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Hábitos bucais deletérios “Hábito é o costume ou a prática adquirida pela repetição frequente de um mesmo ato, que a princípio faz-se de forma consciente e, posteriormente, de modo inconsciente.” Hábitos bucais normais 1. Sucção nutritiva (aleitamento natural; aleitamento artificial) 2. Mastigação e deglutição 3. Respiração (nasal) Hábitos bucais deletérios podem alterar 1. Tecidos musculares, dentários e ósseos 2. O padrão de crescimento ósseo normal 3. Oclusão Como os hábitos deletérios causam alteração • Determinando forças musculares desequilibradas que, durante o crescimento distorcem forma da arcada dentária e alteram a morfologia normal • Hábitos bucais deletérios são um dos fatores etiológicos das maloclusões • Hábitos bucais deletérios apresentam impacto na qualidade de vida e felicidade de crianças em fase escolar o (Gisfrede et al.; 2016) Hábitos bucais deletérios (classificação) 1. Sucção não nutritiva (chupetas; sucção dos dedos) 2. Hábitos de morder 3. Hábitos parafuncionais 1. Hábitos de sucção Dedo Mamadeira Chupeta O ato de sucção anormal pode estar relacionando com o estado emocional da criança, normalmente ela o executa em momentos de ansiedade • Mordida aberta e mordida cruzada Alterações morfológicas decorrentes dos hábitos de sucção não nutritiva o Diagnóstico A chupeta interpõe-se entre os dentes anteriores, determina uma alavanca, pressionando os incisivos inferiores para lingual e os incisivos superiores para a vestibular Nem todos que praticam a sucção digital apresentam arcos deformados e dentes em má oclusão Depende da intensidade, duração, posição dos dedos, contrações musculares orofaciais associadas, posição da mandíbula, morfologia esquelética facial • Arco com forma circular restrita a região anterior • Nem sempre simétrico • Consequências Mordida aberta anterior Mordida cruzada posterior Prostração dos dentes superiores Retrusão mandibular Incisivos inferiores lingualizados Palato ogival Assoalho nasal estreito Tríade de Graber: intensidade, duração, padrão facial 2. Hábitos de morder Onicofagia (roer unhas) e morder objetos • A interrupção do hábito deve ser pactuado com a criança e responsáveis Bruxismo • Avaliação feita pelo odontopediatra sobre qual intervenção deve ser feita e em que momento 2.1. Onicofagia • Hábito de roer as unhas das mãos ou dos pés • Tratamento: acompanhamento psicológico 2.2. Bruxismo Hábitos bucais deletérios Quando o hábito bucal deletério é interrompido até 3 anos de idade, há chance de ocorrer a autocorreção (exceto: esquelética) • Desordem funcional que se caracteriza pelo ranger ou apertar dos dentes durante o sono ou em vigília • Etiologia • Tratamento 3. Hábitos bucais parafuncionais 1. Respiração bucal 2. Interposição de língua 3. Deglutição atípica Respirador bucal • É uma condição decorrente da deficiência na respiração nasal por obstrução ou mesmo por hábito • Respirador bucal possui um obstáculo mecânico que o impede de respirar predominantemente pelo nariz (ex.: hipertrofia de adenoide, desvio de septo etc.) • O encaminhamento para o otorrino é imprescindível antes de qualquer conduta ortodôntica • Respirador bucal por hábito não respira corretamente pelo nariz mesmo depois de eliminado o fator causal • Encaminhamento para o fonoaudiólogo após o tratamento ortodôntico Respiração aberta Pressão intrabucal → aprofundamento do palato e estreitamento dos seios maxilares → estreitamento do maxilar superior com consequente mordida cruzada, quase sempre posterior bilateral • Causa mordida cruzada • Características comportamentais • Crianças ansiosas, inquietas, impulsivas • Acordam cansadas, devido à dificuldade respiratória → dormem mal • Dificuldade de concentração • Cerca de 84% dos portadores de mordida aberta, com hábito de sucção dedo e chupeta são também respiradores bucais • Nestas circunstância o diagnostico requer a intervenção do otorrinolaringologista Alterações morfológicas Incompetência da musculatura labial e peribucal Boca constantemente aberta Constante erupção dos dentes posteriores Aumento da altura facial inferior Lábio superior curto e inferior evertido Olheiras Interposição de língua • Pressionamento lingual atípico primário • Mordida aberta em que o fator etiológico é a língua • Apresenta um formato mais retangular, e mais difusa • A língua deixa de ser consequência e passa a ser causa • Imprescindível a intervenção do fonoaudiólogo Interposição de língua e deglutição atípica • Pressionamento lingual atípico ou interposição lingual • Interposição lingual atípico secundário • Consequência da mordida aberta anterior • Interposição da língua entre os incisivos, durante a deglutição, fonação, e posição natural de repouso • Interposição labial entre os incisivos → muitas vezes associada a sucção de lábio A interposição lingual, pode ocorrer também da hipertrofia das amigdalas o Gera uma alteração postural da língua da mandíbula para uma posição mais anterior o O contato da porção posterior da língua com as amigdalas aumentadas → dor → projeção da língua para frente e para baixo Mordida aberta Deficiência no contato vertical normal das bordas incisais dos incisivos superiores e inferiores Esquelética e dentária Etiologia – fatores genéticos e/ou ambientais como os hábitos bucais deletérios Mordida aberta no paciente infantil o Alterações morfológicas decorrentes dos hábitos de sucção o Os dentes ântero-superiores e o processo alveolar sofrem uma pressão no sentido vestibular apical e diastema interincisal o Os incisivos inferiores inclinam paralingual e apical, favorecendo o aumento do overjet o O posicionamento do dedo no palato, mantém a lingual numa posição mais inferior, afastando-se do contato com os dentes posteriores, podendo acarretar também numa mordida cruzada É de natureza esquelética: o Comum em pacientes de face longa o Nem sempre responde ao tratamento ortodôntico o Tratamento: Ortodontia + fonoaudiologia + otorrinolaringologia Mordida aberta (prognóstico) • Até 5 anos de idade • 1º: eliminação espontânea do hábito → pode haver reversão espontânea das alterações oclusais • Eliminação gradativa → não deixar sequela no comportamento Tratamento – dentadura decídua • Após 5 anos: grade palatina • Impede o hábito de sucção e serve de barreira mecânica para língua • Guia para língua • Considera-se corrigida: overbite 1- 2mm na dentição decídua e 2-3mm na mista • Verificar se o paciente apresenta algum pressionamento lingual atípico • Caso apresente → placa de contenção + fonoaudiologia Pedir para paciente pronunciar os fonemas “T”, “D”, “N”, “L”, “S” e “Z”, ajuda o profissional a identificar a necessidade de encaminhamento ao fonoaudiólogo, bem como a observação da língua no ato da deglutição o Quando estes fonemas são pronunciados a ponta da língua deve acomodar-se no cíngulo dos incisivos superiores, e não em posição interdental Tratamento – dentadura mista • Comprometimento do componente esquelético começa a aumentar devido à persistência dos fatores etiológicos • Tratamento: grade palatina (resultado satisfatório mais em maior espaço de tempo) e acessórios que venham atuar na correção da má oclusão o Resposta ao tratamento mais demorada ✓ MA + classe II: AEB conjugado com grade palatina ✓ MA + classe III: corrige os 2 juntos após os 5 anos Protocolo Grade Palatina 1. Adaptação das bandas 2. Escolha de moldeiras Moldagem de transferência3. Retira bandas e adapta na moldagem (com fios ortodônticos) 4. Vaza com gesso 5. Adapta bandas no modelo 6. Grade confeccionada 7. Grade adaptada em boca 8. Manipulação do cimento (CIV) 9. Cimentação da grade Atenção: mordida aberta, nem sempre é causada por hábitos deletérios, muitas vezes, sua origem é de natureza esquelética Auxílio de um psicólogo Quando há mordida cruzada e/ou atresia de maxila, a sua correção deve ser feita, juntamente com a retirada do hábito
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