Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FÍGADO, VIAS BILIARES E METABOLISMO INTERMEDIÁRIO Situa-se no quadrante superior direito do abdômen, aderido à superfície inferior do diafragma. No interior do parênquima hepático, observa-se as unidades funcionais do fígado, denominadas lóbulos hepáticos (em torno de uma veia central). O parênquima hepático é constituído por placas de hepatócitos, que compõe o principal tipo de célula do fígado, tendo a sua distribuição voltada para os sinusóides hepáticas, que por sua vez, irão drenar as substâncias para a veia central, facilitando a sua distribuição. Possui um elevado fluxo e baixa resistência vascular, devido a sua circulação atípica que funciona como proteção; sendo desproporcional a sua massa. Ainda, o ducto linfático ajuda na drenagem, com o intuito de evitar formação de edema. SISTEMA PORTA HEPÁTICO É uma circulação atípica e diferenciada, sendo de extrema importância e garantindo também, proteção. Ela se dá por duas sequências de capilares, garantindo a diferenciação. Artéria hepática - Capilares - Veia porta - Capilares - Veia central A circulação porta hepática desvia o sangue venoso dos órgãos gastrointestinais e do baço para o fígado antes de retornar ao coração. Através da artéria hepática ocorrerá a absorção de substâncias, formando a 1ª capilarização no TGI. Assim, ocorrerá um aumento do fluxo dessas substâncias pela veia porta, que por sua vez, formará novos capilares (2ª capilarização, dentro do fígado) nos sinusóides hepáticos. Esse último constitui uma rede capilar permeável, da qual o sangue flui para a veia central. Maria Eduarda Marchi - 2025.1 FISIOLOGIA II - SISTEMA DIGESTÓRIO FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DO FÍGADO - Formação e excreção da bile; - Detoxifiação; - Armazenamento; - Função tampão da glicose; - Oxidação de ácidos graxos; - Excreção da bilirrubina; - Síntese de hormônios; - Produção de ureia; - Síntese de fatores de coagulação; - Síntese de ptns, como albumina - Inativa subst. Exógenas e endógenas O fígado é a maior víscera do corpo humano, desempenhando grande número de funções vitais à saúde do organismo. CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS Nos hepatócitos tem um complexo CYP450, que é de extrema importância, possuindo uma alta capacidade metabólica. Complexo CYP450 nos hepatócitos, capacidade metabólica impressionante. Sendo responsável pelo grande metabolismo de hormônios e, principalmente de fármacos. Como também, pela analise e filtração de substancias que entram pelo sistema porta. TRÍADE HEPÁTICA OU PORTAL Em cada uma das seis faces do lóbulo, há a tríade hepática ou porta, dada a presença constante de três estruturas: ramo da artéria hepática, ramo da veia porta e o ducto biliar. Além dos hepatócitos, os sinusóides venosos são revestidos por outras duas células, as endoteliais típicas e células de Kupffer. Essa última célula representa os macrófagos do fígado, tendo a sua atividade fagocítica de bactérias e outras matérias estranhas no sangue dos sinusóides hepáticos, que vem da veia portal. Além da célula de Kupffer, há: Lúmen sinusoidal, que é uma célula endotelial do tipo fenestrado, com a função de permitir o trânsito facilitado de substâncias. As células estreladas de ito, localizadas no espaço de disse, com a função de armazenar vitamina A; caso haja condições patológicas essas células são ativadas para sintetizar grandes quantidades de colágeno, contribuindo para disfunção hepática, formação de fibrose portal. E os colangiócitos, células epiteliais colunares que revestem os ductos biliares. COMPONENTES CELULARES Células Paraquimentosas Células não Paraquimentosas Kupffer Estrelada de ito Colangiócitos Endotélio dos sinusóides- capilares fenestrados Hepatócitos • CIRROSE Quando as células parenquimatosas hepáticas são destruídas, elas são substituídas por tecido fibroso, decorrente da ativação das células estreladas que realizam a síntese de colágeno, no espaço disse, que se contrai impedindo o fluxo de sangue porta do fígado. Resulta, mais comumente, do alcoolismo crônico ou por excesso de acúmulo de gordura no fígado e subsequente inflamação hepática. • ASCITE Com o aumento da pressão no parênquima, o fígado perde a capacidade de ajustar o aumento de fluxo sanguíneo. Provocando assim, extravasamento de albumina para dentro da cavidade peritoneal, que por sua vez, vai carrear líquido, provocando acúmulo desse líquido, uma ascite. • ICTERÍCIA, PRURIDO E COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS Com a formação dos vasos colaterais, ocorre o desvio da circulação, comprometendo o metabolismo hepático. Desse modo, acarreta também no comprometimento do ciclo da ureia, que por consequência, tem-se o acúmulo de amônia no organismo, gerando um quadro de toxicidade. Tendo como sinal a icterícia, comprometimento do metabolismo de bilirrubina, prurido e complicação neurológica, a encefalopatia. A bile é produzida e secretada pelo fígado e, em condições normais, armazenada na vesícula biliar, até ser secretada no duodeno (através do ducto comum do duodeno). No fígado, a bile é formada a partir do colesterol. Que é metabolizado pela C27desidroxilase, que forma os ácidos biliares primários. Quando são lançados no intestino, formam os ácidos biliares secundários, por ação das bactérias intestinais. Então, no TGI essas substâncias irão atuar na emulsificação da gordura. Os ácidos biliares também podem sofrer conjugação, reação química de ligação de moléculas de glicina e taurina, a uma estrutura fundamental. Isso faz com que aumente a hidrossolubilidade, tornando-as ionizáveis no líquido intestinal, impedindo a reabsorção desses ácidos biliares. Assim, vão permanecer no lúmen intestinal, até serem absorvidos no íleo intestinal pelo transportador apical de sais biliares dependentes de sódio (ASBT). Com esse transporte, é possível ter o ciclo entero-hepático a partir do reaproveitamento. Gordura Gordura emulsificada Gordura emulsificada ácidos graxos + 2 monoglicerídios LESÃO DE HEPATÓCITOS VESÍCULO BILIAR E A BILE Bile + agitação Lipase Pancreática Ducto pancreático, colédoco e comum. Para que a bile seja liberada no duodeno pelo ducto comum é necessária que haja duas ações contraditórias, o relaxamento da musculatura do esfíncter da ampola hepatopancreática e, a contração da vesícula biliar. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DA BILE Para que a digestão ocorra de forma correta, é necessário no período pós- prandial um estímulo hormonal. Sendo os hormônios secretina e CCK responsáveis. Quando o quimo chega no intestino com um caráter ácido e apresentando gordura, esses hormônios são liberados e assim, estimulam a secreção da bile. A secretina é um forte estimulador dos ácidos biliares, como também aumenta a secreção da bile, devido a sua solução aquosa rica em bicarbonato. O bicarbonato por sua vez neutraliza a acidez do conteúdo oriundo do estomago. Já a CCK atua contraindo a vesícula biliar, promovendo a liberação da bile, que irá atuar emulsificando a gordura presente. CONTROLE NEURO-HUMORAL O hormônio CCK quando ativado, estimula a fibra eferente vagal a liberar acetilcolina, para promover a contração da vesícula. A CCK também por si só já causa a contração. Sendo assim, ocorre um sinergismo para essa contração realizada. O relaxamento do esfíncter de oddi se dá pela liberação do NO que atua como um neurotransmissor. Fazendo com que tenha a abertura desse esfíncter e assim, a bile seja liberada no intestino. Os eritrócitos têm o seu tempo de vida em média por 120 dias, e quando alcançam esse tempo são destruídos. Com essa destruição a Hb é fagocitada pelos macrófagos da célula de Kupffer. Com esseprocesso fagocítico, o heme que se encontra presente na Hb precisa ser metabolizado pelo sistema retículo endotelial dos macrófagos. Nesse sistema, a hemeoxigenase transforma heme em biliverdina, que posteriormente será transformada em bilirrubina não solúvel. Para que essa bilirrubina seja transportada no sangue é necessário que seja conjugada a albumina, para que assim, possa penetrar no hepatócito pelo transportador ligandina. Dentro do hepatócito, essa bilirrubina passará pelo processo de conjugação, glicuronidação. Sofrendo ação da enzima glicuronil transferase, que vai transferir o grupamento glicuronil para a bilirrubina, tornando-a solúvel. Quando liberada pela vesícula biliar no intestino, sofrendo novos metabolismos por bactérias, formando o urobilinogênio solúvel, podendo ser excretado no rim. Onde será metabolizada a urobilina, dando a coloração amarelada a urina. O urobilinogênio pode ser então absorvido para a circulação e seguir para o rins, como também, pode ser metabolizado novamente, gerando a estercobilina, dando a coloração marrom as fezes. Acúmulo de bilirrubina carreada por albumina causa icterícia e nem formação de estercobilina. O grupamento heme libera ferro que será transportando no sangue pela transferrina e armazenado no fígado na forma de ferritina. No ciclo da ureia, a síntese inicia-se na mitocôndria, onde o glutamato é transformado a amônia. Ao final desse ciclo tem-se a toxicidade da amônia completamente eliminada e a ureia como produto. BILIRRUBINA AMÔNIA • CARBOIDRATOS Responsável pelo armazenamento de glicogênio; Gliconeogênese; Glicogenólise; Papel importante na glicemia. • LIPÍDIOS Oxidação de ácidos graxos; Síntese de colesterol, fosfolipídios; Síntese de gordura; Produção de corpos cetônicos a partir do metabolismo de ácidos graxos, por um processo de beta oxidação ocorrendo nos hepatócitos. Em alta concentração desses corpos cetônicos, tem-se o desequilíbrio do pH, comprometendo o equilíbrio ácido base, provocando uma acidose metabólica no indivíduo. Sendo observado principalmente em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 não observada. • PROTEÍNAS Desaminação de aminoácidos; Formação de ureia; Síntese de proteínas plasmáticas. Esses marcadores mostram se há algum comprometimento no parênquima hepático ou em regiões especificas que constituem o funcionamento adequado do sistema hepático. Alanina aminotransferase (ALT) Aspartato aminotransferase (AST) Fosfatase alcalina - Se expressa na membrana canalicular Gamaglutamil transferase (GGT) - Se expressa nos colangiócitos METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS, PROTEÍNAS E LIPÍDIOS MARCADORES DE COMPROMETIMENTO HEPÁTICO Se expressam nos hepatócitos
Compartilhar