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Análise do filme Edifício Master

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS
Edifício Master
1) Sinopse
Edifício Master é um documentário brasileiro que retrata, por meio de depoimentos, a vida de moradores do Edifício, em Copacabana, no Rio de Janeiro. 
O prédio que já foi ponto de prostituição é hoje, apenas um edifício para moradores de classe média baixa.
A equipe entrevistou vários moradores, que contaram histórias de suas vidas. Os moradores contam de seus dramas pessoais, com sinceridade bastante inesperada.
2) Personagens
Esther
Esther é uma mulher de terceira idade, que se auto descreve com muita autoestima, dizendo que se ama muito, por isso o que mais gosta na casa são os retratos.
Ela conta que o marido já é falecido, e que ela trabalhou muito como costureira, e por conta disso, ela conviveu grande parte da vida dela com a classe mais alta da sociedade. 
Diz que o edifício é muito violento, e cita a vez que foi assaltada. Conta que o assalto ocorreu dentro da própria casa. Descreve o assaltante como bonito, branco e bem vestido. O episódio lhe custou todos os seus oito mil reais.
Atualmente, tem um namorado. Ela diz que “tanto o homem, quanto a mulher precisam de companhia” e que “a solidão machuca muito”
Podemos notar o racismo estampando nas falas de Esther, quando ela diz que o assaltante era até bonito. 
Bonito = branco.
O racismo é claramente notado quando ela relaciona a beleza com na cor da pele. Por que uma pessoa negra não poderia ser bonita? Acredito que esse preconceito seja originário da classe alta para quem ela trabalhava durante toda a vida. 
Alessandra
Alessandra é uma moça de 20 anos. Diz que não teve infância, pois o pai não a deixava sair, com medo que ela entrasse em contato com homens. Mesmo com a tentativa falha do pai, Alessandra engravidou aos 14 anos. Em conta dessa situação, ficou um ano sem falar com o pai.
Devido às condições precárias de vida, se tornou garota de programa, diz que não é uma vida fácil, e que não consegue trabalhar sóbria, passa por muita humilhação. 
Diz que “esse mundo é muito ruim” e que “quando eu morrer, vou ser feliz”. Diz que coisas que não deveriam ser normais, tornam-se comuns, como gente roubando gente. Cita que não acha anormal fazer programa, e que vai criar bem a filha, trabalhar para pagar os estudos dela, dar remédio(anticoncepcional) quando fizer 14 anos, para que a filha não precise passar pelo o que ela passou.
É possível reparar que, mesmo com os esforços do pai, ele acabou adiantando o inevitável: o contato da filha com o sexo oposto. Para a insatisfação do pai, além do ocorrido, Alessandra se tornou garota de propaganda para poder sair da casa dos pais, com sua filha pequena.
Daniela
Daniela se tornou professora de inglês após passar um tempo morando em New Orleans com a mãe, que trabalhava o consulado. 
Atualmente mora com seus 3 gatos, metade da semana passada na casa do namorado, e na outra metade o namorado passa na casa dela.
Se descreve com “neurose e sociofobia” e fala muito sobre paranoia. Diz que não gosta de Copacabana pois tem muita gente, e ela não gosta de ver pessoas e nem de ser vista por outros.
“Não tenho autoconfiança” diz ela, que passa toda a entrevista sem olhar para a câmera. 
Comenta que usa a escrita como válvula de escape. E apresenta durante a entrevista um quadro, que simboliza vários olhos.
A fala dela, juntamente com o olhar desviado da câmera, mostra a dificuldade que ela tem em se relacionar com os outros, e até consigo mesma, como quando ela fala que não tem autoconfiança. O quadro simboliza os olhos que a observam, o que se relaciona com a paranoia descrita por ela durante a entrevista. Mostra como ela se sente observada, e que ela se sente desconfortável com isso.
3) Importância da Observação e Ética
A observação é uma ferramenta muito importante na atuação do psicólogo, em qualquer que seja sua área de atuação. 
Uma das grandes diferenças do psicólogo é seu olhar. Um olhar que traduz o que foi visto, pois o olhar treinado pode capturar o sujeito. A partir de uma observação bem desenvolvida, pode-se perceber as condições de moradia, saúde, educação, base familiar, cultura, etc.
Um ponto importante, é que a observação exige um senso ético. É preciso diferenciar que informações estão sendo coletadas, e o que faz parte da personalidade e vivência do observador. Por causa disso, é necessário muito treino, para que não hajam conclusões precipitadas, a partir de pré-conceitos do observador. As vivências particulares do observador devem ser afastadas, para que não hajam interferências na observação.

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