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Pós‑Graduação em Educação
EaD e novas tecnologias
Interação e TICs
Mariana Saad Weinhardt Costa
FAEL
Diretor Executivo Marcelo Antônio Aguilar
Diretor Acadêmico Francisco Carlos Sardo
Coordenador Pedagógico Francisco Carlos Pierin Mendes
EDitorA FAEL
Autoria Mariana Saad Weinhardt Costa
Gerente Editorial William Marlos da Costa
Projeto Gráfico e Capa Patrícia Librelato Rodrigues
revisão Thaisa Socher
Programação Visual e Diagramação Patrícia Librelato Rodrigues
AtEnção: esse texto é de responsabilidade integral do(s) autor(es), não correspondendo, necessariamente, à opinião da Fael.
É expressamente proibida a venda, reprodução ou veiculação parcial ou total do conteúdo desse material, sem autorização prévia da Fael.
EDitorA FAEL
Rua Castro Alves, 362
Curitiba | PR | CEP 80.240‑270
FAEL
Rodovia Deputado Olívio Belich, Km 30 PR 427
Lapa | PR | CEP 83.750‑000
FotoS DA CAPA
Anissa Thompson
Jos van Galen
Julia Freeman‑Woolpert
Krishnan Gopakumar
Stefan Krilla
Viviane Stonoga
Todos os direitos reservados.
2012
Interação e TICs
 1 . Introdução
O indivíduo se torna sábio a partir do momento 
que exercita o que aprende. Somente a troca 
da inteligência, dons e excelências é que pode 
transformar o homem e, consequentemente, a 
humanidade (ROSINI, 2007, p. 121).
As tecnologias invadiram as nossas vidas e estão 
cada vez mais presentes em nosso dia a dia. Elas 
ampliam nossa memória e garantem novas possibilida‑
des para a vida moderna. Encurtam distâncias entre as 
pessoas, permitem que estejamos em qualquer lugar, a 
qualquer horário. Participamos de comunidades virtuais, 
podemos expressar nossa opinião. As tecnologias, sem 
dúvida, compõem nossas atividades diárias com dina‑
mismo e eficácia, o que nos leva a uma condição de 
não nos imaginarmos sem elas.
É difícil imaginar‑se sem celular ou computador no 
mundo em que vivemos. Viver sem as “mordomias” tec‑
nológicas é algo distante do século XXI, por isso, como 
profissionais da educação, devemos estar atentos a elas 
e preparados para utilizá‑las promovendo o desenvolvi‑
mento da sociedade.
Os avanços tecnológicos são decorrentes do desen‑
volvimento tecnológico de diferentes épocas da civiliza‑
ção. Cada um desses avanços marcou nossa cultura e 
a forma de compreender a nossa história, propiciando o 
crescimento e o desenvolvimento do acervo cultural da 
espécie humana. Podemos perceber isso quando volta‑
mos nosso olhar/reflexão à Idade da Pedra, quando a 
civilização ainda buscava meios para sobreviver. Com o 
passar dos tempos, esses recursos foram aperfeiçoados, 
garantindo melhor qualidade de vida à população. Hoje, 
o avanço tecnológico amplia o conhecimento sobre 
esses recursos criando, permanentemente, ”novas tec‑
nologias”, cada vez mais sofisticadas.
Estamos acostumados a nos referir à tecnologia 
como equipamentos e aparelhos eletrônicos, porém, ela 
é mais do que imaginamos. O conceito de tecnologia 
engloba tudo aquilo que conseguimos criar ao longo 
de todas as épocas, bem como suas formas de uso e 
aplicações. Ela está em todo lugar e engloba todas as 
descobertas que contribuem para o desenvolvimento da 
sociedade. Exemplo disso são os medicamentos, fruto 
de muita pesquisa e dedicação, que ajudam os seres 
humanos a viver cada vez mais e melhor.
Há também outros recursos tecnológicos que 
fazem parte do nosso dia a dia, tais como: a caneta e o 
papel para escrever, óculos para melhorar a qualidade 
da visão, meios de transporte para locomoção, compu‑
tador e internet com a finalidade de comunicar, dentre 
tantos outros.
Nesse contexto, onde entram as novas tecnologias 
da informação e comunicação (NTICs)?
Com a aceleração do desenvolvimento tecnológico, 
fica difícil estabelecer um parâmetro entre os “novos” 
conhecimentos, por estarem em constante transforma‑
ção. Referindo‑se aos conhecimentos provenientes da 
O presente artigo apresenta a importância da inte‑
ração e das TICs na aprendizagem a distância, e o papel 
do docente e do discente nesse modelo de educação. 
Serão apresentadas as novas terminologias na educação 
digital e a importância da construção do conhecimento 
por meio da aprendizagem colaborativa. Esse modelo 
de educação propicia alunos mais ativos e efetivos ao 
trabalho em grupo, gerando uma aprendizagem flexível à 
construção do saber. E como as tecnologias estão cada 
vez mais presentes em nosso cotidiano, precisamos 
estar aptos a utilizá‑las, pois o processo de mudança irá 
nortear nosso futuro. Por fim, será abordada a questão 
dos paradigmas educacionais e a influência da interação 
no processo de ensino‑aprendizagem.
Palavras-chaves:
Interação; Tics; Aprendizagem colaborativa; Para‑
digmas.
Resumo
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
2.
eletrônica, da microeletrônica e das tecnologias. Tecno‑
logias que possuem uma característica comum, que se 
modificam e se transformam permanentemente.
A imensa rede de relacionamentos proporcionou a 
comunicação e a interação com as tecnologias. Nela, 
podemos articular a comunicação entre as pessoas, até 
mesmo em tempo real. A internet é prova disso. Ela traz 
a flexibilidade e possibilita a interação e a participação 
entre as pessoas por meio de bate‑papos, enquetes, 
fóruns, blogs, entre outros. Isso tudo pode ser partilhado 
em grupos ou comunidades virtuais.
As TICs e a interação proporcionam a criação dia‑
lógica e a intersubjetividade entre pensamentos, concei‑
tos, imagens, mídias e ideias. O sujeito está presente de 
forma consciente com os objetivos do conhecer.
O uso das redes de computadores na educação 
intensifica a comunicação entre alunos, professores e 
tutores. Um dos meios é a aprendizagem colaborativa, 
que proporciona a troca de informações entre alunos 
distantes uns dos outros. Essa troca de informações 
facilita a construção do conhecimento.
Para que a produção do conhecimento ocorra 
na educação é preciso que os professores tornem‑se 
facilitadores da aprendizagem. Pode‑se afirmar que ele 
(o professor) atua como agente condutor do processo 
educativo e provocador de situações desafiadoras. Ele 
instiga o aluno a buscar e a investigar novos caminhos 
para uma aprendizagem significativa.
O professor on‑line constrói uma rede de aprendi‑
zagem, em que define o que será estudado ou explo‑
rado, e o aluno vai ao encontro dessa exploração, oca‑
sionando o aprendizado. O professor não é o detentor 
do saber, mas, sim, aquele que dispõe teias, cria possi‑
bilidades de envolvimento e estimula a intervenção dos 
alunos como participantes do processo.
Consequentemente, o aluno recebe as orienta‑
ções e é responsável por administrá‑las de maneira 
adequada, tendo a opção de, sempre que necessário, 
recorrer ao professor. Professor e aluno formam uma 
“equipe de trabalho” e passam a ser parceiros de um 
mesmo processo de construção e aprofundamento do 
conhecimento. Essa parceria entre os sujeitos envolvidos 
no aprender proporciona a interação e a aprendizagem 
colaborativa.
Na educação on‑line os alunos são responsáveis por 
buscar/pesquisar soluções para as questões levantadas 
pelo professor, o que resultará no exercício da autono‑
mia do aluno no seu próprio processo de construção da 
aprendizagem. Essa autonomia culminará no aprender a 
aprender do aluno, assim como no sucesso do trabalho 
colaborativo. Ou seja, proporcionará uma aprendizagem 
na qual aluno, professor e rede de sujeitos conectados 
à internet trocam informações, experiências e vivências, 
ou seja, uma aprendizagem sem fronteiras e disponível 
a qualquer momento e lugar.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA1 pos‑
sibilita a interação e a troca de informações entre os 
participantes de uma sala. Com isso, espera‑se que os 
alunos utilizem os recursos tecnológicos disponíveis para 
compartilhar suas dúvidas, almejando que o resultado 
alcançado seja a construção de novos conhecimentos 
e novos significados aos conhecimentos já existentes, 
pois quando os alunos se envolvem com o processo de 
aprendizagem aprendem a aprender, além de desen‑
volverema capacidade de pesquisa e do pensar criti‑
camente.
 2 . Interação e TICs
O termo interação surgiu antes do advento do 
computador. Ele já existia em nosso meio social, como 
sendo a relação entre as pessoas.
Mas o que é interação? Interação é a ação que 
um sujeito gera sobre o outro ou outros. Para que ela 
ocorra, os dois sujeitos devem estar dispostos a intera‑
gir. A interação deve resultar na troca de saberes, propi‑
ciando um novo entendimento e um novo saber sobre 
o mesmo objeto. Ou seja, é válido saber o que o outro 
1 Sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados 
ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias da informação 
e comunicação (ALMEIDA, 2003).
O uso das redes de computadores na educação intensifica 
a comunicação entre alunos, professores e tutores.
INTERAçãO E TICS
3.
pensa sobre determinado assunto para, assim, conhe‑
cer a diversidade de saberes.
Segundo Silva (2003, p. 20), o conceito de inte‑
ratividade é a disponibilização consciente de um ser 
mais comunicacional de modo expressivamente com‑
plexo, ao mesmo tempo atentando para as interações 
existentes e promovendo mais e melhores interações 
– seja entre usuários e tecnologia, digitais ou analógicas, 
seja nas relações presenciais ou virtuais entre os seres 
humanos.
Para que haja interatividade, Silva (2003) propõe 
três engajamentos. São eles:
Participação‑intervenção1. : o emissor per‑
mite a participação‑intervenção do receptor, 
interferindo ao ponto de modificar a mensa‑
gem.
Bidirecionalidade‑hibridação2. : o emissor 
deve ser receptor em potencial e vice‑versa, 
a comunicação é produção conjunta dos dois 
polos, assim como a mensagem deve ser 
codificada e decodificada por ambos. É uma 
proposta coparticipativa.
Permutabilidade‑potencialidade3. : é neces‑
sário que o emissor disponibilize múltiplas 
redes articulatórias, pois se a proposta for 
muito fechada, as articulações também serão 
limitadas, tirando do receptor a ampla liber‑
dade de associações e significações.
Diante dos conceitos apresentados, pressu‑
põe‑se que a interatividade é uma parte do conceito 
de interação, pois como já foi dito anteriormente, 
a interação deve resultar na troca de saberes, pro‑
piciando um novo entendimento e um novo saber 
sobre o mesmo objeto.
As TICs apresentam meios de interação mediati‑
zados (professor/aluno; aluno/aluno) e de interatividade, 
com materiais de qualidade e diversidade. Podemos 
perceber as técnicas de interação mediatizada criadas 
pelas redes por meio de e‑mail, listas e grupos de dis‑
cussão, web sites, entre outros. Essas técnicas apresen‑
tam grande vantagem de comunicação e interação, pois 
permitem combinar a flexibilidade da interação humana 
com a independência de tempo e espaço, sem perder a 
qualidade nos estudos.
Você pode estar se perguntando: qual o significado 
de interação mediatizada? Na educação on‑line, a inte‑
ração mediatizada define as formas de apresentação 
dos conteúdos didáticos, antecipadamente seleciona‑
dos e organizados. Segundo Belloni (1999, p. 59), essa 
interação oferece:
[...] possibilidades inéditas de interação media‑
tizada (professor/aluno; estudante/estudante) e 
de interatividade com materiais de boa quali‑
dade e grande variedade. As técnicas de inte‑
ração mediatizada criadas pelas redes telemáti‑
cas (e‑mail, listas e grupos de discussão, webs, 
sites etc.) apresentam grandes vantagens pois 
permitem combinar a flexibilidade da interação 
humana (com relação à fixidez dos programas 
informáticos, por mais interativos que sejam) 
com a independência no tempo e no espaço, 
sem por isso perder velocidade.
Com isso, é possível construir materiais que poten‑
cializam as virtudes comunicacionais do meio técnico 
escolhido, no sentido de compor um documento sufi‑
ciente, que possibilite ao aluno desenvolver sua aprendi‑
zagem de modo autônomo e independente.
Podemos classificar Tecnologia da Informação e 
Comunicação (TIC) como a utilização das tecnologias 
para a produção e propagação de informações, a inte‑
ração e a comunicação em tempo real.
No meio da comunicação e interação encontramos 
também o termo Novas Tecnologias de Informação e 
Comunicação (NTICs). Porém, a maioria dos autores uti‑
liza apenas TICs. Isso porque o termo “novas” vai sendo 
esquecido à medida que surge uma outra tecnologia 
para substituir a anterior.
O papel das TICs consiste em auxiliar no desen‑
volvimento do conhecimento coletivo e do aprendizado 
contínuo, tornando‑o mais agradável, e com o objetivo 
de que as pessoas compartilhem ideias e saberes. Com 
isso, as pessoas abrem as portas para um ciberespaço 
que interconecta virtualmente todas as mensagens digi‑
tais, multiplicando a emissão e a captação da informa‑
ção, facilitando as interações em tempo real por parte 
do sujeito.
As TICs devem proporcionar a interação entre 
professor‑aluno, aluno‑aluno e aluno‑professor‑rede 
de informações. Esse tipo de interação é fundamen‑
tal, pois mantém um processo de aprendizagem ins‑
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
4.
tigante e motivador, por meio de saberes compar‑
tilhados e construídos colaborativamente, evitando 
assim, o isolamento. Isso torna a aprendizagem enri‑
quecedora.
 2.1 A interação na 
educação on-line
A interação na educação on‑line ocorre entre os 
sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem e 
proporciona a construção do conhecimento, ou seja, 
todos têm a oportunidade de aprender e se desen‑
volver.
Entende‑se por interação a ação recíproca com 
mútua influência nos elementos inter‑relacionados e, 
segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o 
significado de interação é:
ação recíproca de dois ou mais corpos [...] 
atividade ou trabalho compartilhado, em que 
existem trocas e influências recíprocas [...] 
comunicação entre pessoas que convivem; 
diálogo, trato, contato [...] intervenção e con‑
trole, feitos pelo usuário, do curso das ativi‑
dades num programa de computador, num 
CD‑ROM, etc.
Assim, a interatividade não é a interação em si, mas, 
sim, o agente potencializador do processo de interação, 
em que o conhecimento se dá no processo de interação 
externa e interna.
Segundo Moran (2007, p. 50),
aprendemos hoje muito pela interação, mas 
esquecemos que o conhecimento só se faz 
forte, só se consolida, quando o reorganiza‑
mos de nossa própria perspectiva, de nosso 
universo e repertório.
A interatividade é percebida no meio tecnológico 
quando o usuário pode ser, ao mesmo tempo, receptor 
das informações que lhe são enviadas ou um sujeito 
ativo perante algum fato que está sendo apresentado, 
por meio da troca de e‑mails, por chats e fóruns.
O usuário pode, ainda, gravar, voltar, ir à diante, ou 
seja, o sujeito sai de sua zona de conforto (recebedor de 
informações prontas) e vai para a zona da interatividade 
(recebe, processa e dá sua opinião diante do que lhe é 
apresentado).
Ao utilizar como metodologia de trabalho a inte‑
ratividade, é possível perceber o uso de terminologias 
diferenciadas como: educação on‑line, educação a dis‑
tância e e‑learning.
 2.1.1 Educação on-line
A educação on‑line utiliza a internet para promover 
a educação a distância. A comunicação pode ser tanto 
síncrona (que ocorre simultaneamente) como assín‑
crona. Essa modalidade utiliza a internet por ser o meio 
mais rápido de distribuir informações e realizar a intera‑
ção entre as pessoas.
A interação nessa modalidade ocorre por meio da 
troca de informações e/ou conhecimentos entre duas ou 
mais pessoas. A comunicação via e‑mail ou em fóruns 
de discussão é um exemplo de possível interatividade 
entre duas ou mais pessoas.
Para que aconteça a interatividade nos meios cita‑
dos, é necessário um mediador, que apresentará uma 
questão. Em seguida, os participantes expõem suas 
ideias e conhecimentos acerca da discussão proposta. 
Essa troca de ideias, mediada pelo professor, resultará 
na construção de um novo conhecimento para todos. 
É válido lembrar que “todos” (professor e alunos) são 
sujeitos ativos no processode construção da apren‑
dizagem. Logo, quem ensina tem a oportunidade de 
aprender e quem está disposto a aprender tem a opor‑
tunidade de ensinar.
 2.1.2 Educação a distância
A educação a distância utiliza diferentes meios 
tecnológicos para a construção do conhecimento, tais 
como: correspondência postal ou eletrônica, rádio, tele‑
visão, telefone, fax, computador, internet, entre outros. 
Ela trabalha com base na distância física entre alunos e 
professor e tem como principal atrativo a flexibilidade de 
tempo, lugar e espaço.
A educação a distância utiliza os mesmos meios 
de comunicação citados na educação on‑line, além de 
outros, como o vídeo, materiais didáticos específicos do 
AVA utilizado e diferenciadas metodologias de avaliação 
da aprendizagem.
INTERAçãO E TICS
5.
Mason (1998), ao tratar sobre os estudos de 
“aprendizagem on‑line”, classifica os AVAs em três tipos 
de ambiente: instrucionista, interativo e cooperativo.
Ambiente instrucionista1. : ambiente cen‑
trado no conteúdo – que pode ser impresso 
– e no suporte, que são tutorias ou formulários 
enviados por e‑mail, normalmente respondidos 
por outras pessoas (monitores/ tutores) e não 
exatamente pelo autor. A interação é mínima e 
a participação on‑line do estudante é pratica‑
mente individual.
Ambiente interativo2. : centrado na intera‑
ção on‑line, na qual a participação é essencial 
para o curso. O objetivo é atender, também, as 
expectativas dos participantes. Nesse ambiente 
ocorre muita discussão e reflexão.
Ambiente cooperativo3. : ambiente cujos 
objetivos são o trabalho colaborativo e a par‑
ticipação on‑line. Existe muita interação entre 
os participantes por meio de comunicação 
on‑line, construção de pesquisas, descoberta 
de novos desafios e soluções.
No ambiente de aprendizagem on‑line, o aluno 
deve estar envolvido com o seu próprio aprendizado, 
pois é por meio dele que irá superar os desafios lança‑
dos pelo professor e construirá seu próprio saber.
Com o auxílio da interação e da cooperação entre 
os alunos, essa aprendizagem poderá estimular mais a 
criatividade, proporcionando novas descobertas.
 2.1.3 E-learning
A metodologia e‑learning surgiu da necessidade 
das empresas em capacitar e treinar seus funcioná‑
rios a distância. Ela é considerada, também, a solução 
para superar as dificuldades de tempo, deslocamento e 
espaço físico para reunir muitas pessoas.
É o ensino com o auxílio das tecnologias da EaD, 
em que o aluno aprende por meio de conteúdos inse‑
ridos no computador ou internet (síncrono ou assín‑
crono), e o professor auxilia a distância. A e‑learning é 
uma tendência no mundo empresarial, pois proporciona 
a aprendizagem e a formação continuada no setor. Não 
há deslocamento de funcionários no horário do expe‑
diente para estudar, já que permite que vários deles 
sejam capacitados ao mesmo tempo e em locais dife‑
rentes, proporcionando um aumento na produtividade.
Além das terminologias vistas anteriormente, há 
outras que foram criadas na era digital e que são rela‑
cionadas à interatividade. A seguir, veremos as mais 
utilizadas.
 2.1.4 Ciberespaço
A palavra “ciberespaço” foi citada pela primeira vez 
pelo autor William Gibson, em 1984, no romance Neu‑
romancie. Nele, o autor menciona o ciberespaço como 
um universo de redes digitais.
O significado da palavra ciberespaço, segundo 
Lévy (1999, p. 17), “é o novo meio de comunicação 
que surge da interconexão mundial dos computado‑
res”. O termo especifica não apenas a infraestrutura 
material da comunicação digital, mas também o uni‑
verso oceânico de informações que ela abriga, assim 
como os seres humanos que navegam e alimentam 
esse universo.
É importante ressaltar que o ciberespaço nada mais 
é do que um novo ambiente de comunicação e intera‑
ção. É um espaço de comunicação que engloba diver‑
sos sites acessíveis eletronicamente. Se o computador 
está conectado à internet, ele está conectado a uma 
enorme rede, que é o ciberespaço. Dentro do ciberes‑
paço ocorre a cibercultura (LÉVY, 1999, p. 92).
 2.1.5 Cibercultura
A cibercultura é a cultura atual da utilização de 
tecnologias digitais. Esse termo define as solicitações 
sociais de comunidades virtuais.
Na cibercultura o saber é flexível, ou seja, é cons‑
truído por meio de hipertextos e pela interatividade, que 
possibilita novos fundamentos com a comunicação e a 
educação. A cibercultura possibilita que o sujeito seja 
emissor e receptor ao mesmo tempo, mudando de 
papel e de status apenas a partir do momento em que 
a mensagem é visualizada. Essa possibilidade de “todos 
para todos” cria a interação coletiva, por meio de chats, 
fóruns, e‑mails, listas, blogs, entre outros, e produz o 
que podemos chamar de rede. Uma imensa rede ligada, 
que se transforma em minutos.
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
6.
A cibercultura permite, ainda, o resgate de mani‑
festações culturais. Para Lévy (1999, p. 247), a chave 
da cultura do futuro é o conceito de “universal sem 
totalidade”, ou seja, a presença virtual da humanidade 
para si mesma. Isso corresponde ao momento atual da 
sociedade, em que se busca a globalização e a comu‑
nicação em redes, tentando formar uma única comuni‑
dade social.
Lévy (1999, p. 119) explica que o termo “universal 
totalidade” significa a presença (virtual) da humanidade 
em si mesma, com a conjunção estabilizada do sentido 
de uma pluralidade.
 2.1.6 Hipertexto
Hipertexto é a montagem de um texto utilizando a 
conexão de rede aberta como meio de criar e recriar, 
proporcionando uma imensa teia de possibilidades e 
ideias. A troca de saberes na construção de hipertextos 
resulta em aprendizagem colaborativa e possibilita ao 
usuário se sentir parte da construção, ou seja, permite 
que ele seja o coautor do processo.
Para utilizar essa modalidade em sala de aula, o 
professor não deve ser o detentor do saber, mas, sim, 
identificar‑se como aquele que media um processo, que 
possibilita que seus alunos criem e façam, de forma que 
se sintam parte do processo de ensino e aprendizagem. 
Na era do hipertexto, o professor deve ser o provocador 
do conhecimento.
 2.1.7 Sociedade em rede
Sociedade em rede é a sociedade globalizada e 
conectada entre si. É uma sociedade que utiliza a tec‑
nologia da informação e comunicação para saber o que 
está acontecendo no mundo.
Castells (2002, p. 99) define que “a revolução da 
tecnologia da informação e a reestruturação do capi‑
talismo introduziram uma nova forma de sociedade, a 
sociedade em rede”.
Na era da sociedade em rede temos uma vasta 
possibilidade de construir e reconstruir nosso modo de 
pensar e agir, pois a diversidade é imensa e nossa identi‑
dade sofre as influências de novos saberes. Saber quem 
seremos no futuro depende somente de nós mesmos.
A interatividade apresentada nesses últimos quatro 
meios é desafiadora, não só para os gestores e profes‑
sores que têm experiência, mas, para todos aqueles que 
utilizam a mídia como processo de comunicação. Para 
sobreviver nesse novo mundo das tecnologias, precisa‑
mos ser flexíveis e saber conviver com a diversidade.
 2.2 A interação no 
Ambiente Virtual de 
Aprendizagem – AVA
O AVA é a sala de aula on‑line. Ele é composto por 
ferramentas que proporcionam a interação e a constru‑
ção do conhecimento. Nesse ambiente surgem novas 
formas e espaços educacionais que possibilitam uma 
educação totalmente a distância.
A construção do conhecimento pelo aluno encai‑
xa‑se no modelo construtivista da aprendizagem, pois 
os sujeitos são os protagonistas da aprendizagem, ou 
seja, são sujeitos ativos na construção dos seus próprios 
conhecimentos.
No ambiente virtual, a aprendizagem pode ser 
tanto síncrona como assíncrona. Os usuários podem se 
comunicar em tempo real ou não. Essa flexibilidade de 
informações na navegação oferece ao aluno a oportu‑
nidade de decidir o caminho que lhe é mais favorável, 
no momento em que está estudando. Essa autonomia 
de saber o que lhe condiz primeiro garante o diferencial 
do ambiente, a aprendizagem individuale/ou coletiva, 
totalmente on‑line.
Existem ambientes virtuais simples, como as pági‑
nas de grupo, e complexos, como as plataformas vir‑
tuais integrais. Há, também, ambientes gratuitos, como 
Moodle, TelEduc, E‑Proinfo, Aulanet, e ambientes pagos, 
como o Blackboard e Eureka. Existem, ainda, ambientes 
de código fechado (gratuitos ou pagos em que não se 
altera o código‑fonte) ou código aberto (permite que o 
programa seja modificado, como o Moodle2).
A aprendizagem no ambiente virtual não permite 
passividade por parte do estudante. Se não houver inte‑
ração na sala de aula on‑line, o professor não terá como 
diagnosticar se o saber foi compreendido ou não. Dessa 
2 Ambiente Virtual de Aprendizagem que mais cresce hoje, por 
ser livre. Criado de forma compartilhada e de código aberto.
INTERAçãO E TICS
7.
forma, os alunos não são apenas responsáveis por sua 
conexão, mas devem, também, participar e interagir no 
processo de aprendizagem, enviando mensagens com 
seu ponto de vista, sendo um ativo construtor de sua pró‑
pria aprendizagem e da aprendizagem de seus colegas.
Essa interação entre aluno e rede é ilustrada, como 
sendo uma ligação para o aprender, na qual o professor 
é o mediador e o desafiador da aprendizagem.
Nesse modelo, os alunos têm a oportunidade de 
definir seu ritmo de estudo com mais autonomia, pro‑
movendo uma aprendizagem mais flexível e desenvol‑
vendo trabalhos conjuntos numa ligação aluno‑aluno, 
caracterizando a aprendizagem colaborativa.
Figura 1 Modelo de educação 
baseada em redes.
ProFESSor
rEDE DE 
inFormAção
ALuno ALuno
Fonte: Martins e Campestrine (2004).
O aprender, não só na educação presencial como na 
on‑line, é um processo ativo, em que professor e aluno 
caminham juntos na construção do conhecimento.
É importante ressaltar que o processo de constru‑
ção do conhecimento é adquirido colaborativamente, 
por meio do desenvolvimento da aprendizagem em 
comunidade e também pelo pensamento crítico dos 
alunos.
A seguir mais questões sobre aprendizagem cola‑
borativa.
 2.3 Interação na 
aprendizagem 
colaborativa
Pode‑se definir aprendizagem colaborativa como 
um processo educativo em que o conjunto de métodos 
e técnicas será utilizado em grupos estruturados e dire‑
tamente relacionados à aprendizagem. A aprendizagem 
colaborativa promove uma rede de interações sociais, 
em que os sujeitos estão envolvidos para um único pro‑
pósito: o aprender. Esses mesmos sujeitos são respon‑
sáveis pela sua própria aprendizagem e a aprendizagem 
do outro. Dessa forma, o conhecimento é construído 
socialmente.
Como na aprendizagem colaborativa o conheci‑
mento é socialmente construído, por se basear em um 
processo ativo e efetivo entre o grupo, o educando 
participa ativamente do processo ensino‑aprendiza‑
gem e o grupo arquiteta e desenvolve o como e o 
que fazer.
A seguir, algumas vantagens da aprendizagem 
colaborativa:
Trabalhos em equipe. x
Dinâmicas de grupo. x
Compartilhamento de informações. x
Aprendizagem significativa. x
Respeito às diferenças. x
Diversidade de saberes. x
Diminuição do isolamento. x
Aumento da autoconfiança e da autoestima. x
Integração do grupo. x
Diante dos pontos apresentados, a aprendizagem 
colaborativa acontece por meio da interação. Não há 
hierarquia entre o grupo (o respeito é fundamental nesse 
tipo de aprendizagem), pois ele é heterogêneo e cada 
um possui uma ideia, um posicionamento específico. 
Com isso, a construção e a socialização de ideias aca‑
bam ficando mais ricas e consistentes. Ao compartilhar 
informações, o aluno aprende a construção do saber 
com o outro de maneira flexível.
Uma das características básicas da aprendizagem 
colaborativa é desenvolver um ambiente que incen‑
tive o trabalho em grupo, respeitando as diferenças 
individuais. O aluno se vê em uma situação na qual 
ele precisa adotar uma postura de autonomia em 
seus estudos, tornando‑se copartícipe de sua própria 
aprendizagem.
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
8.
Para que se possa entender um pouco mais sobre 
a aprendizagem colaborativa, ressalta‑se alguns teóricos 
renomados como Dewey e Bruner. Os estudos desses 
teóricos estão focados na motivação dos alunos para 
aprender e na habilidade para utilizar o que aprenderam 
fora da cultura da escola.
Alcântara e Behrens (2004, p. 3) descrevem esses 
autores da seguinte maneira:
John Dewey x : um de seus principais con‑
ceitos foi o de centralizar a ação docente 
em atividades relevantes e significativas para 
os alunos, levando‑se em consideração suas 
aptidões, necessidades e experiências viven‑
ciadas.
Jerome Bruner x : a aprendizagem pela des‑
coberta vem de suas experiências e signi‑
fica uma abordagem para a instrução, pela 
qual os estudantes interagem com o meio 
ambiente, explorando e manipulando objetos, 
atracando‑se com questões e controvérsias 
ou realizando experimentos. O aluno sele‑
ciona e transforma a informação, constrói 
hipóteses e toma decisões, contando para 
isso com uma estrutura cognitiva (modelos, 
esquemas mentais).
A aprendizagem colaborativa defende que, quando 
duas ou mais pessoas trabalham juntas, aprendem 
melhor e realizam mais do que se estivessem sozinhas. 
Essa interação mostra a importância da busca pela 
aprendizagem colaborativa.
Alcântara e Behrens (2004) afirmam que a apren‑
dizagem colaborativa apresenta‑se como o conheci‑
mento resultante de um trabalho em grupo, construído 
e aprovado pelos seus membros, ou seja, criado sob a 
perspectiva de um esforço baseado na colaboração e 
cooperação. O professor também recebe informações, 
pois o aluno pode ser ora professor de seus colegas, 
ora aluno.
O papel do professor na aprendizagem colabo‑
rativa é o de mediador, de observador. Ele planeja as 
atividades, estabelece as metas, mas segue o fluxo 
da conversa e oferece a orientação necessária. Cabe 
a ele criar o ambiente adequado para que o aluno 
desenvolva suas habilidades da maneira mais criativa 
possível, sem deixar de interagir com o meio que 
o cerca.
Na aprendizagem colaborativa, o professor possi‑
bilita que seu aluno raciocine e interaja com os demais 
alunos, favorecendo, assim, um processo de ensi‑
no‑aprendizagem de qualidade e interação.
A criação de uma comunidade colaborativa esti‑
mula a aprendizagem em grupo e renova o entusiasmo 
pela descoberta de novos mundos na educação. Dessa 
maneira, a colaboração resulta em aprendizagem em 
grupo, criando uma sinergia entre as pessoas.
Segundo Palloff e Pratt (2002, p. 157), o trabalho 
de uma comunidade de aprendizagem dá sustentação 
ao crescimento tanto intelectual quanto pessoal do aluno 
e do professor.
A aprendizagem colaborativa permite a construção 
da “inteligência coletiva”, visto que é um “todo” coletivo 
construído e reconstruído, elaborado e reelaborado, par‑
tilhado e compartilhado. Isso acaba sendo algo enrique‑
cedor para o todo envolvido.
É por meio da interação que o conhecimento é 
essencialmente produzido na sala de aula on‑line. A 
comunidade de aprendizagem segue para uma nova 
proporção no ambiente, mais estimulada e desenvol‑
vida, a fim de ser um veículo eficaz para a educação.
 2.4 Interação e comunicação 
em sala de aula
A educação presencial também é favorecida com 
o uso das tecnologias. Os recursos e a interação que a 
internet proporciona enriquecem cada vez mais a apren‑
dizagem. Para Gadotti (apud MORAN, 2007, p. 17), “na 
era do conhecimento, distribuir conhecimento é distribuir 
renda. Não há desenvolvimento sem inovação tecnoló‑
gica e não há inovação sem pesquisa, sem educação, 
sem escola”. Com as mudanças sociais e tecnológicas, 
as escolas vêm se adaptando e se renovando para a 
era virtual.
Para que essas mudanças se concretizem no pre‑
sencial, o professor, em primeiro lugar, precisa estar 
maduro intelectual e emocionalmente. Ele deve ser uma 
pessoa curiosa, entusiasmada, aberta ao novo, que 
INTERAçãO E TICS
9.
saiba motivar e dialogar com seu aluno. Dessa forma, 
a aprendizagem ocorrerá em via de mão dupla, em que 
professore aluno aprendem juntos, como na aprendi‑
zagem on‑line.
E o aluno, precisa mudar? Essa mudança depende 
deles também. Alunos curiosos e motivados estimu‑
lam a qualidade da aula do professor. Aprendem e 
ensinam, são parceiros do professor no processo de 
ensino‑aprendizagem.
O aprender e o ensinar, hoje, estão exigindo uma 
maior flexibilidade dos sujeitos envolvidos no processo, 
além de conteúdos que valorizem a pesquisa, a comuni‑
cação e a interação, e não modelos engessados e fixos, 
em que alunos apenas repetem e executam o conteúdo 
abordado pelo professor.
Para proporcionar ao aluno uma educação “ativa” 
no processo do aprender, o professor será, como já 
mencionado antes, o grande mediador. Porém, em sala 
de aula, ele ajudará o aluno a selecionar e interpretar 
as informações recebidas e pesquisadas. Dessa forma, 
o professor estará mobilizando o desejo do aprender e 
o aluno sempre se sentirá à vontade para conhecer e 
buscar novos saberes.
Eduardo Chaves (apud MORAN, 2007, p. 34) 
explica bem o tema:
A educação deixa de ser centrada em conte‑
údos disciplinares (conteudocêntrica) e passa 
a ser centrada no desenvolvimento de com‑
petências e habilidades. A educação deixa 
de ser centrada no ensino (didatocêntrica) 
e passa a ser centrada na aprendizagem. A 
educação deixa de ser centrada no professor 
(magistrocêntrica) e passa a ser centrada no 
aluno. A educação deixa de ser algo passivo 
para o aluno e passa a ser algo no qual ele 
ativamente participa.
Em outras palavras, proporcionar ao aluno que ele 
seja agente transformador do processo, que ele tenha 
capacidade de escolher e definir um projeto de vida e 
transformá‑lo, quando necessário.
As tecnologias vêm ao encontro desse novo modelo 
educacional presencial. As escolas estão cada vez mais 
conectadas à rede de informações. Os recursos para 
deixar as aulas mais interativas e criativas, auxiliam o 
professor nessa era tecnológica. Cabe, aqui, apresentar 
exemplos de recursos que podem ser utilizados em sala 
como: TV, vídeo, rádio, lousa digital, internet, software 
educativo, teleconferência3 e videoconferência.
Para utilizar os artefatos tecnológicos, o professor 
precisa saber trabalhar com eles e ter um planeja‑
mento adequado. Ele não pode se acomodar, pois, a 
todo o momento, novas soluções surgem para facilitar 
o trabalho pedagógico. É preciso desenvolver propostas 
pedagógicas diferenciadas, para diferentes situações de 
aprendizagem.
Para utilizar as tecnologias em sala de aula de 
maneira completa e significativa, o professor não pode, 
simplesmente, apresentar um vídeo, por exemplo, sem 
nenhum trabalho pedagógico anterior ou posterior à 
ação. Esse tipo de processo transforma professor e 
aluno apenas em receptores, pouco ativos em relação 
à aprendizagem.
O uso de recursos em sala deve ser pensado e 
organizado pelo professor como uma possibilidade de 
interação professor‑alunos‑objetos‑informações. Kenski 
complementa o que foi dito:
com o uso intensivo desses procedimentos, 
ainda que a sala seja o espaço do encontro 
físico entre professor e aluno, a aula se expande 
e incorpora novos ambientes e processos, por 
meio dos quais a interação comunicativa e a 
relação ensino‑aprendizagem se fortaleçam 
(2007, p. 90).
Assim, a dinâmica da aula fica muito mais atrativa 
e criativa, podendo criar laços e aproximações bem 
mais sólidos do que as breves interações nas aulas 
presencias.
Com isso, a educação presencial vem incorporando 
as tecnologias e ensinando de forma menos individua‑
lista e mais flexível e integradora. Percebemos essa inte‑
ração com o uso das redes de comunicação, principal‑
mente com o uso da internet. Ela quebra o paradigma 
de que o ensino presencial é localizado e temporal, pois 
3 Na teleconferência, um professor transmite sua aula para 
muitas salas espalhadas pelo país. As salas possuem até cinquenta 
alunos, que são acompanhados por um tutor local responsável por 
fazer a ponte presencial com o professor e tutores que estão on‑line. 
Os alunos podem fazer algumas perguntas pela internet, fax, telefone 
ou controle remoto (MORAN, 2005). 
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
10.
podemos aprender estando em lugares diferentes, tanto 
on‑line como off‑line, juntos e separados.
A inclusão digital em sala de aula deve ser pen‑
sada também para aqueles alunos que tem problemas 
físicos e dificuldade em participar plenamente das ati‑
vidades escolares presenciais. Com a disponibilidade 
de softwares e programas especiais, os alunos com 
algum problema de visão, audição, comunicação oral, 
entre outros, podem amenizar as dificuldades de inte‑
ração e diminuir a distância que os separava de um 
melhor aprendizado, independente de suas condições 
físicas e sociais.
 3 . Tecnologia e educação 
no século XXI
As tecnologias estão cada vez mais presentes em 
nosso cotidiano. Elas estão alavancando o progresso 
virtual no desenvolvimento de redes no ciberespaço. 
Esse, por sua vez, permite o acesso a informações que 
processam conhecimento em tempo real.
Rosini (2007) afirma que num cenário em que o 
real e o virtual se unem e se transformam, a sociedade 
acompanha essas transformações para que possam 
fazer parte do processo de mudanças que irá nortear 
nosso futuro comum.
As transformações e as mudanças que as pessoas 
vivenciam por meio das TICs favorecem a interação e 
a integração no processo de aprendizagem, pois as 
tecnologias se tornam parceiras permanentes e criati‑
vas. Elas operam dentro desse processo, gerando uma 
evolução como um todo. Essa interação constante 
proporciona uma ligação harmoniosa entre o meio e 
a sociedade.
No século XXI, com o grande e rápido desenvol‑
vimento tecnológico, observam‑se, também, grandes 
mudanças no processo de ensino‑aprendizagem. Não 
há maneira de ficarmos alheios às inovações. Todos os 
alunos e professores precisam estar atentos ao novo 
tempo, até porque educação é um dos pilares que ali‑
cerçam esse avanço.
O advento da sociedade do conhecimento e a 
globalização podem ser considerados duas transições 
significativas, que interferem diretamente na vida das 
pessoas, especialmente na educação.
A utilização de recursos tecnológicos (televisão, 
vídeo, retroprojetor, projetor de slides, computador, etc.), 
como ferramentas educacionais, favorece o bom desen‑
volvimento do processo educacional. No entanto, traz o 
problema de como proceder didaticamente diante das 
tecnologias.
Nesse sentido, o professor tem um grande desa‑
fio: o de relacionar o que realmente importa para sua 
prática, o conhecimento do aluno e como aplicá‑lo de 
acordo com os objetivos propostos pelos currículos. 
Além disso, para fazer uso de recursos tecnológicos, é 
essencial contar com profissionais aptos para tal.
Autores como Moran (2007, p. 36) defendem que 
estamos caminhando para um conjunto de situações 
de educação plenamente audiovisuais, com possibili‑
dade de forte interação, proporcionando a integração do 
melhor que conhecemos da televisão, com o melhor da 
internet. Para alcançarmos essa interação, precisaremos 
de uma pedagogia flexível, com diferentes situações de 
aprendizagem.
Para tal transformação, o professor deverá conti‑
nuar em busca do saber, pois o conhecimento consiste 
na reestruturação de saberes anteriores. Essa busca 
pelo saber proporciona ao professor uma formação 
adequada para trabalhar com as novas ferramentas 
educacionais.
É importante ressaltar que não basta encher as 
escolas com recursos tecnológicos. É fundamental que 
o professor esteja preparado para fazer uso dessa estru‑
tura de maneira eficaz e criativa. Ou seja, a formação 
(preparação) do professor detém uma cota substancial 
no processo de modernização e integração do sistema 
educacional.
As teorias de aprendizagem e desenvolvimento 
tratam da interação como ação entre pessoas e obje‑
tos de conhecimento. De acordo com Johnson, John‑
Não há maneira de ficarmos alheios às inovações.
INTERAçãO E TICS
11.
son e Smith (1991, p. 1), a era da competitividadee da individualidade na aprendizagem estaria obsoleta 
nos dias de hoje. As salas de aula baseadas no “eu” e 
no “faça do seu próprio jeito” estariam ultrapassadas 
e perdendo espaço na sociedade educacional. Uma 
nova fase de interdependência e de mutualidade das 
relações estaria surgindo. O maior desafio seria imple‑
mentar as salas de aula baseadas no “nós” e a apren‑
dizagem “estaremos juntos”.
Enfrentar os desafios para transformar a sala de aula 
de “eu” para “nós” supõe ultrapassar a visão puramente 
instrumental/cartesiana da educação, para que ela passe 
a ser considerada em toda sua plenitude: uma educação 
que transforma a pessoa em sua totalidade e que a faz 
aprender a ser, a conviver, a conhecer e a fazer.
Na tentativa de encontrar o caminho e começar a 
estabelecer diretrizes para o perfil profissional do pro‑
fessor na cibercultura, toma‑se como base a legislação 
específica (Lei n. 9.394/96 – Art. 80). Isso equivale 
a dizer que estamos em um terreno instável, no plano 
dos conceitos, das políticas públicas e, ao mesmo 
tempo, das ideologias. Porém, como defende Mercado 
(1999), a partir do momento em que os professores 
têm acesso a novas tecnologias e conseguem fazer 
uso delas de maneira crítica e criativa, o processo de 
aprendizagem favorece a reformulação e análise do 
próprio ato de ensinar.
A Constituição Brasileira, no seu Art. 205, deter‑
mina:
a educação, direito de todos e dever do Estado 
e da família, será promovida e incentivada com 
a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para 
o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho (BRASIL, 2006).
Sabe‑se que essa mudança somente aconte‑
cerá diante de decisões políticas. Porém, o elemento 
modificador do processo é o próprio professor, que 
deve ter consciência de que a mudança é inevitá‑
vel e que o foco da aprendizagem concentra‑se no 
aprender a aprender, isto é, estar sempre aberto às 
novas aprendizagens e novos significados. Em outras 
palavras, é não ter medo de mudar e de transformar 
seu pensamento em relação ao novo. Estar sempre 
aprendendo, pois o homem é o sujeito de sua trans‑
formação.
Sobre o aprender a aprender, Jacques Delors 
(1998) relacionou os pilares que consolidaram a vida 
da humanidade:
Aprender a conhecer: para adquirir os instru‑ x
mentos da compreensão.
Aprender a fazer: para agir sobre o meio x
envolvente.
Aprender a viver juntos: com o intuito de par‑ x
ticipar e cooperar com os outros em todas as 
atividades humanas.
Aprender a ser: que é a via essencial que inte‑ x
gra as três precedentes.
A seguir, os quatro pilares de Delors adaptados 
para a educação a distância:
Aprender a conhecer1. : possibilitar meios de 
construir em conjunto em um ambiente que 
todos ensinam e aprendem juntos.
Aprender a fazer2. : proporcionar ao aluno 
situações reais que o envolvam em seu coti‑
diano.
Aprender a viver juntos3. : favorecer e incen‑
tivar a aprendizagem colaborativa, por meio da 
diversidade dos saberes.
Aprender a ser4. : fornecer meios para o aluno 
criar e participar das discussões propostas na 
sala virtual, resultando em uma aprendizagem 
de todos com todos, em que o professor e o 
aluno aprendem, ensinam e orientam, propor‑
cionando formação continuada para ambos.
Esses quatro pilares são eixos norteadores da edu‑
cação para o século XXI, o que demonstra a importância 
de uma política multicultural nesse setor. A educação 
deve contribuir para o desenvolvimento total do sujeito, 
ou seja, ela deve estar preparada para formar sujeitos 
com pensamentos autônomos e críticos. O sujeito não 
pode ser visto como um ser isolado de seu contexto 
social, e sim estar envolvido com ele.
A EaD veio para somar e formar sujeitos críticos e 
autônomos, ou seja, a utilização de metodologias que 
visam à colaboração constituída de modo espontâneo e 
não algo imposto e projetado.
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
12.
 4 . O papel do professor 
na educação do futuro
Uma educação com visão para o futuro apoia‑se 
em alguns eixos que servem como guia e base, como 
aponta Moran (2007, p. 39):
o conhecimento integrador e inovador; o 
desenvolvimento de autoestima/autoconheci‑
mento; a formação do aluno‑empreendedor; 
a construção do aluno‑cidadão; o processo 
flexível e personalizado.
Para tanto, cabe aos professores lançar novos olha‑
res aos ambientes criados e utilizar os meios tecnológicos 
disponíveis, transformando‑se em mediadores e parceiros 
no processo de ensino‑aprendizagem, ou seja, assumir 
o papel de intermediário no desenvolvimento cognitivo 
do educando, de forma incentivadora à pesquisa e ao 
mesmo tempo da aplicação do saber, garantindo que o 
processo educativo aconteça entre os alunos.
Nesse processo, o enfoque deve estar no aluno, que 
aprende e ensina, gerando a troca de saberes. Hoje, a 
educação está dividida em dois ambientes culturais dife‑
rentes: a escola e a vida fora dela. Porém, é importante 
salientar que a educação depende da união dos saberes. 
Podemos perceber essa troca na figura a seguir:
Figura 2 Estrutura para a aprendizagem a distância.
ComuniDADE
oriEntAçõES Do 
ProFESSor
trABALho Em 
EquiPE
APrEnDizAGEm CoLABorAtiVA
FACiLitAção
CriAção AtiVA Do ConhECimEnto 
E DE SiGniFiCADoS
intErAção E AVALiAçõES
oBJEtiVoS 
ComunS
rESuLtADoS 
PLAnEJADoS
ConFiAnçA DE toDoS oS PArtiCiPAntES
DirEtrizES nEGoCiADAS mutuAmEntE
Fonte: adaptado de Palloff e Pratt (2002).
Para vislumbrar uma escola que valorize o cidadão, 
que o torne capaz de reunir as condições necessárias 
para as situações da vida, que supere a fragmentação e 
o forme para a cidadania, deve‑se ter uma nova proposta 
para a educação. Uma escola que ensine cidadania, para 
formar mentes brilhantes capazes de operar a solidarie‑
dade em todas as situações de vida. Ou seja, a aquisição 
de conhecimentos agregada ao sentido ético e solidário 
que garanta a verdadeira educação de qualidade.
Existem alguns profissionais do mundo moderno 
que já utilizam as TICs para programarem suas aulas. 
Há, ainda, os que temem ou não querem mudar. É 
preciso quebrar paradigmas para superar o ”medo” do 
novo e ver o quanto é viável e proveitoso estar aberto 
às transformações.
O uso das tecnologias é destacado por Perrenoud 
(2000, p. 128) como sendo a forma de criar sujeitos 
INTERAçãO E TICS
13.
críticos, com pensamento hipotético e dedutivo e que 
saibam utilizar os caminhos que a imensa rede possi‑
bilita para interagir e usufruir das novas estratégias de 
comunicação.
A diversidade de saberes instiga o conhecimento 
e a nova forma de ver a educação, pois a variedade 
de recursos transforma a sociedade. Sendo assim, a 
educação escolar depende de uma metodologia que 
garanta a integração humana, efetiva e ética para cons‑
truir cidadãos plenos.
O professor do século XXI deve formar para a utili‑
zação de tecnologias, utilizá‑las a seu favor, estimular o 
educando a cooperar e a compartilhar as informações, 
possibilitando, assim, um conhecimento rico e transfor‑
mador. Moran (2007, p. 84) classifica algumas dire‑
trizes importantes para o professor ser um excelente 
profissional:
crescer profissionalmente atento às mudanças x
e aberto à atualização;
conhecer a realidade econômica, cultural, polí‑ x
tica e social do país, lendo atenta e criticamente 
jornais e revistas impressos e na internet;
participar de atividades e projetos importantes x
da escola;
escolher didáticas que promovam a aprendi‑ x
zagem de todos os alunos, evitando qualquer 
tipo de exclusão e respeitando as particularida‑
des de cada aluno;
surpreender, cativar e conquistar os estudantes x
a todo momento;
orientar a prática de acordo com as caracte‑ x
rísticas e a realidade dos alunos, do bairro, da 
comunidade;
participar como profissional das associações x
da categoria e lutar por melhores salários e 
condições de trabalho;
utilizar diferentes estratégias de avaliação da x
aprendizagem – os resultados são a base para 
elaborar novas propostas pedagógicas.Para almejarmos uma educação com futuro prós‑
pero, esta deve focar‑se na formação de sujeitos com‑
petentes, responsáveis, politizados, participantes da 
transformação social, ou seja, formar cidadãos para 
uma sociedade conectada com o mundo, que aprende 
e educa ao mesmo tempo.
O profissional do futuro terá como principal tarefa 
aprender, e aprender com autonomia, pois, para executar 
tarefas repetitivas, existirão os computadores e os robôs. 
Ao homem restará ser criativo, imaginativo e inovador. 
Os desafios são constantes e exigem direções basea‑
das em redes de aprendizagem e inovação, somadas à 
sinergia, a fim de desenvolver vantagens mútuas para o 
aprender a aprender.
 4.1 Paradigmas
O que é paradigma? Pode‑se defini‑lo como a 
forma que percebemos e atuamos no mundo, ou seja, 
as nossas regras e modo de ver o mundo. E por que 
falar de paradigma em um texto sobre interação e TICs? 
Se não tivesse ocorrido a evolução de paradigmas na 
educação, atualmente não teríamos recursos e meios, 
principalmente para o estudo on‑line. Estaríamos atrela‑
dos, ainda, ao paradigma tradicional, e não ao inovador 
como nos dias de hoje.
É importante deixar claro que, um novo paradigma 
só é criado a partir do momento em que a sociedade 
de uma época encontra necessidade de mudar. Essa 
mudança não quer dizer que se deva apagar tudo que já 
existia e recomeçar do zero, mas, sim, mudar recriando 
o que já existe.
Para chegarmos ao paradigma inovador, trilhamos 
um longo caminho. Essa evolução está apresentada em 
um quadro comparativo, ao final desse tópico.
No paradigma inovador o professor é o mediador 
do conhecimento e o aluno busca o conhecimento, 
ele constrói o saber por intermédio do professor. Isso 
acontece na educação mediada por computador, pois o 
professor insere os conteúdos para serem estudados e 
o aluno acessa as informações para organizá‑las e criar 
um conceito do que foi abordado na aula. Esse mesmo 
aluno pode trocar sua ideia com os colegas nos fóruns, 
chats e e‑mails. É a interação que gera conhecimento e 
alunos mais ativos, colaborativamente.
A motivação e a interação do professor na sala de 
aula on‑line dão ao aluno um sentido de autonomia, ini‑
ciativa e criatividade. Consequentemente, esse mesmo 
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
14.
aluno será incentivado a questionar mais, utilizar o pen‑
samento crítico, o diálogo e a colaboração para que a 
construção do conhecimento seja bem‑sucedida.
A interação e a comunicação nas atividades a dis‑
tância aproximam tanto alunos como professores, a 
partir do momento que são utilizadas e desenvolvidas 
novas técnicas e recursos tecnológicos para a aproxi‑
mação dos participantes no ciberespaço.
Os alunos devem usufruir ao máximo dos recur‑
sos tecnológicos para a construção do conhecimento, 
pois a ação docente mediada pelas tecnologias é uma 
ação partilhada. Não depende apenas de um profes‑
sor isolado, mas, sim, das suas intervenções, interações 
e mediações para somar com o aprender, ou seja, é 
essencial que os sujeitos estejam determinados em 
aprender juntos. Esse é o novo modelo educacional no 
novo paradigma.
Com o novo paradigma, superamos a fragmentação 
dos saberes e tornamos a produção do conhecimento 
num processo em constante evolução e construção, em 
que o saber não permite que o conhecimento seja frag‑
mentado.
A teia imensurável de relações, da qual todos fazem 
parte, possibilita que as pessoas participem da comuni‑
dade em rede. Para Harasim (2005, p. 337), as redes 
são a convergência e o amadurecimento da informática 
e das telecomunicações. Elas tornaram‑se o motor de 
uma nova forma de educação e criaram uma mudança 
de paradigma: um modelo e um conjunto de expectati‑
vas e regras novas de como atuar com sucesso em um 
novo ambiente de aprendizagem.
O paradigma emergente do século XXI é a rede 
de aprendizagem. Ela baseia‑se na interatividade global, 
na aprendizagem colaborativa, no acesso aos recursos 
tecnológicos, na flexibilidade. E o mais importante é que 
as redes de aprendizagem oferecem oportunidades de 
aprendizagem iguais aos alunos, sempre que eles preci‑
sarem e onde quer que estejam.
A evolução paradigmática na educação pode ser 
percebida no quadro a seguir:
Quadro Transição dos paradigmas.
tEnDênCiAS trADiCionAL ProGrESSiStA hoLíStiCA
EnSino Com 
PESquiSA
Aluno
Passivo, apenas recebe 
informações.
Obedece seu “mestre”.
Realiza tarefas.
É visto como um adulto em 
miniatura.
Participativo da ação docente, 
criativo, reflexivo.
Envolve‑se no processo de 
investigação e discussão 
coletiva.
Sujeito ativo, sério e criativo.
Corresponsável pela sua 
própria aprendizagem.
Ser complexo e único.
Formação para: o acesso ao 
conhecer com ética, ser crítico 
e construtor de uma sociedade 
justa e igualitária.
Em busca do desenvolvimento 
das inteligências múltiplas.
Responsável pelo seu processo 
de aprendizagem.
Parceiros na construção do 
conhecimento.
Autônomo e criativo.
Reconstruir e construir sob 
orientação do professor.
Busca constante do 
desenvolvimento.
Professor
Autoridade na sala de aula.
Detém o poder decisório 
(metodologia, conteúdo, 
avaliação).
Transmite os conteúdos ditos 
certos. 
Sujeito do processo.
A relação com o educando é 
horizontal.
Luta pela democratização da 
sociedade.
Líder ético, democrático e 
autêntico.
Aprende junto com seu 
educando.
Professor e aluno são 
transformados em 
pesquisadores críticos. 
Supera os paradigmas da 
fragmentação.
Busca caminhos alternativos 
para uma ação docente 
significativa, preocupada com 
o futuro da humanidade e 
todas as suas formas de vida 
no planeta.
Instigador / provocador do 
conhecer.
Vê o aluno como um ser 
pleno, completo e com 
potencialidades.
Respeita as diferenças. 
Autônomo/ renovador/ criativo/
crítico/ transformador
Capacidade de pesquisar.
Formação permanente.
Sabe utilizar meios tecnológicos.
Sujeito do processo.
Mostra caminhos para a 
autonomia do educando.
Formador de formadores.
Orientador, construtivo e 
participativo.
Mediador, articulador crítico 
e criativo do processo 
pedagógico.
INTERAçãO E TICS
15.
tEnDênCiAS trADiCionAL ProGrESSiStA hoLíStiCA
EnSino Com 
PESquiSA
MetodologiA
Visão cartesiana (escute, leia, 
decore e repita).
O professor realiza aulas 
expositivas.
Ênfase nos exercícios de 
repetição de conceitos ou 
fórmulas na memorização.
Diferentes formas de diálogo.
Ação libertadora e democrática.
Prática educativa em sua 
totalidade.
Ensino centrado na realidade 
social, política, econômica e 
cultural da comunidade em 
que vive.
Significativa.
Busca uma prática pedagógica 
crítica, produtiva, reflexiva e 
transformadora.
Proporciona a interação da 
teoria e a prática = visão do 
todo.
Propõe projetos criativos 
e transformadores = 
aprendizagem significativa.
Possibilita as relações pessoais 
e interpessoais do ser humano.
Busca da qualidade de vida.
Aprender a aprender – 
educação continuada.
Criação e produção de 
conhecimento próprio.
Produção aluno e professor – 
criativos e inovadores.
AvAliAção
Geral, única e bimestral.
Reprodução do conteúdo 
comunicado na sala de aula.
Valoriza a memorização.
Continuada, processual e 
transformadora.
Proporciona a autoavaliação 
e a avaliação grupal, traz um 
enriquecimento significativo no 
processo educativo.
Processual.
Para a construção do 
conhecimento, da harmonia, 
aceita as diferenças.
Desafia o aluno a encontrar 
novas respostas por meio 
do erro.
Contínua, processual e 
participativa.
Acompanhamento por projetos 
e pesquisas.
Contrato didático, em que 
professores e alunos têm 
clareza de suas funções e 
papéis dentro do processo.
A elaboração da avaliação 
com o intuito de reflexão e 
de crítica sobre os conteúdos 
trabalhados.
Avaliar o envolvimento, a 
participação, a produção do 
conhecimento, o progresso, 
a caminhada – qualidade do 
processo educativo. 
Fonte: Costa (2009).
O quadro apresentado ressalta a transição dos 
paradigmas. Podemos perceber que o novo para‑
digmaenquadra‑se no paradigma do ensino com 
pesquisa, no qual o professor é o mediador do saber 
e o aluno é autônomo em relação a novos conheci‑
mentos. Professor e aluno somam para o aprender, 
utilizam meios tecnológicos e recursos para que essa 
aprendizagem seja significativa para seu desenvolvi‑
mento como pessoa, ou seja, uma educação para a 
cidadania e para a vida.
 5 . A influência da interação 
no processo de ensino 
e aprendizagem
A sociedade está em constante processo de 
mudanças e vem sendo bombardeada com informa‑
ções vindas de todos os lados, sobre os mais diversos 
assuntos. Paralelo a isso, há a necessidade iminente de 
saber lidar com as inovações, bem como com as suces‑
sivas transformações dos conhecimentos.
Cabe à escola a responsabilidade de formar esses 
cidadãos, tornando‑os aptos para enfrentar esse novo 
mundo de complexidades. O desafio é formar pessoas 
com múltiplas habilidades, com capacidade para se 
adaptar e se modificar junto com o ambiente e conviver 
em uma sociedade que está em permanente processo 
de transformação.
Nesse aspecto, há outra preocupação: a de inserir a 
nação no que chamamos de sociedade da informação, 
ou seja, garantir a todos o direito de exercerem suas 
funções sociais enquanto cidadãos e adaptarem‑se às 
oportunidades de aprendizagem e interatividade. Mais 
do que isso, o que se propõe é “não apenas formar 
o consumidor e o usuário, mas criar condições para 
garantir o surgimento de produtores e desenvolvedores 
de tecnologias” (KENSKI, 2007, p. 67).
EAD E NOVAS TECNOLOGIAS
16.
O uso eficiente das tecnologias em educação 
depende de novas posturas pedagógicas, de caminhos 
que proporcionem a interação da escola com o mundo 
e suas mais variadas instâncias sociais. Depende, sobre‑
tudo, de propostas dinâmicas de aprendizagem que 
garantam a formação de pessoas para o exercício da 
cidadania.
 6 . Considerações finais
A utilização das tecnologias digitais está cada vez 
mais presente em nosso cotidiano. Por isso, a educação 
vem ao encontro de um novo modelo: o da educação 
on‑line, que é a modalidade de ensino conectada à rede 
mundial de computadores. Cabe aqui a colocação de 
Moraes (2004, p. 8):
devemos ter em mente que as imposições ou 
as resistências ou a vontade de alterar as formas 
de ensino frente às tecnologias da informação e 
da comunicação são resultados, exclusivamente, 
de grande capacidade humana de criar.
Essa capacidade de criar tem proporcionado suces‑
sivos avanços tecnológicos e novas formas educacionais.
Para o cidadão do século XXI, não cabe mais um 
modelo de educação que vise à reprodução/repetição, 
mas, sim, um sujeito participativo, ativo no processo do 
aprender. Melhor ainda, um sujeito transformador do 
contexto histórico‑social no qual está inserido.
A educação on‑line proporciona um modelo bidi‑
recional, aberto e coparticipativo entre o emissor e o 
receptor, gerando um aumento na interação e na inte‑
ratividade. “A EAD, em especial pela internet, propõe o 
currículo sem limites. Saberes até então excluídos do 
ensino invadem a cabeça dos estudantes e, de forma 
transgressora, convidam os mesmos a fazer links e a 
ousar abrir janelas” (RAMAL, 2001, p. 13). As apren‑
dizagens são construídas a partir das interações dia‑
lógicas que (re)significam o conteúdo e permitem a 
participação interativa.
Nesse cenário de transformação e mudança, pro‑
fessores e alunos não podem ficar alheios aos novos 
contextos educacionais. Precisam ir ao encontro do 
novo paradigma para a aprendizagem, em que o 
processo educacional está centrado no aluno. Nesse 
contexto, o professor é o mediador, orientador e facili‑
tador do processo ensino‑aprendizagem. Esse mesmo 
professor valoriza o trabalho colaborativo e em grupo, 
o aluno crítico, criativo e pesquisador, buscando, sem‑
pre, formar alunos com maior potencialidade para a 
aprendizagem colaborativa e agentes da transforma‑
ção social.
Essa nova forma de ensinar proporciona a amplia‑
ção das possibilidades de aprendizagem e o envolvi‑
mento de todos os que participam do ato de ensinar. A 
prática de ensino voltada para o envolvimento do todo 
se mescla com as redes de informação.
A formação de “comunidades de aprendizagem”, 
em que se desenvolve a aprendizagem colaborativa, 
em equipes ou grupos, é um dos principais cami‑
nhos que a escola precisa alterar em sua dinâmica. 
As mudanças estão ocorrendo rapidamente e influen‑
ciando o cotidiano de professores, alunos e pessoas 
em geral, que se encontram nesse mundo globalizado 
de bits e bytes.
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