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9
	
 CURSO
DISCIPLINA
NOME COMPLETO
HERANÇA DIGITAL
BELÉM
	2021
NOME COMPLETO
HERANÇA DIGITAL
Trabalho apresentado à Faculdade de Belém - FABEL, como requisito parcial para a obtenção de média na disciplina de DISCIPLINA.
Professor: Profª 
BELÉM
2021
1. INTRODUÇÃO
	
Visando possibilitar nosso desenvolvimento acadêmico e profissional propusemo-nos a investigar o tema Herança Digital, haja vista, que nenhuma lei civil brasileira, no entanto, regulamenta o tema hoje. Nem mesmo a Lei 13.709/2018 (Lei de Proteção de Dados Pessoais), que entrou em vigor em 2020 alterando o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), menciona o assunto.
Este trabalho tem como objetivo estudar sobre o que vem sendo feito no Brasil em relação à herança digital. Para isso, iniciaremos esclarecendo sobre o conceito de herança digital.
Em seguida, trataremos sobre o Direito sucessório brasileiro, visando sobre o que há na legislação brasileira tratando a herança digital e como tem se dado as decisões sobre o tema nos tribunais.
E, finalmente, para alcançar nosso objetivo, analisaremos a literatura científica que contribuem para o entendimento sobre o assunto.
 
CONCeITO
Herança digital é, comumente conceituado pelos doutrinadores do Direito Sucessório, o conjunto de bens, direitos e obrigações transmitidos aos herdeiros por meio da sucessão do patrimônio de pessoa falecida, em forma de contas digitais (em redes sociais) de assinaturas de serviços vitalícios pagos em plataformas com algum valor ou, materiais de valor subjetivo, como conteúdos (fotos, vídeos, áudios, games, músicas, filmes, centenas de mensagens particulares, moedas virtuais e etc) e acessos de meios digitais (senhas), ou até mesmo, contas que contenham um valor financeiro em potencial. Esses bens apresentam condição especialmente distinta de qualquer outro bem que compõe a herança tradicional. A herança digital trata da transmissão dos bens digitais post mortem. Dessa maneira, os arquivos digitais, como blogs, páginas da internet, dados armazenados na computação em nuvem e tudo que a pessoa criou e disponibilizou publicamente em seus canais de comunicação de um ambiente virtual, compõem o conceito de patrimônio, passível de ser regulado para fins de sucessão.
Tem-se como resultado desenvolvimento das plataformas virtuais e de armazenamento de dados os bens digitais, que passaram a constituir objetos de grande relevância para as pessoas, não havendo óbice para serem incluídos na definição de patrimônio. Então, recentemente, tornou-se evidente a necessidade de extensão das normas que regulam o direito sucessório, de modo que pudesse abranger também a herança digital.
O DIREITO SUCESSÓRIO
Tem-se o entendimento que Direito Sucessório trata das normas que disciplinam a transferência do patrimônio de alguém, após a sua morte, aos seus herdeiros, por meio de lei ou testamento, e, também, em uma classificação mais conservadora, é reconhecido como o conjunto de direitos e obrigações (patrimônio) transmitidos com a morte do indivíduo. Para a professora Maria Helena Diniz, é, portanto, tudo aquilo que compõe o patrimônio da pessoa falecida. Ou seja, “o conjunto de direitos e deveres que se transmite aos herdeiros legítimos ou testamentários, exceto se forem personalíssimos ou inerentes à pessoa do de cujus”.
Quando a pessoa não manifesta sua vontade em vida, e não há testamento, a sucessão recebe o nome de legítima, presumindo a vontade do falecido. E a sucessão legítima ocorre em decorrência de lei, com força do art. 1.788 do CC/02. Diz tal dispositivo:
art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
O Código Civil/2002, no art. 1857, §2º, permite que o testamento tenha um conteúdo extrapatrimonial ("São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado").
Alguns doutrinadores têm recomendado aos titulares das contas eletrônicas que registrem sua manifestação de vontade ainda em vida, com um bom planejamento sucessório e o registro de um testamento. Se não o fizer, há também a opção que as próprias redes sociais dão: permitem ao usuário decidir a maneira como a sua conta será gerenciada após a morte. O Facebook, por exemplo, oferece duas opções por meio do aplicativo If I die (se eu morrer, em tradução livre). Assim, o usuário pode, por exemplo, optar por manter a conta ativa ou excluí-la. O Twitter autoriza que os familiares baixem todos os tweets públicos e solicitem a exclusão do perfil. O Instagram autoriza a exclusão da conta, ou, então, a transformação do conteúdo em um memorial, mediante o preenchimento de formulário online. O Google também permite ao usuário preencher termos similares, e alertar o Google a respeito do momento em que a conta deve ser considerada inativa e, quando isso acontecer, se a empresa pode exclui-la automaticamente. Se essa não for a opção, no entanto, o usuário ainda pode escolher quem pode usá-la em seu nome e o que pode ser compartilhado. Seria uma espécie de testamento digital informal
2.1. LEGISLAÇÃO SOBRE A HERANÇA DIGITAL
O termo ‘testamento digital’ ainda não é reconhecido no direito brasileiro. Em 2019, dois Projetos de leis que tratavam do tema “herança digital” tramitavam no Congresso. Um deles era o PL 4.847, de 2012, que visava estabelecer normas de herança digital. O referido projeto definia que:  "A herança digital defere-se como o conteúdo intangível do falecido, tudo o que é possível guardar ou acumular em espaço virtual, nas condições seguintes: I – senhas; II – redes sociais; III – contas da Internet; IV – qualquer bem e serviço virtual e digital de titularidade do falecido".
Não obstante, o PL 4.099, de 2012, visava garantir aos herdeiros a transmissão de todos os conteúdos de contas e arquivos digitais. Assim previa:
 “Se o falecido, tendo capacidade para testar, não o tiver feito, a herança será transmitida aos herdeiros legítimos. Ainda, foi escrito que caberia ao herdeiro: I – definir o destino das contas do falecido; a) transformá-las em memorial, deixando o acesso restrito a amigos confirmados e mantendo apenas o conteúdo principal ou; b) apagar todos os dados do usuário ou; c) remover a conta do antigo usuário".
Os dois projetos de lei foram arquivados.
Em 2017 foi proposto o PL 7.742/17, que ainda aguarda parecer do relator na Câmara dos Deputados. O texto visa incluir um artigo 10-A no Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14), que estabelece que os provedores de aplicações de internet devam excluir as respectivas contas de usuários mortos logo após a comprovação da morte, desde que se tenha um requerimento do cônjuge, companheiro ou parente maior de idade. Essa previsão viria expressa na inclusão de um novo dispositivo de lei ao Marco Civil da Internet. O art. 10-A, portanto, teria a seguinte redação:
Art. 10-A. Os provedores de aplicações de internet devem excluir as respectivas contas de usuários brasileiros mortos imediatamente após a comprovação do óbito.
1º A exclusão dependerá de requerimento aos provedores de aplicações de internet, em formulário próprio, do cônjuge, companheiro ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive.
2º Mesmo após a exclusão das contas, devem os provedores de aplicações de internet manter armazenados os dados e registros dessas contas pelo prazo de 1 (um) ano, a partir da data do óbito, ressalvado requerimento cautelar da autoridade policial ou do Ministério Público de prorrogação, por igual período, da guarda de tais dados e registros.
3º As contas em aplicações de internet poderão ser mantidas mesmo após a comprovação do óbito do seu titular, sempre que essa opção for possibilitada pelo respectivo provedor e caso o cônjuge, companheiro ou parente do morto indicados no caput deste artigo formulerequerimento nesse sentido, no prazo de um ano a partir do óbito, devendo ser bloqueado o seu gerenciamento por qualquer pessoa, exceto se o usuário morto tiver deixado autorização expressa indicando quem deva gerenciá-la.
Esse se encontra na fila de pautas da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.
Tais projetos têm como objetivo garantir ao morto sua privacidade e intimidade. E, quando a herança digital tiver valor econômico garantirá, também, que faça parte do inventário/partilha. Afinal, se há valor patrimonial, cabe sucessão.
2.2. DECISÕES JURISPRUDÊNCIAIS
Aos poucos, os primeiros casos de herança digital começam aparecer para o Judiciário decidir. Esporadicamente, algum familiar recorre à Justiça para requerer a quebra do sigilo de determinada conta online pessoal. Em decisões recentes, alguns magistrados têm entendido que tais direitos possuem natureza personalíssima. Assim, diversos pedidos têm sido sentenciados como ilegítimos, pois ferem o direito à intimidade da pessoa humana. 
Foi o que aconteceu, por exemplo, em um julgado de Minas de Gerais, que transcorreu em segredo de Justiça. O juiz Manoel Jorge de Matos Junior, da Vara Única da Comarca de Pompeu, entendeu ser improcedente o pedido da autora em obter o acesso aos dados pessoais da filha falecida na internet. Ele baseou seu argumento no art. 5º, inciso XII, da Constituição Federal, que trata sobre o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas. Sentenciou, então, o magistrado:
Dada essa digressão, tenho que o pedido da autora não é legítimo, pois a intimidade de outrem, inclusive da falecida Helena, não pode ser invadida para satisfação pessoal. A falecida não está mais entre nós para manifestar sua opinião, motivo pela qual a sua intimidade deve ser preservada.  (precedente nº 0023375-92.2017.8.13.0520, juiz Manoel Jorge de Matos Junior, Vara Única da Comarca de Pompeu/MG).
Portanto, como é possível verificar, alguns magistrados já defendem que os bens virtuais personalíssimos devem ser tratados com a devida privacidade e respeito à intimidade da pessoa falecida.
4. CONCLUSÃO
Por conta do princípio da Saisine, os bens deixados pelo falecido serão transmitidos aos seus sucessores, sem necessidade do aceite, em outras palavras, o próprio morto transmite ao sucessor o domínio e a posse da herança. Quando o titular do direito morre ocorre a transmissão imediata aos que possuem a garantia de herdar, passando a fazer parte do patrimônio do herdeiro que a recebeu. Com isso, a transmissão vai ocorrer no momento que abre a sucessão, mesmo que o herdeiro não tenha conhecimento da morte do autor da herança. Porém, no Brasil, além de não existir uma legislação especifica que trate sobre herança digital, também não possui um conceito ou definição específica, por isso a interpretação deverá ser extensiva, se inserindo no conceito de herança e patrimônio. Destarte a isso, que se identifica a real necessidade de um estudo sobre esse tema, devido a sua magnitude importância para a sociedade de hoje.
 Dessa forma, a Constituição/88 apesar de não trazer o conceito de herança, insere em seu art. 5, inciso XXX, como um direito fundamental, que por meio de interpretação extensiva, pode-se compreender que as normas do direito sucessório abarcam o conceito de herança digital
Referências
BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm> Acesso em 01.06.2021.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. 33ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

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