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PAPEL DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO LÚDICA Retirado da antiga página do Portal da Educação, sem autor e sem data. Para que se tenha dentro de instituições infantis o desenvolvimento de atividades lúdicas educativas, é imprescindível garantir a formação do professor e condições de atuação. Somente assim, será possível o resgate do espaço de brincar da criança no dia a dia da escola ou creche. Para nós a formação do Educador Infantil, ganha em qualidade se, em sua sustentação, estiverem presentes três pilares: - Formação teórica - Formação pedagógica - Formação lúdica A determinação de se permitir submergir no mundo mágico das crianças seria o primeiro passo que o educador deveria dar. Descobrir o universo infantil demanda do educador informação e conhecimentos teóricos, prático, capacidade de observação, amor e vontade de ser cúmplice da criança neste processo. O educador por meio das experiências lúdicas infantis poderá obter informações importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado. Esse desvendar poderá definir discernimentos tais como: -A duração do envolvimento em um determinado jogo; - As competências dos jogadores envolvidos; - O grau de iniciativa, criatividade, autonomia e criticidade que o jogo proporciona ao participante; - A verbalização e linguagem que acompanham o jogo; - O grau de interesse, motivação, satisfação, tensão aparente durante o jogo (emoções, afetividade etc.); - Constituição do conhecimento (raciocínio, argumentação etc.); - Ênfases de comportamento social (cooperação, colaboração, conflito, competição, integração etc.). A utilização de jogos, brincadeiras e brinquedos em distintas situações educacionais podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar aprendizagens específicas, competências e potencialidades das crianças abarcadas. No brincar natural podem-se registrar as ações lúdicas a partir da: observação, registro, análise e tratamento. Com isso, é possível criar para cada ação lúdica um banco de dados sobre o mesmo, auxiliando de forma mais eficiente e científica os resultados das ações. Além disso, é possível realizar o acompanhamento da criança em sua trajetória lúdica durante sua vivência dentro de um jogo ou de uma brincadeira, procurando desse modo perceber e compreender melhor suas ações e fazer interferências e análises mais adequadas, ajudando o indivíduo ou o coletivo. Os subsídios obtidos pelo brincar espontâneo admitem diagnosticar: - Ideias, valores interessantes e necessidades do coletivo ou do indivíduo; - Estágio de desenvolvimento da criança; - Procedimento dos envolvidos nos diferentes ambientes lúdicos; - Conflitos, problemas, valores etc. Assim, podemos definir a partir de uma escolha acertada, as ações lúdicas mais adequadas para cada criança envolvida, respeitando o princípio básico de individualidade de cada ser humano. Todavia, no brincar conduzido podem-se sugerir provocações a partir da escolha de jogos, brinquedos ou brincadeiras definidas por um adulto ou responsável. Estes jogos orientados podem ser arranjados com propósitos claros de promover o acesso a aprendizagens de conhecimentos específicos com objetivos predefinidos, como: matemáticos, linguísticos, científicos, históricos, físicos, culturais, naturais, morais etc. Outra finalidade é ajudar no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, linguístico e na construção da moralidade (nos valores). Para Almeida (1987), a educação lúdica pode ter duas implicações, dependendo de ser bem ou mal utilizada: - A educação lúdica pode ser ruim na mão do educador despreparado, podendo truncar, não só o verdadeiro sentido da proposta, mas servir de negação do próprio ato de educar; - A educação lúdica pode ser para o professor competente um instrumento de unificação, de libertação e de transformação das reais condições em que se encontra o educando. É uma prática desafiadora, inovadora, possível de ser aplicada. A respeito do papel do educador como facilitador dos jogos, das brincadeiras, da utilização dos brinquedos e principalmente da organização dos espaços lúdicos para criança de 0 a 6 anos muito poderia ser dito, todavia, deve-se chamar atenção sobre alguns aspectos aferidos como importantes para facilitar a relação da criança e do educador nas atividades lúdicas. Aspectos importantes sobre o papel do educador: - Deverá ser um facilitador das brincadeiras, podendo misturar momentos em que orienta e dirige o processo, com outros momentos e que as crianças são responsáveis pelas suas próprias brincadeiras. - Observar e coletar informações sobre as brincadeiras das crianças para incrementá- las em futuras oportunidades. - Procurar participar das brincadeiras e valer-se para questionar com as crianças sobre as mesmas. - Organizar e estruturar o espaço de forma a instigar na criança a necessidade de brincar, além de facilitar a seleção das brincadeiras. -Desenvolver nos jogos de regras atitudes cooperativas entre as crianças, enfatizando que o mais importante é participar das brincadeiras e dos jogos. - Deve-se respeitar o direito da criança participar ou não de um jogo. Nesse momento, o educador tem que instituir uma situação diferente de participação dela nas atividades como: auxiliar com materiais, fazer observações, emitir opiniões etc. - Em uma situação de jogo ou brincadeira é importante que o educador esclareça de forma clara e objetiva as regras às crianças. E se for necessário pode mudá-las ou adaptá-las de acordo com as faixas etárias. -Instigar nas crianças a socialização do espaço lúdico e dos brinquedos, desenvolvendo assim o hábito de cooperação, conservação e manutenção dos jogos e brinquedos. - Estimular a imaginação infantil, para isso o professor deve oferecer materiais dos mais simples aos mais complexos, podendo estes brinquedos ou jogos serem estruturados (fabricados) ou serem brinquedos e jogos confeccionados com material reciclado (material descartado como lixo), por exemplo: pedaço de madeira; papel; folha seca; tampa de garrafa; latas secas e limpas; garrafa plástica; pedaço de pano etc. - É conveniente que o educador providencie que as crianças tenham espaço para brincar (área livre), e que possam movimentar-se, montar casinhas, fazer cabanas etc. -O educador deve dar o tempo necessário às crianças para que as brincadeiras surjam se desenvolvam e se encerrem. Rizzo (1996) em seu livro "Jogos Inteligentes" analisa com muita propriedade alguns aspectos necessários para que um bom educador possa realizar sua atividade com crianças pequenas.
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