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1 Aula 5 – Danilo Luxações, Entorses, Lesões ligamentares mais comuns, Fascíite e síndrome do manguito rotador Conceito Entorse: é uma lesão dos ligamentos de uma articulação sem descolamento das superfícies articulares. Em caso de entorse, o raio de ação normal de uma articulação é ultrapassado com efeito do impacto e causa um dano por distorsão no aparelho cápsulo-ligamentar – NÃO PERDE CONGRUENCIA ARTICULAR Luxação: é o deslocamento repentino, parcial ou completo, das extremidades dos ossos que compõem uma articulação. Isso quer dizer que um osso se separa do outro e desaparecem os pontos de contato entre eles, o que pode provocar lesões nas estruturas próximas (ligamentos, vasos senguíneos, etc) – PERDE CONGRUENCIA; É URGENCIA (risco de lesão vascular; tirando a acrômio-clavicular – sem risco de lesão vascular) Tendinite: é a inflamação do tendão, uma estrutura fibrosa, como uma corda, que une o músculo ao osso. A inflamação se caracteriza pela presença de dor e inchaço do tendão e pode acontecer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum no combro, cotovelo, punho e tornozelo. Onde tiver tendão, posso ter uma tendinite. Bursite: ficam abaixo do tendão (entre ele e o osso) para não ter risco de lesão do tendão. Está em trocanter maior do fêmur, ombro, patela, pata de ganso, dentre outros locais. 1. Entorse de Tornozelo É o mais comum 85% de todas as lesões de tornozelo – poucos são fraturas, a grande maioria é entorse. 85% dos entorses envolvem mecanismo de inversão lateral – região plantar vai para medial, como se fosse a encontro do outro pé * (eversão, o contrário, vai para o lado lateral, para fora) 14 a 21% de todas as lesões esportivas, sendo 40% das lesões no basquete e 25% no futebol Basquete: a hora que a pessoa cai, entra em contato com o chão após pular, ela já pode ter o entorse. Temos os ligamentos principais: tibionavicular (localizado na tíbia, em região medial – ligamentos deltoides), tibiocalcaneo – todos esses fazem parte do mecanismo medial do tornozelo. No exame clinico, temos que ter noção de ligamento para saber se teve lesão ligamentar e como que se testa isso. Lateral Aqui em região lateral temos esses ligamentos mais importantes: talofibular anterior, talofibular posterior e calcaneofibular Anatomia (prof só comentou por cima, bom dar uma lidinha) Sindesmose – consiste em 4 componentes: o Posteriormente: ligamentos tibiofibular anterior inferior - se insere medialmente ao tubérculo tibial anterior, se estende inferior e lateralmente e se insere na fíbula. o Ligamento tibiofibular inferior é profundo e inferior ao ligamento tibiofibular posterior e inferior. o Anteriormente: ligamento tibiofibular interósseo se insere nas superfícies contínuas da tíbia e fíbula e é contínuo a membrana interóssea proximalmente. Esse ligamento permite a fíbula receber 16% da carga axial. 2 Aula 5 – Danilo Mecanismo (aqui é mais importante) Eversão + abdução -> lesão do ligamento deltoide São os ligamentos tibiotalares e calcaneotibial Inversão -> lesão ligamentar lateral do tornozelo Aumento de chance de ter lesões em ligamentos laterais (fíbulocalcaneano ou fibulotalar anterior ou posterior) Classificação O’Donoghue Precisamos saber o O’Donoghue tipo 1: estiramento mínimo do ligamento Paciente teve um entorse, um estiramento mínimo desse ligamento e não teve lesão. Aqui é instável. o O’Donoghue tipo 2: ruptura parcial do ligamento Aqui temos dor e instabilidade parcial do tornozelo, em torno de 2mm ainda consegue o O’Donoghue tipo 3: ruptura completa do ligamento Aqui já temos instabilidade do tornozelo Clanton Essa classificação compara com o RX, é mais complicado para nós entendermos então o professor não explicou. Mas a classificação consiste em: o Tipo 1: tornozelo estável o Tipo 2: tornozelo instável com teste da gaveta anterior positivo e/ou tilt talar positivo Grau 1: não atleta/ idoso Grau 2: atleta ou demanda alta Tipo A: RX stress negativo, tratamento funcional Tipo B: teste stress tíbio talar positivo e tratamento cirúrgico Tipo C: instabilidade subtalar e tratamento funcional Diagnóstico Exame físico minucioso deve ser realizado palpando-se as seguintes estruturas: fibulotalar anterior, calcâneo fibular, deltoide, maléolos medial e lateral, base do quinto metatarso, processo anterior do calcâneo, tendão de Aquiles, etc. É o principal e depois pede uma radiografia. Normalmente o paciente tem fratura de fíbula, se tem fratura de fíbula por dissipação de energia, a fratura pode se localizar em fíbula alta. Palpando desde a cabeça da fíbula até o tornozelo, principalmente em lesões de eversão (fratura de Maisonneuve – lesão em cabeça da fíbula, não da para saber apenas com RX, precisa palpar) 3 Aula 5 – Danilo Entorse de tornozelo: tem que pesquisar fratura de fíbula alta, palpando por toda parte da fíbula, desde a cabeça da até o tornozelo. Cuidado para não deixar passar. Quando estiver examinado, pensar em lesão do ligamento interósseo, principalmente quando o paciente estiver com DOR. Examinar também maléolo lateral e ligamentos, todo maléolo medial e ligamentos e principalmente a base do quinto metacarpo. Teste de inversão, eversão Eversão: ocorre quando o deltoide está completamente roto, com ruptura da sindesmose ou fratura do maléolo lateral; então, o Tálus se inclina lateralmente para eversão Inversão: se ocorrer ruptura completa dos ligamentos laterais, o Tálus se inclina. Teste de inversão * Tilt de 15º: ruptura do LTFA Tilt de 15 a 30º: ruptura do LTFA e LCF Tilt > 30º: ruptura do LTFA, LTFP e LCF *Quando tem a chance de fazer uma radiografia com stress, como essa, da para ter ideia desses graus. Teste da gaveta Nada mais é do que fazer uma estabilidade da tíbia do paciente, colocar a mão na região de calcâneo e tracionar para anterior o pé do paciente. Ou seja, posicionar a polpa do polegar na ponta do meléolo lateral enquanto se palpa o processo lateral do Tálus com a base do polegar. Aplicar a força e verificar o deslocamento anterior do Tálus em relação à tíbia. Se positivo, indica ruptura do talofibular anterior. Os ligamentos da região fibular estão com lesão – deltoides e fibulares. Squeeze test Tem que examinar toda fíbula do paciente para ver se tem lesão de ligamento interosseo ou fratura de região de cabeça de fíbula – lesão de Maisonneuve. Compressão da fíbula contra a tíbia na panturrilha. É positivo se dor surge nos ligamentos interósseos. Exame de imagem RX AP e perfil RX stress – consegue ver se teve abertura da pinça do paciente RM quando teve abertura e vai planejar a cirurgia para o paciente Tratamento O objetivo é prevenir a instabilidade crônica Tratamento conservador é a principal escolar para entorses de tornozelo Grau I e II: limitar a extensão 4 Aula 5 – Danilo Restaurar a mobilidade e motricidade Restaurar a agilidade e a resistência Após 2 semanas deve-se iniciar uma reeducação muscular e após restauração da agilidade específica Grau III: pode-se utilizar o mesmo protocolo, porém deve ser utilizado bota gessada no início do tratamento por 6 semanas. Nos dois primeiros graus, quanto antes o paciente voltar às atividades melhor, ou seja, tem que começar a fisioterapia o quanto antes. No grau III pode ser utilizado mesmo protocolo dos anteriores mas agora ele precisa ficar com o pé imobilizado (bota). Entretanto, se o paciente for jovem atleta deve-se pensar em cirurgia, principalmente se for lesão de ligamento deltoide. Tratamentocirúrgico Reparo agudo do deltoide Pode ser tentado tratamento conservador, no entanto, rupturas agudas em jovens ou pessoas de meia idade com lesão palpável no exame físico devem ter o ligamento reparado. Normalmente o meléolo lateral está fraturado e tibiofibular distal está lesado. 2. Luxação Acromioclavicular É uma luxação sem emergência de colocar no lugar. A articulação AC é uma diartrose localizada entre o bordo lateral da clavícula e a borda medial do acrômio; As bordas articulares possuem cartilagem hialina e entre estas existe a presença de um disco cartilaginoso de forma e tamanho variado. A articulação AC é composta pelos ligamentos acromioclaviculares e o ligamento coracoclavicular dividido em ligamento conóide e trapezoide. Ligamento AC é responsável pela estabilidade horizontal da clavícula – de anterior para posterior. Biomecânica Inclui estabilidade estática e dinâmica; A estabilidade é mantida principalmente pelas estruturas ligamentares: coracoclaviculares (conóide e trapezoide), a cápsula e os ligamentos AC; Deslocamento ou subluxação ascendente: ruptura dos ligamentos Coracoclaviculares; Deslocamento Anterior e Posterior: ruptura dos ligamentos Acromioclaviculares. Mecanismo de lesão Impacto direto: é o mais comum e é produzido quando o paciente cai sobre a ponta do ombro, com o membro ao lado do corpo na posição aduzida. Impacto indireto ascendente: queda sobre a mão estendida. Sendo a força de grande intensidade, pode haver até fratura de acrômio – impacto de úmero com acrômio. Classificação Aqui não precisa decorar o que é cada uma, mas sim ter uma ideia dos graus e quais seriam indicados para cirurgia, bem como como seriam os tratamento conservadores. o I: Distensão dos ligamentos AC e coracoclaviculares intactos.; o II: Rotura dos ligamentos AC e distensão (sem rotura) dos ligamentos coracoclaviculares; o III: Luxação AC completa, com rotura dos ligamentos AC e coracoclaviculares. Como examinar? Paciente chega queixando-se de dor forte no ombro após uma queda, primeiramente deve-se examinar. Examinar: toda região de clavícula, toda região de escápula, espinha escapular, acrômio, conoide, trapezoide, ligamento coracoacromial e toda região de úmero e articulação glenoumeral – mandatório em exame do ombro. Além disso, os músculos trapézio e deltoide – não só ligamento, mas músculos também! TIPO I Distensão dos ligamentos acromioclaviculares Articulação acromioclavicular intacta; Ligamentos coracoclaviculares intactos MM. Deltoide e trapézio intactos RX sem alteração, medico não se atenta, da alta para o paciente com uma tipoia por 3 semanas. Depois desse tempo, esse ligamento vai cicatrizar e 5 Aula 5 – Danilo o paciente terá limitação de movimento. Portanto, cuidado com o exame físico. TIPO II Articulação AC rota; Articulação AC ligeiramente alargada; Distensão dos ligamentos coracoclaviculares; O interespaço coracoclavicular pode estar ligeiramente alargado; MM. Deltoide e trapézio intactos. Aqui os coracoacromiais estarão intactos, tanto o conoide como o trapezoide não estarão lesionados. A clavícula estará de anterior para posterior – instabilidade horizontal. Quando pega uma RX também não da para ver pois a clavícula não chegou a ascender TIPO III Ligamentos acromioclaviculares rotos; Articulação ac luxada e conjunto do ombro deslocado inferiormente; Ligamentos coracoclaviculares rotos; Interespaço coracoclavicular 25% a 100% maior que no ombro normal; MM. Deltóide e trapézio desinseridos da extremidade distal da clavícula. Aqui já começa a ser cirúrgico, principalmente em jovens Esse tipo existe lesão de todos os ligamentos – acormiocavicular, conoide e trapezoide. Da para ver no RX No exame fisico, ao apertar a clavicula, ela se assemelhará a uma tecla, sugerindo uma lesão coracoacromial. Instabilidade horizontal e vertical. TIPO IV Ligamentos acromioclaviculares rotos; Articulação acromioclavicular luxada e clavícula anatomicamente deslocada posteriormente, penetrando ou atravessando o músculo trapézio. Ligamentos coracoclavicular rotos; Espaço coracoclavicular pode apresentar-se deslocado; MM. Deltoide e trapézio desinseridos da clavícula distal. TIPO V Ligamentos acromioclavicular rotos; Ligamentos coracoclaviculares rotos; Articulação AC luxada e grosseiro desnível entre a clavícula e a escápula 100% a 300% maior que no ombro normal; MM. Deltoide e trapézio desinseridos da metade distal da clavícula. É o mais comum nos subtipos cirúrgico A clavícula teve uma elevação de 100% 6 Aula 5 – Danilo TIPO VI Ligamentos acromioclaviculares rotos; Ligamentos coracoclaviculares rotos no tipo subcoracóide e intactos no tipo subacromial; Articulação AC luxada e clavícula deslocada abaixo do acrômio ou do processo coracóide; Interespaço coracoclavicular invertido no tipo subcoracoide ou reduzido no tipo subacromial; MM. Deltoide e trapézio desinseridos Raro no Brasil Sinais e sintomas Tipo I: o Edema de mínimos a moderados sobre a articulação AC sem deslocamento palpável da articulação; o Dores mínimas; o Não há sensibilidade no interespaço coracoclavicular. Tipo II: o Dores moderadas a intensas; o Extremidade externa da clavícula percebida ligeiramente acima do acrômio; o Movimentação do ombro provoca dores na articulação AC; o Haverá pouca ou nenhuma instabilidade no plano vertical; o Dor à palpação do interespaço coracoclavicular. Tipo III: o É a luxação completa a articulação AC; o Caracteristicamente a extremidade superior encontra-se aduzida junto ao corpo em posição elevada para o alívio da dor; o O ombro afetado encontra-se rebaixado comparado ao ombro normal; o Dor à palpação da articulação AC; o Instabilidade nos planos horizontal e vertical; o Rebaixamento da extremidade lateral da clavícula ao ser pressionada superiormente com a mão. Tipo IV: o Idêntica ao tipo III; o A clavícula inclina-se posteriormente quando comparada ao ombro normal; o Deve-se sempre examinar a articulação esternoclavicular; Tipo V: o É o agravamento da lesão do tipo III; o O aparente deslocamento superior da clavícula resulta do deslocamento do membro superior para baixo; o Podem ocorrer sintomas de ração exercido sobre o plexo braquial. Tipo VI: o A face superior do ombro fica com aparência achatada; o Acrômio proeminente; o Podem existir fraturas associadas da clavícula, costelas ou lesão do plexo braquial. Exames radiográficos AP Laterais: revela qualquer deslocamento posterior da clavícula; Radiografia do Sulco de Stryker: melhor método para avaliação da fratura do processo coracóide; Radiografia sob estresse: diferencia as luxações AC completas e incompletas; Radiografia da Zanca: melhor método para avaliar pequenas fraturas ou corpos livres na articulação AC. Aqui é cirúrgico Se colocar tala ele terá dor crônica no ombro 7 Aula 5 – Danilo Tratamento As lesões do tipo I e II são tratadas conservadoramente, mesmo que isso resulte em limitação funcional crônica ou até o aspecto estético; O tratamento conservador é feito com imobilização por duas semanas por meio de uma tipoia e sintomático com anti-inflamatórios não-esteroides e movimentação precoce. A partir das lesões do tipo III, o tratamento é iminentemente cirúrgico, com fixação acrômicoclavicular intra-articular; Os pinos são inseridos a partir da borda lateral do acrômio, atravessando a articulação e penetrando na clavícula. 3. Fasciíte PlantarAnatomia Fáscia plantar: se estende longitudinalmente na superfície plantar, abaixo do tecido sub-cutâneo, sobre a musculatura intrínseca e estruturas neuro-vasculares do pé. Inserções: proximal no calcâneo e distais nas articulações MTF e dedos. A inserção proximal é uma área fibrocartilaginosa especializada, sujeita a grandes forças de tensão, principalmente no tubérculo medial do calcâneo. Fibras dispostas longitudinalmente, tecido inervado, vascularizado, metabolicamente ativo. Biomecânica Marcha: dorsiflexão das articulações MTF coloca a fáscia sob tensão, elevando e estabilizando o arco do pé. Harvinder, 1998: compara padrões de distribuição de impulso em pés normais e pés de pacientes com fasceíte plantar -> pés com fasceíte plantar tendem a deslocar carga mais para o ante-pé. Mesmo sem considerar as causas do desarranjo, sugere que a maior tensão imposta à fáscia possa ser fator etiológico, ou servir para o diagnóstico e/ou acompanhamento no tratamento. Conceituação Processo inflamatório/ degenerativo crônico da fáscia plantar e estruturas adjacentes: micro-lesões na fáscia, necrose de colágeno, hiperplasia angioblástica, metaplasia condroide, compatíveis com processo inflamatório degenerativo/ reparador crônico, secundário à stress repetitivo. Uma das causas mais comuns de dor nos pés: leva pelo menos 2 milhões de americanos por ano a iniciar o tratamento. 8 Aula 5 – Danilo Fatores de risco Obesidade; Stress repetitivo (atletas); Idade; Alterações biomecânicas: pes planus, pes cavus Lesão aguda; Tipo de calçado; Permanecer em pé por tempo prolongado; Permanência por tempo prolongado (tanto em pé como andando) em superfície muito dura. Esporão de calcâneo o 50% dos pacientes com fasceíte plantar (15% mais que a população normal); o Não é considerado fator etiológico; o Coincidência: ocorrem acima da fáscia, nos flexores curtos dos dedos. Fator idade. o É uma consequência, e não a causa da fasceíte; o Associação: Baxter, 1989, considera que o esporão pode levar à compressão do 1º ramo do N. Plantar lateral, acrescentando dor de origem neurogênica. Diagnóstico Características da dor: Piora aos primeiros passos após repouso e melhora após deambulação; Recorre após atividade física intensa. Pode haver efeito retardado; Loca: origem da fáscia, na tuberosidade medial do calcâneo. Pode se irradiar distalmente ao longo da fáscia. Dorsifelxão dos artelhos pode agravá-la; Cintilografia: captação aumentada na inserção da fáscia no calcâneo. Diagnóstico diferencial Artropatias inflamatórias: espondilite anquilosante – 20 a 30% das fasceítes são bilaterais, mas até 15% dos pacientes com dor sub-calcânea podem desenvolver artrites. Tumores, infecções, fraturas de calcâneo; Neuropatias: DM, alcoolismo; Insuficiencia vascular; Osteomalácia, Paget; Dor no coxim gorduroso sub-calcâneo; Tendinite do T. de Aquiles, bursite retrocalcânea, artrite subtalar tem localizações diferentes. Tratamento Nenhum método de tratamento sozinho se mostra mais eficiente que outro, com exceção da imobilização com gesso. Pelo menos 80% melhoram com tratamento conservador. Terapia física Exercícios de alongamento: Wolgin, 1994, relata que 83% têm bons resultados; Gelo e calor possuem baixa taxa de resposta. Tratamento medicamentoso o AINH: muitas classes utilizadas, geralmente em conjunto com outros tipos de terapia; o Injeções de corticoide: geralmente os efeitos são satisfatórios, mas possui efeitos colaterais potencialmente graves. * Recomendação – não ultrapassar 2 ou no máximo 3 doses Efeito colateral grave – ruptura da fáscia Splints Wapner e Sharkey, 1991, relatam bons resultados com splint em dorsoflexão de 5º Powell e Post, 1998, fizeram uso de splint com dorsoflexão de 5º, com 30º nas articulações MTF. Houveram estudos com poucos pacientes; Relato de melhora de 80% dos pacientes com fasceítes graves. 9 Aula 5 – Danilo Protetores de Calcanhar, Coxins, Palmilhas, Imobilização com Gesso Recomendações o Fasceíte leve: alongamento, gelo, AINH ou sapato com sola de baixo impacto e coxim de silicone o Fasceíte moderada: injeção de corticoide ou splint noturno o Fasceíte rebelde: gesso por 5 a 6 semanas Cirurgia Só considerar quando o tratamento conservador falhar Pode ser feita por via endoscópica Fasciotomia parcial, descompressão do 1º ramo do N. plantar lateral Complicações Murphy (1998), Sharkey (1998): queda do arco plantar, dor lateral no pé. 4. Lesões do Manuito Rotador Anatomia e Biomecânica o Ombro – composto por 4 articulações: Acrômio Clavicular Glenoumeral Escapulo Torácica Esterno Clavicular É a composição destas articulações que torna o ombro a articulação com mais amplitude de movimento do corpo. o Grande amplitude = grande instabilidade Bola – soquete Grande parte da estabilidade é proveniente dos ligamentos e da musculatura que envolvem a cabeça umeral. a. Extrínseca Rombóide; Elevador da escápula Trapézio Serrátil anterior São responsáveis pela movimentação da escápula. b. Intrínseca Manguito rotador Supra-espinhal Infra-espinal Redondo menor Subescapular Deltoide Peitoral maior e menor Latíssimo do dorso Bíceps Braquial São responsáveis pela movimentação glenoumeral Manguito Rotador Supra-espinhal Inserção medial: fossa supra-espinhal da escapula Inserção lateral: faceta superior do tubérculo maior Inervação: nervo supra-escapular (C5 e C6) Função: abdução do braço Infra-espinhal Inserção medial: fossa infra-espinhal da escapula Inserção lateral: faceta media do tubérculo maior Inervação: nervo supra-escapular (c5 e c6) Função: rotação externa do braço Redondo menor Inserção medial: 2/3 superior da borda lateral da escápula Inserção lateral: faceta inferior do tubérculo maior Inervação: nervo axilar (c5 e C6) Função: rotação externa do braço e adução Subescapular Inserção medial: fossa subescapular Inserção lateral: tubérculo menor Inervação: nervo subescapular superior e inferior – fascículo posterior (C5 e C6) Função: rotação interna e adução do braço Estabilidade estática e dinâmica 10 Aula 5 – Danilo Cabeça longa do bíceps Não faz parte do manguito Localiza-se entre o subescapular e o supraespinhal (IR) Função: Estabilização anterior da cabeça do úmero; Depressão da cabeça quando MMSS está em RI. História Clínica Dor insidiosa (noturna e região deltoide) Perda da mobilidade ativa Desenvolvimento de capsulíte adesiva Sem história de trauma Teorias da patogênese o Extrínseco Trauma; Atrito (degeneração); Impacto subacromial o Intrínseco Hipovascularização Fases clínicas de Neer Fase I o Edema e hemorragia reversíveis o Jovens (abaixo de 25 anos) o LER se enquadram Tratamento conservador: Analgesia; Identificação do fator causal e tratamento adequado para tal. Fase II o Fibrose e tendinite do manguit o 25 a 45 anos o Intermitente Acromioplasia após falha do tratamento conservador Fase III o Ruptura completa do manguito com alteração na radiografia - Esclerose óssea, cistos subcondrais, osteófitos na porção anterior e na articulação acromioclavicular; - Contato da cabeça umeral com acrômio. o Pacientes acima de 45 anos. Exame físico Inspeção estática - Paciente despido da cintura para cima: o Atrofias, inchaço ou deformidades; o Sinais de traumas; o Assimetrias Exameneurológico C5-T1 - Para diagnóstico diferencial Exame de força muscular 0-5 Força muscular Grau 0 – Ausência de contração muscular Grau I – Presença de contração muscular sem movimento Grau II – Movimento que não vence e a gravidade Grau III – Movimento que vence a força da gravidade Grau IV – Movimento contra a força da gravidade e alguma resistência Grau V – força normal Palpação 11 Aula 5 – Danilo Palpar origem e inserções de todos os músculos o 4 músculos do manguito; o 4 articulações; o Clavícula; o Trapézio; o Deltoide. a. Supra-espinhal Manobras específicas 1. Teste do supra-espinhal o Elevação ativa no membro superior no plano da escápula; o Extensão e rotação neutra; o Contra resistência. 2. Teste de Jobe o Ombro colocado a 90º de abdução e 30º de flexão frontal, rotação medial com 1º quirodáctilo apontado para o chão; o O teste é realizado com elevação ativa contra a resistência do observador. 3. Drop Arm o Paciente em posição ortostática eleva o membro; o Solicitado a manter em 90º; o Pacientes com lesão completa do manguito não conseguirão manter em 90º. b. Infra-espinhal Manobras específicas 1. Testes do infra-espinhal o Membro superior colocado ao lado do tórax; o Cotovelo a 90º de flexão; o Realizada uma rotação externa contra resistência 2. Teste do infra-espinhal de Patte o Membro superior é posicionado em elevação de 90º; o Cotovelo a 90º de flexão; o Rotação externa contra resistência. 12 Aula 5 – Danilo 3. Teste da rotação externa não mantida (Eris) o Membro superior é colocado em 20º de abdução o Cotovelo em 90º de flexão; o Rotação externa passiva deve ser mantida. 4. Teste da “Cancela” o Mesma posição do Patte; o Rotação externa passiva do braço; o Deve-se manter esta posição. c. Subescapular Manobras específicas 1. Teste de Gerber (Lift-off test) o Paciente em pé ou sentado; o Braço rodado internamente; o Dorso da mão posicionada na coluna lombar; o Paciente incapaz de tirar a mão das costas é o teste positivo. 2. Belly Press o Pressão sobre o abdômen com a palma da mão mantendo o máximo de rotação interna; o Força suficiente – cotovelo vai se encontrar a frente do tronco; o Força insuficiente – cotovelo vai se encontrar posterior ao tronco; o Indicativo de perda de força do subescapular. d. Bíceps Braquial Manobras específicas 1. Speed ou Palm up test o Flexão ativa do ombro com membro em supinação contra resistência; o Positivo – dor na região do sulco inter-tubercular 13 Aula 5 – Danilo 2. Teste de Yergason o Paciente sentado ou em posição ortostática; o Flexão do cotovelo com antebraço em posição neutra; o Estabilização do cotovelo; o Simultaneamente é realizada uma rotação externa e supinação do antebraço e flexão do cotovelo; o Teste positivo quando ocorre dor ou estalido no sulco bicipital. Exames complementares 1. Ultrassonografia Não detecta lesões menores que 1 cm 2. Ressonância magnética (padrão ouro) Classificação Agudas ou crônicas Parcial ou total Articulares; Intratendíneas; Bursais Traumática ou degenerativa Classificação de lesão parcial – Ellman ATENÇÃO! Lesão maciça é DIFERENTE de lesão irreparável: o Irreparável Pelo menos 5 cm Dois ou mais tendões Não podem ser fechadas sem tensão excessiva mesmo após liberação. Goutallier 1. Sem gordura 2. Algum sinal de gordura 3. Músculo > gordura 4. Músculo = gordura 5. Gordura > músculo 14 Aula 5 – Danilo Sutura do Manguito Rotador Taxa de cicatrização: 91% nas lesões pequenas e 10% nas lesões maciças. Cruentização da área do footprint e das bordas da lesão Débora Abrantes Valério
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