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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CÍVEL DA COMARCA X DO ESTADO DE … JOÃO, brasileiro, profissão …, estado civil …, portador da carteira de identidade nº …, expedida pelo …, inscrito no CPF sob o nº …, endereço eletrônico …, residente e domiciliado no endereço …, com CEP.: …, vem por seu advogado infra-assinado, procuração em anexo, endereço eletrônico …, endereço profissional em …, com CEP.: …, endereço que indica para os fins do artigo 77, inciso V do CPC, com fundamento no artigo 5º, inciso LXIX da CRFB/88 e lei nº 12.016/2009, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL C/C PEDIDO DE TUTELA LIMINAR em face de ato ilegal exercido pelo SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO ALFA, nacionalidade, profissão, estado civil, portador da carteira de identidade nº …, expedida pelo …, inscrito no CPF sob o nº …, endereço eletrônico …, residente e domiciliado no endereço …, com CEP.: …, integrante da pessoa jurídica de direito público MUNICÍPIO ALFA, inscrito no CNPJ sob o nº …, endereço eletrônico …, com sede no endereço …, CEP.: …, pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos: DA COMPETÊNCIA No caso em tela, a competência para julgar mandado de segurança impetrado em face de ato de autoridade municipal é do Juiz de primeiro grau, visto que não se enquadra nas hipóteses previstas nos artigos 102, 105, 108 e 109 da CRFB/88. DA TEMPESTIVIDADE Pelo presente cumpre, preliminarmente, arguir quanto à tempestividade do presente mandamus, vez que, sendo o prazo para impetração deste decorre em 120 (cento e vinte) dias, contados a partir da ciência do ato impugnado, como determina a Lei nºLei nº 12.016/2009, em seu artigo 23, in verbis, salienta-se que o imperante tomou ciência do ato ilegal perpetrado há poucos dias, assim estando em tempo tempestivo para a demanda. DA LEGITIMIDADE A legitimidade do impetrante decorre de sua titularidade do direito de acesso à informação, sendo titular deste, conforme artigo 1º da lei nº 12.016/09. A legitimidade passiva é justificada pelo fato do Secretário Municipal de Educação do Município Alfa ser o respnsável pela educação na localidade e, também, por ter indeferido o pedido do impetrante na via administrativa, conforme artigo 6º, §3º da lei nº 12.016/09. DOS FATOS O impetrante decidiu fiscalizar a forma de distribuição dos recursos aplicados na área da educação no Município Alfa, considerando as dificuldades enfrentadas pelos moradores do local. Para tanto, compareceu à respectiva Secretaria Municipal de Educação e requereu o fornecimento de informações detalhas a respeito das despesas com educação no exercício anterior, a discriminação dos valores gastos com pessoal e custeio em geral e os montantes direcionados a cada unidade escolar, já que as contratações eram descentralziadas. Tal requerimento feito pelo impetrante foi indeferido, sob o argumento de que este não residia no Município Alfa, os gastos com pessoal eram sigilosos, por dizerem respeito à intimidade dos servidores, as demais informações seriam disponibilizadas para o requerente e para o público via internet, quando estivesse concluída a estruturação do “portal transparência”, o que estava previsto para ocorrer em 2 anos. As informações almejadas permitiria sua divulgação à população interessada, permitindo-lhe avaliar a conduta do Prefeito Municipal, candidato à reeleição no processo eleitoral em curso. DOS FUNDAMENTOS De acordo com o artigo 5º, inciso LXIX da CRFB/88, conceder-se-á Mandado de Segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Deste modo, é indúbitavel que o impetrante possui o ônus de demonstrar a lesão a direito líquido e certo a qual está demandando. Para melhor apreciação do caso aqui discutido, os princípios constitucionais serão de grande valia para analisar a prerrogativa do cidadão em obter informações pertinentes ao interesse coletivo, visando o melhor interesse social. Segundo o artigo 5º, incisos XIV e XXXIII da CRFB/88, o princípio da informação visa assegurar ao cidadão o acesso à informações, seja de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Posto isto, é indiscutível o direito do impetrante de obter as informações que este solicitou. O artigo 37, §1º da CRFB/88 prescreve o princípio da publicidade, onde informa que os atos praticados pela Administração Pública devem ser acessíveis aos administrados de modo que tenham ciência e possam controlar as ações do Poder Público e, consequentemente, saber o que está ocorrendo com a máquina administrativa. Ademais, o artigo 37, §3º, inciso II da CRFB/88, disciplina que o impetrante tem o direito assegurado de ter acesso aos atos de governo, sendo este direito regulado pela lei nº 12.527/2011. O artigo 11 da lei nº 12.527/2011 preveitua que a entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso IMEDIATO à informação disponível, independentemente de quaisquer demonstração de motivos por parte do impetrante. Além disso, as informações relativas aos gastos com pessoal não refletem no direito constitucional da intimidade, e sim na aplicação do dinheiro público, tendo em vista o interesse social e geral. O fato do impetrante não residir no Município Alfa é insignificante, visto que a legislação não prescreve distinção entre brasileiros ou preferências entre si, nos moldes do artigo 19, inciso III da CRFB/88. Por fim, considerando o indeferimento dos pedidos feitos pelo impetrante, temos a constituição do requisito para impetração desde remédio constitucional, atentando-se para a ilegalidade da autoridade pública municipal. DA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA Encontram-se presentes os requisitos ensejadores da concessão de medida liminar na forma do artigo 7º, III, e parágrafos, da Lei nº 12.016/09, quais sejam, o fumus boni iuris (a autoridade municipal não possui quaisquer apoio legal para a recusa aqui tratada) e periculum in mora (há risco de ineficácia da decisão final se a liminar não for deferida, tendo em vista a urgência da situação, já que as informações sevirão para que a população interessada avalise o desempenho do Prefeito Municial, candidato à reeleição). Considerando os fatores acima alinhados, é necessária a concessão de medida liminar destinada a conceder as informações pertinentes ora requisitadas pelo impetrante até que a questão seja definitivamente decidida nestes autos. DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer: a) A concessão da medida liminar para determinar que a autoridade coatoara forneça os dados solicitados pelo impetrante; b) A notificação da autoridade coatora, para que, querendo, no prazo legal, preste as informações que entender pertinentes, conforme artigo 7º, inciso I, da lei nº 12.016/2009; c) A intimação do Ministério Público, na forma do artigo 12 da lei nº 12.016/2009; d) Que ao final, seja julgado procedente o pedido de concessão da ordem em defitinitivo, com confirmação da tutela liminar. DAS PROVAS Requer a análise das provas anexadas à presente ação. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00(hum mil reais). Nestes termos, Pede deferimento. Local e Data Nome do Advogado OAB/UF nº …
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