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AMENORREIA Ausência de menstruação por 3 ciclos consecutivos (de acordo com padrão da mulher) OU por 6 meses. Incide em 5% das mulheres sendo importante causa de consulta ginecológica. Primária: em mulheres que nunca menstruaram após determinada idade. Secundária: vinha menstruando e parou; é extremamente mais frequente. AMENORREIA SECUNDÁRIA 1° PASSO: ● Beta-HCG ○ A principal causa de amenorréia secundária é gravidez, então SEMPRE pedir beta-HCG (mesmo em mulheres que fazem uso de métodos anticontraceptivos adequadamente). ● TSH ○ Desordens da tireóide, tanto hipo quanto hipertireoidismo, são comuns em mulheres em idade reprodutiva e causam amenorreia secundária. Especialmente o hipotireoidismo, com diminuição dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), cursa com um aumento do TSH pela hipófise que é capaz de bloquear a pulsatilidade do GnRH hipotalâmico levando a amenorréia. ● Prolactina ○ Excesso de prolactina também bloqueia pulsatilidade do GnRH. ○ Existem várias causas de hiperprolactinemia: fisiológicas (gravidez e lactação); uso de algumas medicações (anti-heméticos, anti-hipertensivos, antidepressivos tricíclicos); endocrinopatias (hipotireoidismo primário e SOP) e tumores hipofisários (prolactinomas). ■ Na ausência de outra condição orgânica, os agonistas da dopamina (cabergolina; bromoergocriptina) são o tratamento de escolha da hiperprolactinemia, com ou sem tumor, então recomenda-se a RNM apenas em casos de prolactina persistentemente elevada. SE BETA-HCG NEGATIVO, TSH E PROLACTINA NORMAIS... 2° PASSO: ● Teste da progesterona ○ AMP (acetato de medroxiprogesterona) 10 mg 7-10 dias (vai menstruar em 2-7 dias após parada da medicação). ○ Se ao parar de tomar, paciente menstruar: teste positivo. Conclui-se que corpo da mulher não está produzindo progesterona. A progesterona é produzida pelo corpo lúteo, e o corpo lúteo apenas é formado se houve ovulação. Então paciente NÃO está ovulando >> ANOVULAÇÃO. (a produção de estrogênio está normal, porque para ocorrer sangramento deve ter ocorrido um endométrio proliferado). ○ Na puberdade e no climatério é comum a paciente apresentar ciclos anovulatórios. Fora desses extremos, a principal causa de anovulação crônica é a SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS. para ter menstruação: 3 coisas - eixo funcionante - endométrio proliferativo - orifício de saída (integridade canalicular) se mais q 100: prolactinoma mais q 50: pseudoprolactinoma metildopa e metoclopramida, haloperidol e risperidona primeira opção sempre excluir outras causas para diagnosticar SOP!! Lembrar: no ciclo menstrual normal, na primeira fase (proliferativa/folicular) há a ação do estrogênio, com a proliferação do endométrio (estímulo mitogênico). Após a ovulação (fase secretora/lútea), com a formação do corpo lúteo e a secreção de progesterona, o endométrio se torna secretor (muco de polissacarídeos para receber o ovócito fecundado). SE TESTE DA PROGESTERONA NEGATIVO…(checar produção de estrogênios) 3° PASSO: ● Teste do estrogênio + progesterona (intuito de mimetizar ciclo menstrual fisiológico). ○ 0,625mg de estrogênios conjugados por 28 dias com adição de 10mg de acetato de medroxiprogesterona nos últimos 14 dias. Também pode ser feito com anticoncepcional oral conjugado. ○ Se NEGATIVO (não menstruou): indica causa uterina, uma vez que foi provido tudo que o endométrio precisava para proliferar e descamar e mesmo assim a menstruação não aconteceu (algo anatomicamente bloqueando a menstruação) ■ Causa mais provável são sinéquias uterinas vindas de curetagem (mulheres com abortos recorrentes) ou infecção (colabamento das paredes do útero). Essa condição é chamada Síndrome de Asherman. Podem ser necessários exames de imagem para confirmar. ■ Amenorreia anatômica = amenorreia canalicular. ■ Conduta: histeroscopia (desfazer aderências). ○ Se POSITIVO (menstruou): útero sem alterações, gônadas (ovário) possuem problemas em produzir os esteróides sexuais femininos caracterizando um quadro de HIPOGONADISMO. Necessário diferenciar se é problema ovariano, hipofisário ou hipotalâmico. ■ Então pede-se Dosagem de FSH e LH. SE TESTE DO ESTROGÊNIO + PROGESTERONA POSITIVO... 4° PASSO: ● Dosagem de FSH e LH (normal até 20mUI/mL) ● Porém, deve-se aguardar duas semanas para a coleta devido aos efeitos de feedback negativo do estrogênio e progestogênio exógeno sobre o eixo hipotálamo-hipófise. ○ Níveis elevados de FSH e LH: HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO. ■ Ovário não produz estrogênio e progesterona, porém hipófise é responsiva, mandando muito FSH e LH na tentativa de reverter o quadro. Configura uma CAUSA OVARIANA: FALÊNCIA OVARIANA PRECOCE (FOP). ■ Necessário investigar as principais causas de FOP, que em mulheres jovens são as causas genéticas. ■ Conduta: solicitar cariótipo. Com isso consegue-se identificar algum tipo de disgenesia gonadal que está causando a FOP. ● Cariótipo 45, X_. Síndrome de Turner. ○ Disgenesia gonadal mais comum. Ocorre falta de um dos cromossomos X. Ovário da paciente será rudimentar (em fita) e precocemente entra em falência. ○ Algumas vezes possuem características típicas que aparecem desde o nascimento: baixa estatura, pescoço alado, hipertelorismo mamário, coarctação da aorta, rim em ferradura, encurtamento do 4° e 5° metacarpos, impossibilidade de desenvolver a puberdade, sendo na perda da função ovariana pode ser transitória!! esgotamento de folículos FOP é o mais comum após teste est e prog positivo!! cariótipo antes dos 30 anos!! maioria dos casos causa de amenorréia PRIMÁRIA, porém existem casos brandos em que a FOP pode ser sintoma inicial da síndrome. ○ Tratamento: terapia de reposição hormonal com estrogênio e progesterona. Pode ser necessário remoção das gônadas primitivas pelo risco de malignização. ● Cariótipo 46, XY. Síndrome de Swyer ○ Falta de desenvolvimento sexual com presença de órgãos genitais internos femininos infantis na forma de cordões fibrosos. ○ Tratamento: terapia de reposição hormonal com estrogênio e progesterona. Pode ser necessário remoção das gônadas primitivas pelo risco de malignização. ■ Nas mulheres acima de 30 anos devem ser afastadas anormalidades auto-imunes, como tireoidite auto-imune, já que estas estão presentes em mais de 40% das pacientes com falência ovariana prematura. ○ Níveis baixos de FSH e LH: HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO. ■ Indica causa central (defeito hipotalâmico ou hipofisário). Ovário não produz estrogênio e progesterona porque não está sendo estimulado. ■ Teste do GnRH e/ou exame de imagem do SNC (RNM) para excluir lesão hipotalâmica ou hipofisária. SE NÍVEIS BAIXOS DE FSH E LH... 5° PASSO ● Teste do GnRH: pulsos endovenosos de GnRH na tentativa de mimetizar o hipotálamo e observar como fica o FSH e LH. ○ Se FSH e LH aumentados com o teste: sinal de hipófise funcionante (respondeu ao estímulo de GnRH). Então a causa de amenorréia é HIPOTALÂMICA. ■ Exercício físico (maratonistas, bailarinas > devido produção de opióides endógenos que bloqueiam pulsatilidade do GnRH), anorexia/bulimia (níveis elevados de cortisol que também bloqueia pulsatilidade de GnRH). ■ Tratamento: A reabilitação nutricional e a restauração do peso são associadas a retorno dos ciclos em cerca de 70% das pacientes após um anode tratamento, e em 95% após dois anos ■ Hiperprolactinemia e hipotireoidismo (excesso de TSH) são causas hipotalâmicas comuns por também bloquearem a pulsatilidade de GnRH, por isso já são investigadas de imediato no início da avaliação, para não ser necessário avançar até esse ponto para fechar o diagnóstico. ○ Se FSH e LH inalterados com o teste: indica hipófise não responsiva ao GnRH hipotalâmico. Então a causa de amenorréia é HIPOFISÁRIA. ■ Principal causa hipofisária de amenorreia secundária: síndrome de Sheehan. ● Sangramento obstétrico, como descolamento de placenta, leva a hipovolemia com hipoperfusão da sela túrcica o que leva a necrose da adenohipófise, cursando com um quadro de panhipopituitarismo. ● Tratamento com reposição hormonal de acordo com os eixos afetados. período de maior depleção ovariana: intrautero!! perde-se 1000 foliculos/ciclo puberdade: 300 a 400 mil oócitos (folículos primordiais) tto: se não quer engravidar: ACO para TRH (geralmente até 50 anos) estudar densitometria!!! se quer engravidar: doação de oócitos tanto FOP quanto anovulação (Causas hipotalamicas) cursam com hipoestrogenismo >> osteoporose anovulação responde bem a indutor da ovulação, diferente da FOP AMENORREIA PRIMÁRIA Ausência de menstruação em mulher que nunca menstruou, após os: ● 14 anos ○ se SEM desenvolvimento dos caracteres sexuais. ● 16 anos ○ se COM desenvolvimento dos caracteres sexuais (porque último evento da puberdade é a menarca). hiperprolactinemia associada geralmente a hipoestrogenismo exercicio fisico intenso >> beta endorfinas >> suprime pulsos de GnRH síndrome da mulher atleta: amenorreia, osteoporose e desordens alimentares disfunção hipotalamo-hipof: início do ciclo alterações psicogenicas: cortisol comportamento alimentar: neuropeptídeos >> leptina e neuropep Y anorexia nervosa (pele e osso) vs bulimia (geralmente n é mt magra) Iniciando pela paciente de 14 anos sem sinais de puberdade: indica déficit de estrogênio (porque estrogênio estimula aumento das mamas): paciente possui HIPOGONADISMO. ● Pede dosagem de LH e FSH para saber se é hiper ou hipogonadotrófico. ○ FSH e LH aumentados: ovário não começou a produzir estrogênio, mas hipófise está enviando FSH e LH (maturidade do eixo hipotálamo-hipófise). HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO. ■ FOP: falência ovariana precoce mesmo antes da menarca (gônada em fita). Causas genéticas predominam. ■ Conduta: cariótipo. ■ Principal disgenesia gonadal que cursa com amenorreia primária é a Síndrome de Turner (45, X). ○ FSH e LH baixos: causa central que não está estimulando ovário. HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO. ■ Teste do GnRH. ● Aumento de FSH e LH: causa hipotalâmica. ○ Constitucional (quando descartadas outras causas), exercício físico (ginastas), anorexia/bulimia, hiperprolactinemia, hipotireoidismo. ○ Síndrome de Kallmann: ausência de neurônios hipotalâmicos que produzem GnRH. Cursa também com anosmia. ● Níveis inalterados de FSH e LH: causa hipofisária. ○ Craniofaringioma. ○ Sela túrcica vazia. Quando a paciente não possui desenvolvimento de caracteres sexuais secundários é necessário que se induza a puberdade e, por consequência, a feminização. Para evitar que a estatura final seja menor do que o possível procura-se iniciar o tratamento quando a idade óssea da paciente for de, no mínimo, 12 anos e que sua idade cronológica esteja em torno dos 14 anos. A puberdade é induzida com baixas doses de estrogênio por seis meses e após, com anticoncepcional oral de baixa dosagem ou associação de estrogênio e progesterona. Se o objetivo for aumentar a estatura, pode-se encaminhar a paciente ao endocrinologista. Paciente de 16 anos COM sinais de puberdade: indica que há produção de estrogênio pelo organismo (mesmo estrogênio que prolifera mama, também prolifera endométrio). ● Primeiro passo é EXAME GINECOLÓGICO pois pode se tratar de hímen imperfurado. ○ Paciente refere que sente sintomas cíclicos de TPM (cólicas, dor mamária) e desconforto na região vulvar e perineal, mas mesmo assim não menstrua. Tal condição é chamada criptomenorréia (menstruação escondida). ○ A possibilidade de gestação também deve ser excluída. ● Se hímen pérvio: ○ 1° PASSO: teste da progesterona. ■ Se sangrou (+) >>> ANOVULAÇÃO (SOP ou eixo imaturo, comum no início da puberdade). ■ Se não sangrou... ○ 2° PASSO: USG pélvica para demonstrar anormalidade anatômica uterina (não se faz teste do estrogênio + progesterona pois paciente já apresenta sinais de produção de estrogênio, e não se mede FSH e LH pois anormalidades anatômicas são mais frequentes). ■ Considera-se então paciente com produção adequada de estrogênio e progesterona (ovulando); dessa maneira a única causa para a ausência de menstruação seria anormalidades anatômicas sendo a mais frequente a ausência de útero. ■ Se vida sexual ativa, USG transvaginal. Se não, USG abdominal. ■ Confirmada a ausência de útero, pede-se o cariótipo para descobrir qual síndrome genética! causa periférica, pedir cariótipo (<30a) pode ter disgenesia gonadal com cariótipo normal pura: 46, XX ou 45, XY ou mista ou Turner constitucional: altura baixa para idade cronológica, mas normal para idade óssea ● 46, XY: Síndrome de Morris; paciente com genótipo masculino, mas por insensibilidade a androgênios desenvolveu fenótipo feminino. ○ Porém não possui útero, ⅔ superiores da vagina e tubas uterinas. ○ Cirurgia para neovagina se dificuldade em relação sexual. ○ Gonadectomia já que a permanência do testículo tem grande probabilidade de malignização. ○ Reposição hormonal com estrogênio. ● 46, XX: Síndrome de Rokitansky; mais frequente. Falha na diferenciação embrionária que causa não desenvolvimento dos ductos de Muller. ○ Também não possui útero, ⅔ superiores da vagina e tubas uterinas. ○ Cirurgia para neovagina se dificuldade em relação sexual. ○ Reposição hormonal com estrogênio. ○ SE ULTRASSOM NORMAL ○ 3° PASSO: dosagem de FSH e LH ■ Elevados: hipogonadismo hipergonadotrófico. ● Distúrbios nas gonadas. Cariótipo para determinar sexo genético da paciente. ■ Baixos: hipogonadismo hipogonadotrófico. ● Distúrbios na hipófise ou hipotálamo. Fazer teste do GnRH para diferenciar (exames de imagem também podem ser úteis para ajudar na investigação). ○ Se GnRH elevar gonadotrofinas: defeito hipotalâmico. ■ Atraso constitucional do crescimento; deve ser acompanhada com Raio-X de mãos e punhos para determinação da idade óssea, já que a maturação sexual é proporcional à maturação óssea e não à idade cronológica. ■ Além deste, desnutrição, anorexia, perda de peso excessiva, exercícios físicos com muita exigência, estresse, viagens e mudança de ambiente são também causas hipotalâmicas. ○ Se GnRH não elevar gonadotrofinas: defeito hipofisário. ■ Tumores hipofisários, pan-hipopituitarismo, síndrome da sela túrcica vazia, desordens infiltrativas e radioterapia. SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS (Síndrome de Stein e Leventhal) É uma disfunção hormonal que leva a anovulação crônica. É a patologia gineco-endócrina mais comum e a causa mais comum de hirsutismo em mulheres. FISIOPATOLOGIA Lembrar: feedback do estrogênio com o FSH é negativo e com o LH é positivo. *excesso de hormônios masculinos vai para periferia ser transformado em estrona pelo tecido adiposo. 60 a 70% das mulheres que possuem SOP são obesas, então possuem uma conversão maiorde androstenediona e testosterona em estrona (ou NÃO HÁ PELOS! importante para diferenciar da sd de swyer associado a má formação renal!! pode pedir para avaliar os rins no ultrassom tem caracter sexual 2ario!!! AGENESIA MULLERIANA seja, maior aromatização periférica); mantendo um nível maior de estrogênio circulante. Pelo fato do estrogênio inibir a produção hipofisária de FSH, há a diminuição dos níveis de FSH. E, pelo feedback positivo do estrogênio, há aumento da produção hipofisária de LH. Então a paciente apresenta níveis diminuídos de FSH e elevados de LH por conta da obesidade. Nas células da TECA do folículo, esse aumento de LH faz com que haja maior conversão de colesterol nos hormônios masculinos. E, nas células da granulosa, há pouco estímulo do FSH (porque seus níveis estão baixos), então há pouca atividade da aromatase e pouca conversão em estradiol, resultando em níveis elevados de hormônios masculinos. Porém pode-se pensar que não haveria manifestação clínica desses hormônios masculinos, porque iriam para periferia serem convertidos em estrona pelo tecido adiposo. Porém, quanto maior a produção de estrona, mais se alteram os níveis normais de FSH e LH que vão agir nas células da TECA e da granulosa, fazendo com que se torne um ciclo vicioso de aumento de produção de hormônios masculinos. Então os níveis baixos constantes de FSH não conseguem recrutar folículos suficientes (recrutamento pobre). A baixa de FSH também faz com que não ocorra o pico de estrogênio ao final da fase proliferativa, e, consequentemente, não há pico de LH para a ovulação (apesar dos níveis elevados de LH, o que é necessário é o pico). Então paciente fica eternamente na fase proliferativa, sem nunca passar para fase lútea, e sem produzir progesterona. Apesar de poucos, existe o recrutamento de alguns folículos. Como eles não se tornam corpos lúteos, eles se acumulam na periferia do ovário formando um aspecto cístico. **apenas APARENTA ser cisto (interior com conteúdo seroso), porque na verdade são folículos não rotos. ● O endométrio continua a proliferar descontroladamente pelos níveis elevados de estrogênio e ausência da proteção causada pela progesterona (pode chegar a evoluir para câncer de endométrio). ● A própria obesidade causa determinada resistência insulínica, levando a hiperinsulinemia compensatória. Essa insulina age de forma sinérgica ao LH nas células da TECA, também levando ao aumento da produção de androgênios. ● Existe uma proteína produzida pelo fígado chamada SHBG (proteína carreadora dos esteróides sexuais) que se liga a molécula de testosterona e a inativa! Pacientes com SOP possuem níveis menores de SHBG, colaborando para os níveis elevados de androgênios. QUAL É A CAUSA DE TUDO ISSO? A principal teoria aponta para a obesidade (aumento da aromatização periférica >> aumenta estrona >> diminui FSH e aumenta LH >> resistência à insulina). Porém, por que mulheres magras (30 a 40%) têm SOP? Hipóteses: ● Adrenarca exacerbada na puberdade. ● Defeito metabólico que causa aumento da resistência insulínica. ● Hepatopatia com diminuição de SHBG. ● Mas ainda não se sabe a verdadeira causa. CLÍNICA Consenso Internacional de SOP (Critérios de Rotterdam) ● 2 de 3 critérios ○ menstruações infrequentes/amenorreia (anovulação >> paciente eternamente em fase proliferativa >> só vai menstruar quando endométrio ficar tão grosso a ponto de sofrer isquemia e sangrar) ■ Pode ser chamado de oligomenorreia. ○ hiperandrogenismo (clínico ou laboratorial) ■ Hirsutismo, acne ou alopécia androgênica. ■ Escala de Ferriman é utilizada para avaliar hirsutismo. ● Normal até 8. Se pontuação de 8 ou mais, é considerado hirsutismo. Em casos de dúvida, ou pacientes depiladas, deve-se dosar a testosterona. ○ US TV com ovários de aspecto multicístico ■ Pelo menos um dos ovários com 12 ou mais folículos medindo de 2 a 9mm de diâmetro OU volume ovariano acima de 10cm³. ● Atentar então que em determinados casos o critério ultrassonográfico não é necessário. Outros: ● Obesidade (60 a 70%) ● Infertilidade (pela anovulação) ● Hiperprolactinemia (não se sabe porquê) ● Acantose nigricans (pela hiperinsulinemia) AVALIAÇÃO CLÍNICA ● Pressão arterial e circunferência abdominal ● Glicemia e perfil lipídico. ○ Chances de desenvolvimento de síndrome metabólica é grande. TRATAMENTO Essencial: dieta e exercício físico (perda de 5 a 7% do peso causa retorno do padrão ovulatório). Em relação a medicamentos, deve-se mimetizar uma fase secretora do ciclo menstrual, tomando progesterona por 14 dias (iniciando 14 dias após menstruação). Porém o tratamento mais utilizado é o uso de ACO que também garante o restabelecimento do ciclo menstrual (com as doses certas de hormônios) e ainda garante anticoncepção. No uso de ACO, priorizar progesteronas com efeito antiandrogênico como a ciproterona. Com o uso de ACO, em torno de 3 a 4 meses há regressão dos sintomas androgênicos. Porém, caso permaneçam sintomas como hirsutismo e acne, pode-se fazer uso de: ● Espironolactona 25mg 1x/dia (diurético que aumenta catabolismo de androgênios) ● Se não resolver, usa-se finasterida (diminui hormônios masculinos). ○ É usada na calvície masculina porque tal calvície é originada pelo excesso de androgênios no couro cabeludo. Para o tratamento do perfil metabólico (apenas em pacientes com resistência insulínica >> glicemia de jejum alterada, circunferência abdominal aumentada, acantose nigricans), usa-se metformina 500 mg 1x/dia nos primeiros 7 dias; na 2a semana aumenta a dose para 1000mg, e na 3a para 1500mg e mantém. Para indução da ovulação em pacientes que desejam engravidar, usa-se citrato de clomifeno (e interrompe-se o uso do ACO). CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS ● DM-2 ● HAS ● Dislipidemia ● Síndrome metabólica ● Hiperplasia e câncer de endométrio ○ É o motivo pelo qual deve-se tratar TODAS as pacientes com ovário policístico. ● Câncer de mama (estímulo estrogênico) orientar uso de ácido fólico!!!! ou letrozol!! 50 a 150 mg por 5 dias hiperprolactinemia pode estar associado com hipoestrogenismo >> osteoporose tto HAC: remover e reposição de corticoides; Exames com CSS discordantes: USG cariótipo, testosterona, SDHEA, 17-oh-progesterona Para diferenciar de genitália ambigua ou hirsutismo/virilização!! Genitalia ambígua: .....
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