientar quanto à carteira/relação de serviços disponibilizados pelas Unidades Básicas de Saúde; ● Tempo de atendimento alvo: doze (12) horas nos casos de atendimento no hospital ou UPA. Se gestante, atendimento não prioritário ou encaminhamento conforme pactuação. Mecanismos da somestesia. (receptores, neurotransmissores, nervos e vias do tato, propriocepção, dor, sensações térmicas, pressão) Sensibilidade tátil: A sensibilidade tátil inclui toque, pressão, vibração, prurido e cócegas. As sensações de tato, pressão e vibração são mediadas por diversos tipos de mecanorreceptores encapsulados. Outras sensações táteis, como prurido e cócegas, são detectadas por terminações nervosas livres. Os receptores táteis na pele e na tela subcutânea incluem corpúsculos táteis, plexos das raízes pilosas, mecanorreceptores cutâneos dos tipos I e II, corpúsculos lamelados e terminações nervosas livres. Tato: As sensações de tato geralmente resultam da estimulação de receptores táteis existentes na pele ou na tela subcutânea. O toque discriminativo fornece informações específicas acerca de uma sensação tátil, como exatamente que ponto do corpo é tocado, além da forma, do tamanho e da textura da fonte de estimulação. O toque não discriminativo é a capacidade de perceber que algo está em contato com a pele, embora não se possa definir a sua localização, forma, tamanho ou textura exatos. Cada um dos toques possui um receptor tátil de rápida adaptação. Os corpúsculos de Meissner (corpúsculos táteis) são receptores responsáveis pelo tato discriminativo, que estão localizados nas papilas dérmicas da pele glabar. Como os corpúsculos táteis são receptores de adaptação rápida, eles geram impulsos nervosos principalmente no início de um toque. Esses corpúsculos são abundantes nas mãos, nas pálpebras, na ponta de língua, nos lábios, nas papilas mamárias, nas plantas dos pés, no clitóris e na cabeça do pênis. Os plexos das raízes pilosas são receptores táteis não discriminativos de adaptação rápida, encontrados na pele com pelos; consistem em terminações nervosas livres que envolvem os folículos pilosos. Os plexos das raízes pilosas detectam movimentos na superfície da pele que agitam os pelos. Por exemplo, um inseto que pousa sobre um pelo provoca o movimento da haste do pelo, estimulando as terminações nervosas livres. Existem dois tipos de receptores táteis que possuem uma adaptação lenta: ● Os mecanorreceptores cutâneos do tipo I (discos táteis de Merkel): são terminações nervosas livres planas e em forma de pires, que fazem contato com células epiteliais táteis (células de Merkel) do estrato basal. Esses mecanorreceptores são abundantes nas pontas dos dedos das mãos, nas mãos, nos lábios e nos órgãos genitais externos. Os mecanorreceptores cutâneos de tipo I respondem ao toque contínuo, como ao se virar um objeto na mão por um períodoextenso de tempo. ● Mecanorreceptores cutâneos do tipo II (corpúsculos de Ruffini): são receptores encapsulados alongados, localizados na derme, na tela subcutânea e em outros tecidos do corpo. São altamente sensíveis ao estiramento da pele, como quando um massoterapeuta estica a sua pele durante a massagem. Pressão: é uma sensação sustentada percebida em uma área maior do que o toque, ocorre com deformação mais profunda da pele e da tela subcutânea. Os receptores que contribuem para as sensações de pressão são mecanorreceptores de tipo I e tipo II. Esses receptores são capazes de responder a um estímulo constante de pressão, visto que são de adaptação lenta. Vibração: As sensações de vibração resultam de sinais sensoriais rapidamente repetitivos originados dos receptores táteis. Os receptores para a sensação de vibração consistem em corpúsculos lamelados e corpúsculos táteis. Os corpúsculos lamelados (Pacini) são encontrados na derme, na tela subcutânea e em outros tecidos do corpo. Os corpúsculos de Pacini respondem a vibrações de alta frequência, como as vibrações que sentimos quando utilizamos uma furadeira elétrica ou outra ferramenta elétrica. Os corpúsculos táteis também detectam vibrações, porém eles respondem a vibrações de baixa frequência. Prurido e cócegas: o prurido resulta da estimulação das terminações nervosas livres por determinadas substâncias químicas, como antígenos existentes na saliva do mosquito injetada na picada, frequentemente devido a uma resposta inflamatória local. A coçadura alivia habitualmente o prurido ao ativar uma via que bloqueia a transmissão do sinal de prurido por meio da medula espinal. Acredita-se que as terminações nervosas livres sejam mediadoras da sensação de cócegas. Essa sensação intrigante tipicamente só aparece quando outra pessoa nos toca, mas não quando nós nos tocamos. A explicação para esse fenômeno enigmático parece residir na condução de impulsos para e a partir do cerebelo, que ocorre quando estamos movimentando os dedos das mãos ou nos tocando, mas que não ocorre quando outra pessoa está nos fazendo cócegas. Via do folículo posterior-lemnisco medial: Mecanorrecptores táteis Terminações nervosas livres detectam tato e pressão, são amplamente distribuídos na pele, fibras amielinizadas, adaptação variável. Corpúsculo de meissner grande sensibilidade, mas de rápida adptação, localizado na pele glabra, principalmente ponta dos dedos, mielinizado fibra grossa e encapsulado Receptores táteis com terminações expandidas, exemplo discos de merkel, este forma um complexo chamado de receptor em cúpula de iggo, detectam tato, estão distribuídos amplamente, com alta concentração nas pontas dos dedos, inicialmente produzem um sinal forte e adptação lenta, fibra mielinizada e grossa. Órgão terminal do pelo, adaptação rápida , capta movimento na superfície da pele, mielinizada. Terminações de ruffini, encapsulados, muitas ramificações, adptação lenta, detectam deformação intença e prolongada, mielinizadas, grossas. Corpúsculo de paccini, adaptação muito rápida, detectam pressão rápida, mielinizadas grossas. 1-O sistema da coluna dorsal–lemnisco medial, como seu nome indica, transmite os sinais ascendentes até o bulbo, principalmente pelas colunas dorsais da medula espinal. Em seguida, depois que as vias fazem sinapse e cruzam para o lado oposto no bulbo, seguem pelo tronco cerebral até o tálamo, pelo lemnisco medial. Logo o neurônio primário é mais longo, inicia no receptor entra na medula acende pela medula ate o bulbo. Faz a primeira sinapse no bulbo. Cruza para outro lado e pelo lemnisco medial chega ao tálamo, faz sinapse e acende ao córtex. O sistema da coluna dorsal–lemnisco medial é composto por fibras nervosas grossas e mielinizadas que transmitem os sinais para o encéfalo com velocidades de 30 a 110 m/s. Sistema coluna dorsal-leminisco medial – neurônio primário mais longo, secundário mais curto. Obsevação nas duas vias o neurônio terciário tem o mesmo comprimento. Cruzamento no bulbo. Importante Ao entrar na medula as fibras se dividem em dois ramos Ramo medial e ramo lateral Ramo medial acende como descrito acima Ramo lateral se dividem e alguns acendem pela medula, outros terminam no corno da medula e são responsáveis pelos arcos reflexos, outros formam o trato espinocerebelar. Entre o lemniscos mediais até o tálamo. recebem fibras adicionais, provenientes dos núcleos sensoriais do nervo trigêmeo; essas fibras conduzem as mesmas informações sensoriais que as fibras da coluna dorsal, as primeiras, provenientes da cabeça, e as últimas, provenientes do corpo. Áreas Somatossensoriais I . áreas de Brodmann 3, 1 e 2 Algumas áreas do corpo são representadas por grandes áreas no córtex somático — a área dos lábios é a maior de todas, seguida pela da face e do polegar — enquanto o tronco e a parte inferior do corpo são representados por áreas relativamente pequenas. As dimensões dessas áreas são diretamente proporcionais ao número de receptores sensoriais especializados, em cada área periférica respectiva do corpo. O córtex somestésico possui 4 subáreas distintas que processam aspectos específicos da modalidade somestésica como é mostrado a seguir: ● Subárea 3a: propriocepção ● Subárea 3b: tato ● Subáreas 1 e 2: processamento imediato das informações táteis e combinação com a propriocepção proporcionando a interpretação espacial dos objetos examinados com as mãos. Funções da Área Somatossensorial I A ampla excisão bilateral da área somatossensorial I provoca a perda dos seguintes tipos de julgamento sensorial: 1. A pessoa é incapaz de localizar discretamente as diferentes sensações em diferentes partes do corpo. Entretanto, ela pode localizar essas sensações grosseiramente, como localizá-las em uma das mãos, na região do corpo ou em uma das pernas. Assim, fica claro que o tronco cerebral, o tálamo e algumas regiões do córtex cerebral, que normalmente não são consideradas como envolvidas nas sensações somáticas, podem realizar algum grau de localização. 2. A pessoa é incapaz de analisar diferentes graus de pressão sobre o corpo. 3. A pessoa é incapaz de avaliar o peso dos objetos. 4. A pessoa é incapaz de avaliar os contornos e as formas dos objetos. Esse distúrbio é chamado estereognosia. 5. A pessoa é incapaz de avaliar a textura dos materiais porque esse tipo de julgamento depende de sensações muito críticas, causadas pelo movimento dos dedos sobre a superfície que está sendo avaliada. Observe que nessa descrição nada foi dito a respeito da perda das sensibilidades dolorosa e térmica. Na ausência apenas da área somatossensorial I, a avaliação dessas modalidades de sensibilidade ainda é preservada, tanto em qualidade quanto em intensidade. Entretanto, as sensações são pouco localizadas, indicando que a localização da dor e da sensação térmica depende, principalmente, do mapa topográfico do corpo na área somatossensorial I. Temperatura Os termorreceptores são terminações nervosas livres que possuem campos receptivos na superfície da pele. Duas sensações térmicas distintas (frio e calor) são detectadas por receptores diferentes. → Receptores de frio: - São mais numerosos - Estão localizados no estrato basal da epiderme e estão ligados a fibras A, não mielinizadas, de diâmetro médio, embora alguns deles façam contato com fibras C, não mielinizadas e de diâmetro pequeno. - Temperaturas entre 10 °C e 40 °C ativam os receptores de frio. →Receptores de calor: - Os receptores de calor, que não são tão abundantes quanto receptores de frio, estão localizados na derme e estão ligados a fibras C não mielinizadas e de diâmetro pequeno. - Eles são ativados em temperaturas entre 32 °C e 48 °C. Os receptores de frio e de calor se adaptam rapidamente após o início de um estímulo, porém, ele continua a gerar impulsos com frequências menores durante um estímulo prolongado. Temperaturasabaixo de 10 °C acima de 48 °C ativam principalmente os receptores de dor e não os termorreceptores que produzem sensações dolorosas. Dor A dor exerce função protetora , pois sinaliza condições nocivas e que podem danificar os tecidos. →Nociceptores - Receptores de dor - São terminações nervosas livres encontradas em todos os tecidos do corpo, exceto no encéfalo. - Estímulos térmicos, mecânicos ou químicos intensos podem ativar os nociceptores. - A irritação ou a lesão tecidual liberam substâncias químicas como prostaglandinas, cininas, e íons potássio que estimulam os nociceptores. - A dor pode persistir mesmo após a remoção do estímulo doloroso porque as substâncias químicas que medeiam a dor permanecem e esses receptores apresentam pouca adaptação. - Condições que desencadeiam a dor incluem distensão excessiva de uma estrutura, contrações musculares prolongadas, espasmos musculares ou isquemia. VIAS DUPLAS PARA DOR NA MEDULA ESPINAL E NO TRONCO CEREBRAL — O TRATO NEOESPINOTALÂMICO E O TRATO PALEOESPINOTALÂMICO. Trato Neoespinotalâmico para Dor Rápida Elas terminam, em sua maioria, na lâmina I (lâmina marginal) dos cornos dorsais, como mostrado na Figura 49-2, e excitam os neurônios de segunda ordem do trato neoespinotalâmico. Esses neurônios de segunda ordem dão origem às fibras longas que cruzam imediatamente para o lado oposto da medula espinal pela comissura anterior e depois ascendem para o encéfalo nas colunas anterolaterais Terminação do Trato Neoespinotalâmico no Tronco Cerebral e no Tálamo: Algumas fibras do trato neoespinotalâmico terminam nas áreas reticulares do tronco cerebral, mas a maioria segue até o tálamo sem interrupção, terminando no complexo ventrobasal com o trato da coluna dorsal–lemnisco medial para sensações táteis, como discutido no Capítulo 48. Algumas fibras terminam também no grupo nuclear posterior do tálamo. Dessas áreas talâmicas, os sinais são transmitidos para outras áreas basais do encéfalo, bem como para o córtex somatossensorial. Capacidade do Sistema Nervoso Central em Localizar a Dor Rápida no Corpo. A dor pontual rápida pode ser localizada com muito mais precisão nas diferentes partes do corpo do que a dor crônica lenta. Entretanto, quando somente são estimulados os receptores para dor, sem a estimulação simultânea dos receptores táteis, mesmo a dor rápida pode ser mal localizada, em geral, dentro de 10 centímetros da área estimulada. Quando os receptores táteis que excitam o sistema da coluna dorsal–lemnisco medial são estimulados simultaneamente, a localização pode ser quase exata. Via Paleoespinotalâmica para a Transmissão da Dor Crônica Lenta. A via paleoespinotalâmica é um sistema muito mais antigo e transmite dor sobretudo por fibras periféricas crônicas lentas do tipo C, apesar de transmitir alguns sinais das fibras do tipo AD também. Nessa via, as fibras periféricas terminam na medula espinal quase inteiramente nas lâminas II e III dos cornos dorsais, que, em conjunto, são referidas como substância gelatinosa, conforme mostrado na Figura 49-2, pelas fibras da raiz dorsal do tipo C mais laterais. Em seguida, a maior parte dos sinais passa por um ou mais neurônios de fibra curta, dentro dos cornos dorsais propriamente ditos, antes de entrar principalmente na lâmina V, também no corno dorsal. Aí, os últimos neurônios da série dão origem a axônios longos que se unem, em sua maioria, às fibras da via de dor rápida, passando primeiro pela comissura anterior para o lado oposto da medula e depois para cima, em direção do encéfalo, pela via anterolateral. Substância P, o Provável Neurotransmissor Crônico Lento das Terminações Nervosas do Tipo C. Mecanismo da Dor Referida. A Figura 49-5 mostra o provável mecanismo por meio do qual grande parte da dor é referida. Na figura, ramos das fibras para a dor visceral fazem sinapse na medula espinal, nos mesmos neurônios de segunda ordem (1 e 2) que recebem os sinais dolorosos da pele. Quando as fibras viscerais para a dor são estimuladas, os sinais dolorosos das vísceras são conduzidos pelo menos por alguns dos mesmos neurônios que conduzem os sinais dolorosos da pele, e a pessoa tem a impressão de que as sensações se originam na pele. Campos Segmentares de Sensação — Dermátomos Cada nervo espinhal inerva um “campo segmentar” da pele, chamado dermátomo. Os diferentes dermátomos estão representados na Figura 48-14 (acima). Nessa figura, eles são mostrados como se houvesse fronteiras distintas entre os dermátomos adjacentes, o que está longe da verdade, porque existem muitas superposições de segmento para segmento. Denominamos dermátomo a região da pele que é inervada pelas raízes dorsais de um determinado segmento da medula. DOR VISCERAL Uma das diferenças mais importantes entre a dor superficial e a dor visceral é que os danos viscerais muito localizados raramente causam dor grave. Por exemplo, um cirurgião pode dividir as alças intestinais em duas partes em paciente consciente, sem causar dor significativa. Inversamente, qualquer estímulo que ocasione estimulação difusa das terminações nervosas para a dor na víscera causa dor que pode ser grave. Por exemplo, a isquemia, provocada pela oclusão do suprimento sanguíneo para grande área dos intestinos, estimula várias fibras dolorosas difusas ao mesmo tempo, podendo resultar em dor extrema.