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- -1 PROJETO INTEGRADOR - DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL JURÍDICO UNIDADE 4 - ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS JUDICIAIS, REGISTRAIS E NOTARIAIS Maíra Souto Maior Kerstenetzky - -2 Introdução Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) a mais uma unidade da disciplina de Projeto Integrador - Diagnóstico Organizacional Jurídico, na qual você conhecerá aspectos relacionados à organização dos serviços judiciais, registrais e notariais. Você sabe qual a diferença entre cartórios judiciais e extrajudiciais? E qual será o objetivo da criação de cartórios extrajudiciais? Como se organizam, ainda, os cartórios judiciais, registrais e notariais? Finalmente, será que a organização desses órgãos é capaz de conferir maior celeridade e eficiência aos processos? Essas e outras perguntas você terá a oportunidade de responder nesta unidade. Assim, conforme você verá ao longo da unidade, pode-se afirmar que o conceito de cartório se relaciona a um órgão público ou privado, que tem como função a custódia de documentos, isto é, guardar e cuidar de documentos, dando-lhes fé pública. No Brasil, o termo “cartório” diz respeito ao tabelionato de notas, seja ele o de registro civil de pessoas físicas e jurídicas, o registro de imóveis, o registro de títulos e documentos ou os ofícios de protesto de títulos. Esses são os chamados cartórios extrajudiciais. Além disso, existem também os cartórios judiciais, mais comumente chamados de “varas judiciais”, locais onde são resolvidas as questões que foram judicializadas por meio dos processos judiciais. Pronto(a) para começar? Bons estudos! 4.1 Estrutura organizacional das organizações judiciárias A estrutura judiciária brasileira está preceituada em sua completude na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88). Assim, em seu art. 2º, é estabelecido que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). Além disso, foi também prevista a criação da atividade notarial e registral, disciplinada em lei infraconstitucional específica, como se verá na sequência, quando você terá a oportunidade de conhecer aspectos relacionados aos serviços judiciais e aos serviços extrajudiciais. Vamos lá? 4.1.1 Serviços judiciais Devido à previsão constitucional, os três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) deverão ser exercidos com autonomia e independência. Em regra, conforme disposição da CRFB/88, o Poder Legislativo tem como função típica legislar, ou seja, criar e editar leis. Já o Poder Executivo possui como função típica a prática de atos de chefia de Estado e atos da administração. Finalmente, mas não menos importante, o Poder Judiciário tem a função de julgar, isto é, de aplicar a lei ao caso concreto, interpretando-a com o objetivo de solucionar os conflitos sociais. Desse modo, o Poder Judiciário não pode se abster de sua função precípua de julgar, analisando as demandas que chegam até ele, conforme estabelece o art. 5º, inciso XXXV da CRFB/88. - -3 O art. 92 da CRFB/88 é que prevê a estrutura do Poder Judiciário, elencando seus órgãos, quais sejam: “o Supremo Tribunal Federal; o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios” (BRASIL, 1988). Observe-se, pois, que o rol dos órgãos do Poder Judiciário é um rol taxativo, o que significa que nenhum outro órgão pode ser inserido dentre aqueles já previstos constitucionalmente, senão por alteração específica, ou seja, por emenda constitucional. Sendo assim, órgãos como o Tribunal Marítimo e o Tribunal de Contas não fazem parte do Poder Judiciário, nos termos do art. 5º, inciso XXXVII da CRB/88 (BRASIL, 1988). Ainda, é interessante salientar que o Poder Judiciário possui órgãos federais e estaduais. Logo, as Justiças Federais são aquelas organizadas pela União, sendo elas a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral, a Justiça Militar da União, a Justiça Federal e a Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, bem como o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça. Suas estruturas são previstas na Constituição Federal. Por seu turno, as Justiças Estaduais são organizadas pelos estados, tendo a sua estrutura prevista nas constituições estaduais, entre as quais se encontra a Justiça Militar dos Estados e a Justiça Estadual. No que diz respeito ao Poder Judiciário, há que se falar, ainda, nos chamados Juizados Especiais. Os Juizados Especiais foram criados com o objetivo de conferir maior celeridade e eficiência à prestação jurisdicional. Aqueles estaduais, cíveis e criminais, foram disciplinados pela Lei n. 9.099/95, ao passo que os Juizados Especiais Federais, Cíveis e Criminais, foram regulamentados pela Lei n. 10.259/01. Os Juizados Especiais Cíveis possuem a função de conciliar, julgar e executar demandas menos complexas e que não excedam 40 salários mínimos (BRASIL, 1995). No âmbito federal, os Juizados Cíveis conciliam e julgam as causas da Justiça Federal com valor de até 60 salários mínimos, excetuando-se as causas previstas no art. 3º, incisos I, II, III e IV, parágrafo 1º da Lei n. 10.259/01. Por sua vez, os Juizados Especiais Criminais conciliam, julgam e executam infrações penais de menor potencial ofensivo, ou seja, as contravenções penais e os crimes com pena máxima de dois anos (BRASIL, 1995), sendo que os Juizados Especiais Federais Criminais processam e julgam causas de idêntico teor quando de competência da Justiça Federal (BRASIL, 2001). VOCÊ QUER VER? Justiça! Uma história (2018) é um documentário dirigido por Vicentini Gomez que retrata a trajetória do Poder Judiciário no Brasil, trazendo um olhar crítico sobre sua formação desde o período colonial até o momento atual. O documentário é formado por depoimentos de juristas, historiadores e jornalistas que relatam a aplicação da justiça no país. Veja mais em: < .https://justicaumahistoria.wordpress.com/> https://justicaumahistoria.wordpress.com/> - -4 Ademais, não podemos nos esquecer daquelas instituições e funções que também são essenciais à justiça, auxiliando o Poder Judiciário na solução de demandas sociais que são judicializadas, sendo eles o Ministério Público, a Defensoria Pública e a advocacia. Em relação ao Ministério Público, o art. 127 da CRFB/88 dispõe que este é a “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (BRASIL, 1988). Já o art. 133 da Constituição preceitua que “o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei” (BRASIL, 1988). Por fim, o art. 134 da CRFB/88 prevê a essencialidade do papel da Defensoria Pública, indicando que a sua função é fundamental para a manutenção do regime democrático de Direito, “incumbindo-lhe, [...] a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados” (BRASIL, 1988). 4.1.2 Serviços extrajudiciais Com efeito a Lei n. 8.935/1994 regulamentou o art. 236 da Constituição Federal de 1988, que assim dispõe sobre os serviços notariais e de registros: Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. § 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário. § 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. § 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, nãose permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses (BRASIL, 1988). Assim, é possível afirmar que “os serviços notariais e de registro são os de organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos”, conforme art. 1º da Lei n. 8.935/1994. Inúmeros registros da vida civil são realizados e arquivados nesses locais, desde o nascimento de um indivíduo ao seu último suspiro. Além disso, diversos atos importantes da vida das pessoas são perpetuados nos livros e registros do cartório, como, por exemplo, a autenticação do diploma para matrícula na faculdade, o contrato de financiamento do primeiro carro ou do primeiro imóvel, o casamento, a abertura de uma empresa, a separação, o divórcio, o testamento para evitar a briga dos herdeiros, bem como o inventário e a partilha de bens. Diante disso, o art. 3º da Lei n. 8.935/1994 preceitua que o “notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou VOCÊ SABIA? No Brasil, há duas espécies de cartório: os judiciais e os extrajudiciais. Os cartórios judiciais são chamados de varas judiciais e são órgãos do Poder Judiciário, gerenciados por juízes que são os responsáveis pela guarda e execução de processos judiciais. Por sua vez, os cartórios extrajudiciais têm como gestores um tabelião ou oficial de registro. Estes recebem delegação do poder público para registrar atos extrajudiciais e fornecer certidões. - -5 divórcio, o testamento para evitar a briga dos herdeiros, bem como o inventário e a partilha de bens. Diante disso, o art. 3º da Lei n. 8.935/1994 preceitua que o “notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro” (BRASIL, 1994). Ainda, o art. 4º do mesmo diploma legal indica que “os serviços notariais e de registro serão prestados, de modo eficiente e adequado, em dias e horários estabelecidos pelo juízo competente, atendidas as peculiaridades locais, em local de fácil acesso ao público e que ofereça segurança para o arquivamento de livros e documentos” (BRASIL, 1994). Além disso, a Lei n. 6.015/1973 e a Lei n. 9.492/1997 dispõem sobre a administração pública de interesses privados. Suas regras são direcionadas aos registradores públicos e tabeliães, bem como também aos juízes, ao Ministério Público, aos da justiça e aos demais interessados nos assentos ali guardados e cuidados. Figura 1 - Os tabeliães são os gestores dos cartórios extrajudiciais que têm como função precípua guardar e cuidar de documentos. Fonte: Iakov Filimonov, Shutterstock, 2019. Ademais, frise-se que, embora os cartórios de notas e registros possuam caráter público, sua natureza é privada. VOCÊ QUER LER? A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) n. 5855 foi proposta pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB) com o objetivo de questionar algumas alterações sofridas pela Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/1973), as quais possibilitaram a prestação de “outros serviços remunerados” pelos ofícios de registro civil das pessoas naturais. Segundo o partido, essas alterações legislativas seriam inconstitucionais, tendo em vista que violavam a reserva de iniciativa do Poder Judiciário para propositura de leis sobre a matéria. Leia sobre o caso em: < >.http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=408289 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=408289 - -6 Ademais, frise-se que, embora os cartórios de notas e registros possuam caráter público, sua natureza é privada. Por isso, sujeitam-se à fiscalização do Poder Judiciário e do Conselho Nacional de Justiça, nos termos do art. 236 combinado com o art. 103-B, parágrafo 4º, inciso III da CRFB/88. Conforme visto, a atividade dos serviços notariais e registrais está prevista na Lei n. 8.935/1994, que não apenas regulamentou os procedimentos extrajudiciais e a função dos gestores dos cartórios extrajudiciais, como também a comunicação, informatização e formas de arquivamento de documentos. A busca pela eficiência e adequação desses serviços pressupõe que sejam geridos em caráter privado, que os concursos de ingresso e remoção sejam realizados em consonância com preceitos constitucionais e que a atividade por eles exercida assegure eficácia e segurança jurídica, cumprindo, assim, com os princípios da administração pública, quais sejam: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, dispostos no art. 37 da CRFB/88. Finalmente, de acordo com a Lei n. 8.935/1994, os chefes dos cartórios podem ser chamados de diferentes maneiras, a depender da finalidade do órgão, como tabeliães de notas; tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos; tabeliães de protesto de títulos; oficiais de registro de imóveis; oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas; oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas; e oficiais de registro de distribuição. Em que pese exercerem uma atividade de caráter público, eles não são considerados servidores públicos, mas constituem uma categoria à parte auxiliar do Poder Público. 4.2 Gestão de processos de negócios A estruturação de uma empresa ou de uma organização pública não é uma tarefa das mais fáceis, em especial, quando se trata de, ao mesmo tempo, ter que cumprir prazos internos e externos, atender aos clientes e/ou usuários, bem como trabalhar em equipe – garantindo que todos(as) cumpram com as tarefas que lhes foram atribuídas – e, ainda, lidar com a ausência e falta de compromisso de alguns. Entendendo que tais fatos ocorrem em diversos ambientes de negócios, sejam públicos ou privados, foram criados alguns métodos aliados à tecnologia que possibilitam melhorias nos procedimentos de atendimento, produção e entrega de um produto, buscando compreender que empresas e organizações públicas são formadas por e para pessoas e não por máquinas. É o que você verá a seguir. 4.2.1 BPM Human Centric Muitos dos procedimentos realizados em empresas são informais, o que gera, na maior parte das vezes, perda de informações e de prazos. Então, como alterar essa situação? Uma das formas de trazer mais eficiência e confiabilidade aos procedimentos internos e externos das empresas é utilizar uma metodologia de gerenciamento de processos que possa, assim, ser ajustada e direcionada com o objetivo de organizar e facilitar processos organizacionais de baixa ou alta complexidade. Essa metodologia é o Business Process Management (BPM), ou Gerenciamento de Processos de Negócios, em português, tendo em vista que: VOCÊ O CONHECE? Em 1º de março de 1565, Pero da Costa foi nomeado o primeiro serventuário do ofício de tabelião público do Judicial e das Notas da cidade do Rio de Janeiro. Posteriormente, poucos meses depois, o tabelião assumiu a escrivania de sesmarias, renunciando ao ofício de tabelião do judicial (FISCHER, 2015). - -7 As principais tarefas da gestão de processos de negócio estão ligadas a um ciclo de vida contínuo, o qual inclui: planejamento, análise, desenho e modelagem, implantação, monitoramento e controle, e refinamento ou melhoria contínua dos processos de uma organização (ABPMP, 2009 SANTOS;apud SANTANA; ALVES, 2012, p. 4). Por meio do uso de BPM, torna-se possível controlar os prazos, atribuir responsabilidades e monitorar o andamento de uma atividade. Figura 2 - O BPM possibilita interligar pessoas, fluxos de informações, sistemas e outros procedimentos para criar e entregar produtos ao cliente com agilidade e eficiência. Fonte: Shutterstock, 2019. De acordo com a Association of Business Process Management Professionals (ABPMP) (2013, p. 33), o BPM: [...] representa uma nova forma de visualizar as operações de negócios que vai além das estruturas funcionais tradicionais. Essa visão compreende todo o trabalho executado para entregar o produto ou o serviço do processo, independente de quaisas áreas funcionais ou localizações estejam envolvidas. Ainda, frise-se que se a empresa entrega o produto ao cliente com agilidade e eficiência, utilizando-se do BPM, que é capaz também de contribuir com a alta performance e produtividade do empregado – uma vez que sua implantação permite a interação entre as pessoas que trabalham na empresa – isso gera uma noção de pertencimento àquele lugar ao trabalhador. De acordo com a ABPMP (2013, p. 39), “A prática de BPM é definida por um conjunto de valores, crenças, liderança e cultura que formam os alicerces do ambiente no qual uma organização opera, influenciando e guiando o comportamento e a estrutura organizacional”. Desse modo, com as oportunidades, diálogos, - -8 guiando o comportamento e a estrutura organizacional”. Desse modo, com as oportunidades, diálogos, crescimento pessoal e profissional fornecidos pela organização aos profissionais, forma-se uma base que irá refletir no relacionamento com clientes externos, fornecedores e comunidade como um todo (ABPMP, 2013). Dessa maneira, a prática de BPM, quando aplicada com seriedade, contribui com a satisfação de clientes e funcionários. Nesse sentido: Para o indivíduo, o fato de executar tarefas que lhe permitem entrar em estado de fluxo auxilia-o a vivenciar uma sensação agradável de plena realização de suas potencialidades, de conseguir atingir metas pessoais e profissionais bem como de observar, a cada tarefa realizada, o quão adequadamente está realizando o seu trabalho. Este complexo processo pode aumentar o senso de autovalor do indivíduo, tornando-o mais confiante sobre suas habilidades e competências profissionais e, ao mesmo tempo, propicia ao trabalhador vivenciar um estado prazeroso de engajamento no trabalho (SIQUEIRA, 2008, p. 136). Portanto, utilizar o BPM com eficácia significa trazer benefícios tanto para o cliente como para os empregados da empresa. Para isso, é importante que o gestor da empresa esteja atento aos valores, crenças e cultura de todos aqueles que rodeiam a sua organização, funcionários e clientes, entendendo que as suas escolhas podem influenciar para o sucesso ou fracasso dos serviços prestados. 4.2.2 Técnica do 5W1H A implantação dos processos de negócios exige um plano de ação. Esse plano de ação poderá ser traçado por meio da técnica 5W1H ou 5W2H, como tentativa de assegurar que todas as tarefas serão executadas. A técnica do 5W1H é uma forma mais simples de criar um planejamento em uma empresa ou organização. O método é composto por diversas perguntas importantes direcionadas ao objetivo a ser alcançado, são elas: (OWhat? quê?), (Quando?), (Onde?), (Por quê?), (Quem?) e (Como?) (SASDELLI, 2012).When? Where? Why? Who? How? Conforme pode ser verificado, são cinco questões que iniciam com a letra W e uma com H, e por tal motivo, essa prática é chamada de 5W1H. Figura 3 - São seis as perguntas norteadoras da prática 5W1H, que visa auxiliar no planejamento de uma empresa. Fonte: mypokcik, Shutterstock, 2019. - -9 Fonte: mypokcik, Shutterstock, 2019. Ainda, há quem diga que deveria ser acrescentado mais um “H” a essa ferramenta de qualidade, nomeando-a como 5W2H, trazendo também a pergunta (quanto?). Com isso, busca-se “quantificar o que estáhow much? sendo realizado e desta forma obter um item de controle para execução das ações” (SASDELLI, 2012, p. 22). 4.3 Gestão de processos e documentos judiciais Tal como empresas privadas que se comprometem a entregar um produto ao cliente com rapidez e eficiência, as organizações judiciárias também devem fazê-lo. Diariamente, juízes, promotores, defensores e serventuários da justiça lidam com diversas demandas sociais que requerem a máxima prestatividade por parte do órgão público para que sejam solucionadas mais rapidamente, satisfazendo o interesse público. Sendo assim, é importante repensar os procedimentos internos e externos dos órgãos públicos, sendo necessária a implantação de modelos de gestão de processos e ferramentas de qualidade que colaborem com a eficiência do serviço público e a satisfação do seu usuário, o cidadão. 4.3.1 BPM Human Centric aplicado às organizações judiciárias Como visto, os serviços notariais e registrais cumprem um importante papel na sociedade brasileira. Diversos atos da vida civil são realizados e arquivados nesses locais, como nascimento, casamento e óbito. Trata-se, assim, de um serviço de caráter público, tendo em vista a relevância dos atos praticados pelos tabeliães para a garantia da cidadania. Dessa forma, é imprescindível que esses atos sejam praticados com eficiência e, por isso, a importância de utilizar-se do Gerenciamento de Processos de Negócios ou (BPM)Business Process Management nesses órgãos. De acordo com Lu (2015, p. 2): O objetivo de executar ações de contenção, de correção, corretivas, preventivas e de melhoria é garantir que os principais compromissos, como atender às necessidades e expectativas dos clientes, prevenir poluição, evitar lesões e doenças ocupacionais, expressos nas políticas desses sistemas, sejam vivenciados pelas organizações. Nesse sentido, o BPM “é uma disciplina gerencial que trata processos de negócios como ativos da organização. Pressupõe que os objetivos organizacionais podem ser alcançados por meio da definição, desenho, controle e transformação contínua de processos de negócio” (ABPMP, 2013, p. 39). Uma vez que os cartórios extrajudiciais prestam um serviço público por delegação, o BPM auxilia na melhoria contínua do funcionamento, gestão e prestação do serviço público delegado. Contudo, para que um cartório extrajudicial alcance o sucesso na gestão de processos, é de extrema importância o comprometimento não apenas dos seus funcionários, mas da organização como um todo e de todos aqueles que a rodeiam, como advogados e serventuários da justiça, sem o qual não se alcançará o seu objetivo que é, sem dúvidas, a satisfação do seu usuário, o cidadão. CASO Determinado cidadão dirigiu-se ao cartório de notas para emitir uma certidão de óbito e a um cartório de registro de imóveis para emitir uma certidão de inteiro teor da casa pertencente ao seu falecido pai, a pedido do advogado que irá proceder com um inventário judicial de sua família. Devido às inúmeras atividades diárias e urgentes que o cidadão possuía, ele se esqueceu de buscar tais documentos. Passados alguns dias, quando o advogado solicitou as - -10 Sendo que a implementação do BPM envolve “coordenar, administrar ou dirigir toda a parte de uma organização para alocação de recursos humanos, financeiros, materiais e intelectuais para cumprir com objetivos definidos, especialmente a maximização de valor para o cliente e partes interessadas” (ABPMP, 2013, p. 42), nas organizações cartorárias extrajudiciais, ela pode auxiliar “no estabelecimento de princípios e práticas que permitem às organizações serem mais eficientes e eficazes na execução de seus processos de negócio” (ABPMP, 2013, p. 43). Dessa forma, é importante considerar a necessidade de implementação do BPM em todos os cartórios extrajudiciais do Brasil, uma vez que, se o objetivo final dessas organizações é a máxima satisfação do cidadão e, muitas vezes, o cidadão encaminha-se a elas para evitar a judicialização de conflitos, é inadmissível que cada uma delas funcione de uma maneira diferente. Isso porque, na medida em que cada cartório judicial adota um procedimento diferente, dificulta-se o acesso do cidadão a documentos e informações importantes para o exercício de seus interesses. Com a implementação de práticas adequadas pelo tabelião ou oficial de registro, é possível alcançar os resultados esperados. Quando se foca a prestação do serviço no usuário, por exemplo, é interessante, em primeiro lugar, buscar a opinião deste sobre a prestação do serviço, coletar reclamações e sugestões por meio de uma ouvidoria acessível ao cidadão. Isso porque, de acordo com Lu (2015, p. 2): [...] organizações que realmente são focadas em seus clientes devem ter um método para obter e tratar a realimentaçãode seus clientes. a percepção dos clientes sobre a qualidade de seus produtos, reclamações, sugestões, elogios e outros tipos de realimentação devem levar as organizações à tomada de ações de contenção, de correção, corretivas, preventivas e de melhorias. A partir dos dados coletados, é possível iniciar a implementação de mudanças por meio do planejamento e discussão com toda a equipe que faz parte do cartório judicial, executando todas as tarefas necessárias à satisfação do usuário. Essa prática de ouvir também a equipe se justifica uma vez que se torna difícil alcançar o sucesso quando não há balanceamento entre as pessoas e o ambiente de trabalho. Para gerar satisfação ao usuário, o funcionário também deve sentir-se satisfeito para com as pessoas com quem trabalha e com o próprio ambiente físico do trabalho. esqueceu de buscar tais documentos. Passados alguns dias, quando o advogado solicitou as certidões ao seu cliente, ficou sabendo que tais documentos sequer haviam sido elaborados pelos cartórios extrajudiciais. Passados 60 dias do óbito, isso custará um prejuízo desnecessário ao cidadão, que deverá arcar com uma multa. Caso o cartório utilizasse o BPM, seria possível criar um fluxo de solicitação, com prazos e responsáveis definidos. Assim, dessa maneira simples, conseguimos estar sempre à frente de um possível transtorno. - -11 Figura 4 - Uma implementação eficaz de gestão de processo de negócio evita o acúmulo de tarefas e a insatisfação do público-alvo do serviço. Fonte: michaeljung, Shutterstock, 2019. Ademais, não apenas os cartórios extrajudiciais devem ser eficientes no serviço prestado. Os cartórios judiciais também sofrem com o acúmulo de demandas e constantes críticas de morosidade na prestação do serviço público. Do início de uma ação judicial até o seu término, são diversas as etapas pelas quais ela passa, sendo que cada uma delas possui prazos específicos e envolvimento de diversos atores, como advogados, serventuários da justiça, oficial de justiça, juízes, promotores, defensores públicos, peritos judiciais, dentre outros. O que se observa, pois, é que um processo judicial, ao contrário do que parece, é um procedimento de alta complexidade. Diante disso, o BPM é uma ferramenta que pode ser utilizada para a facilitação desse mapeamento de tarefas que envolvem a demanda judicial, uma vez que: [...] permite uma captura do conhecimento desenvolvido dentro dos gabinetes e cartórios, gerando a dissociação do know-how institucional da figura do indivíduo – seja ele Juiz, servidor de cartório ou estagiário – permitindo assim uma transição mais simples quando da alteração do quadro funcional disponível em cada unidade, fato esse extremamente contumaz, principalmente nas entrâncias iniciais (PIOVESAN, 2018, p. 5). Portanto, a implementação de uma gestão de processos de negócios, no âmbito das organizações judiciárias, contribui com seu objetivo precípuo da satisfação do interesse público, de modo que segue o princípio constitucional da eficiência, alcançando os melhores resultados na administração da justiça, no menor tempo e com o menor gasto possível. O que se busca com a implementação do BPM é, em resumo, a integração entre processos, indivíduos e ferramentas tecnológicas, objetivando a solução eficaz das demandas sociais e retirando o rótulo de morosidade dos órgãos judiciários. - -12 4.3.2 Técnica do 5W1H aplicado às organizações judiciárias A morosidade, isto é, a demora no andamento dos processos judiciais é uma constante reclamação de todos aqueles que necessitam da prestação jurisdicional. A demora exacerbada da tramitação processual fere frontalmente o princípio constitucional da razoável duração do processo judicial, consoante o art. 5º, inciso LXXVIII da CRFB/88, o qual preceitua que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação” (BRASIL, 1988). Nesse sentido, de acordo com Bordasch (2009, p. 65): Inúmeras variáveis podem ser arroladas como causas à demora na tramitação: elevado número de processos por servidor; ritos processuais complexos; possibilidade à múltipla interposição de recursos e incidentes que demandam tramitação concomitante; diversidade de atribuições e atos a praticar; inadequada infra-estrutura; desmotivação dos operadores. Não há, como regra, falta de operosidade. Sobre isso, o art. 2º do Código de Processo Civil (CPC) dispõe que “o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial” (BRASIL, 2015). A legislação processual civil também traz, em seu art. 4º, que “as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”, bem como, em seu art. 5º, que “aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé” (BRASIL, 2015). Por fim, no seu art. 6º, esclarece que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva” e prevê que, nos termos do art. 139, inciso II, cabe ao juiz “velar pela duração razoável do processo” (BRASIL, 2015). Verifica-se, pois, que o processo judicial sofre inúmeras intervenções, gerando grande número de atos, seja dos serventuários, juízes, promotores, peritos, advogados ou de outras partes que o compõem, o que, por sua vez, impede que o processo judicial tramite com a celeridade necessária. Daí a importância da implementação da Gestão de Processos de Negócios no âmbito das organizações judiciárias. Faz-se, assim, necessária a utilização da ferramenta de qualidade 5W1H ou 5W2H para que se verifique quais são os pontos de fragilidade dessas organizações, visando, com isso, ajustá-los e, consequentemente, alcançar a satisfação do interesse público, com o devido acesso à justiça e a duração razoável do processo judicial. Figura 5 - São muitos os atores envolvidos em um processo judicial, o que traz, muitas vezes, uma maior demora até sua resolução. Fonte: kemot7, Shutterstock, 2019. - -13 Bordasch (2009, p. 52) explica em que consiste cada uma das perguntas presentes na técnica do 5W2H: WHAT - vai ser feito (aponta do que se trata o plano).O que WHERE - vai ser executado o plano.Onde WHEN - o plano vai ser executado (limitação temporal – início e fim da implantação).Quando WHO - vai implantar o plano (fixa claramente os responsáveis pela implementação).Quem WHY - o plano será implantado (normalmente, aqui há referência à meta fixada no planejamento: paraPor que que seja aumentada a satisfação do cliente em 20%...); HOW - será feito. Seguramente, é o item mais importante, pois fixa o método de execução do plano.Como HOW MUCH - .Quanto custa Assim, com a utilização da técnica do 5W2H no âmbito do serviço judiciário, seria possível identificar o que poderia ser feito para otimizar o processo judicial ( ); onde seria implantada a mudança ( ),what? where? identificando em qual setor do cartório judicial o processo tem ficado estacionado por mais tempo; quando o plano de mudança vai ser iniciado e quando ele será finalizado ( ); quem vai implementar as mudançaswhen? necessárias para um melhor andamento do processo ( ), que poderá ser o juiz ou determinadoswho? serventuários da vara; por que o plano de mudança será implantado ( ), nesse caso, devido à demora nawhy? prestação jurisdicional; como será realizado o plano de mudança ( ); e, por fim, verificar os custos que serãohow? necessários para a implementação e manutenção da mudança para melhor prestação do serviço judiciário (how ).much? Síntese Nesta unidade, você conheceu a importância da organização judiciária, especialmente dos órgãos extrajudiciais, isto é, dos serviços notariais e registrais na guarda e cuidados dos documentos públicos e particulares. Ademais, pôde reconhecer a necessidade da prestação eficiente desses serviços com o objetivo de solucionar as demandas sociais mais rapidamente e, por isso, verificou-se a importância de adotar procedimentos organizacionais,tais como o BPM e o 5W1H ou o 5W2H na gestão de processos.Human Centric Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • reconhecer as diferenças entre os cartórios judiciais e os cartórios extrajudiciais, observando a estrutura de cada um deles; • compreender como a implementação da Gestão de Processos de Negócios aliada à utilização da técnica 5W1H pode contribuir com a eficiência do serviço público, garantindo-se o princípio constitucional da razoável duração do processo; • descobrir que, para que haja sucesso na prestação do serviço público e, consequentemente, seja alcançada a satisfação do usuário desse serviço, deve haver a colaboração de todos, ou seja, dos juízes, promotores, serventuários, advogados, dentre outros. Bibliografia AMPLIAÇÃO de serviços remunerados oferecidos por cartórios de registro civil é constitucional. Supremo , Brasília, 10 abr. 2019. Disponível em: <Tribunal Federal http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe. asp?idConteudo=408289>. Acesso em: 25 set. 2019. ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT PROFESSIONALS (ABPMP). : Guia para oBPM CBOK • • • http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=408289 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=408289 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=408289 - -14 ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT PROFESSIONALS (ABPMP). : Guia para oBPM CBOK gerenciamento de processos de negócios. 1. ed. ABPMP: Brasil, 2013. Disponível em: <http://www. justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-go-bpm-cbok>. Acesso em: 17 ago. 2019. BORDASCH, R. W. S. : controle e melhoria para a razoável duração dos processos. 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PortoMedidas do comportamento organizacional Alegre: Artmed, 2008. http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-go-bpm-cbok http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-go-bpm-cbok http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-go-bpm-cbok http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6015original.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6015original.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6015original.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8935.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8935.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9492.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9492.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10259.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10259.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.anoregdf.com.br/paginas/artigos_exibe.asp?id=106 https://www.tjpr.jus.br/documents/11900/11188715/bpm+como+ferramenta+de+gest%C3%A3o+processual+-+ricardo+piovesan/1cf1d3f2-7c3a-bbfc-d3c4-a587c30885d8 https://www.tjpr.jus.br/documents/11900/11188715/bpm+como+ferramenta+de+gest%C3%A3o+processual+-+ricardo+piovesan/1cf1d3f2-7c3a-bbfc-d3c4-a587c30885d8 https://www.tjpr.jus.br/documents/11900/11188715/bpm+como+ferramenta+de+gest%C3%A3o+processual+-+ricardo+piovesan/1cf1d3f2-7c3a-bbfc-d3c4-a587c30885d8 Introdução 4.1 Estrutura organizacional das organizações judiciárias 4.1.1 Serviços judiciais 4.1.2 Serviços extrajudiciais 4.2 Gestão de processos de negócios 4.2.1 BPM Human Centric 4.2.2 Técnica do 5W1H 4.3 Gestão de processos e documentos judiciais 4.3.1 BPM Human Centric aplicado às organizações judiciárias 4.3.2 Técnica do 5W1H aplicado às organizações judiciárias Síntese Bibliografia