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Tema 4 - Dos Bens

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Material Teórico 
Direito Civil 
Parte Geral 
 
Bens 
Profª Marlene Lessa 
 
 
 
cod CivilGeralCDSG202101_ a04 
 
 
2 
Dos Bens 
 
 
Todo direito tem um objeto sobre o qual se 
desenvolve o poder de fruição da pessoa. 
 
Em regra, o poder de fruição, de usufruto, de 
destruição recai sobre um bem. 
 
Bem, do latim “bonum” (felicidade, estar bem), 
em sentido amplo, é tudo o que satisfaz uma 
necessidade humana. No dizer de Clóvis 
Beviláqua, para o Direito, bens são os 
valores materiais ou imateriais que servem 
de objeto a uma relação jurídica. 
 
Não se deve confundir coisa1 com bem, muito embora o Código Civil não faça 
uma distinção precisa, utilizando ora a palavra coisa, ora a palavra bem, ao se 
referir ao objeto do Direito. Entretanto, bem é gênero, do qual a coisa é 
espécie, uma vez que se trata esta, dos bens materiais ou concretos, úteis aos 
homens e de expressão econômica, sendo, por isso, passíveis de apropriação. 
 
 
 
 
Bens Corpóreos - Incorpóreos 
 
Daí fazer-se distinção entre bens corpóreos e incorpóreos, os primeiros 
designando aqueles que têm existência física (uma mesa, um livro, um 
animal) e os segundos os de existência abstrata, contudo, suscetíveis de valor 
econômico, porque possuem existência jurídica (direitos autorais, invenções, 
crédito, direito à imagem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1No direito romano a palavra “res” dava significação às coisas que podiam ser alvo da fruição 
das pessoas, inclusive coisas imateriais. O sol, a lua, as estrelas são coisas, mas não podemos 
nos apropriar delas, por isso não podem ser chamadas de bens. A honra, a liberdade, o nome 
são bens jurídicos, mas não são coisas. 
 
 
• Direitos 
Autorais 
• Invenções 
• Crédito 
• Direito à 
Imagem 
• Uma mesa 
• Um livro 
• Um animal 
• ... 
 
3 
Patrimônio 
 
O conjunto de bens de qualquer natureza pertencente a um indivíduo, 
constitui o seu patrimônio. O patrimônio, é pois, o conjunto de bens, direitos, 
ações e obrigações de um indivíduo, conversível em dinheiro (aí não se 
incluindo as qualidades pessoais). 
 
O patrimônio é uma universalidade, pois subsiste, muito embora não conste de 
objetos materiais. 
 
O Código estabelece várias categorias de bens, considerando-os segundo os 
critérios abaixo discriminados: 
 
• Dos bens considerados em si mesmos; 
• Dos bens reciprocamente considerados; 
• Dos bens considerados em relação ao titular do domínio; 
• Dos bens considerados em relação à suscetibilidade de serem 
negociados; 
• Do bem de família. 
 
 
Passaremos, então, a analisar a classificação dos bens, segundo cada uma 
dessas categorias. 
 
 
 
Dos Bens Considerados em Si Mesmos 
 
 
Quanto a esse aspecto, segundo disposições das normas dos artigos 79 a 91 
do CC, os bens são classificados em: 
 
• Bens móveis e imóveis; 
• Bens fungíveis e não fungíveis; 
• Bens consumíveis e não consumíveis; 
• Bens divisíveis e indivisíveis; 
• Bens singulares e coletivos. 
 
A primeira classificação, que divide os bens em 
móveis e imóveis é, na verdade, aquela que se funda 
na efetiva natureza dos bens. 
 
 
Os bens imóveis, segundo preleciona Clóvis 
Beviláqua, são aqueles que não podem ser 
removidos de um lugar para outro sem destruição, 
sem alteração de sua substância. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
➔ Imóveis por sua natureza: o solo, a superfície, o subsolo e o 
espaço aéreo. Os acessórios e adjacências naturais, as árvores 
e os frutos pendentes (ainda não colhidos). As JAZIDAS, os 
RECURSOS MINERAIS e HIDRÁULICOS, conforme determina 
a Constituição Federal em seu art. 176 são propriedade 
DISTINTA do solo para exploração, lavra, estando a União 
autorizada a conceder ou autorizar seu aproveitamento no 
interesse nacional. O dono da terra tem direito à participação no 
fruto da lavra. 
➔ Imóveis por acessão física artificial: acessão compreende o 
acréscimo ou aderência2 de uma coisa à outra. Bem imóvel por 
acessão física ou artificial é o produzido pelo homem que se 
incorpora ao solo. Ex. construção, concreto armado, plantação, 
ponte, viaduto. 
➔ Imóveis por determinação legal: são aqueles que o artigo 80 
do Código Civil entende como IMÓVEIS para fins legais: 
 
 
 
 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que o 
asseguram; 
Os direitos reais sobre imóveis envolvem os direitos que um 
titular possui sobre sua coisa, seu bem; São direitos de 
propriedade, de usufruto, de uso, de superfície e os que 
garantem desses direitos: de anticrese, de hipoteca com as 
respectivas ações de proteção: as ações reivindicatórias, 
hipotecárias, etc. 
 
II - o direito à sucessão aberta. 
Direitos sobre a sucessão aberta, que se configura como o 
conjunto de bens que constituem o patrimônio de pessoa 
falecida (“de cujus”). É o acervo da herança, do espólio. Se o 
herdeiro quiser RENUNCIAR à herança deve fazê-lo por 
escritura pública ou por termo nos autos do processo. Se 
casado, o cônjuge deve autorizar a renúncia. 
 
III – Outros 
 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando 
a sua unidade, forem removidas para outro local. 
 
A caixa d’água ou casa pré-fabricada (de madeira) – ambas - 
que podem ser removidas sem alteração estrutural. 
 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio 
para nele se reempregarem. 
 
 
 
 
 
2 DINIZ, Maria Helena. Código civil anotado. Op Cit p. 128. 
 
5 
 
Também se constitui como bem imóvel o material provisoriamente destacado 
da construção para ser nela reempregado após conserto ou reparo, como por 
exemplo, janelas, tijolos, telhas, etc. 
 
CUIDADO: Pelo art. 84 do CC o material que vai para a 
demolidora ou não será empregado na obra é considerado 
MÓVEL. 
 
 
 
Os bens móveis, por sua vez, são definidos pelo artigo 82 do 
Código Civil, que os considera como sendo aqueles 
suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da destinação 
econômico-social. 
 
Os que se movimentam por força própria são denominados 
semoventes (os animais), e que dependem de remoção por 
força alheia, por serem inanimados são os bens móveis 
propriamente ditos. 
 
 
➔ Móveis Por Sua Natureza: são os bens que se movem 
ou podem ser movidos sem que dano ou modificação 
de sua substância. Ex. rebanho, vacas, cavalo, carro. 
➔ Móveis Por Antecipação: O homem destina bens que 
são imóveis para uma finalidade econômica. Ex. árvores 
(imóveis) destinadas ao corte (se tornarão móveis), 
frutos destinados à colheita, pedras preciosas à 
lapidação. 
➔ Móveis Por Determinação Legal: são os que o artigo 
83 do Código Civil expressamente determina que o são: 
 
 
I - as energias que tenham valor econômico; 
A energia produzida cujo valor econômico possa ser aferido (elétrica, a 
térmica, a nuclear, a eólia, proveniente de águas represadas, etc.). 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações 
correspondentes; 
São os direitos reais que incidem sobre bens móveis, sejam eles de 
propriedade ou garantia - o usufruto (carro), o penhor (joias), bem como 
as ações correspondentes para proteção desses bens. 
III- os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Direito a tomar e dar crédito, a receber determinada prestação de fazer, 
de dar coisa certa. Estão ligados ao direito obrigacional. São obrigações 
estabelecidas entre pessoas de caráter patrimonial. Incluem o fundo de 
comércio, quotas e ações etc. O direito autoral também está no rol, vez 
que a Lei dos Direitos Autorais já o incluiu3. 
 
 
 
3 A Lei 9.610/98, artigo 3º, faz menção que: “Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos 
legais, bens móveis.” 
 
6 
Os navios, aeronaves, gás natural são bens móveis. Por 
determinação do art. 1473, incisos V, VI e VII e parágrafo 1o do 
CC estes bens podem ser objeto de HIPOTECA (que é uma 
garantia, um direito real que grava, que incide sobre uma coisa ou 
bem, para que o credor, se necessário os venda para ser pago, 
preferencialmente, se o devedornão cumprir sua parte na 
obrigação). 
 
 
Seguem abaixo, alguns dos principais fatores de diferenciação entre os bens 
móveis e os imóveis: 
 
BENS MÓVEIS 
 
BENS IMÓVEIS 
 
São adquiridos pela TRADIÇÃO 
(entrega de uma pessoa para outra); 
Ou ainda pela ocupação, caça, pesca, 
invenção, etc. 
 
São adquiridos por meio da transcrição 
da escritura pública no Cartório de 
Registro de Imóveis. Ou ainda por 
acessão, usucapião e direito hereditário. 
 
Podem ser alienados, vendidos, pela 
companheira (o), pelos casados, sem 
necessidade de outorga ou autorização 
do outro. 
 
Bens que necessitam da outorga, 
autorização para alienação por um dos 
cônjuges ou companheiros – se nada 
estiver estabelecido em contrário. 
 
Não exigem instrumento público para a 
validade dos contratos constitutivos ou 
translativos de direitos que tenham por 
objeto bens móveis. 
 
Os contratos constitutivos ou 
translativos de direitos reais sobre 
imóveis só se aperfeiçoam por escritura 
pública. 
Aberta a sucessão provisória do 
ausente, os bens móveis podem ser 
alienados sem maiores formalidades. 
Aberta a sucessão provisória do 
ausente, os bens imóveis só podem ser 
alienados em caso de desapropriação 
ou por ordem do Juiz, motivadas por 
ruína iminente ou conveniência em 
convertê-los em títulos da dívida pública. 
 
Estão passíveis de empréstimo. 
 
Estão sujeitos à concessão da 
superfície (art. 1369 CC). 
O direito real de garantia que lhes é 
reservado é o penhor. 
A hipoteca, em regra, é direito real de 
garantia reservado aos imóveis. 
 
Já os bens fungíveis são, em geral, os bens 
móveis que podem ser substituídos por outros da 
mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex. 
lenha, café, arroz, açúcar, soja, dinheiro. Para 
bens imóveis pode ser considerado o caso do 
sócio de um loteamento que receberá uma 
quantidade de lotes de partilha, enquanto não 
lavrada a escritura: é credor de coisas 
determinadas pela mesma espécie, qualidade e 
quantidade4. 
 
4 SHIKICIMA, Nelson Sussumo. Op cit p. 47. 
 
7 
 
 Os bens infungíveis, por outro lado, são aqueles 
insuscetíveis de substituição, tem um valor 
individual, uma qualidade própria que os tornam 
únicos. Pode possuir a qualidade de serem únicos 
tanto os bens móveis ou imóveis. Ex. O quadro de 
PICASSO “La Vie”, a joia de família que foi usada no 
casamento da bisavó, a guitarra que foi utilizada por 
Mick Jagger no primeiro show que realizou, a 
escultura em cobre feita por renomado artista 
especialmente para o Parque Municipal em seu 
100o. aniversário, etc. 
 
As coisas fungíveis são encaradas enquanto gênero, sendo especificadas 
apenas pela quantidade e qualidade, assim, por exemplo, o credor de dinheiro 
pode receber o valor devido em qualquer espécie de moeda, uma vez que elas 
se equivalem. 
 
As coisas infungíveis são consideradas em sua individualidade, levando-se em 
conta um interesse econômico. 
 
O que importa conhecer, também, é a questão da obrigação de fazer, se ela 
pode ser realizada por uma pessoa que não o devedor (fungível) ou não 
(infungível). Se a prestação depende de conhecimento técnico ou 
individualidade da pessoa que a realizará é infungível (Ex. Conserto de piano 
por Artur Moreira Lima), caso contrário será fungível (Ex. engraxar as botas). 
 
O artigo 86 define bens consumíveis como sendo 
os bens móveis cujo uso importa destruição imediata 
da própria substância, bem como aqueles destinados 
à alienação. 
 
São considerados bens inconsumíveis, por outro 
lado, aqueles que admitem uso reiterado, sem destruição, sem que sua 
integridade seja perdida. No que concerne aos bens consumíveis 
destinados à alienação: é o caso, por exemplo, do livro que se encontra 
na livraria com o objetivo de ser vendido; ao mesmo tempo em que é 
consumível para aquele que o vende, é inconsumível para aquele que o 
utiliza, uma vez que sobrevive ao uso. 
 
 
Um manuscrito de obra rara pode ser colocado para ser vendido. Neste caso 
temos um bem infungível que é consumível5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Isto se chama consuntibilidade jurídica - Art. 86, 2a. parte do CC – COISAS INCONSUMÍVEIS 
SE TORNAM CONSUMÍVEIS quando se destinam à venda, alienação. 
 
8 
 
 
 
Os bens divisíveis são os que se podem partir em 
porções reais e distintas, formando cada qual um 
todo perfeito, entendendo-se como todo perfeito, 
aquilo que não teve sua substância alterada (art. 
87 CC). Por exemplo, uma barra de ouro, ainda 
que dividida em várias, continuará sendo uma 
barra de ouro; saca de soja, pode ser dividida, 
ainda é soja. 
 
Os bens indivisíveis são aqueles bens que se não 
podem partir sem alteração na sua substância, bem 
como aqueles que embora naturalmente divisíveis, 
se consideram indivisíveis por lei, ou vontade das 
partes. Exemplo, uma pedra preciosa, se dividida 
não possui mais valor econômico; um reprodutor, 
quando dividido morrerá. Uma área de terra que o 
instituidor determinou como passível de venda, 
somente se for em conjunto com o galpão, etc. 
 
 
 
Vamos agora aos bens singulares... 
 
Mesmo quando reunidos, os bens singulares são considerados por si só, 
independentemente dos demais. São os bens considerados de forma 
individual, isolada. Podem classificar-se em: 
 
➔ Singulares Simples: são bens em que seus componentes ou partes, 
estão reunidos, em virtude da natureza ou da ação humana. São 
homogêneos, ou seja, não permitem o seu desmembramento em partes. 
Ex. semovente, caneta. 
 
➔ Singulares Compostos: são aqueles bens, cujas partes heterogêneas, 
estão ligadas pelo engenho humano. São objetos independentes que se 
unem num só. Ex. um carro (banco, vidros, motor, portas). 
 
 
Os bens coletivos, por sua vez, formam um todo único, um conjunto, que 
passa a ter sua própria individualidade. Formam universalidades de fato (cuja 
destinação é unitária, como uma biblioteca, um rebanho, uma galeria de obras) 
ou de direito (relações jurídicas de uma pessoa, com valor econômico, como, 
patrimônio, fundo de comércio, herança, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Dos Bens Reciprocamente Considerados 
 
Nessa categoria, os bens dividem-se em principais e acessórios, tratados nos 
artigos 92 a 97 do Código Civil. 
 
 
 
 
• Principal, é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente, isto 
é, a coisa. 
 
• Acessória é aquela cuja existência supõe a da principal, ou seja, é 
aquela cuja existência está atrelada à existência da coisa principal. Por 
exemplo, os contratos de locação são principais, ao passo que a fiança 
neles estipulada é acessório. 
 
A coisa acessória segue a principal, salvo se for determinado de forma diversa, 
quer por convenção das partes, quer por dispositivo legal (art. 1284 CC): 
 
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao 
dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. 
 
Em razão dessa regra, consequências importantes devem ser observadas, a 
saber: 
 
a. o acessório acompanha o principal em seu destino; 
b. o acessório assume a natureza do principal; 
c. o proprietário do principal, salvo exceção legal ou convencional, é o 
proprietário do acessório. 
 
 
Na classe dos bens acessórios estão incluídos: 
 
➔ Os frutos: são as utilidades que a coisa periodicamente produz e 
são divididos, quanto ao seu estado em: 
 
 Pendentes: enquanto unidos à coisa que os produziu; 
 Percebidos ou colhidos: depois de separados da coisa; 
 Estantes: se depois de separados ainda existem armazenados 
ou acondicionados para a venda. 
 Percipiendos: os que deviam ser, mas não foram percebidos; 
 Consumidos: os que não mais existem. 
 
➔ Os produtos: são as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-
lhes a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente, como 
as pedras preciosas extraídas das pedreiras. 
 
 
 
 
10 
➔ As pertenças: previstas no art. 93 do CC são bens móveis que estão 
vinculados à coisa, mas não se constituem partes da mesma. Ex. 
órgão da igreja, tratores da fazenda. Em rigor não seguem o 
principal,mas admitem determinação em contrário. 
 
 
Nos termos do artigo 96 CC, são também consideradas acessórias 
da coisa as benfeitorias6 de qualquer valor, excetuando-se a pintura 
em relação à tela; a escultura em relação à matéria-prima; a escritura 
e outro qualquer trabalho gráfico, em relação à matéria prima que os 
recebe. 
 
As benfeitorias, por sua vez, são divididas em: 
 
 
 Necessárias: aquelas que têm por fim conservar a coisa ou evitar 
a sua deterioração, podendo também ser consideradas aquelas 
realizadas para permitir a normal exploração econômica da coisa; 
 Úteis: as que aumentam ou facilitam o uso da coisa; 
 Voluptuárias: as de mero deleite ou recreio, que não aumentam 
o uso habitual da coisa, ainda que a tornem mais agradável ou 
sejam de elevado valor. 
 
 
Bens Quanto ao Titular Do Domínio 
 
Sob esta óptica os bens se classificam em públicos (art. 98 a 103 do CC) e 
particulares. 
 
Públicos são os que pertencem ao domínio da União, dos Estados e dos 
Municípios, sendo particulares todos os demais, independentemente da 
pessoa a que pertencerem. 
 
 
Chamamos de “res nullius” as coisas que não são de 
ninguém, as coisas e animais que estão na natureza, livres. 
Ex. conchas do mar, águas pluviais, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bens Públicos 
 
 
6 As benfeitorias diferem das ACESSÕES porque as benfeitorias são obras ou despesas 
realizadas em bem que já existe. 
 
11 
Apresentam-se através das seguintes espécies: 
 
• Bens de uso comum do povo – são os bens que todos podem usar, 
como as ruas e praças. 
• Bens de uso especial – são destinados às instalações e aos serviços 
públicos, como os prédios das repartições ou escolas públicas. 
• Bens dominicais – são os que pertencem ao acervo do poder público, 
sem destinação especial. 
 
Regime jurídico dos bens públicos 
 
Os bens públicos são, em regra, inalienáveis, admitindo-se, pois, exceção: 
 
➔ Os bens de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis 
em princípio, mas poderão tornar-se alienáveis se forem desafetados, ou 
seja, se for mudada sua destinação, de modo que passem a ser 
considerados dominicais. Pode dar-se por lei, por ato administrativo ou 
por um fato que torne a destinação inviável. 
 
➔ Bens dominicais podem ser alienados, exigindo-se, em regra, 
autorização legislativa, avaliação prévia e licitação – art. 37, XXI da CF. 
Tratando-se de bens móveis é dispensada a licitação. 
 
Os direitos do poder público sobre seus bens não prescrevem, não havendo 
usucapião de bens públicos, de qualquer espécie. Todos são impenhoráveis, 
não podendo ser alienados, arrestados ou sequestrados, objeto de penhor, 
hipoteca ou anticrese. 
 
 
Aquisição de bens para o patrimônio público 
 
➔ doação 
➔ compra 
➔ desapropriação 
➔ confisco – art. 91, II do CP e art. 243 da CF7 
➔ permuta 
➔ dação em pagamento 
➔ direito hereditário 
 
Alienação de bens públicos 
 
7 CF: Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão 
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer 
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, 
o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014) 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a 
fundo especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 81, de 2014) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc81.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc81.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc81.htm#art1
 
12 
 
É a utilização especial de bens públicos por particulares. Podem ser 
apresentadas como: 
 
➔ Autorização de uso: auxílio de interesses particulares em eventos 
ocasionais ou temporários (ex. uso de um terreno baldio para uma 
quermesse). Ato unilateral, discricionário, de título precário, podendo ser 
revogado a qualquer tempo, independente de licitação e de lei 
autorizadora, podendo ser em caráter gratuito ou oneroso, por tempo 
determinado ou indeterminado. 
 
➔ Permissão de uso: semelhante à autorização, porém com grau menor 
de precariedade. Depende, em regra, de licitação e cria para o 
permissionário um dever de utilização, sob pena de revogação (ex. 
permissão de instalação de uma banca de jornal na via pública). Funda-
se no interesse público. 
 
➔ Concessão de uso: contrato entre a Administração e um particular, 
tendo por objeto uma utilidade pública de certa permanência (ex. 
instalação de restaurante num zoológico municipal). Exige, em regra, 
autorização legislativa e licitação. 
 
➔ Concessão de direito real de uso: aplica-se apenas a bens dominicais. 
É instituto de direito privado, de natureza contratual. Consiste na 
aquisição, pelo particular, de direito resolúvel do uso de um terreno 
público, de modo gratuito ou remunerado, para fins de interesse social 
de certo vulto, como urbanização ou cultivo. Exige autorização 
legislativa e licitação. 
 
 
 
Bens do patrimônio público (art. 20 a 26 da CF) 
 
 
• Terras devolutas: terras que ninguém se apossou, nem foram utilizadas 
para algum fim público. Não tem localização e limites claros, por isso 
necessitam ser demarcadas e separadas das outras propriedades. Esta 
separação ou discriminação pode ser administrativa ou judicial – Ação 
discriminatória – Lei 6.383/76, sendo utilizada a via judicial se 
insuficiente a via administrativa. Após a discriminação elas deixam de 
ser devolutas e passam a ser simplesmente terras públicas. Pertencem 
à União e, por exclusão, aos Estados. 
 
• Mar territorial: estende-se numa faixa de 12 milhas marítimas (equivale 
a 1.852m) da linha de baixa-mar do litoral continental e insular (Lei 
8.617/93 – art.1o.). Trata-se de águas públicas de uso comum, 
pertencentes à União, sobre as quais o Brasil exerce soberania. Depois 
do mar territorial temos... 
 
• Zona contígua – com início a partir de 12 milhas do litoral até 24 milhas 
marítimas, nesta faixa o Brasil conserva o poder de fiscalização e 
polícia, embora sem soberania. 
 
13 
 
• Zona econômica – com início a partir de 12 milhas do litoral (igual a 
zona contígua) e vai de 12 até 200 milhas marítimas, nesta faixa tem o 
Brasil direitos exclusivos de exploração dos recursos naturais do mar. 
 
• Terras tradicionalmente ocupadas por índios - são bens da União, 
art. 20, XI, CF, destinam-se à posse permanente dos índios, cabendo-
lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos 
nelas existentes – art. 231, § 2º, CF. 
 
• Plataforma continental: são bens da União os recursos naturais da 
plataforma continental, que consiste no prolongamento natural das terras 
continentais ou insulares, por baixo das águas do mar, em extensão 
variável, conforme a legislação de cada país – art. 20, V, CF 
 
• Terrenos de marinha: são bens da União, assim considerados os que, 
banhados pelas águas do mar ou dos rios navegáveis, vão até 33m para 
a parte da terra, contados desde o ponto a que chega a “ preamar 
médio” – art. 13 do Cód. de Águas; art. 20, VII, CF e Decreto Lei 
9.760/46 (art. 2o.). Os terrenos de marinha tem sido objeto de 
arrendamento perpétuo a particulares, mediante o pagamento de um 
foro anual. Tal arrendamento perpétuo denomina-se enfiteuse, 
continuando a União a ser proprietária e o particular enfiteuta, como 
detentor do domínio útil. 
 
• Terrenos marginais ou reservados: são os que se situam ao lado dos 
rios navegáveis, até uma distância de 15m contados desde a linha 
média das enchentes ordinárias. Tais terrenos podem pertencer a 
algum órgão público ou a um particular. Se foremde propriedade 
privada, são onerados por uma servidão de trânsito, para possibilitar a 
fiscalização e a realização de obras ou serviços públicos pela 
Administração (há divergências). 
 
• Lagos, rios e correntes de água: são bens da União quando banhem 
mais de um Estado, sirvam de limites com outros países ou se estendam 
a território estrangeiro ou dele provenham. Os terrenos marginais, 
nestes casos, são também da União. 
 
• Álveos ou leitos abandonados: caso um rio de águas públicas vier a 
abandonar naturalmente o seu leito, as terras por onde ele corria, 
passam a pertencer aos proprietários ribeirinhos das respectivas 
margens, sem que tenham direito à indenização alguma os donos dos 
terrenos por onde as águas abram novo curso. Mas, se o fato ocorrer 
por obra do poder público, fica ele com leito original do rio, devendo 
indenizar os proprietários das terras por onde passa a correr o novo 
curso. 
 
 
• Faixa de fronteira: faixa de 150 km de largura, ao longo das fronteiras 
terrestres, e considerada fundamental para a defesa nacional. Este 
trecho e sua utilização são regulados em lei, como servidão 
administrativa. – art. 20, § 2º, CF. 
 
14 
 
 
• Minas, jazidas e quedas d’água: as jazidas, em lavra ou não, e demais 
recursos minerais e os potenciais de energia elétrica constituem 
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou 
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a 
propriedade do produto da lavra – art. 176 da CF. 
 
• Ilhas: as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros 
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, 
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto 
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, 
e as referidas no art. 26, II da CF. 
 
 
• Fauna silvestre: os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase 
do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, 
constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e 
criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua 
utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha (Lei 5.197/67 – art. 
1º). 
 
 
 
Dos Bens Considerados Quanto à Possibilidade de Serem Negociados 
 
Levando-se em conta esse critério, são os bens classificados 
em bens no comércio e bens fora do comércio. 
 
As coisas ou bens fora do comércio são as insuscetíveis de 
apropriação, e as legalmente inalienáveis, do que se 
depreende que há coisas naturalmente indisponíveis (ar, água 
do mar em grandes quantidades, espécies capturadas em vidros), coisas cuja 
indisponibilidade provém de lei (liberdade, vida, órgãos do corpo humano, 
direitos da personalidade, etc.) e coisas que são indisponíveis pela vontade 
humana (bens doados com cláusula de inalienabilidade, deixados em 
testamento, etc.). 
 
A expressão “legalmente inalienáveis”, inclui aqueles bens que são 
indisponíveis por força de lei e as que o são pela vontade humana. 
 
Assim, pode-se concluir que as coisas insuscetíveis de apropriação são 
aquelas que se encontram fora do alcance da apreensão humana, e as 
legalmente inalienáveis são aquelas normalmente apropriáveis pelo homem, 
mas cuja venda a lei proíbe, seja em face da sua destinação, seja por vontade 
das partes. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Bem de Família 
 
 
O princípio geral das obrigações é o de que o patrimônio 
do devedor deve responder por elas. O bem de família 
veio abrir uma exceção à regra de que ninguém pode 
tornar os seus próprios bens impenhoráveis, salvo no 
caso de liberalidades. 
 
Ao instituir o bem de família, buscou o legislador 
proteger a família, garantindo-lhe um teto. Assim, 
mediante esse instituto, o imóvel residencial ficou isento 
de execução por dívidas, exceto as provenientes de 
impostos a ele relativos. 
 
Com o advento da Lei nº 8.009/90, o conceito de bem de 
família foi ampliado, não mais dependendo da sua instituição mediante 
escritura pública, nos termos das disposições constantes do Código Civil. 
 
O bem de família a partir de então, resulta diretamente de lei, de ordem 
pública, que tornou impenhorável o imóvel utilizado para a residência da 
família, ficando, assim, isento de responder por dívida civil, comercial, fiscal, ou 
de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam 
seus proprietários e nele residam. 
 
Há, entretanto, algumas exceções a essa regra, ou seja, há hipóteses em que 
o bem de família pode ser penhorado. Tais itens estão previstos no artigo 3º da 
referida lei, a saber, em caso de execução movida: 
 
 
• pelo titular do crédito oriundo do financiamento destinado à construção 
ou em função do respectivo contrato; 
• pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o 
bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou 
conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela 
dívida; (Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015) 
• para a cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições 
devidas em função do imóvel familiar; 
• para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real 
pelo casal ou pela entidade familiar; 
• por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de 
sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou 
perdimento de bens. 
 
 
Como o objetivo da lei é a proteção da entidade familiar, o Superior Tribunal de 
Justiça já decidiu que a impenhorabilidade não alcança o imóvel do devedor 
solteiro que reside solitário. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13144.htm#art1
 
16 
 
 
 
O Código Civil assim dispõe mais sobre este instituto: 
 
 
 
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante 
escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para 
instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do 
patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras 
sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei 
especial. Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de 
família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da 
aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade 
familiar beneficiada. 
 
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou 
rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os 
casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja 
renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. 
 
Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no 
artigo antecedente, não poderão exceder o valor do prédio instituído em 
bem de família, à época de sua instituição. 
§ 1o Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados 
no instrumento de instituição do bem de família. 
§ 2o Se se tratar de títulos nominativos, a sua instituição como bem de 
família deverá constar dos respectivos livros de registro. 
§ 3o O instituidor poderá determinar que a administração dos valores 
mobiliários seja confiada a instituição financeira, bem como disciplinar a 
forma de pagamento da respectiva renda aos beneficiários, caso em 
que a responsabilidade dos administradores obedecerá às regras do 
contrato de depósito. 
 
Art. 1.714. O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por 
terceiro, constitui-se pelo registro de seu título no Registro de Imóveis. 
 
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas 
posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos 
relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. 
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas neste 
artigo, o saldo existente será aplicado em outro prédio, como bem de 
família, ou em títulos da dívida pública, para sustento familiar, salvo se 
motivos relevantes aconselharem outra solução, a critério do juiz. 
 
Art. 1.716. A isenção de que trata o artigo antecedente durará enquanto 
viver umdos cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem 
a maioridade. 
 
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da 
família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou 
serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus 
representantes legais, ouvido o Ministério Público. 
 
Art. 1.718. Qualquer forma de liquidação da entidade administradora, a 
que se refere o § 3o do art. 1.713, não atingirá os valores a ela 
 
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confiados, ordenando o juiz a sua transferência para outra instituição 
semelhante, obedecendo-se, no caso de falência, ao disposto sobre 
pedido de restituição. 
 
Art. 1.719. Comprovada a impossibilidade da manutenção do bem de 
família nas condições em que foi instituído, poderá o juiz, a 
requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação 
dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o 
Ministério Público. 
 
Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do ato de instituição, a 
administração do bem de família compete a ambos os cônjuges, 
resolvendo o juiz em caso de divergência. 
Parágrafo único. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a 
administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do contrário, 
a seu tutor. 
 
 
Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de 
família. Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de 
um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de 
família, se for o único bem do casal. 
 
Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de 
ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a 
curatela.

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