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Profa. Dra. Aracelle de A.S.Guimarães João Pessoa PB http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ufersa&source=images&cd=&cad=rja&docid=eTrr1rp2WsZzXM&tbnid=aAPha-rORXsn3M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www2.ufersa.edu.br/portal/extensao/consab&ei=rRmcUeaeAoiC8AStwYGIDA&bvm=bv.46751780,d.dmQ&psig=AFQjCNHMeBtXYDBoTOwFb8wTqrWKHKC1aw&ust=1369271045036114 Os materiais de todos os tipos são submetidos a tratamentos térmicos para melhorar suas propriedades. Envolvem quase sempre difusão atômica As temperaturas e os tempos de duração dos tratamentos térmicos e/ou taxas de resfriamento podem ser estimado com frequência aplicando a matemática da difusão e constantes apropriadas. Exemplo: superfície de uma engrenagem endurecida, teve sua dureza e resistência à falhas por fadiga aumentada, com a difusão de carbono ou nitrogênio para camada mais externa. Muitas reações e processos importantes no tratamento dos materiais dependem da transferência de massa tanto no interior de um sólido específico (ordinariamente em nível microscópico) quanto a partir de um líquido, um gás ou uma outra fase sólida. Difusão: O fenômeno de transporte de matéria por movimento atômico, ou seja, consiste na migração passo a passo dos átomos de uma posição para outra na rede cristalina. Par de difusão: União de barras de dois metais diferentes, tal que haja contato intimo entre as duas faces Interdifusão , ou difusão de impurezas: o processo, no qual os átomos de um metal se difunde para o interior de outro metal. Autodifusão: difusão em metais puros. Átomos de regiões de alta concentração migrarem para baixa concentração Os átomos nos materiais sólidos estão em constante movimento, mudando de posições. Para um átomo fazer esse movimento, duas condições devem ser atendidas: ◦ (1) Deve existir uma posição adjacente vazia; e ◦ (2) O átomo deve possuir energia suficiente para quebrar ligações atômicas com seus átomos vizinhos e então causar alguma distorção da rede durante seu deslocamento. De onde vem essa energia? ◦ Energia vibracional Os principais mecanismos de difusão são: Difusão por Lacunas;e Difusão Intersticial Considerações: ◦ Difusão por Lacunas Necessita da presença de lacunas; A extensão que a difusão por lacunas pode ocorrer depende desse número de defeitos que estejam presentes; Em temperaturas elevadas, podem existir concentrações significativas de lacunas nos metais; Tanto a autodifusão quanto a interdifusão ocorrem por esse mecanismo, no caso da interdifusão os átomos de impureza devem substituir átomos hospedeiros. Considerações: ◦ Difusão Intersticial Os átomos migram de uma posição intersticial para uma posição intersticial vizinha que esteja vazia; Encontrado para interdifusão de impurezas, tais como hidrogênio, carbono, nitrogênio e oxigênios. Pois são pequenos o suficiente para se encaixar na posições intersticiais. Qual difusão que apresenta uma maior probabilidade de ocorrer? Por quê? ◦ Resposta: Difusão intersticial, pois: A difusão intersticial ocorre mais rápida que a difusão por lacuna, já que os átomos são menores e, dessa forma mais móveis; Existe mais posições intersticiais vazias que lacunas. Difusão é um processo que depende do tempo. Fluxo Difusional (J): Quando o fluxo difusional não varia com o tempo, existe uma condição de regime estacionário. Exemplo: A difusão dos átomos de um gás através de uma placa metálica para a qual as concentrações (ou pressões ) do componente em difusão sobre ambas as superfícies da placa são mantidas constantes. Curva: Perfil de concentração Inclinação: gradiente de concentração Primeira lei de Fick – fluxo difusional para a difusão em regime estacionário (unidirecional) Coeficiente de difusão (m²/s) Indica que a direção da difusão se dá da concentração mais alta para a mais baixa Força motriz, que induz a ocorrência da reação, é o gradiente de concentração. Exemplo: Uma placa de ferro é exposta a 700°C (1300°F) a uma atmosfera carbonetante (rica em carbono) por um de seus lados, e a uma atmosfera descarbonetante (deficiente em carbono) pelo outro lado. Se uma condição de estado estacionário é atingida, calcule o fluxo de difusão do carbono através da placa, sabendo-se que as concentrações de carbono nas posições a 5 e a 10 mm (5 × 10−3𝑒10−2𝑚 ) abaixo da superfície carbonetante são de 1,2 e 0,8 kg/m³, respectivamente. Suponha um coeficiente de difusão de 3 × 10−11 𝑚²/𝑠 a essa temperatura. 𝐽 = 2,4 × 10−9 𝑘𝑔/𝑚2𝑠 Exercício: Calcule o número de quilogramas de hidrogênio que passa, por hora, através de uma lâmina de Paládio com 5mm de espessura com uma área de 0,2m², a 500°C. Considere um coeficiente de difusão de 1,0x10-8 m²/s, que as concentrações de hidrogênio nos lados à alta e à baixa pressão são de 2,4 e 0,6 Kg de hidrogênio por metro cúbico de paládio e que as condições de regime estacionário foram atingidas. 𝑀 = 2,6 × 10−3𝑘𝑔/ A maioria das situações práticas envolvendo difusão ocorre em condições de estado não estacionário (condições transientes) Dependem do tempo Sobe o regime transiente a equação da primeira lei de Fick não pode ser mais usada! No lugar, é usada a equação diferencial parcial. Segunda lei de Fick Se o coeficiente de difusão for independente da composição Quando são especificadas condições de contorno que possuem um sentido físico, é possível obterem-se soluções para essa expressão (concentração em termos tanto da posição quanto do tempo). Existem varias soluções, porém uma importante na prática é aquela que para um sólido semifinito para o qual a concentração na superfície é mantida constante. Adicionalmente são feitas as seguintes hipóteses: 1. Antes da difusão, todos os átomos do soluto em difusão que estejam presentes no sólido estão ali distribuídos uniformemente, mantendo uma concentração C0. 2. O valor de x na superfície é zero e aumenta com a distância para dentro do sólido. 3. O tempo zero é tomado como sendo o instante imediatamente anterior ao início do processo de difusão. Resumindo as condições de contorno são: Concentração constante na superfície do sólido Com a aplicação das condições de contorno à solução para a segunda lei de Fick para a condição de concentração constante na superfície (para um sólido semi-infinito) fica: Concentração em uma profundidade x após um tempo t. Função erro de Gauss Suponha que se deseje atingir uma determinada concentração de soluto, C1, em uma liga; o lado esquerdo da equação fica: Sendo este o caso, o lado direito da expressão também é uma constante, e subsequentemente: Exemplo: Para algumas aplicações, é necessário endurecer a superfície de um aço (ou liga ferro-carbono) a níveis superiores aos do seu interior. Uma maneira de se conseguir isso é aumentando a concentração de carbono na superfície, através de um processo denominado carbonetação. A peça de aço é exposta, em uma temperatura elevada, a uma atmosfera rica em um hidrocarboneto gasoso, tal como metano (𝐶𝐻4). Considere uma dessas ligas contendo uma concentração inicial uniforme de 0,25%𝑝, que deve ser tratada a 950°𝐶. Se a concentração de carbono na superfície for repentinamente elevada e mantida em 1,2%𝑝, quanto tempo será necessário para atingir um teor de carbono de 0,8%𝑝 em uma posição a 0,5mm abaixo da superfície? O coeficiente de difusão para o carbono para o carbono no ferro nessa temperatura é de 1,6 × 10−11 𝑚²/𝑠; assuma que a peça de aço seja semi-infinita.t = 7,1h Espécie em difusão: ◦ A magnitude do coeficiente de difusão D é um indicativo da taxa na qual os átomos se difundem. Lembrete: Comparar difusão por lacuna e intersticial Ambos influenciam no D Temperatura: ◦ A temperatura tem uma influência das mais significativas sobre os coeficientes e as taxas de difusão. Veja o exemplo a seguir: Temperatura: ◦ A dependência dos coeficientes de difusão em relação à temperatura é dada por: ◦ A energia de ativação pode ser considerada como a energia necessária para produzir o movimento difusivo de um mol de átomos. (tab. 5.2) Temperatura Em termos de logaritmos na base 10: Constantes 𝑦 = 𝑏 + 𝑚𝑥 Equação de uma linha reta: Temperatura Verificação de conceito: Classifique em ordem crescente as magnitudes dos coeficientes de difusão para os seguintes temas: Justifique a ordenação (nota: tanto o Fe quanto o Cr tem estrutura CCC e os raios atômicos para o Fe, Cr e N são de 0,124, 0,125 e 0,065nm, respectivamente. N no Fe a 700°C Cr no Fe a 700°C N no Fe a 900°C Cr no Fe a 900°C Exercício: Usando os dados da tabela 5.2, calcule o valor de D para a difusão do zinco no cobre a 500°C. Exemplo projeto: A resistência ao desgaste de uma engrenagem de aço deve ser melhorada mediante o endurecimento de sua superfície. Isso deve ser obtido pelo aumento do teor de carbono em uma camada superficial mais externa, como resultado da difusão de carbono no aço; o carbono deve ser suprido a partir de uma atmosfera gasosa externa rica em carbono que se encontra a uma temperatura elevada constante. O teor inicial de carbono no aço é de 𝟎, 𝟐%𝒑, enquanto a concentração na superfície deve ser mantida em 𝟏, 𝟎𝟎%𝒑. Para que esse tratamento seja efetivo, deve ser estabelecido um teor de 𝟎, 𝟔%𝒑 em uma posição a 𝟎, 𝟕𝟓𝒎𝒎 abaixo da superfície. Especifique o tratamento térmico apropriado em termos de temperatura e do tempo para temperaturas entre 𝟗𝟎𝟎°𝑪 e 𝟏𝟎𝟓𝟎°𝑪. Utilize a tabela 5.2 para difusão do carbono no 𝑓𝑒𝑟𝑟𝑜 𝛾. Exemplo projeto: Exercício: Uma liga ferro-carbono com estrutura cristalina CFC contendo inicialmente 0,2%p C é carbonetada em uma temperatura elevada sob uma atmosfera na qual a concentração de carbono na superfície é mantida em 1,0%p. Se após 49,5 h a concentração de carbono em uma posição 4,0 mm abaixo da superfície é de 0,35%p, determine a temperatura na qual o tratamento térmico foi conduzido. Utilize a tabela 5.2 para difusão do carbono no 𝑓𝑒𝑟𝑟𝑜 𝛾. D= 2,58 x 10-11 m²/s T= 1300K ou 1027°C CALLISTER, W. D. JR. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Rio de Janeiro, RJ. Editora LTC. 2013.
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