Buscar

ENEM - FILOSOFIA: Teoria do Conhecimento - Verdade: Concepção Latina

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ENEM – FILOSOFIA
TEORIA DO CONHECIMENTO – Verdade: Concepção Latina
A Verdade para os latinos é entendida mais como algo dentro da linguagem, como a Verdade é 
possível?, é o que se pergunta, e menos como algo manifesto pela coisa estudada. Veja-se, na 
concepção grega a Verdade já está dada e por isso não é preciso estudá-la, mas na concepção latina 
ela é pensada dentro da linguagem. Há uma preocupação nova que é o discurso da linguagem, o ato 
de falar a Verdade.
Segundo a professora Marilena Chauí, “um relato é dotado de veracidade quando a linguagem 
enuncia fatos reais”. São três perguntas que se pode fazer nesta concepção, de acordo com a 
professora: “a) Do que dependerá a verdade? Da memória de que enuncia e de que esta corresponda
aos fatos mencionados”, “b) A verdade vai se referir ao quê? A verdade passa a se referir ao 
enunciado (a linguagem) e não mais à coisa como na concepção grega (alethéia), a 
automanifestação”, e “c) Qual é o oposto da verdade? Não mais os pseudos, isto é, a aparência 
(como na versão grega), mas sim na mentira (ou falsificação)”.
Para os latinos (romanos), o falso, o erro e a mentira não são o problema, mas como já foi dito, 
como o que é verdadeiro pode ser possível. E isto significa pensar o verdadeiro a partir da 
linguagem e também do querer do sujeito. Esta é outra inovação latina: a intenção, a vontade, entra 
na questão. A verdade depende “também de nosso querer da forma como pretendemos 
representar as coisas e o mundo à nossa volta”.
Com este elemento adicional da Filosofia latina/romana, teremos uma ligação com o que o 
cristianismo chamou de livre-arbítrio ou vontade livre da verdade. O terreno estava preparado para 
uma moralização total da Verdade quando se liga ela ao que corresponde a Deus. Só se pode dizer a 
Verdade quando se fala de acordo com as normas divinas.
Encerrando, cito novamente a professora Marilena: “O cristianismo afirma que a vontade livre 
foi responsável pelo pecado original e que a vontade, criada boa por Deus, foi pervertida pelo 
primeiro homem e tornou-se má vontade. Assim sendo, a mentira, o erro e o falso tenderiam a 
prevalecer sobre a verdade porque nossa inteligência ou nosso intelecto é mais fraco do que nossa 
vontade, e esta pode forçá-lo ao erro e ao falso”.

Continue navegando