Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INCISÕES E SUTURAS INCISÕES: - 1º princípio: o corte deve ser feito com qualidade, devendo ser únicos, longos e contínuos a fim de diminuir o dano tecidual. - 2° princípio: incisão em planos: incisar a mucosa somente, depois somente o musculo, não incisar de uma vez só. Isso permite com que você localize as artérias e nervos depois que tira a mucosa. Se vai incisar áreas com estruturas nobres, elas têm que ser incisadas separadamente. - 3º princípio: a lâmina deve estar perpendicular ao osso. Se estiver oblíqua a área de corte vai ser maior. - 4º princípio: toda estrutura que teve retalho, deve ter suporte ósseo (para que não afunde durante o corte) e suprimento sanguíneo. Para isso, a base deve ser maior que o ápice e a largura devem ser maiores que a altura. Isso não acontece em retalhos em envelope. Então fazer o retalho relaxante em forma de L, de forma que a incisão fique longe da área da operação em si (quando dois retalhos relaxantes, eles devem divergir entre si), sendo feito a um dente de distância da área em que se vai operar, na base da papila. A deiscência do retalho ou de sutura acontece quando não há suporte ósseo. Ele cicatriza por segunda intenção (granula, ficando mais raso até sumir). Deve se prevenir também a dilaceração do retalho, devendo não fazer cortes muito grandes. TIPOS DE RETALHOS: - Retalho em envelope: começamos separando a gengiva pela região intrasucular e ir acompanhando ela. Podemos utilizar quando precisamos extrair mas não enxergamos a raiz residual. Terceiros molares inferiores normalmente precisam de retalhos, por conta da linha oblíqua. Retalho relaxante: quando começamos intrasucular, mas vamos em direção a prega mucojugal. - Retalho em L: retalho relaxante com retalho em envelope. Primeiro a incisão e depois o descolamento da gengiva. Podemos fazer em caso de extração retrógrada (abertura com broca na apical com introdução da alavanca e empurrar o dente para fora - Retalho em trapézio: são duas relaxantes divergentes (lembrar do suprimento sanguíneo), indicado o uso em operações que precisam de muito acesso, por exemplo, na altura dos prés você consegue chegar no infraorbitário. - Retalho semilunar: toda feita em gengiva não ceratinizada, normalmente usada para remover lesões periapicais, mas é recorrente que ela fique sem suporte ósseo depois de tirar a lesão. Então é mais fácil fazer uma em L. - Retalho em Y: incisão reta no palato e com duas relaxantes próximas aos incisivos para descolar para lateral e ter acesso ao meio do palato para retirar um tórus palatino, por exemplo. Não pega a artéria palatina maior. Quando pega uma artéria na incisão faz-se a laqueadura dos vasos: pinça o vaso com a hemostática, com fio de sutura dá os nós na pinça e empurra pro vaso e fecha o vaso com esse fio. Pode também amarrar todo o tecido e o vaso no meio. Pode também pinçar e queimar o vaso. Para prevenir a dilaceração do retalho, tem que planejar se vai precisar de L ou envelope é o suficiente, pois se puxar demais com afastador pode dilacerar e sangra muito e é mais difícil de cicatrizar do que uma incisão feita corretamente (faz o L a força). Para descolar o retalho, sempre começa a partir do ângulo (no L é na base da papila) e vai descolando a relaxante e caminhando pra posterior. Esse retalho deve pegar a mucosa e o periósteo e deixar somente o osso. Para isso, a lâmina tem que chegar no osso na hora da incisão. TÉCNICAS DE SUTURA Fios podem ser de nylon, seda e até absorvível. A pele é só suturada com absorvível ou suturada com nylon, seda é somente em mucosa. Os critérios de classificação da sutura são: Quanto a profundidade: superficial e profunda Quanto a técnica: planos (pele com pele, gordura com e gordura com gordura. Não cria espaço morto, que se encheria de sangue e levaria infecção), massa e mista Quanto ao tipo de ponto: simples e especial Quanto ao tipo de ponto: simples e especial (ancoramos, dando firmeza) Quanto à sequência de pontos: separadas e contínuas Quanto à posição das bordas: invaginante, confrontante e de eversão. *Cortes de traumas deverão ter bordos sangrantes, o que não está sangrante, a sutura não une. Devemos lembrar também que devemos suturar os ângulos primeiramente para que posicionemos o retalho de forma correta e não sobrar tecido ao final da sutura. Em casos de atravessar o lábio, faremos a técnica em plano e sempre indo do lado mais sujo (boca e que deve ser limpado) ao mais limpo (pele). As características principais de uma boa sutura são: sutura asséptica (todas medidas para evitar contaminação foram tomadas), atraumática, com tensão adequada (bordos devem se encontrar passivelmente, sem tensões), bordas cruentas, sutura plano a plano, suporte ósseo. Uma sutura terá deiscência quando não tiver suporte ósseo ou se for feita sobre tensão. TIPOS DE FIOS: Sutura absorvível: absorvidas pelo corpo, não sendo necessário a sua retirada. Geralmente são derivados do ácido poliglicólico ou são o categute (derivado de tecido animal, tem o simples e o cromado que dura mais meses). O tempo de absorção varia de acordo com sua marca e componente químico, sendo isso importante para a escolha do fio que deve ser de acordo com o local (. Os catugutes se absorvem por provocarem uma reação inflamatória que expulsa o fio, demoram mais para absorver que os derivados do ácido. O fio que se absorve mais rápido, é o Vicryl®. Sutura não absorvível: seda, poliéster, náilon (pele ou mucosa), polipropileno, aço inoxidável (fazer sutura em osso). Os mais utilizados são a seda, o náilon e o aço inoxidável. Na capa do fio, temos a validade, descrição da agulha, código da agulha, comprimento do fio, diâmetro do fio, número cirúrgico, quanto mais zeros ele tem, mais fino ele é), material e descrição (marca, material, cor, se é trançado ou monofilamentar), especialidade, código do produto, revisão. Existe um picote para retirarmos a o fio e agulha mais facilmente, devemos pegar com o porta-agulha, na sua metade (metade ou no terço do fundo da agulha), travamos o porta agulha e puxamos o fio. NÓ DA SUTURA: primeiro se passa a agulha no tecido, damos 3 ou duas voltas e daremos o nó, depois viramos do lado oposto e damos o nó. O porta agulhas deve ter tamanho apropriado, desenho seguro. A agulha deve estar presa a cerca de 1/3 a ½ de distância da ponta da agulha e estar na ponta do porta agulha. Não devemos lesar a ponta da agulha ao resgatar a agulha do tecido. A força deve ser aplicada na direção da curva da agulha (a agulha deve entrar perpendicular ao tecido e movimentar de formar curva utilizando a articulação do punho). Não forçar ou torcer a agulha no esforço do puxar para fora do tecido. Não tente abraçar uma quantidade excessiva de tecido com agulhas pequenas. TIPOS DE SUTURAS: Suturas descontínuas: temos o ponto simples, simples invertido, Donatti ou “U” vertical, colchoeiro ou “U” horizontal, “X” externo com nó externo. -ponto simples: a entrada e saída da agulha devem estar sempre da mesma distância da borda, o ponto não deve ficar sobre a incisal, devendo estar mais na face vestibular ou palatina. -ponto simples invertido: ao invés de começarmos na pele, começaremos por dentro. É como se o nó fosse ficar para dentro do tecido, porém será feito um ponto de eversão. Não é estético, mas dá suporte. -ponto de Donatti ou em “u” vertical: passamos a agulha na vestibular, chegamos a lingual, passamos na vertical e voltamos para vestibular. Indicados para quem vai fazer enxerto ósseo e muito utilizado na implantodontia. Não é estético mas é muito firme. -ponto em “U” na horizontal: ao invés de das perfurações serem no sentido Vestibulolingual, serão no sentido mesiodistal. -Ponto em X: mais utilizado na odontologia, pois já que os bordos do alvéolo não irão se encontrar, o X protege. Uma perfuração na vestibulare outro na lingual, seguido de outras duas no mesmo sentido e amarramos. Suturas contínuas: não são isoladas, sendo uma só do início ao final. São mais rápidas, mas suportam menos tensão, além disso, se romper um ponto, se rompe a sutura inteira. -colchoeiro contínuo simples: seguimos a perfuração comum do ponto simples. Damos um ponto no início sem cortar o fio e damos outro ponto no final, dando o nó e cortando. -colchoeiro contínuo ancorado: mais utilizado. Faz o ponto simples no início, vai por vestibular e vai por lingual, e na hora de fazer o outro, passa por dentro da sutura anterior. Esse ponto é mais forte. No final dá outro nó. -colchoeiro horizontal: é como se fossemos fazer vários pontos U em horizontal. - Sutura intradérmica: feito somente com náilon e na pele e em áreas que não possuem nenhuma tensão muscular (pálpebra e queixo, por exemplo). As perfurações não atingem a pele, somente a camada mais inferior a ela. É uma sutura estética. * ADESIVOS PARA SUTURA: são para áreas sem tensão muscular (pálpebra, supercílio e queixo) e não funciona bem na mucosa por conta da umidade. Cola os dois pontos. Além da cola, existem adesivos que unem as lesões como pontos. GRAMPEADORES: mais raramente utilizados na odontologia. Mais utilizados em ossos e tórax. Não são estéticos. REMOÇÃO DE SUTURAS: É um procedimento semicrítico, então devemos separar uma pinça, tesoura e jogo clinico para remoção de sutura. Devemos separar uma tesoura para fio de sutura e outra para gengiva a fim de não cegar elas. Alertar ao paciente a chegar 10 min antes do começo do atendimento. Devemos recortar o fio rente a gengiva para que o fio coberto por placa não passe por dentro do tecido. COMPLICAÇÕES: - Sobreposição de planos (uma borda sobre a outra). Queremos sempre bordos confrontantes, através da distância compatível e força adequada. A maioria das suturas as bordas se encontram e devem se encontrar no mesmo nível, mesmo na sutura em planos - Planos não suturados criam espaços vazios que se enchem de sangue (hematoma) e levam a uma infecção - Invaginação: causado pelo excesso de força usado para apertar o fio - Desnivelamento e eversão: são ruins, queremos a confrontante.
Compartilhar