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OVADO MEDICINA VETERINÁRIA Preparatório para RESIDÊNCIA BromatologiBromatologiBromatologiClínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 1 23/10/2019 15:10:24 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 2 23/10/2019 15:10:24 Autores Natale Oliveira de Souza Daniela Mello Vianna Ferrer Marcos Vinicius Dias Rosa Endrigo Adonis Braga de Araujo OVADO MEDICINA VETERINÁRIA Preparatório para RESIDÊNCIA BromatologiBromatologiBromatologiClínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 3 23/10/2019 15:10:24 Título | Editor | Diagramação | Capa | Copidesque | Conselho Editorial | Preparatório para Residência em Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais Fernanda Fernandes Rebeca Lacerda Fabrício Sawczen Rebeca Lacerda Caio Vinicius Menezes Nunes Itaciara Larroza Nunes Paulo Costa Lima Sandra de Quadros Uzêda Silvio José Albergaria da Silva Editora Sanar Ltda. Rua Alceu Amoroso Lima, 172 – Caminho das Árvores Edf. Salvador Office e Pool, 3º andar. CEP: 41820-770 – Salvador/BA Telefone: 71 3052-4831 atendimento@editorasanar.com.br www.editorasanar.com.br © Todos os direitos Todos os direitos reservados à Editora Sanar Ltda. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa da Editora. 2019 Preparatório para residência em clínica médica e ci- rúrgica de grandes animais / Natale Oliveira de Souza et al. ... [et al.], autores. – Salvador : SANAR, 2019. 370 p. : il. ; 14x21 cm. – (Preparatório para Residência em Medicina Veterinária ; 4). ISBN 978-85-5462-187-2 1. Medicina veterinária - Problemas, questões, exercí- cios. 2. Clínica veterinária. 3. Cirurgia veterinária. 4. Cirurgia - Grandes animais. I. Souza, Natale Oliveira de, aut. II. Série. CDU: 619:617 P296 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Elaboração: Fábio Andrade Gomes - CRB-5/1513 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 4 23/10/2019 15:10:25 Autores AUTORES NATALE OLIVEIRA DE SOUZA Enfermeira obstétrica, graduada pela UEFS, em 1998, pós-graduada em Gestão em Saúde, Saúde Pública, Urgência e Emergência, Auditoria de Sistemas, Enfermagem do Trabalho e Direito Sanitário. Mestre em Saúde Coletiva pela UEFS. Atualmente atua co- mo coach, mentora e consultora/professora na área de Concursos Públicos e Residências. Além de ser funcionária pública da Prefeitura Municipal de Salvador – Atenção Básica. Conta com 16 aprovações em concursos e seleções públicas, dentre elas: Programa de In- teriorização dos Profissionais de Saúde, lotada em Minas; Consultora do Programa Nacio- nal de Controle da Dengue (OPAS), lotada em Brasília; Consultora Internacional do Progra- ma Melhoria da Qualidade em Saúde pelo Banco Mundial, lotada em Salvador. Governo do Estado da Bahia – SESAB, Prefeitura Municipal de Aracaju, Prefeitura Municipal de Sal- vador, Professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Governo do Estado de Sergi- pe (SAMU); Educadora/FIOCRUZ, dentre outros. DANIELA MELLO VIANNA FERRER Doutora em Biologia Animal (Ciências) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2004), mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1999), graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Flumi- nense (1991), especialista em Sanidade de Ruminantes pela Universidade do Grande Rio, UNIGRANRIO (2006) e em Saúde Pública (Sanitarista) pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, ENSP/FIOCRUZ (2007). Desde 2002 é professora titular do Cen- tro Universitário Serra dos Órgãos nas disciplinas de Clínica Médica de Animais de Pro- dução, Produção Animal (equino e suíno) e Estágio Supervisionado, assim como desde 1993 é médica veterinária da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias (SMS) no Núcleo de Zoonoses e Animais Peçonhentos e Sinantrópicos. MARCOS VINICIUS DIAS ROSA Mestre em Ciências Clínicas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense; especialista em Clínica e Cirurgia de Equinos pelo Centro Universitário de Jaguariúna. Atua como Clí- Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 5 23/10/2019 15:10:25 6 ▕ Autores nico e Cirurgião na Clínica HDM Horse Service em Cachoeiras de Macacu, Rio de Janei- ro; e professor no Centro Universitário Serra dos Órgãos em Teresópolis, Rio de Janeiro. ENDRIGO ADONIS BRAGA DE ARAUJO Mestre em Biotecnologia Animal e Residência em Fisiopatologia da Reprodução e Obstetrícia Veterinária pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Botucatu (SP); graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é doutorando em Ciência Animal nos Trópicos pela Universidade Federal da Bahia e Coordenador do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UNIFTC – Salvador (BA). Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 6 23/10/2019 15:10:25 Apresentação O livro Preparatório para Residência em Clínica Médica e Cirúrgica de Gran- des Animais é o mais organizado e completo livro para os Veterinários que desejam ser aprovados nas provas de residências do Brasil. Fruto de um rigoroso trabalho de seleção de questões de residência e elaboração de novos conteúdos, atende a área de Clínica Médica e Cirúrgica de Grande Animais. A presente obra foi redigida a partir do uso de 5 premissas didáticas que julgamos ser de fundamental importância para todo estudante que deseja ser aprovado nos mais diversos exames em Medicina Veterinária: 1. Questões comentadas, alternativa por alternativa (incluindo as falsas), por autores especializados. 2. 100% das questões são de provas passadas de residências. 3. Questões selecionadas com base nas disciplinas e assuntos mais recorrentes nas residências. 4. Resumos práticos ao final de cada disciplina. 5. Questões categorizadas por assunto e grau de dificuldade sinalizadas de acordo com o seguinte modelo: Bons Estudos! Fernanda Fernandes Editora FÁCIL INTERMEDIÁRIO DÍFICIL Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 7 23/10/2019 15:10:25 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 8 23/10/2019 15:10:25 Sumário 1. Legislação do SUS ................................................................................................................. 13 Referências ................................................................................................................................................ 119 2. Afecções do Sistema Neurológico ..........................................................................................125 Resumo prático .......................................................................................................................................... 131 Referências ................................................................................................................................................ 135 3. Afecções do Sistema Cardiorrespiratório ................................................................................137 Resumo prático .......................................................................................................................................... 147 Referências ................................................................................................................................................ 153 4. Afecções do Sistema Digestório e Glândulas Anexas ...............................................................155 Resumo prático .......................................................................................................................................... 173 Referências ................................................................................................................................................183 5. Afecções Sistema Urinário ....................................................................................................185 Resumo prático .......................................................................................................................................... 189 Referências ................................................................................................................................................ 191 6. Afecções do Sistema Reprodutor de Machos e Fêmeas ............................................................193 Retenção de Placentas ............................................................................................................................... 193 Mastite....................................................................................................................................................... 194 Afeições do sistema reprodutor .................................................................................................................. 196 Afecções do Parto ....................................................................................................................................... 199 Degeneração testicular............................................................................................................................... 201 Estática fetal – manobras obstétricas ......................................................................................................... 201 Resumo prático .......................................................................................................................................... 201 Retenção de placenta ....................................................................................................................... 202 Referências ................................................................................................................................................ 205 7. Afecções do Sistema Locomotor (Ossos, músculos e articulações) .............................................207 Resumo prático .......................................................................................................................................... 221 Referências ................................................................................................................................................ 235 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 9 23/10/2019 15:10:25 8. Afecções do Sistema Tegumentar (Pele e anexos) ...................................................................237 Resumo prático .......................................................................................................................................... 241 Referências ................................................................................................................................................ 247 9. Afecções sistêmicas .............................................................................................................249 Raiva .......................................................................................................................................................... 277 Botulismo ................................................................................................................................................... 277 Resumo prático ........................................................................................................................................... 277 Hipocalcemia pós-parto ................................................................................................................... 278 Cetose em ruminantes (Acetonemia em bovinos e Toxemia da gestação em ovinos) ......................... 279 Doenças Carenciais ........................................................................................................................... 280 Tripanossomíase .............................................................................................................................. 282 Acidose Ruminal .............................................................................................................................. 283 Reticulo Peritonite traumática (RPT) ................................................................................................ 284 Tétano .............................................................................................................................................. 286 Anemia Infecciosa Equina (AIE) ........................................................................................................ 286 Tuberculose ...................................................................................................................................... 287 Tristeza Parasitária Bovina (TPB) ...................................................................................................... 287 Febre Catarral Maligna ..................................................................................................................... 288 Coccidiose ........................................................................................................................................ 288 Indigestão Vagal .............................................................................................................................. 289 Septicemia ....................................................................................................................................... 289 Exame dos Linfonodos ..................................................................................................................... 290 Verminose ........................................................................................................................................ 291 Exame do Suco Ruminal ................................................................................................................... 291 Referências ................................................................................................................................................ 293 10. Afecções de animais jovens (Potros, Bezerros e Neonatos) .....................................................295 Resumo prático .......................................................................................................................................... 299 Referências ................................................................................................................................................ 301 11. Intoxicação por ingestão de medicamentos e plantas tóxicas ................................................303 Resumo prático .......................................................................................................................................... 309 Referências ................................................................................................................................................ 311 12. Hérnia ..............................................................................................................................313 Resumo prático .......................................................................................................................................... 317 Referências ................................................................................................................................................ 319 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 10 23/10/2019 15:10:25 11▏ 13. Cirurgia do Sistema Digestório ............................................................................................321 Suturas Separadas ou Interrompidas .......................................................................................................... 327 Resumo prático ..........................................................................................................................................327 Suturas Contínuas ............................................................................................................................ 328 Referências ................................................................................................................................................ 333 14. Cirurgia do Sistema Reprodutor de Machos e Fêmeas............................................................335 Técnicas cirúrgicas no Sistema Reprodutor das fêmeas ............................................................................... 335 Técnicas cirúrgicas no Sistema Reprodutor dos machos .............................................................................. 338 Prolapso vaginal......................................................................................................................................... 345 Cesariana em grandes animais ................................................................................................................... 345 Resumo prático .......................................................................................................................................... 345 Laceração perineal de 3° grau .............................................................................................................. 346 Referências ................................................................................................................................................ 347 15. Cirurgia do Sistema Locomotor ...........................................................................................349 Resumo prático .......................................................................................................................................... 353 Referências ................................................................................................................................................ 355 16. Cirurgia de Cavidade Abdominal .........................................................................................357 Laparotomia .............................................................................................................................................. 357 Técnicas cirúrgicas do abdomen ................................................................................................................. 359 Resumo prático .......................................................................................................................................... 363 Referências ................................................................................................................................................ 367 17. Questões Extras: assuntos menos ocorrentes .......................................................................369 Clínica ........................................................................................................................................................ 369 Afecções do Sistema Ocular .............................................................................................................. 369 Programas sanitários ........................................................................................................................ 369 Nutrição ........................................................................................................................................... 370 Cirurgia ...................................................................................................................................................... 371 Cirurgia do Sistema Ocular ............................................................................................................... 371 Cirurgia de Sistema Respiratório ....................................................................................................... 372 Cirurgia de Sistema Tegumentar e Neoplasias................................................................................... 373 Farmacologia ................................................................................................................................... 375 Generalidades em clínica médica e cirúrgica .................................................................................... 376 Cirurgia do Sistema Urinário ............................................................................................................. 377 Resumo prático .......................................................................................................................................... 379 Referências ................................................................................................................................................ 385 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 11 23/10/2019 15:10:25 01 (UFPI – COPESE – 2016) Marque a opção que contém o agente etiológico da Mieloencefalite Protozoária Equina (EPM). Ⓐ Nuttalia equi. Ⓑ Anaplasma sp. Ⓒ Trypanosoma vivax. Ⓓ Sarcocystis neurona. Ⓔ Eimeria sp. DIFICULDADE Dica do autor: Dentre as opções fornecidas, a opção correta é a única que contém um micro-organismo que causa sintomatolo- gia majoritariamente neurológica. Alternativa A: INCORRETA. A Nutaliose é outro nome para a Babesiose, que não é o agen- te etiológico da EPM.² Alternativa B: INCORRETA. Anaplasma sp. é o agente etiológico da Anaplasmose.¹ Alternativa C: INCORRETA. Trypanosoma vi- vax, agente etiológico da Tripanossomía- se, não foi relatada em equinos, mas em bovinos.² Alternativa D: CORRETA. Esse é o agente etio- lógico correto para a doença.³ Alternativa E: INCORRETA. Eimeria sp. é o agente etiológico de uma coccidiose, cujos sinais clínicos são de caráter gas- trointestinal.¹ 02 (UFCG – COMPROV – 2017) Analise as afirmativas em relação à mie-loencefalomielite protozoária. I. O cavalo se infecta ao ingerir esporo- zoítos de Sarcocystis neurona. II. O animal pode apresentar atrofia dos músculos quadríceps e glúteos. III. A suspeita clínica pode ser confirma- da por exames imunodiagnósticos (“immunoblot”) do soro e do líquido cefalorraquidiano. Estão corretas: Ⓐ Apenas a I. Ⓑ Apenas a I e a II. Ⓒ Apenas a II e a III. Ⓓ Apenas a I e a III. Ⓔ I, II e III. DIFICULDADE Dica do autor: É importante relembrar o mé- todo mais comum de infecção, além dos sinais clínicos e dos métodos diagnósticos. Afirmativa I: VERDADEIRA. A ingestão acidental dos esporozoítos do S. neurona é o método de transmissão dessa afecção em equinos.² Afirmativa II: VERDADEIRA. Atrofia dos quadrí- ceps e dos glúteos são alguns dos sinais clínicos que podem ocorrer, mas não são os únicos, nem os principais.² Afecções do Sistema Neurológico 2 Marcos Vinicius Dias Rosa Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 125 23/10/2019 15:10:52 126 ▕ Afecções do Sistema Neurológico Afirmativa III: VERDADEIRA. Ambos são os mé- todos diagnósticos válidos para essa pato- logia, porém a sorologia do sangue é ines- pecífica e não indica que os sinais clínicos apresentados pelo animal sejam relacio- nados à infecção do micro-organismo.² RESPOSTA: E 03 (UFERSA – COREMU – 2018) Com re-lação à polioencefalomalácia (PEM) é INCORRETO afirmar que: Ⓐ mudança brusca na dieta é um fator extremamente importante no apare- cimento da doença. Ⓑ deficiências na dieta de sulfatos, co- balto e tiamina são determinantes no aparecimento da alteração. Ⓒ uso oral de antibióticos, excesso de proteínas na dieta e acidose lática po- dem estar envolvidas no aparecimen- to dessa patologia. Ⓓ a deficiência de vitamina B1 leva à re- dução da atividade das enzimas de- pendentes dessa vitamina, dificultan- do a oxidação da glicose, que é a prin- cipal fonte de energia dos neurônios. Ⓔ os principais sinais clínicos dessa doença são cegueira, andar em círcu- los, opistótono, rigidez da nuca, estra- bismo e incoordenação progressiva. DIFICULDADE Dica do autor: É importante levar em con- sideração ostipos de deficiência e con- dições que podem influenciar o apareci- mento dessa doença. Alternativa A: CORRETA. A mudança brusca na dieta aumenta a liberação de enzima tia- minase, levando a uma queda dos níveis séricos de tiamina, acarretando no apare- cimento dos sinais.² Alternativa B: INCORRETA. A deficiência de CHUMBO e não cobalto é determinan- te para o aparecimento dessa alteração.² Alternativa C: CORRETA. Os antibióticos afetam a flora intestinal, assim como excesso de proteína na dieta e acidose lática favore- cem o crescimento de bactérias produto- ras de tiaminase.² Alternativa D: CORRETA. O pirofosfato de tia- mina é necessário para o funcionamento das enzimas piruvato descarboxilase, piru- vato desidrogenase, α-cetoglutarato de- sidrogenase, transcetolase e acetolactato sintetase, as quais estão intimamente in- tegradas no metabolismo energético, lo- go sua deficiência deprime a capacidade de produção energética.² Alternativa E: CORRETA. Esses são sinais clíni- cos dessa doença.² 04 (UFERSA – COREMU – 2017) Em rela-ção a polioencefalomalácia to-das as afirmativas são corretas, EXCETO: Ⓐ Deve ser tratada com vitamina B1 na dose de 10 mg por kg de peso vivo a cada 6 horas. O uso de diuréticos e an- ti-inflamatórios também é indicado. Ⓑ Pode acometer bovinos, ovinos e ca- prinos. Ⓒ Ocorre em diversas doenças incluindo deficiência de vitamina B1, intoxicação por cloreto de sódio, intoxicação por chumbo, encefalite por herpesvírus bovino-5 e intoxicação por enxofre. Ⓓ Fazem parte dos sinais clínicos da en- fermidade cegueira total ou parcial, opistótono, pressão da cabeça, nistag- mo e estrabismo. Ⓔ Histologicamente caracteriza-se por ne- crose laminar do córtex cerebral e mi- croabscedações no tronco encefálico. DIFICULDADE Dica do autor: A localização e as caracterís- ticas das lesões refletem nos sinais clíni- cos observados. Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 126 23/10/2019 15:10:52 127▏Marcos Vinicius Dias Rosa Alternativa A: CORRETA. Todas essas são op- ções válidas e corretas, baseadas nos si- nais e sintomas da doença.² Alternativa B: CORRETA. Todas essas espécies podem ser acometidas.² Alternativa C: CORRETA. A polioencefalomalá- cia pode ocorrer em todas essas doenças.² Alternativa D: CORRETA. Esses são sinais clíni- cos dessa doença.² Alternativa E: INCORRETA. Histologicamen- te, observa-se degeneração e necrose do córtex cerebral.² O enunciado abaixo deve ser utilizado para respon- der às questões de 5 a 7: Um equino mestiço, fêmea, com sete anos de idade, pesando 420 kg, criado em re- gime semi-intensivo em pastagem nativa, apresentou apatia, inapetência, conjunti- vas congestas, escleras ictéricas, emagreci- mento progressivo, depressão acentuada, andar a esmo, ataxia, convulsões e, poste- riormente, decúbito seguido de morte. De acordo com esse relato, responda às ques- tões a seguir. 05 (UFCG – COMPROV – 2017) Qual a suspeita clínica? Ⓐ Raiva. Ⓑ Leucoencefalomalácia. Ⓒ Encefalomielite por protozoário. Ⓓ Influenza equina. Ⓔ Encefalopatia hepática. DIFICULDADE Dica do autor: Dentre as opções disponíveis, a icterícia como sinal clínico é importante para a escolha da opção correta. Alternativa A: INCORRETA. Icterícia não é um achado comum da raiva, além do emagre- cimento progressivo, o que indica um cur- so lento da doença, que geralmente tam- bém não é o caso desta.² Alternativa B: INCORRETA. Essa é a outra doen- ça cuja icterícia pode ser observada; po- rém, nada sugere no histórico apresenta- do que a alimentação deste animal envol- va o uso de milho, necessário para a infec- ção que causa essa doença.² Alternativa C: INCORRETA. A EPM não causa ic- terícia, apesar de os sintomas também se- rem progressivos.² Alternativa D: INCORRETA. A influenza não cau- sa sintomatologia neurológica.² Alternativa E: CORRETA. Baseado no históri- co apresentado, esta é a doença correta. ² 06 (UFCG – COMPROV – 2017) Conside-ra-se como etiologia: Ⓐ Intoxicação por micotoxinas. Ⓑ Infecção por Sarcocystis neurona. Ⓒ Intoxicação por fumonisina B1. Ⓓ Intoxicação crônica pela in- gestão de Crotalaria retusa. Ⓔ Toxinfecção por neurotoxinas. DIFICULDADE Dica do autor: Devido ao histórico clínico apresentado, atentar para possíveis meios de intoxicação progressiva. Alternativa A: INCORRETA. Apesar de ser uma alternativa válida, não condiz com o histó- rico apresentado, necessitando a ingestão de certos tipos de alimentos que inevita- velmente precisam ser relatados.² Alternativa B: INCORRETA. A infecção por esse micro-organismo não apresenta alguns si- nais como icterícia e convulsões.² Alternativa C: INCORRETA. Por ser uma mico- toxina, cabe a mesma justificativa da al- ternativa A.² Alternativa D: CORRETA. A Crotalaria retusa, uma planta que contém alcaloides da pirro- lizidina, inibe a replicação celular e síntese de proteínas dos hepatócitos, causando os sinais clínicos observados no enunciado.² Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 127 23/10/2019 15:10:52 128 ▕ Afecções do Sistema Neurológico Alternativa E: INCORRETA. Neurotoxinas co- mo as produzidas por bactérias do gênero Clostridium sp., por exemplo, geralmente tem ação mais rápida, além de não apre- sentarem todos os sintomas destacados no enunciado.² 07 (UFCG – COMPROV – 2017) Como tratamento recomenda-se: Ⓐ Soroterapia hiperimune e anti-in- fecciosa. Ⓑ Manter o equilíbrio hidroeletrolítico e anti-infeccioso. Ⓒ Terapia anti-infecciosa de amplo es- pectro. Ⓓ Restabelecer o equilíbrio hidroeletrolí- tico e usar fármacos para reduzir a pro- dução como também à concentração sérica da amônia. Ⓔ São recomendados fármacos como sulfadiazina e pirimetamina. DIFICULDADE Dica do autor: A causa da doença não é in- fecciosa, fazendo o uso de antibióticos, irrelevante. Alternativa A: INCORRETA. Por não ser causada por um micro-organismo infeccioso, essa doença não será curada com o uso de an- tibióticos, invalidando esta alternativa.² Alternativa B: INCORRETA. Ver justificativa da alternativa A.² Alternativa C: INCORRETA. Ver justificativa da alternativa A. ² Alternativa D: CORRETA. Reestabelecer o equi- líbrio hidroeletrolítico é de vital importân- cia para o retorno à homeostase, porém, o combate às altas concentrações de amô- nia é de vital importância para o tratamen- to clínico. Devido à disfunção hepática, a amônia não é metabolizada em ureia, e a intoxicação por altos níveis desta, é o que causa os sinais clínicos apresentados.² Alternativa E: INCORRETA. Ver justificativa da alternativa A.² 08 (UFPI – COPESE – 2016) Um equino SRD, com cinco anos de idade, pesando 350 kg, criado a pas- to próximo a açude, apresenta perda de peso progressivo há trinta dias e os acha- dos clínicos foram de apatia, inapetência, conjuntivas congestas, escleras ictéricas, depressão acentuada, ataxia, andar a es- mo e queda. Com isso, a suspeita clínica é: Ⓐ raiva. Ⓑ mieloencefalite por protozoário. Ⓒ encefalomielite equina. Ⓓ babesiose. Ⓔ encefalopatia hepática. DIFICULDADE Dica do autor: Devido ao histórico clínico apresentado, atentar para possíveis meios de intoxicação progressiva. Alternativa A: INCORRETA. Icterícia não é um achado comum da raiva, além do emagre- cimento progressivo, o que indica um cur- so lento da doença, que geralmente tam- bém não é o caso desta.² Alternativa B: INCORRETA. A infecção por esse micro-organismo não apresenta alguns si- nais como icterícia e convulsões.² Alternativa C: INCORRETA. O histórico desse ani- mal não condiz com uma infecção viral.² Alternativa D: INCORRETA. A babesiose apre- senta episódios recorrentes de febre, sin- toma que não foi mencionado no enun- ciado, além de outras características que não se aplicam a esta.² Alternativa E: CORRETA. Baseado no históri- co apresentado, esta é a doença correta.² 09 (UFCG – COMPROV – 2017) Sobre a po-lioencefalomalacia em ruminan-tes, marque a alternativa correta: Clínica Médicae Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 128 23/10/2019 15:10:52 129▏Marcos Vinicius Dias Rosa Ⓐ É uma enfermidade neurológica, não infecciosa dos ruminantes, que tem como uma das mais importantes cau- sas as alterações no metabolismo da tiamina associados aos quadros de al- calose ruminal, a qual aumenta o nú- mero de microrganismos do rúmen que sintetizam tiamina, bem como permite o crescimento das bactérias que produzem tiaminase. Ⓑ Os sinais clínicos evidenciados como a cegueira, depressão, pressão da ca- beça contra objetos, andar em círcu- los e ranger de dentes estão relacio- nados com lesões de córtex cerebral, enquanto que os sinais de incoorde- nação, paralisia espástica, ataxia, dimi- nuição dos reflexos palpebral e pupilar, estrabismo lateral, nistagmo e pupilas dilatadas ocorrem em consequência da compressão do tronco encefálico por edema cerebral, ou por lesões profun- das de polioencefalomalacia. Ⓒ O alto consumo de enxofre na alimen- tação e a intoxicação por cobre, chum- bo e cloreto de sódio tem sido associa- do a polioencefalomalacia nos casos onde a concentração de tiamina no animal está normal. Ⓓ É possível a realização do diagnóstico terapêutico com a administração de tiamina e corticosteroides em todos os casos de polioencefalomalacia in- dependente da etiologia. Ⓔ Dentre as lesões macroscópicas de im- portância encontradas nessa enfermi- dade, podemos destacar a presença de edema e a herniação do cerebelo por meio do forame magno, sendo es- sa característica evidenciada em todos os animais acometidos. DIFICULDADE Dica do autor: Atentar para os possíveis er- ros de etiologia e métodos diagnósticos. Alternativa A: INCORRETA. As alterações no metabolismo da tiamina causam acidose ruminal e não alcalose.² Alternativa B: CORRETA. Todos os sinais lista- dos estão de acordo com essa afecção.² Alternativa C: INCORRETA. A intoxicação por cobre não está envolvida nessa patolo- gia e a concentração de tiamina precisa estar alterada para que os sinais clínicos ocorram.² Alternativa D: INCORRETA. O uso de corticoides é controverso e não necessariamente é utilizado em todos os casos, principalmen- te quando a necrose neuronal já ocorreu.² Alternativa E: INCORRETA. Histologicamen- te, observa-se degeneração e necrose do córtex cerebral.² 10 (UFPI – COPESE – 2016) Em um ha-ras da raça Quarto de Milha, fo-ram observados vários animais com anorexia, letargia e ausência de sons gastrointestinais. Em poucas horas, os ani- mais demonstraram hipersensibilidade e agitação, sudorese, tremores musculares e fraqueza, hipermetria, andar desequili- brado e em círculos, incapacidade de de- glutir, paralisia do lábio inferior, protusão e flacidez da língua, cegueira, pupilas di- latadas, apoio da cabeça contra objetos, queda e convulsões. Nos achados de ne- cropsia, existiam áreas macroscópicas de amolecimento acompanhadas de hemor- ragias na substância branca do hemisfério cerebral. Após análise da ração concentra- da, foi detectada a presença da substância Fumonisina. Diante do exposto, marque a opção que é caracterizada pelos achados clínico-patológicos citados. Ⓐ leucoencefalomalacia. Ⓑ encefalomielite. Ⓒ encefalopatia hepática. Ⓓ leucoencefalite. Ⓔ polioencefalomalacia. Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 129 23/10/2019 15:10:52 130 ▕ Afecções do Sistema Neurológico DIFICULDADE Dica do autor: A presença da Fumonisina é característica desta patologia. Alternativa A: CORRETA. A Fumonisina é a toxi- na produzida pelo fungo Fusarium monili- forme, causador desta patologia.² Alternativa B: INCORRETA. Alguns sinais clíni- cos da doença condizem com essa pato- logia, porém, por ser de caráter viral, não se enquadra nos achados relacionados à toxina Fumonisina.² Alternativa C: INCORRETA. Para que esta alter- nativa estivesse correta, sinais como icte- rícia deveriam ser observados, demons- trando a insuficiência hepática.² Alternativa D: INCORRETA. Nome antigo da doença. Foi considerado falso pela banca. Alternativa E: INCORRETA. Patologia decorren- te da carência de tiamina, intoxicação por enxofre, sal ou chumbo. Não tem caráter infeccioso e sim carencial.² 11 (UFCG – COMPROV – 2018) As doen-ças do sistema nervoso de equi-nos representam uma parcela importante das enfermidades diagnosti- cadas nessa espécie. Sabendo da impor- tância do exame clínico para o diagnóstico das enfermidades do sistema nervoso em equinos, indique a alternativa INCORRETA. Ⓐ A caracterização da cegueira periféri- ca pode ser feita pela avaliação do II e III pares de nervos cranianos, pela au- sência de resposta ao teste de amea- ça e do reflexo pupilar. Ⓑ A cegueira central caracteriza-se por lesão cerebelar, e pode ser diferencia- da da cegueira periférica, pois apre- senta preservação do reflexo pupi- lar e a cegueira e contralateral ao lo- cal da lesão. Ⓒ A lesão de nervo facial e facilmente ca- racterizada por assimetria facial, ptose auricular, palpebral e/ou labial. Ⓓ A avaliação da postura e marcha do equino fornecem informações sobre a integridade de cerebelo e do VIII par de nervo craniano. Ⓔ Uma forma de avaliar o VIII par de ner- vo craniano ée colocar o equino em um ambiente silencioso, posicionar- -se preferencialmente atrás dele e de forma inesperada emitir um ruído al- to para perceber a reação do animal. DIFICULDADE Dica do autor: É importante relacionar as funções com os locais de cada lesão. Alternativa A: CORRETA. II par: nervo óptico; e III par: nervo oculomotor.² Alternativa B: INCORRETA. A cegueira de causa central ocorre na região occipital do cór- tex cerebral, não no cerebelo.² Alternativa C: CORRETA. Essas são as caracte- rísticas da lesão do nervo facial.² Alternativa D: CORRETA. O cerebelo e o VII par: vestibulococlear são responsáveis pelas funções proprioceptivas, que englobam a avaliação de postura e marcha do animal.² Alternativa E: CORRETA. VIII par: vestibuloco- clear está diretamente envolvido com a audição do animal.² Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 130 23/10/2019 15:10:52 O exame dos nervos cranianos é de vital importância para a avaliação, o diag- nóstico e o prognóstico das doenças do sistema nervoso, visto que muitas doen- ças possuem sintomatologia semelhante. Algumas das provas devem ser realizadas para detectar alterações, sendo que os si- nais clínicos mais frequentes serão men- cionados a seguir. I. Olfatório: A resposta a químicos não ir- ritantes como o xilol ou benzeno e a busca por alimentos servem para tes- tar esse nervo. II. Óptico: Realizar o exame de ameaça com a mão. Avaliar a capacidade de desviar obstáculos e testar o reflexo pupilar uti- lizando uma fonte de luz. As duas pupi- las devem contrair simultaneamente. A cegueira provocada por lesão do córtex occipital não causa perda do reflexo pu- pilar. Nesse caso a lesão é contralateral (lesões do encéfalo esquerdo causam cegueira do olho direito). III. Oculomotor: O animal consegue enxergar, mas não apresenta reflexo pupilar. Em lesões unilaterais somente uma pupila se contrai. Pode haver estrabismo ven- trolateral e/ou ptose (paralisia palpebral. IV. Troclear: Estrabismo dorsal é o sinal ob- servado. V. Trigêmeo: Avaliar os movimentos mas- tigatórios e tônus da mandíbula. Pode ocorrer paralisia da mandíbula. Verifi- car reflexo palpebral, atrofia dos mús- culos masseter ou temporal. Examinar perda de sensibilidade da face, muco- sa nasal e córnea. VI. Abducente: Estrabismo medial, falta de retração do globo ocular ou exoftalmia podem ser observados. VII. Facial: O sinal mais comum é a paralisia da face (pálpebra, orelha, lábio, nariz). VIII. Vestíbulo Coclear: Ocorre desequilíbrio para o lado da lesão (unilateral) ou pa- ra os dois lados (bilateral) e surdez. Ob- serva-se torção da cabeça e/ou nistag- mo horizontal ou rotatório. IX. e X. Glossofaríngeo e Vago: O nervo vago é motor e o glossofaríngeoé sensitivo para a faringe e laringe. Alterações cau- sam disfagia, megaesôfago, paralisia ou paresia da faringe e modificações na vo- calização. O reflexo de deglutição deve ser avaliado. XI. Acessório: Atrofia dos músculos trapé- zio, esternocefálico e braquiocefálico. XII. Hipoglosso: O controle muscular da lín- gua, assim como desvio ou atrofia des- ta devem ser observados. As doenças abordadas nesse seg- mento serão tratadas a seguir, enfatizan- do as diferenças entre elas, para que, com base no enunciado, você seja capaz de diferenciá-las. Babesiose: Causada por protozoários do gênero Babesia spp., apresenta os sin- tomas: agressividade ou depressão, pros- tração, febre e ataques convulsivos. Rara- Resumo prático Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 131 23/10/2019 15:10:53 132 ▕ Resumo prático mente observa-se hemoglobinúria nessa forma da enfermidade. Macroscopicamen- te, severa congestão do córtex cerebral é observada, já em esfregaços e cortes his- tológicos, e em menor quantidade em ou- tros órgãos, observam-se numerosos pro- tozoários em eritrócitos marginando as paredes dos capilares. Outras lesões ma- croscópicas são as hemorragias pericárdi- cas, o aumento de tamanho do baço e a ic- terícia com fígado amarelo ou alaranjado. Encefalomielites Virais dos Equinos: São en- fermidades infecciosas produzidas por 3 tipos diferentes, mas relacionados, de Al- phavirus: Leste (EEE), Oeste (WEE) e Vene- zuela (VEE), transmitidos por mosquitos. As manifestações clínicas são variáveis e podem ser inaparentes. Os sinais neuro- lógicos incluem ranger de dentes, depres- são, ataxia, andar em círculos ou a esmo, pressão da cabeça contra objetos, hipe- rexcitabilidade, paralisia, anorexia, ceguei- ra e, na fase final, embotamento dos sen- tidos. Os cavalos mantêm a cabeça baixa, orelhas caídas, ptose labial e protusão da língua. Ocorre também, paralisia da farin- ge e, em decúbito, movimentos de peda- lagem. Não se observam lesões macroscó- picas e as lesões histológicas estão limita- das à substância cinzenta. São observadas necrose neuronal e neuroniofagia, man- guitos perivasculares com presença de células mono e polimorfonucleares e mi- crogliose. As lesões são mais acentuadas no córtex cerebral, tálamo e hipotálamo. Encefalopatia hepática (intoxicações por Senecio spp., Crotalaria spp. e Echium plantagi- neum): Em bovinos, nesse tipo de intoxi- cação é observada agressividade, algu- mas vezes incoordenação, tenesmo e, oca- sionalmente, prolapso retal e diarreia. Os sinais no sistema nervoso são causados, principalmente, pela espongiose (vacuo- lização) da substância branca do cérebro e cápsula interna, que ocorrem em decor- rência da insuficiência hepática e aumen- to nas taxas de amônia não metabolizada secundária a isso. As causas do tenesmo e da agressividade não são conhecidas, po- rém são os sinais mais característicos. Em equinos podem ocorrer emagrecimento progressivo, depressão ou hiperexcitabi- lidade, andar a esmo, pressão da cabeça contra objetos, torneio ou galope desen- freado. As lesões histológicas do cérebro caracterizam-se pela presença de grupos de astrócitos de Alzheimer tipo II no cór- tex e gânglios da base. Tanto em equídeos quanto em bovinos há proliferação de cé- lulas dos ductos biliares e lesões hepáticas de fibrose, megalocitose. Leucoencefalomalacia: É uma enfermida- de de equinos, pôneis, asininos e muares, causada pela ingestão de milho contami- nado pelo fungo Fusarium moniliforme. O desenvolvimento do fungo e suas toxinas (fumonisinas B1 e B2) está intimamente re- lacionado com a umidade e a ocorrência de quedas de temperatura, causando cho- que térmico. Os sinais clínicos são caracte- rizados por anorexia, sonolência e depres- são ou hiperexcitabilidade, cegueira uni ou bilateral, dificuldade de apreensão de alimentos e mastigação, ataxia, tremores, pressão da cabeça contra objetos, torneio e decúbito. As lesões macroscópicas carac- terizam-se por aumento de tamanho de um dos hemisférios cerebrais com amole- cimento das circunvoluções. A substância branca do cérebro, ao ser cortada, encon- tra-se amarelada, com áreas de malacia, sendo observado, geralmente, cavidades contendo fluido. A cápsula interna e o tála- mo geralmente estão afetados. Áreas ama- reladas ou hemorrágicas são raramente observadas nos tubérculos quadrigêmeos, pedúnculos cerebelares, ponte e medula oblonga. As lesões geralmente são unila- terais e quando bilaterais são mais marca- das em um dos lados do encéfalo. Mieloencefalite por Herpesvírus Equino Tipo 1: Causa sintomatologia respiratória, doença neonatal, aborto e, eventualmente, sinais clínicos neurológicos que podem ocorrer Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 132 23/10/2019 15:10:53 133▏Marcos Vinicius Dias Rosa isolados ou com as outras formas da in- fecção. Geralmente afeta equinos adultos que apresentam andar cambaleante, de- bilidade e incoordenação, que iniciam nos membros posteriores, atinge os anteriores e leva ao decúbito. Podem ocorrer reten- ção de urina e fezes e ereção. Sinais dos nervos craneanos são menos frequentes. As lesões se localizam preferencialmen- te nos vasos sanguíneos da substância branca da medula com marcada infiltra- ção perivascular de células mononuclea- res e áreas de malacia. Mieloencefalite Protozoária Equina: É uma enfermidade neurológica infecciosa de equinos, transmitida pelo agente proto- zoário Sarcocystis neurona, na qual o equi- no é o hospedeiro acidental durante o ciclo desse agente, cujo hospedeiro definitivo e transmissor é o gambá. Os sinais clínicos são variáveis e dependem da região e da extensão das lesões, geralmente multifo- cais. As lesões afetam mais frequentemen- te a medula, e a apresentação mais comum é uma alteração na marcha, com o com- prometimento de um ou mais membros, dependendo da localização das lesões na medula. Usualmente, há ataxia assimétrica dos membros posteriores, fraqueza e atro- fia muscular. Quando o tronco encefálico e os núcleos dos nervos cranianos estão en- volvidos, observa-se depressão, ataxia, pa- ralisia facial, atrofia dos músculos temporal e masseter, protusão, flacidez e paralisia da língua e disfagia. Quando a lesão é no cére- bro pode observar-se depressão, alterações no comportamento, cegueira e diminuição das respostas sensoriais à ameaça no lado da face contralateral à lesão. Observam-se malacia e reação inflamatória não supura- tiva. O tratamento é realizado com a admi- nistração de anticoccidianos como ponazu- ril, diclazuril e toltrazuril. Polioencefalomalacia: Doença que causa lesões degenerativas no córtex cerebral. Os sinais mais comuns são opistótono, nistag- mo, estrabismo, cegueira, incoordenação e depressão. Pode ocorrer devido à acido- se metabólica ou qualquer outra afecção que leve a uma carência de tiamina ou fa- voreça o crescimento de bactérias produ- toras de tiaminase, intoxicação por enxofre, sal ou chumbo, este último apresentando edema cerebral menor que os demais. Le- sões degenerativas no córtex cerebral são observadas microscopicamente. O edema cerebral é evidenciado pela herniação do cérebro abaixo do tentório e do cerebelo através do forame magno. Alguns dos si- nais clínicos são causados pelo edema ce- rebral, que comprime o cerebelo e o tronco encefálico. Histologicamente, degeneração e necrose do córtex cerebral são os acha- dos. Quando em estágio inicial há resposta ao tratamento com vitamina B1 (tiamina). Raiva: É transmitida por morcegos he- matófagos, causando ataxia e debilidade dos membros. Os sinais são progressivos, iniciando-se nos membros posteriores, es- tendendo-se posteriormente aos anterio- res e finalizando em decúbito permanente e morte. Pode haver tenesmo e relaxamen- to do esfíncter anal. Ocorrem sinais de alte- rações do tronco encefálico, como paralisia da língua. Na raiva urbana, transmitida por cães, pode haver sinais de alteraçãodo cór- tex cerebral, como mania, agressividade e mugidos. Não há lesões macroscópicas e as lesões histológicas na raiva paralítica loca- lizam-se principalmente no tronco encefá- lico e na medula. Corpúsculos de inclusão são observados principalmente no cere- belo. Em equinos as manifestações da en- fermidade são variáveis, podendo ocorrer paralisia ascendente, hipersalivação, ataxia e paresia dos membros posteriores, parali- sia da laringe, abdômen agudo e perda do tônus do esfíncter anal. Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 133 23/10/2019 15:10:53 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 134 23/10/2019 15:10:53 1. Reed MS, Bayly MW. Medicina interna equina. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan; 2000. 2. Riet-Correa F, Riet-Correa G, E Schild AL. Importância do exame clínico para o diagnóstico das enfermidades do sistema nervoso em ruminantes e equídeos. Pesq. Vet. Bras. out./dez. 2002; 22(4):161-168. 3. Stashak TS. Claudicação em equinos segundo Adams. 5. ed. São Paulo: Roca; 2006. Referências Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 135 23/10/2019 15:10:53 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 136 23/10/2019 15:10:53 01 (COPESE – UFPI – 2016) A pneumo-nia aguda por P. multocida pode ocorrer em animais de qualquer idade, mas tende a ser mais comum em be- zerros desmamados e outros animais em grupo. Quando vista em indivíduos mais jo- vens, a doença aguda é indicativa de: Ⓐ excesso de ventilação, parto prematu- ro ou ingestão de colostro em excesso. Ⓑ excesso de ventilação, baixo peso ao nascer ou ingestão de colostro em excesso. Ⓒ má ventilação, excesso de vapor de amônia ou ingestão de colostro em excesso. Ⓓ ingestão de colostro em excesso, ins- talações amplas ou transporte pro- longado. Ⓔ má ventilação, excesso de vapor de amônia ou falha de transferência pas- siva de imunoglobulinas. DIFICULDADE Dica do autor: Ter conhecimento sobre os fa- tores de risco em relação ao manejo incor- reto, que pode causar a pneumonia aguda pela Pasteurella multocida. Alternativa A: INCORRETA. O excesso de venti- lação, ou seja, uma má ventilação e o parto prematuro (o animal não recebe colostro corretamente) são fatores de risco para a pneumonia aguda, entretanto, a ingestão de colostro em excesso não é considerada fator de risco para a ocorrência da pneu- monia aguda em animais jovens.4 Alternativa B: INCORRETA. O excesso de venti- lação, ou seja, uma má ventilação é um fa- tor de risco para a pneumonia aguda, en- tretanto, o baixo peso e a ingestão de co- lostro em excesso não são considerados fatores de risco para a ocorrência da pneu- monia aguda em animais jovens.4 Alternativa C: INCORRETA. Uma má ventilação e um excesso de vapor de amônia são fa- tores de risco para a pneumonia aguda, entretanto, a ingestão de colostro em ex- cesso não é considerada um fator de ris- co para a ocorrência da pneumonia agu- da em animais jovens.4 Alternativa D: INCORRETA. A ingestão de colos- tro em excesso e instalações amplas não são consideradas fatores de risco para a ocorrência da pneumonia aguda em ani- mais jovens, entretanto, o transporte pro- longado é considerado fator de risco para a doença, pois devido ao estresse compro- mete as defesas imunológicas do animal.4 Alternativa E: CORRETA. No caso da pneumo- nia aguda por Pasteurella multocida, vista em indivíduos mais jovens, a doença agu- da é indicativa de má ventilação, excesso de vapor de amônia ou falha de transfe- rência passiva de imunoglobulinas, pois são fatores de risco que favorecem o es- tresse e, consequentemente, reduzem a imunidade do animal e facilita a ocorrên- cia da enfermidade.4 Afecções do Sistema Cardiorrespiratório 3 Daniela Mello Vianna Ferrer Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 137 23/10/2019 15:10:53 138 ▕ Afecções do Sistema Cardiorrespiratório 02 (COPESE – UFPI – 2016) A laringite necrótica é uma infecção do te-cido mole na cavidade oral após lesão da mucosa causada por dentes afia- dos em bezerros de um a quatro meses de idade. O agente responsável pela in- fecção é um micro-organismo anaeróbi- co denominado: Ⓐ Corynobacterium pyogenes. Ⓑ Fusobacterium necrophorum. Ⓒ Pasteurella multocida. Ⓓ Actinomyces pyogenes. Ⓔ Escherichia coli. DIFICULDADE Dica do autor: Ter conhecimento sobre qual bactéria tem potencial para causar lesões necróticas. Alternativa A: INCORRETA. O Corynobacterium pyogenes é o antigo nome do Actinomyces pyogenes, ou seja, é a mesma bactéria que não tem ação necrótica, e sim, piogênica, sendo responsável por infecções que cau- sam abcessos hepáticos, abcessos em lin- fonodos retrofaríngeos, mas não é respon- sável pela laringite necrótica em bezerros.4 Alternativa B: CORRETA. O Fusobacterium necrophorum é uma bactéria com ação ne- crótica responsável pelas lesões da infecção da laringite necrótica de bovinos jovens.4 Alternativa C: INCORRETA. A Pasteurella multocida é uma bactéria que, normal- mente, causa broncopneumonia fibri- nopurulenta e não tem ação necrótica em lesões, não sendo responsável pela la- ringite necrótica em bezerros.4 Alternativa D: INCORRETA. O Actinomyces pyogenes (Corynobacterium pyogenes), ou seja, não tem ação necrótica, e sim, piogênica, sen- do responsável por infecções que causam abcessos hepáticos, abcessos em linfono- dos retrofaríngeos, mas não é responsá- vel pela laringite necrótica em bezerros.4 Alternativa E: INCORRETA. A Escherichia coli é uma enterobactéria que não provoca lesões necróticas, não sendo o agente responsável pela laringite necrótica em bezerros.4 03 (COPESE – UFPI – 2016) A broncop-neumonia bacteriana continua sendo a causa mais importan- te de doença respiratória fatal em bezer- ros leiteiros. Os quatro principais patóge- nos bacterianos das vias aéreas inferiores dos bovinos são: Ⓐ Actinomyces haemolytica, Haemophilus multocida, Pasteurella pyogenes e Pas- teurella sommus. Ⓑ Eimeria sp., Pasteurella haemolytica, Pasteurella multocida e Salmonella sp. Ⓒ Actinomyces pyogenes, Haemophilus sommus, Pasteurella haemolytica e Pasteurella multocida. Ⓓ Actinomyces pyogenes, Haemonccus contortus, Pasteurella haemolytica e Pasteurella multocida. Ⓔ Actinomyces pyogenes, Herpesvírus tipo V, Pasteurella haemolytica e Pasteurella multocida. DIFICULDADE Dica do autor: Ater para quais os agentes existem e são bactérias. Alternativa A: INCORRETA. Actinomyces haemolytica, Haemophilus multocida, Pasteurella pyogenes e Pasteurella sommus não existem, ou seja, os nomes desses agentes não são viáveis.1 Alternativa B: INCORRETA. A Eimeria sp. é um protozoário responsável por causar diarreia em seus hospedeiros, assim como a bac- téria Salmonella sp. Por isso, não são pató- genos bacterianos das vias aéreas inferio- res dos bovinos. Entretanto, as bactérias Pasteurella haemolytica e Pasteurella multocida são uns dos patógenos bacteria- nos das vias aéreas inferiores dos bovinos.1 Alternativa C: CORRETA. Estes quatro agen- tes Actinomyces pyogenes, Haemophilus sommus, Pasteurella haemolytica e Pasteu- Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 138 23/10/2019 15:10:54 139▏Daniela Mello Vianna Ferrer rella multocida são uns dos principais pató- genos bacterianos das vias aéreas inferiores dos bovinos, causando nestes animais bron- copneumonias como agentes primários ou associados entre eles, ou com outras bac- térias, ou com vírus ou com micoplasmas.1 Alternativa D: INCORRETA. O Haemonccus contortus não é uma bactéria e sim um parasita do tipo nematódeo gas- trointestinal, que normalmente, se alo- ja no abomaso dos ruminantes, cau- sando uma anemia progressiva no bo- vino, ou seja, não é um dos patógenos bacterianos das vias aéreas inferiores dos bovinos. Entretanto, o Actinomyces pyogenes, Pasteurella haemolytica e Pasteurella multocida são patógenos bac- terianos das viasaéreas inferiores dos bovinos, que podem causar broncopneu- monia bacteriana nos mesmos.1 Alternativa E: INCORRETA. O Herpesvírus tipo V não é uma bactéria e sim um vírus respon- sável por causar, principalmente, uma sin- tomatologia neurológica em bovinos, de- vido à encefalite viral que o mesmo provo- ca, ou seja, não é um dos patógenos bac- terianos das vias aéreas inferiores dos bo- vinos. Entretanto, o Actinomyces pyogenes, Pasteurella haemolytica e Pasteurella multocida são patógenos bacterianos das vias aéreas inferiores dos bovinos, que podem causar broncopneumonia bac- teriana nos mesmos.1 04 (COPESE – UFPI – 2016) A forma de transmissão do agente da laringite necrótica ocorre en- tre os animais alimentados em utensílios comuns ou quando estão próximos que podem lamber uns aos outros. À medida que o quadro clínico evolui, os principais sinais clínicos observados são: Ⓐ febre, diarreia, dispneia mista, tosse curta e odor necrótico na respiração. Ⓑ febre, diarreia, timpanismo, dispneia inspiratória, tosse curta e odor necró- tico na respiração. Ⓒ febre, recusa alimentos sólidos, disp- neia inspiratória, tosse curta e odor ne- crótico na respiração. Ⓓ anorexia, diarreia, dispneia expirató- ria, tosse curta e odor necrótico na respiração. Ⓔ anorexia, diarreia, dispneia expirató- ria, tosse produtiva e odor necrótico na respiração. DIFICULDADE Dica do autor: Ater para os tipos de disp- neia e de tosse comparando com as alte- rações que a doença pode causar no sis- tema respiratório. Alternativa A: INCORRETA. Na laringite necró- tica podem ser observados os sinais clíni- cos de febre (tendo temperatura de até 41ºC), dispneia inspiratória, tosse curta e odor necrótico na respiração. Entretanto, não são sinais clínicos da doença a presen- ça de diarreia e timpanismo, pois as alte- rações observadas são devido ao compro- metimento do sistema respiratório, princi- palmente das vias aéreas anteriores, e não do sistema digestório.4 Alternativa B: INCORRETA. Na laringite necró- tica podem ser observados os sinais clíni- cos de febre (tendo temperatura de até 41ºC), tosse curta e odor necrótico na res- piração. Entretanto, não são sinais clínicos da doença a presença de diarreia e a disp- neia que ocorre não é a mista, pois não existe comprometimento pulmonar, por isso, não tem dispneia expiratória, sendo apenas a dispneia inspiratória, devido à dificuldade na hora da inspiração, ou se- ja, quando o animal puxa o ar.4 Alternativa C: CORRETA. Os principais sinais clínicos observados na laringite necrótica são febre, recusa alimentos sólidos, disp- neia inspiratória, tosse curta e odor necró- tico na respiração.4 Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais_em ordem.indd 139 23/10/2019 15:10:54
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