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28/04 Sistema Cardiorrespiratório Hemostáticos: contenção do sangue nos vasos e manutenção da sua fluidez/”consistência” (utilizado em hemorragias). Vitamina K: faz a síntese dos fatores II, VII, IX e X da cascata de coagulação, ela é muito utilizada para tratar intoxicação por: Raticidas anticoagulantes e Plantas tóxicas. E tomar cuidado, pois em casos de distúrbios intestinais e hepáticos, a absorção da vit. K (que é lipossolúvel) é prejudicada e tem sua ação diminuída. Anticoagulantes: ação contrária aos hemostáticos, eles favorecem um aumento da fluidez sanguínea. Heparina: ação anticoagulante e antitrombótica. Ela interage com a antitrombina, formando um complexo inibitório que inativa os fatores da cascata de coagulação (II, IX e X) e inativa a trombina. Antiagregante Plaquetário: inibem a agregação plaquetária Bloqueadores adrenérgicos: Propranolol (beta bloqueadores) AINES: ASS Anti histamínicos: Difenidramina Bloqueadores de canais de Cálcio: Verapamil Inotrópicos: atuam na força de contração cardíaca →Digitálicos: são utilizados para otimizar a função cardíaca. Eles aumentam a contratilidade miocárdica, diminuem a resistência vascular periférica (dificuldade que o sangue tem para retornar da periferia) e diminuem o consumo de oxigênio. Indicações clínicas: Pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e com arritmias supraventriculares (ex.: fibrilação atrial). Digoxina e Digitoxina (são princípios ativos). Porém a margem terapêutica é estreita, ou seja, a dose terapêutica é próxima da tóxica! Então tomar cuidado com a dose, não arredondar. →Aminas Simpatomiméticas: são agonistas beta-adrenérgicos Indicações clínicas: Utilizadas para tratamentos de insuficiências cardíacas (ICC). Dobutamina: atua nos receptores adrenérgicos beta 1 e não ativa os receptores de dopamina (os dopaminérgicos). Dopamina: atua em receptores alfa e beta dependendo da dose, então é menos específica e, por isso, causa mais efeitos colaterais. Vasodilatadores Pimobendana: é um Inodilatador (promove vasodilatação e tem efeito inotrópico positivo). Age sobre a PDE5 (fosfodiesterase V) causando efeito vasodilatador (arterial e venoso). E atua na interação do cálcio com a troponina C, aumentando o inotropismo sem consumir oxigênio para reduzir a pré e a pós carga (ajudando o coração a receber o sangue, a passar entre as câmaras e a mandar ele para os vasos sanguíneos). Outros: Nitroglicerina*, Nitroprussiato de sódio*, Dinitrato de isossorbida*, Hidralazina, Anlodipino, Prazosina e Sildenafila. *grupo dos Nitratos Antiarrítmicos: controlam o ritmo cardíaco diminuindo seu ritmo Classe I: para taquiarritmias ventriculares, bloqueiam canais de Na+ Como Quinidina, Procainamida e Lidocaína. Classe II: antagonistas adrenérgicos, bloqueiam receptores beta 1 no coração Como Propranolol, Metoprolol, Atenolol e Esmolol. Classe III: prolongam o potencial de ação, ou seja, tem menos potenciais de ação por minuto e se tornando possível controlar o ritmo cardíaco. Como o Sotalol (beta bloqueador, classe II e III) e a Amiodarona (bloqueiam os canais de K +, impedindo a repolarização, e em menor grau bloqueiam os canais de Na+). Classe IV: antagonistas dos canais de Cálcio, prolongam a condução nos nós sinoatriais e atrioventriculares (a corrente elétrica chega de forma mais lenta). Como Verapamil e Diltiazem. SISTEMA RESPIRATÓRIO: possuem cílios que se movimentam criando um fluxo para o muco em direção a glote (apenas 10% chegam nela, saem da traqueia e entram no esôfago) e são as células caliciformes que produzem o muco (95% água e 5% CGO, lipídios, imunoglobulinas, enzimas e proteínas em geral). Em processos inflamatórios e alérgicos, o muco vira catarro/esputo por uma mudança na sua composição. Expectorantes (aumentam o catarro e diminuem a viscosidade) →Expectorantes reflexos: irritam a mucosa do estômago, e, de forma reflexa, atuam aumentando a produção de muco e facilitando a expectoração. Por isso aumentam o muco sem atuar no sistema respiratório. Iodeto de potássio: demora de 15 a 30 minutos para fazer efeito/período de latência e possuem efeito máximo 6 horas depois de administrado. Aumenta a produção de muco em até 150%, mas possuem efeitos adversos como náuseas, vômitos, hipotiroidismo (por conta do Iodo) e tomar cuidado, pois atravessa a barreira placentária. Guaifenesina: polímero resultante da degradação da lignina, absorção TGI e causa irritação, possuem efeito máximo 4 a 6 horas depois de administrado. Ipeca: em doses altas causa vômito por conta da Emetina, e em doses baixas atua como expectorante. Tomar cuidado em cardíacos e idosos pois causa hipotensão e taquicardia. →Expectorantes mucolíticos: fazem a lise do muco (mais especificamente das macromoléculas) e diminuem a viscosidade por conta disso. Bromexina: não se sabe exatamente o mecanismo de ação, mas acredita-se que ela atue nos lisossomos fazendo com que ele libere suas enzimas. N-acetilcisteína: quebra as pontes dissulfeto (muito presente nas proteínas), mas também inativa as penicilinas, tetraciclinas e a água oxigenada (tomar cuidado para não receitar ambos, por exemplo N-acetilcisteína junto com a penicilina). Pode ser encontrada em pó, xarope, instilação (colírio) e inalação. Utilizada também para reverter a intoxicação em gatos por Paracetamol! →Expectorantes inalantes: pouco utilizados por conta da dificuldade da administração. Benzoína, óleo de eucalipto e solução fisiológica. Antitussígenos: buscam diminuir a frequência e a gravidade da tosse Lembrar que a tosse é uma resposta fisiológica do organismo. Buscar tratar a causa da tosse, e não o sintoma! Pode ser causada por receptores irritantes como Ach, Histamina, Serotonina, Leucotrienos, Prostaglandinas, estímulos físicos e químicos e pela broncoconstrição. →Agentes narcóticos: são drogas que podem causar dependência química, então utilizar com extrema cautela. Codeína: efeitos começam 3 a 4 horas após a administração e podem causar vômito, constipação, sonolência em cães e excitação em felinos e equinos. Butorfanol: é 20x mais potente que a codeína, os efeitos duram mais tempo e também é muito utilizado em anestesias. → Agentes não narcóticos: não induz dependência química Dextrometorfano: possui poucos efeitos colaterais, é sintético e tem potência parecida com a Codeína. Broncodilatadores → Agonistas beta adrenérgicos: possuem efeito broncodilatador, inibem o 5-ht e a histamina dos mastócitos, inibem a TNF-alfa dos monócitos, estimulam os cílios e diminuem a viscosidade do muco. Ativam receptores beta 2 preferencialmente e possuem poucos efeitos colaterais. Salbutamol, Terbutalina e Clembuterol. Metilxantinas: substância presente nos chocolates que causa intoxicação em cães e gatos! Teofilina aumenta a força dos músculos respiratórios aumentando a força de contração deles. Mas possuem efeitos colaterais como excitação do SNC, vômito, estimulação cardíaca, diurese e possuem baixo índice terapêutico (dose tóxica é próxima da terapêutica). Anticolinérgicos: favorecem a broncodilatação Atropina: causa diversos efeitos colaterais como taquicardia, midríase, etc Glicopirrolato e Ipratrópio: utilizado em equinos. Descongestionantes: muito utilizado na medicina humana. Antihistamínicos: antialérgicos, efeito parassimpatolítico causam a descongeção Dimenidrinato, Hidroxizina e Loratadina Agonistas alfa I: vasoconstrição, diminui o diâmetro dos vasos sanguíneos favorecendo que menos células inflamatórias cheguem até os vasos da mucosa. Efedrina Outras drogas com ação anti inflamatória AINES e AIES: Antagonistas do receptor de leucotrienos Montelucaste e Zafirlucaste: usados para tratar asma felina Zileuton: Inibidor da LIPOX, inibe a formação de leucotrienos, usado no tratamento de manutenção da asma. Mas não tem no Brasil Cromoglicato dissódico: usado como efeito profilático para alergia e também para asma humana Caso clínico 1: Agonistas beta adrenérgicos (como o formoterol, broncodilatadores), expectorantes (como n-cetilcisteína).Caso clínico 2: anticoagulante (como a heparina) Caso clínico 3: Digoxina e Digitoxina (cardiotônico), Diurético (porque a cardiomiopatia pode causar edema), 05/05 Diuréticos Eles atuam nos néfrons: glomérulo, túbulo contorcido proximal, alça de henle, túbulo contorcido distal e ductos coletores, que fazem filtração, excreção, reabsorção e secreção. E atuam principalmente nas funções de reabsorção. Osmóticos: são utilizados para situações em que o paciente está em estado de emergência, como em casos de edemas no SNC e atropelamento. São moléculas grandes com grande poder osmótico, ou seja, elas aumentam a osmolaridade do filtrado glomerular, pois “puxam” a água como se fossem um imã, impedindo a reabsorção de água. Manitol e Glicose Inibidores da anidrase carbônica: atuam no túbulo contorcido proximal. Inibem a enzima que ajuda no processo de reabsorção de bicarbonato. Logo, impedem a reabsorção de bicarbonato e, por consequência, reduzem a reabsorção de água (pela mesma lógica da osmolaridade dos diuréticos osmóticos). Porém causam acidose metabólica (porque o bicarbonato tem ação de tamponamento, ele controla o pH sanguíneo) e hipocalemia (diminuição dos níveis de potássio). Acetazolamida (não é mais utilizado como diurético e sim como colírio para tratamento de glaucoma) Diuréticos de alça: atuam na alça de Henle. Inibem o cotransportador/bomba de Na+/K+/2Cl- (inibindo a reabsorção desses íons, logo a água também não é reabsorvida por conta da osmolaridade). São os mais potentes dos diuréticos e são a primeira escolha em 99% dos casos. Porém causam hipocalemia, hipomagnesemia e hipocalcemia. Furosemida Tiazídicos: atuam no túbulo contorcido distal. Inibem o cotransportador/bomba de Na+/Cl-. São de baixa potência porque a reabsorção de água acontece na maior parte no túbulo proximal e na alça de henle, então eles só impedem que uma parte da água seja reabsorvida. Causam hipocalemia e inibem a excreção do ácido úrico (tomar cuidado com os Dálmatos, porque eles possuem pouca urease, enzima que degrada o ácido úrico). Hidroclorotiazida Poupadores de potássio: atuam na parte final do túbulo distal e no começo dos ductos coletores. São antagonistas dos receptores de aldosterona, ou seja, eles inibem a reabsorção do sódio aumentando a osmolaridade. É o único que não produz hipocalemia, tem efeito cardioprotetor (porque o potássio tem efeito na contração muscular), mas tem menor potência do que os diuréticos de alça e os osmóticos. Recomendado para pacientes cardíacos. Espironolactona Normalmente se associa a Furosemida com a Espironolactona para diminuir a possibilidade de efeitos colaterais e produzir efeito cardioprotetor. Anticonvulsivantes Convulsão é um período clínico anormal causado por uma descarga elétrica excessiva, repentina e anormal no cérebro. Epilepsia é a recorrência das crises convulsivas. Padrões de convulsões: 1. Generalizadas graves ou “grande mal”: o paciente perde a consciência, não tem controle das musculaturas torácicas e pélvicas. 2. Generalizadas brandas: o paciente tem alteração em todos os membros mas o paciente tem consciência. 3. Parcial ou Focal: apenas uma região do cérebro é atingida 4. Parcial com generalização secundária: começa com apenas uma região atingida e depois se expande para todo o cérebro, tornando-se uma generalizada branda ou grave. 5. Atípicas: a) Ausência: para de responder a estímulos externos, “desconecta o paciente de si mesmo” b) Clônicas: espasmos musculares c) Tônicas: mais intensa que a clônica, espasmos bruscos. Fenobarbital: é um barbitúrico que potencializa os efeitos do GABA (neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, pois abrem os canais de cloro aumentando a hiperpolarização). Período de latência: IV- 20 a 30 minutos e VO- algumas horas. Níveis plasmáticos em torno de 7 a 10 dias. Metabolização hepática e excreção renal. Efeitos adversos: hepatotoxicidade (limitar o uso crônico, monitorização periódica para evitar cirrose medicamentosa), sedação (por conta da hiperpolarização, é comum), hiperatividade paradoxal (foi relatado que deprime as áreas afetadas e estimula as não afetadas, é incomum), polifagia, polidipsia, poliúria e anemia. Diazepam: é um benzodiazepínico, potencializa as ações do gaba, e é utilizado em quadros emergenciais porque possui rápida absorção e múltiplas vias de administração como: IV, VO, IM, SC, intranasal e retal. Metabolização hepática e produz metabólitos ativos. Podem induzir tolerância nos cães em 15 dias (a dose deve ser aumentada para produzir o mesmo efeito), e em gatos podem ter efeito permanente. Efeito adverso: sedação, polifagia e às vezes necrose hepática fulminante em gatos. Brometo de potássio/KBr: não se sabe ao certo como ele age, mas acredita-se que mimetiza as ações dos íons cloreto (hiperpolariza os neurônios). Manipulado em solução oral. Reduz a dose de outros anticonvulsivantes, muitas vezes ele é associado com outros anticonvulsivantes para reduzir os efeitos colaterais sem perder suas ações. Não é hepatotóxico. Eficaz em gatos, tanto a ação, quanto a metabolização e excreção. Efeitos adversos: ataxia, hiperatividade, hipersensibilidade em atópicos, hipercalemia em nefropatas e diarreia. Recomenda-se nunca manipular sem luvas porque a solução mancha e é absorvida pela pele. Gabapentina: aminoácido semelhante ao GABA, baixa metabolização hepática, utiliza-se sempre associada com outro anticonvulsivante porque possui baixo efeito terapêutico. Efeito adverso: sonolência, fadiga, incoordenação, ataxia, distúrbios de visão e nistagmo. [Importante nunca interromper de forma abrupta os anticonvulsivantes porque as convulsões podem voltar de maneira mais intensa!] Catnip ou Catmint: Nepeta cataria possui como princípio ativo a Nepetalactona (molécula semelhante ao LSD e maconha). Encontrada na forma de folhas secas e aerossóis. Possui efeitos antidepressivos, são agonistas de receptores serotoninérgicos e acredita-se também que possuem efeitos catecolaminérgicos e dopaminérgicos. Efeitos adversos: adição (vício), induz aborto e é teratogenico. 12/05 Zootoxinas São toxinas/”venenos” produzidas por animais peçonhentos e que são inoculadas pela mordedura ou ferroada. Essas toxinas são substâncias muito complexas e sua ação decorre do sinergismo de todos os componentes. Ofidismo Toxinas: 1. Ação proteolítica: causa decomposição das proteínas, destruindo os tecidos e causando graves necroses nos locais das picadas 2. Ação miotóxica: necrosa as fibras musculares e libera as enzimas (CK) e a mioglobina na circulação. A mioglobina, quando liberada da fibra muscular, causa modificação na cor da urina (cor escura/cor de coca cola). 3. Ação neurotóxica: contém neurotoxinas que interferem nas sinalizações pelos neurotransmissores, provocam fraqueza e parada respiratória. Principalmente na junção neuromuscular, atrapalhando a liberação de Ach. 4. Ação coagulante: estimula a transformação do fibrinogênio em fibrina e formação de microtrombos (pequenos coágulos). 5. Ação hemorrágica: impede a cascata de coagulação levando a hemorragia local ou sistêmica (sangramento no nariz ou nas gengivas, no local da mordida, na saliva, na urina e nas fezes). É contrária a ação coagulante. *Existem cobras que possuem toxinas com ação coagulante e hemorrágica no mesmo veneno. A ação coagulante favorece a transformação do fibrinogênio em fibrina e a hemorrágica vai quebrando a fibrina, então predomina a ação hemorrágica. 6, Ação nefrotóxica: lesões renais pela ação direta sobre os túbulos renais e sobre o endotélio vascular. Podendo levar a um quadro de insuficiência renal aguda (IRA). 4 principais serpentes peçonhentas brasileiras: Gênero Bothrops (jararacas, presente em todo território brasieliro), Gênero Crotalus (cascavéis, região interiorana do Brasil, fora da floresta Amazônica e do litoral), Gênero Lachesis (surucucus, presente na área amazônica e no litoral) e Gênero Micrurus (corais, presente em todo território brasileiro). →Bothrops (jararaca, 85% dos casossão decorrentes desse gênero) Locais: ambientes úmidos, sombras de árvores, rios, lagos e barro (por conta da temperatura mais agradável). São extremamente agressivas, elas atacam. Venenos botrópicos: proteolíticos (hialuronidases), hemorrágicos, coagulantes e vasculotoxicos (ação em todos os vasos sanguíneos). →Lachesis (surucucus, 3% dos casos) Locais: habitam áreas florestais úmidas (mata atlântica, mata amazonica, matas nordestina) Venenos lachesis: proteolíticos, coagulantes, hemorrágicos e vasculotoxicos. Possuem hábitos noturnos, é a maior serpente da América Latina com aproximadamente 4 metros. →Crotalus (cascavéis, 9% dos casos) Locais: ambientes secos, quentes, terreno arenoso e pedregoso. Veneno crotálico: coagulante, miotóxico e neurotóxico. Ação pré-sináptico: atuam na junção neuromuscular bloqueando a liberação de Ach e levando a paralisia flácida. São extremamente agressivas. →Micrurus (corais, 0,6% dos casos) Locais: litoral e mata Atlântica. Veneno micrurus: neurotóxico. Ação pré-sináptica: atuam na junção neuromuscular bloqueando a liberação de Ach. Ação pós-sináptica: competem com a Ach por receptores nicotínicos da junção neuromuscular. Causam paralisia flácida e bloqueio dos músculos respiratórios. São os acidentes raros mas com os de maior gravidade. Elas são extremamente “tímidas”/pouco agressivas e de hábitos noturnos. Tratamentos: identificar o tipo de veneno pelo local do acidente, sintomas aparentes ou por fotos e relatos da cobra. Gravidade leve: dor local, edema, equimose (no local da picada), manifestação hemorrágica discreta e aumento do tempo de coagulação. Moderada: dor intensa no local, edema, equimose ultrapassa o local da picada, hemorragia local e sistêmica, aumento do tempo de coagulação. Grave: dor generalizada, edema endurado/endurecido, equimose sistêmica, bolhas, isquemia, manifestação sistêmica com hipotensão arterial, oligúria, hemorragia e choque. Tratamento: Soro antiofídico polivalente, não é indicado nos acidentes causados por Micrurus (corais). Em casos de Micrurus, usar anticolinesterásico. Fluidoterapia: analgésico, antibiótico, antihistamínico e anti inflamatorio. Aracnídeos Escorpionismo: Locais: terrenos baldios, entulhos (tijolos e telhas) e casca de árvore. →Tityus serrulatus: escorpião amarelo →Tityus bahienses: escorpião marrom. Veneno composto por proteínas, peptídeos e aminoácidos, e é capaz de produzir: estímulos aferentes nociceptivos (dor), liberação de catecolaminas (hipertensão arterial), ação coagulante (trombos), ação miotóxica (lesão miocárdica) e ação neurotóxica (despolarização neuronal, espasmos e tremores). Presença de hialuronidase e menor quantidade de histamina e serotonina (processo de dor e inflamação). Gravidade leve: dor local, vômito, taquicardia e leve excitação (monitorar a cada 4 horas) Moderada: náusea, hipertensão arterial, taquipnéia e agitação (monitorar a cada 2 horas, principalmente a PA). Grave: vômito, agitação psicomotora alternada com sonolência, hipotermia, bradipnéia ou taquipneia, taquicardia ou bradicardia, tremores e espasmos musculares (monitoramento intensivo). Sintomas: dependem da espécie do escorpião, do número de picadas e da massa corporal da vítima (quanto menor o animal, pior o caso). Tratamento (somente sintomático): Combater os sinais de envenenamento para manter as funções vitais, analgésicos, diuréticos, fluidoterapia e anti hipertensivos. Neutralizar as toxinas: soro específico (sintomas moderado a grave), não existe disponível para animais. Araneísmo As principais são: Phoneufria ssp.- Armadeira, comum nas regiões sul e sudeste, encontradas em ambientes próximos a bananeiras e são agressivas, atacam. Loxosceles spp.- Aranha marrom, comum nas regiões sul e sudeste, ambientes peridomiciliares pois estão em busca de abrigo e não são agressivas. →Armadeira (Phoneutria spp.): neurotoxinas e cardiotoxinas, evolução para casos de insuficiência cardíaca. São venenos similares aos do escorpionismo. Tratamento: analgésico, AINES e beta bloqueadores para reverter o quadro cardíaco. Não há soro. →Aranha-marrom (Loxosceles spp.): fosfolipase, protease, colagenase, hialuronidase e esfingomielinase: destruição de plaquetas e hemácias e quimiotaxia de neutrófilos e ativação de sistema complemento levando à inflamação. Causa edema, hemorragia, necrose e tem ação hemolítica podendo levar à IRA, insuficiência renal aguda. Sintomas iniciam 12h após a picada. Tratamento: analgésicos, AINES, diuréticos, fluidoterapia, transfusão sanguínea e soro antiloxoscélico (não disponível para animais). 19/05 Antiparasitários Intoxicação por Avermectina São derivados da fermentação da bactéria Streptomyces avermitilis e da produção laboratorial. Ex.: Avermectina, Abamectina (natural), Ivermectina (sintético) e Doramectina. Possuem um amplo espectro de ação, atuam em parasitas internos e externos. Também são utilizados na agricultura como inseticida. Possuem alta potência parasitária e baixa toxicidade. São utilizados em pequenos e grandes animais. Mecanismo de ação no parasita e no animal intoxicado são inibitórios: são agonistas de alta afinidade de canais de Cloro, como o GABA que é um neurotransmissor inibitório do SNC. Elas inibem o neurônio devido à hiperpolarização, dificultando a despolarização e a formação de um potencial de ação. Por consequência, deprimem as ações neuronais e levam a paralisia motora do tipo flácida e, por fim, a eliminação do parasita ou a diminuição da contração muscular. Intoxicação: não atravessam a barreira hemato encefálica/BHE, porém algumas raças de cães permitem a passagem por conta de uma alteração na estrutura da barreira. Ex.: Collie, Pastor alemão, Poodle, Labrador, etc. E também nos animais muito jovens, porque eles ainda não têm a barreira totalmente formada. Os animais com histórico de traumatismo craniano e os com doenças do SNC, que afetam a BHE como a meningite e os animais epiléticos, também são atingidos. Manifestações clínicas em cães: os primeiros sinais aparecem após 4 horas e são sintomas inespecíficos! Ataxia, comportamento anormal, tremores, midríase, letargia, fraqueza, decúbito, cegueira, salivação, coma, depressão, convulsões, bradicardia, bradipnéia e falta de resposta a estímulos sonoros. Manifestação clínica em gatos: vocalização, ataxia, desorientação, anorexia, demência (choro, mordidas, arranhões), tremores, midríase, cegueira, andar em círculos, pressão da cabeça contra obstáculos, perda de reflexos, reflexo pupilar lento e incompleto, bradicardia, bradipnéia, hipotermia, mucosas pálidas, coma e morte. Diagnóstico da intoxicação por Avermectina: histórico, sinais clínicos, necropsia (pouco preciso, lesões inespecíficas) e hemograma/bioquímica (como as lesões são inespecíficas, fica difícil de diagnosticar). Por ter sintomas muito inespecíficos, o melhor diagnóstico é o histórico. Tratamento depende dos sintomas, oferecer suporte e tratar os sintomas: fluidoterapia, reposição de eletrólitos, suporte nutricional por tubo esofágico, cama adequada (mudar frequentemente de posição, fisioterapia, lubrificante para os olhos, controle de temperatura e sonda urinária), ventilação mecânica, anticonvulsivantes, administrar doses seriadas de carvão ativado e uma ou duas doses de catárticos para forçar a eliminação do remédio (em casos de contaminação por via oral) e indução da emese em casos recentes quando ainda não apresenta situações de bloqueio da musculatura. Intoxicação por Amitraz Pesticida do grupo das formamidinas. Espectro de ação: carrapaticida e acaricida de grandes e pequenos animais. Ex: Triatox, Preventic coleira. Mecanismo de ação é inibitório: Nos invertebrados: ocorre inibição do receptor de octopamina (faz parte do sistema nervoso e é semelhante ao alfa 2 dos vertebrados, então é como se deprimisse o sistema simpático). Nos vertebrados: ocorre inibição da MAO e é um agonista alfa 2 adrenérgico. Manifestações clínicas: → SNC: sedação, letargia, diminuição dos reflexos, hipotermia, excitabilidade, agressividadee depressão do sistema nervoso. → Olhos: midríase e prolapso de terceira pálpebra. → Cardiovascular: hipotensão, bradicardia e arritmias, como bloqueio atrioventricular. → Renal e Trato digestório: poliúria, emese, sialorréia e impactação intestinal (diminuição do peristaltismo). Diagnóstico: anamnese, manifestações clínicas a achados de necropsia (porém são inespecíficos, nenhuma lesão que indique intoxicação por Amitraz). Tratamento: Se por via tópica, banho para retirar o excesso (não pode ser utilizada água quente, pois o calor promove a abertura dos poros e evitar atrito pelo mesmo motivo); Se por via oral, eméticos, laxantes, lavagem gástrica e carvão ativado. Terapia de suporte: fluidoterapia, aquecimento corporal e controle de bradiarritmias. e Ioimbina (é um antagonista alfa-2) para reverter a bradicardia e a hipotensão. Intoxicação por Piretróides São derivados sintéticos das piretrinas encontrados nos crisântemos, Chrysanthemum cinerariaefolium. Apresentam baixa toxicidade em mamíferos, baixo impacto ambiental, são efetivos contra um largo espectro de insetos e baixas doses já são suficientes para ter o efeito desejável. Utilizados contra carrapatos, ácaros, pulgas e piolhos. Ex: Deltametrina, Permetrina, Cipermetrina, Ultimate (Alfametrina) e Butox (Deltametrina). Por serem muito lipossolúveis, são rapidamente absorvidos (via oral, tópica e inalatória). A biotransformação é hepática e a eliminação é renal. Mecanismo de ação é excitatório: Nos Canais de Sódio, eles prolongam o tempo de abertura dos canais, prolongando o tempo de entrada dos íon Na+ para o interior da célula e suprimindo o período refratário. No GABA, ligam-se aos receptores do GABA bloqueando os canais de cloro e sua ativação (principalmente nos de tipo II). Manifestações clínicas dependem do tipo da droga: → Tipos I/SNP: hiperexcitabilidade, agressividade, tremor, fraqueza motora, aumento de sensibilidade aos estímulos externos. Piretrina e Permetrina. → Tipos II/SNC: convulsões, salivação intensa, incoordenação e desorientação. Deltametrina e Cipermetrina. → Tipos I e II: salivação, vômito, dispnéia, broncoespasmos, fraqueza, prostração, arritmias cardíacas e morte. Diagnóstico: anamnese, manifestações clínicas e achados de necropsia (são inespecíficos também). Tratamento: Se for por via tópica, banho. Se por via oral, eméticos, laxantes , lavagem gástrica e carvão ativado. Terapia de suporte: fluidoterapia, aquecimento corporal, controle de sialorréia, controle da hipermotilidade intestinal, diazepam, alcalinização da urina com bicarbonato de sódio. Intoxicação por Rodenticidas Usados para controle populacional de roedores. São antagonistas competitivos da vitamina K (ação anticoagulante). Encontrados como pó inodoros e insípidos (sem sabor) ou como iscas prontas. Ex: Warfarin, Tomorin, Racumin, Brumoline, Difenacoum, Coumatetralil, Brodrracou, Compostos relacionados a Idandiona (Pindona, Clorfacinona, Bromadiolona, Difacinona). Encontrados pelo nome comercial de: Racumim, Ratum, Mouser e Ratokill. Classificados em: → 1ª geração: curta ação, para ser letal precisa administrar múltiplas doses, intoxicação após 12-16h após a ingestão, meia vida de 14h e duração da droga varia entre 4 e 5 dias. Excreção renal dos inativos. Varfarina, Dicumarol, Pindona, Racumin (Cumatetralil). → 2ª geração: longa duração, dose única e letal, meia vida de 6 dias a 4-6 semanas. São 100 vezes mais potentes que as de 1ª geração. Brodifacoum, Bromadiolona, Ratum (Brodifacoum). Mecanismo de ação: são inibidores competitivos da vitamina K no fígado, inibindo a formação dos fatores de coagulação II (ou protrombina), VII, IX e X. Também aumentam a fragilidade capilar (dos vasos sanguíneos, aumentando a hemorragia) em altas doses e/ou pelo uso repetido. Manifestações clínicas: vômito com ou sem sangue, hematúria, taquicardia, hemorragia, anemia, fraqueza, mucosas pálidas, depressão, epistaxe, melena, ataxia, estertores pulmonares úmidos, dispneia, hematomas externos, icterícia e morte súbita decorrente das hemorragias maciças em cavidades naturais. Testes laboratoriais de patologia clínica: provas de coagulação alteradas, aumento do tempo de coagulação, redução da agregação plaquetária, aumento do tempo de protrombina e diminuição do hematócrito. Achados de necropsia: hemorragias generalizadas, coração arredondado e flácido (devido a dilatação por excesso de esforço compensatório), necrose hepática determinada por hipóxia, hemopericárdio e hemoperitônio. Diagnóstico: anamnese, exame clínico (anemia, desidratação, alteração respiratória e hematomas principalmente), hemograma (plaquetas, determinação dos fatores de coagulação, tempo de coagulação), RX, USG, urinálise, necropsia, testes toxicológicos e diagnóstico diferencial de doenças hemorrágicas (aflatoxicose, leptospirose, acidente ofídico, trombocitopenias e envenenamento por hidrocarbonetos). Tratamento: administrar vitamina K, pode ser administrada por diferentes vias, transfusão sanguínea, expansores plasmáticos, hidratação, administrar carvão ativado e manutenção do mínimo de estímulos para o animal permanecer quieto. 26/05 Aflatoxinas São micotoxinas produzidas pelos fungos Aspergillus sp. Aspecto de mofado/embolorado. Os subtipos de aflatoxinas mais comuns são: AFB1 e AFB2 (elas expressam fluorescência azul quando expostas a luz ultravioleta), AFM1 e AFM2 (expressam fluorescência violeta quando expostas) e AFG1 e AFG2 (expressam fluorescência verde). A cor refletida é importante para caracterizar o tipo de aflatoxinas e saber o que ela ocasiona no organismo animal. Elas podem causar: mutagenese, carcinogenese, teratogenese, diminuição da síntese proteica (inibição da cascata de coagulação por exemplo), pode ser excretada no leite, pela bile e pela urina. O fígado é o principal impactado por elas. A legislação permite até 20 mcg/kg (ppb) de aflatoxinas. O problema está na falta de fiscalização por parte do governo e pela má fé dos agricultores. Manifestações clínicas: Carcinoma hepatocelular (principal carcinogênico em humanos, em animais é mais raro pois eles devem fazer uso crônico da ração contaminada, o que não é comum), Hepatotoxicidade (icterícia, perda de peso, emese), Nefropatia, Coagulopatia (por conta da inibição da síntese proteica/cascata de coagulação). Tratamento: só sintomático, porém é de baixa efetividade porque depende do nível de comprometimento hepático. Para reduzir a contaminação é importante melhorar as condições de armazenamento e melhorar o manejo dos grãos em geral. Intoxicação por plantas tóxicas em pequenos animais Dieffenbachia spp. ou Comigo ninguém pode. São plantas ornamentais e as folhas, caules e frutos são tóxicos. A forma de intoxicação é através do contato com a pele e mucosa. Mecanismos de ação: dentro das células Idioblastos existem ráfides de oxalato de cálcio, são microagulhas que perfuram as mucosas causando uma irritação mecânica primária. Depois a irritação é agravada pela entrada simultânea de uma enzima proteolítica, que desencadeia processo inflamatório, e por oxalatos solúveis presentes na seiva. Manifestações clínicas: → Intoxicação grave: glossite-estomatite, sialorréia intensa, dor, irritação, queimação da mucosa oral, edema variado, emese, dor abdominal, diarreia, dispneia e morte. → Intoxicação leve/moderada: ausência de glossite-estomatite, salivação, edema variado, dor abdominal, lesão de córnea, fotofobia, dermatite de pele (dor, coceira, hiperemia). Tratamento sintomático: indução emese (contraindicado), lavagem da boca (cuidado), lavagem gástrica (cuidado), demulcentes (ovo, leite, gelo, sorvete, para acalmar a muscosa), analgesicos, antihistaminicos, AIE, antiespasmódico, antagonista H2, fluidoterapia e lavagem ocular/dérmica. Canabis sativa ou Maconha O composto possui o princípio ativo THC, delta-9-tetrahidrocanabinol. A dose oral letal em cães é de 3 g/kg. A forma de intoxicação é oral e inalatória. Mecanismo de ação: receptores canabinóides CB1 (localizado no SNC), estimulama liberação de GABA, serotonina, noradrenalina e dopamina que alteram a cognição, a percepção, o funcionamento motor, o apetite, o sono, etc, e CB2 (localizado no SNP), alteração locomotora. Manifestações clínicas: ataxia, desorientação, incoordenação, depressão, vômitos, tremores, midríase, hiperestesia, hiperatividade, taquipneia, hipotermia ou hipertermia, nistagmo, bradicardia. Diagnóstico: detecção pela urina pois a eliminação completa demora em torno de 5 dias. Tratamento: êmese em casos assintomáticos ou em até 30 minutos após a ingestão, carvão ativado a cada 8 horas por 24 horas, monitoramento da FC, da FR e da PA, controle da temperatura, Diazepam e suporte de oxigênio. Antidepressivos Servem para tratar alterações comportamentais. Depressão é caracterizada por alterações no sistema serotoninérgico e adrenérgico. ADT: Amitriptilina São drogas inespecíficas que reduzem a captação de serotonina e noradrenalina, ou seja, elas ficam mais tempo na fenda sináptica e aumentam o tempo de ação. São drogas que necessitam de mais tempo para fazer efeito, o período de latência é de mais de 15 dias. Usados em cães agressivos, dominantes, medrosos e ansiosos. Usado em gatos: agressivos, com comportamento de micção inadequado, auto limpeza excessiva e ansiedade. São utilizados após tentar outros tratamentos. Ex: Imipramina e Nortriptilina. Buspirona: Os mecanismos de ação não são totalmente esclarecidos, são agonistas parciais de receptores de serotonina e possuem ação sobre receptores dopaminérgicos, dificultando ou facilitando a atividade dopaminérgica. Usado em cães para tratamento de ansiedade e agressividade. Usado em gatos para tratar comportamento inadequado de micção e agressividade. Efeitos adversos: irritação, inquietação, taquicardia, bradicardia, distúrbios gastrointestinais, comportamento estereotipado e cansaço. IMAO: Selegilina São inibidores da MAO, inibem a degradação das catecolaminas e da serotonina. Ou seja, esses neurotransmissores ficam mais tempo na fenda sináptica. O período de latência é de até 3 meses. Utilizadas em cães e gatos para tratar distúrbios cognitivos. Efeitos adversos: hipertensão arterial e arritmias. ISRS: Fluoxetina São inibidores seletivos da recaptação de serotonina, possuem poucos efeitos adversos gerais e ausência de efeitos adversos cardiovasculares. É o grupo mais utilizado no Brasil! O período de latência é de 15-30 dias. Usadas para tratamento de enfermidades psicogênicas, tratamento de ansiedade, obsessão, compulsão, agressividade e alterações na micção. Ex: Citalopram (Cipran), Paroxetina (Pondera) e Sertralina (Zolof). Intoxicação por chocolate Teobromina (Metilxantina, efeito broncodilatador): encontrada normalmente na dose de 15-20 mg de teobromina por grama de chocolate. Bloqueiam a nível do sistema nervoso central a adenosina, aumentando a vasodilatação cerebral, a atividade neural e a celular. Sintomas: hipertermia, hiperatividade, agitação, tremores musculares, ataxia, convulsões, vômito, taquicardia, arritmias cardíacas, polidipsia, poliúria, cianose e coma. Tratamento é sintomático, não existe antagonista de teobromina. Dose tóxica para cães: 100-175 mg/kg. Dose tóxica para gatos: 80-150 mg/kg. Intoxicação por Catmint A erva do gato ou Nepeta cataria é utilizada para acalmar felinos agressivos, bem como para excitar e exercitar os mais apáticos. O princípio ativo é a Nepetalactona que pode ser administrada pela via inalatória até o SNC podendo causar euforia, excitação, vocalização e morte em casos de uso excessivo. Tratamento sintomático: benzodiazepínicos, fluidoterapia e tratamento de suporte. 02/06 Intoxicação por plantas tóxicas em grandes animais xxx x x x x x Sinais clínicos tem evolução superaguda (rápida) e fatal em bovinos: Desequilíbrio dos membros pélvicos, tremores musculares, respiração ofegante, instabilidade, caem em decúbito esternal e depois lateral, realizam movimentos de pedalagem, mugidos e convulsões tônicas. Faz danos nos sistemas que mais gastam energia, como coração, cérebro e rins principalmente. Diagnóstico: → Sinais clínicos bem característicos → Bioquímica: hiperglicemia (porque o ciclo de Krebs está parado), aumento dos níveis séricos de citrato, hipocalcemia (por conta das contrações musculares excessivas) e azotemia renal. → Exame toxicológico por cromatografia de tecidos: fígado, rins e quantificação dos níveis de citrato tecidual e sérico → Necropsia: lesão inespecífica (nada que aponte para esse tipo de intoxicação específica), se vê apenas lesão renal. Diagnóstico diferencial: com outras plantas que causam morte súbita, com plantas cianogênicas como Manihot spp. (do gênero da mandioca brava) e com doenças com evolução superaguda, como o carbúnculo hemático (bactéria). Tratamento: → Sintomático: Acetamida (impede o acúmulo de citrato), Gluconato de cálcio (hipocalcemia) e Butyrivibrio fibrisolvens (degradam o fluoroacetato). → Profilaxia: cercar bem as áreas infestadas, erradicar a planta dos locais aos quais os bovinos têm acesso e cuidado com os pastos recém formados, inspecionando-os e arrancando a erva-de-rato e ou combatendo-a com herbicidas antes de colocar os animais em pastejo. Pteridium aquilinum ou Samambaia do campo Samambaia do campo ou só samambaia é encontrada em todos os continentes, exceto Antártida, e é a segunda causa de morte por plantas tóxicas em bovinos no Brasil. É uma doença crônica que atinge: bovinos> equinos> ovinos> suínos. Todas as partes da samambaia contém os princípios tóxicos em forma ativa. Princípios ativos: tanino, quercetina, ácido chiquímico, prumasina, ptaquilosideo, quilideo A e canferol. Manifestações clínicas variam de acordo com o tempo de ingestão da planta e com a espécie do animal → Bovinos: Diátese hemorrágica, os sintomas aparecem por volta de 3 a 8 semanas depois da ingestão da planta, ocorrem hemorragias na pele e nas mucosas e sangramento nos orifícios naturais (anus, vagina, narinas), pode ocorrer também diarréia com sangue. Hematúria enzoótica: os sinais aparecem lentamente e acomete bovinos sempre com mais de 2 anos, sangue na urina, anemia e perda de peso. O curso dessa doença, geralmente, dura diversos anos, ocorre em áreas onde há exposição contínua pela planta. Carcinoma do trato digestivo superior: ocorre em bovinos acima dos 5 anos de idade, caracterizada por tumores no trato digestivo que causam obstrução, a qual leva a tosse, regurgitamento, timpanismo, diarreia e perda de peso acentuada. Diagnóstico: anamnese, constar a existência da planta na propriedade. Diagnóstico diferencial: → Diátese hemorrágica pode ser confundida com: Pasteurelose, Babesiose, Anaplasmose, leptospirose, intoxicação por Crotalaria sp, intoxicação por trevo doce mofado, Hemoglobinúria bacilar, Carbúnculo hemático. → Hematúria enzoótica por hemoglobinúria (colher urina e verificar a formação de sedimento, o que não ocorre quando se tem hemoglobinuria por hemoparasitose ou por outra causa). → Carcinoma epidermóide do trato digestivo superior por: Tuberculose, actinobacilose, enfermidades com características de emagrecimento progressivo e dificuldade de deglutição alimentar. Tratamento: difícil porque ela tem mais de 30 princípios tóxicos, então não existe tratamento específico, logo busca-se a prevenção como: dar alimento adequado para o animal, cercar as regiões com presença de P.aquilinum e diminuir o desmatamento. Brachiaria decumbens B. decumbens, B.brizantha e B. humidicola acomete principalmente ovinos, mas também acomete bovinos, caprinos e bubalinos. Os jovens sofrem mais que os adultos. Etiologia: A Saponina litogênica (protodioscina) está presente na composição da planta, mas, dependendo do estágio de crescimento da planta, tem um acúmulo maior das Saponinas nela. E a presença de fungo Pithomyces chartarum no solo e na planta é inofensivo, mas quando em grandes concentrações, por conta de mal armazenamento, causa intoxicação. Patogenia: fotossensibilização. Normalmente a clorofila (presente na planta) é metabolizadaem Filoeritrina, que se junta com a bile e sai nas fezes. O fungo produz a micotoxina esporidesmina, em baixas quantidades o organismo consegue metabolizar, mas em grandes causa problemas no fígado (degeneração do endotélio dos dutos biliares com edema periductal e oclusão dos ductos biliares) e, por isso, impede a liberação de bile. Para contornar esse problema, a bile e a filoeritrina são jogados nos vasos sanguíneos, e a filoeritrina começa acumular nos vasos sanguíneos periféricos da pele. Porém, na presença da luz solar, a filoeritrina reage com a luz e começa a “queimar” o animal. Manifestações clínicas: lesões cutâneas alopécicas, eritematosas, ulceradas, necróticas (pele despigmentadas e desprovidas de pelo), eritema, edema subcutâneo generalizado, fotofobia, apatia ou inquietação, diminuição do apetite, emagrecimento, diminuição dos movimentos ruminais, vesícula biliar obstruída, icterícia, hepatomegalia e morte. Tratamento: suporte, antissepsia das feridas, antibacterianos e prevenção (introdução gradativa em pastos, cuidados com diferentes fases de crescimento da planta, adequar sombras e não permitir a proliferação dos fungos).
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