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Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Ostomias Gastrostomias, Jejunostomias e Colostomias ➔ Ostomia é o nome da cirurgia realizada para construir um novo caminho de um órgão ao meio externo. ○ Consiste na construção de uma comunicação (fístula) entre o trato digestivo e a superfície cutânea. ➔ O acesso ao trato digestivo para alimentação ou descompressão, frequentemente, é feito por sondagem naso/orogástrica ou entérica; ○ Acesso fácil, não cirúrgico; ○ Deve ser mantida por um curto período: 30 dias (máximo); ○ Interferem na mobilidade e limpeza mecânica da via respiratória, provocando infecções de vias aéreas alta e baixa com o passar do tempo. ➔ Quando o acesso necessitar ser mantido por um período prolongado, ele deverá ser realizado de maneira cirúrgica. Gastrostomia: ● Definição: Acesso cirúrgico à luz gástrica para descompressão ou alimentação; ● Vias: ○ Laparotomia; ○ Videolaparoscopia; ○ Endoscopia. ● Indicações: 1. Descompressão: ➢ Quando o trânsito intestinal do paciente está comprometido; ➢ Tempo intermediário de procedimentos cirúrgicos; ➢ Tratamento de fístulas. 2. Alimentação: ➢ Temporária ou definitiva; ➢ Principais indicações: Estenose cáustica do esôfago, neoplasias (principalmente esofágicas), coma prolongado, megaesôfago, etc. ➢ Alimentação definitiva: Tratamento paliativo de neoplasias irressecáveis; Doenças neurológicas degenerativas (perdem a capacidade de se alimentar por via oral). ● Gastrostomias são realizadas com sondas mais calibrosas e permitem que, em função de o alimento ser recebido no estômago, a alimentação do paciente seja a mesma que ele receberia normalmente por via oral, com o detalhe de que ela deve ser liquidificada para que passe pela sonda; ● Dermatite química. Aspectos Técnicos: ★ Gastrostomia à Stamm: 1 Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ○ Técnica mais comumente usada; ○ Colocação de uma sonda através da parede gástrica e da parede abdominal, juntando essas duas estruturas uma à outra e, assim, confeccionando uma fístula; ○ É feita uma sutura que mantém as duas paredes (gástrica e abdominal anterior) aderidas, para que não haja extravasamento do conteúdo gástrico. ✓ Essa parte deve ser realizada em todas as técnicas de ostomias, para que não ocorra o extravasamento de conteúdos. ★ Gastrostomia à Witzel: ○ Cria um túnel de parede gástrica entre o pertuito em que a sonda é introduzida e a parede gástrica. ○ A sonda entra em um determinado ponto, é construído um túnel com a parede gástrica, após a finalização, essa sonda sai de dentro da parede gástrica e vai para a parede abdominal anterior, e, no ponto em que a sonda é exteriorizada, também deve ser realizada a junção da parede gástrica com a parede abdominal anterior. ○ Desenvolvida para que houvesse menos vazamento de conteúdos estomacais para a superfície cutânea (evitando dermatites químicas), pois o túnel dificulta essa passagem. 2 Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ★ Gastrostomia à Depage-Janeway: ○ Cria um pertuito de mucosa entre a parede gástrica e parede abdominal anterior; ○ Comunicação direta entre a mucosa gástrica e a parede cutânea; ○ Normalmente se usa grampeador; ○ Forma-se um conduto de mucosa; ○ Evita quase que qualquer extravasamento de conteúdo para dentro da cavidade abdominal (menor risco de peritonite). ★ Gastrostomia Endoscópica: ○ Feita através de um procedimento endoscópico que transilumina a parede abdominal anterior e, devido à essa transiluminação, é colocada uma agulha que orienta um fio guia, o qual é exteriorizado, com o auxílio do endoscópio, pela boca e permite a fixação da sonda de gastrostomia ao fio guia. Puxa-se retrogradamente o fio guia (conectado à sonda) para a fixação da sonda à parede abdominal anterior. ○ Procedimento menos traumático; ○ Recuperação mais rápida; ○ Limitação técnica: Pode haver alguma estrutura interposta entre a parede abdominal anterior e o estômago, a qual, se não for vista, pode ser perfurada (mais comum: cólon transverso). 3 Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Jejunostomia: ➔ Procedimento que estabelece um acesso à luz do jejuno através da parede abdominal; ➔ Via alimentar cirúrgica (não é muito utilizada para descompressão); ➔ Alimentação temporária ou definitiva; ➔ Vias de acesso: ○ Laparotomia; ○ Videolaparoscopia; ○ Endoscopia. ➔ A alimentação necessita ser pré-hidrolisada (“pré-digerida”), com as proteínas já quebradas. Essa nutrição necessita ser em forma oligomérica, com carboidratos, proteínas e gorduras já pré-hidrolisados. Geralmente é uma alimentação mais cara, já vem preparada industrialmente (mais fácil administração). Aspectos Técnicos: ➢ Praticamente as mesmas técnicas da gastrostomia. ★ Jejunostomia à Witzel: ★ Jejunostomia à Stamm: ○ Mesma técnica da gastrostomia. Complicações associadas à Gastrostomia e Jejunostomia: 4 Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Técnicas Laparoscópicas: ● Não justificam seu emprego em detrimento das endoscópicas e laparotômicas, visto que o tempo cirúrgica, os gastos e as dificuldades técnicas são muito maiores. Técnica Endoscópica: ● Quando realizada por profissional bem treinado, apresenta menores custos e menos complicações do que as técnicas laparotômicas. Colostomias e Ileostomias: ➔ “Estoma” vem do grego “stoma” ou “boca”; ➔ Os estomas do segmento distal do intestino delgado são chamados de ileostomias e os do cólon de colostomias. ➔ Localização: ○ Necessitam ser feitos em alças com comprimento suficiente para exteriorização: íleo, cólon transverso e cólon sigmóide. ➔ Classificação: ○ Modo de exteriorização: ✓ Terminal - 1ª imagem; ✓ Bocas separadas (dupla boca) - 2ª imagem. ✓ Alça - 3ª Imagem; ○ Permanência: ✓ Temporária; ✓ Definitiva. ○ Maturação: ✓ Precoce; ✓ Tardia. ➔ Indicações: ○ Obstruções intestinais: Agenesias, atresias, volvos, neoplasias, etc; ○ Trauma: Perfurante, contuso, empalação, etc; ○ Perfuração de cólon: Neoplasias, diverticulite, doença inflamatória intestinal, etc; ○ Fístulas: Retovaginal, retovesical, etc; ○ Proteção de anastomoses de alto risco: Coloanal, etc. ➔ Cuidados: ○ Em relação à localização! ○ Escolha prévia do local quando possível; ✓ Alguns pontos da parede abdominal são de difícil manejo para a fixação de bolsas que coletam o conteúdo fecal. ○ 5 cm de distância de proeminências ósseas e cicatrizes; ○ Tamanho: 3 cm colostomias, 2 cm ileostomias; ○ Formato circular. 5 Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Colostomia em Alça: ★ Importante que se deixe um ponto de fixação, para que essa alça de intestino não desabe para dentro da cavidade abdominal e acabe provocando uma peritonite fecal; ★ Geralmente se deixa uma trave (estrutura rígida) fora da cavidade. Colostomia Terminal: Ileostomia Terminal: Maturação tardia: Se fixa diretamente a boca do intestino (geralmente cólon) na pele. Se faz uma eversão da mucosa, deixando a ostomia razoavelmente proeminente para fora da superfície cutânea. Nos casos de ileostomia é o que se deseja. Ostomias por Trefinação: ➔ Derivação criada às cegas, por uma mini laparotomia, onde o segmento intestinal é escolhido, mobilizado e exteriorizado,originando um estroma em alça ou terminal. ➔ Confecção de uma ostomia sem a realização de uma laparotomia. 6 Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Colostomia Transversa: ➔ O estoma é feito na alça do transverso, no lado esquerdo ou direito do abdome. As fezes têm consistência pastosa. Colostomia Descendente: ➔ O estoma é feito na alça descendente, no lado esquerdo do abdome. As fezes têm, consistência semi-sólida. Colostomia Sigmóide: ➔ Uma colostomia sigmóide envolve o cólon sigmóide. As fezes são firmes e sólidas. Principais Complicações das Colostomias e Ileostomias: 1. Isquemia: Podem infartar e necrosar por falta de nutrição vascular; 2. Retração: Normalmente por pouco funcionamento. Retração cicatricial (pode fechar); 3. Estenose: Também por retração cicatricial; 4. Prolapso ou Procidência: Quando a parede abdominal é muito flácida e vulnerável. É uma espécie de hérnia; 5. Hérnia Paraostomal: Hérnia em torno do intestino exteriorizado; 6. Dermatite Fecal: Quando as bolsas não são bem adaptadas podem acabar gerando essa dermatite em torno das ostomias. 1 4 2 5 3 6 7
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