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Rebeca Woset FÁRMACOS DO TGI PRÓ-CINÉTICOS São medicamentos que têm a capacidade de estimular, coordenar e restaurar a motilidade gástrica, pilórica e do intestino delgado, as principais substâncias empregadas terapeuticamente envolvem efeitos colinérgicos muscarínicos, antidopaminérgicos e serotoninérgicos. METACLOPRAMIDA Metaclopramida é o principal pró-cinético, O mais importante é o antagonismo do receptor da dopamina do tipo 2 (D2). O efeito da dopamina sobre esses receptores do sistema digestório é a redução da pressão no esfíncter esofágico inferior e da motilidade gastrintestinal. O efeito pró- cinético da metoclopramida, além do bloqueio de receptores D2 pré-sinápticos e pós-sinápticos, envolve a estimulação de receptores excitatórios pré-sinápticos da serotonina do tipo 4 liberação de acetilcolina de neurônios colinérgicos intrínsecos motores e antagonismo da inibição pré-sináptica de receptores muscarínicos, permitindo o aumento adicional da liberação de acetilcolina. Os efeitos gastrintestinais da metoclopramida incluem aumento do tônus e amplitude das contrações gástricas, contração do esfíncter esofágico inferior, relaxamento do esfíncter pilórico e aumento do peristaltismo do duodeno e jejuno. Não utilizar com analgésicos narcóticos ou opioides e as drogas anticolinérgicas. Drogas que são absorvidas pelo estômago tem absorção diminuída. Primeira passagem reduz a biodisponibilidade em 75%. É eliminado na urina e na bile após a conjulgação com o sulfato ou ácido glicurônico. CARBACOL O carbacol (linha veterinária: Colentim®) atua tanto em receptores muscarínicos quanto nicotínicos, principalmente nos gânglios autônomos. Estimula secreção das glândulas. NEOSTIGMINA A neostigmina tem efeito menos restrito ao sistema digestório do que o betanecol. Atua como agente anticolinesterásico. Tem nitrogênio quaternário, sendo apolar portando não chegar ao SNC. Os efeitos adversos causados por esses agentes estão relacionados à estimulação parassimpática (broncoconstrição, sialorreia, cólicas abdominais, bradicardia e hipotensão). ANTIÁCIDO São medicamentos que aumentam o pH gástrico, neutralizando o ácido clorídrico (HCl) liberado pelas células do estômago (células parietais). Os antiácidos sistêmicos podem ser absorvidos no sistema digestório e exercer este efeito no organismo do animal, ao passo que aqueles não sistêmicos exercem seu efeito fundamentalmente no estômago. O antiácido sistêmico mais utilizado é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), capaz de reagir com uma molécula de ácido clorídrico (HCl), formando cloreto de sódio (NaCl), água (H2O) e gás carbônico. Dentre os não sistêmicos os mais usados são os de magnésio, cálcio e alumínio. Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2): uma molécula de Mg(OH)2 reage com 2 moléculas de HCl, formando cloreto de magnésio (MgCl2) e 2 moléculas de água. Carbonato de cálcio (CaCO3): uma molécula de CaCO3 reage com 2 moléculas de HCl, formando cloreto de cálcio (CaCl2), gás carbônico e água. Hidróxido de alumínio (Al(OH)3): uma molécula de Al(OH)3 reage com 3 moléculas de HCl, formando cloreto de alumínio (AlCl3) e água. Inibidor da bomba gástrica de HCl: estes agentes bloqueiam reversivelmente uma bomba Rebeca Woset FÁRMACOS DO TGI localizada na membrana das células parietais responsáveis pela secreção de HCl, chamada H+, K+-ATPase; esta bomba troca íons H+ por K+. Não possui afinidade por receptores de ACH e Histamina. Taxa de ligação plasmática é 95%. Omeprazol é completamente metabolizado principalmente no fígado, no citocromo p450. É excretado como metabólito na urina e fezes. EMÉTICOS A êmese pode ser produzida por estimulação local da mucosa gástrica (por meio do uso de substâncias irritantes), por distúrbios do aparelho vestibular (cinetose) e pode ter origem central (infecções virais, febre ou toxemia). Em todas estas situações, existe o controle pelo sistema nervoso central por intermédio do centro do vômito. Os eméticos podem ser irritantes ou de ação central. Os primeiros produzem irritação da mucosa gástrica e, consequentemente, induzem o vômito; são usadas com esta finalidade soluções a 1% de sulfato de cobre ou sulfato de zinco. Outros sais como o cloreto de sódio, na forma sólida, colocado sobre a base da língua ou fornecido em solução concentrada levemente aquecida podem também produzir este efeito, o efeito ocorre entre 15 a 30 minutos. A água oxigenada 10 V (peróxido de hidrogênio a 3%) administrada por via oral, nesta concentração causa o vômito reflexo, por distensão estomacal; concentrações maiores podem induzir quadros eméticos graves. Geralmente, administrada na dose de 1 a 2 mℓ/kg, o vômito ocorre após 10 min; a dose pode ser repetida caso não ocorra o vômito no período de 20 min após a primeira administração Ação central: Xilazina ando administrada por via subcutânea ou intramuscular, pode também causar vômito dentro de poucos minutos após a administração, particularmente em gatos. Tal efeito, que ocorre com relativa frequência quando usada por estas vias, motivou sua recomendação como emético. Evidentemente a êmese induzida pela xilazina é, posteriormente, acompanhada de sedação. A xilazina é um agonista de receptores α2-adrenérgicos. Esses receptores estão presentes na zona deflagradora dos quimiorreceptores e no centro do vômito em maior número em gatos do que em cães. A dose de xilazina para indução de vômito em gatos é de 0,05 mg/kg, sendo inferior àquela usada para a pré-anestesia ou sedação (1 a 2 mg/kg). Os antagonistas de receptores α2- adrenérgicos, como a ioimbina, podem rever o efeito emético da xilazina. ANTIEMÉTICOS Atua tanto localmente, reduzindo a irritação gástrica, como no sistema nervoso central. Alimentos de fácil digestão, de consistência pastosa e frios podem exercer um certo efeito sedante sobre a mucosa gástrica, da mesma forma que soluções com anestésicos locais (lidocaína) administradas por via oral. METACLOPRAMIDA Faz parte dos bloqueadores de receptores dopaminérgicos. Favorece esvaziamento gástrico. Não tem efeito sedativo. O efeito antiemético é atribuído ao bloqueio dos receptores dopaminérgicos da zona deflagradora dos quimiorreceptores, cuja estimulação induz a êmese; também são capazes de evitar o vômito induzido por estímulos que atingem diretamente Rebeca Woset FÁRMACOS DO TGI o centro do vômito. Sabe-se, ainda, que a dopamina no estômago é capaz de inibir os movimentos da região do fundo e a amplitude das contrações; portanto, o bloqueio de tais receptores por estes antieméticos favorece o esvaziamento gástrico. Pode estimular sedação e excreção de prolactina. ONDANSETRONA O efeito antiemético é consequência do bloqueio de receptores 5-HT3 (seratonina tipo 3) da zona deflagradora dos quimiorreceptores e daqueles localizados perifericamente nos terminais nervosos vagais. MAROPITANTO Antagonista de receptores de neurocinina 1. Maropitanto é indicado para cães na prevenção de náuseas induzidas pela quimioterapia, para a prevenção da cinetose e na prevenção e no tratamento do vômito. CATÁRTICOS Catárticos são medicamentos que favorecem a eliminação das fezes. São chamados de purgantes quando promovem a eliminação de fezes de consistência diarreica e de laxantes quando as fezes têm consistência normal. CATÁRTICOS EMOLIENTES OU LUBRIFICANTES Lubrificam e amolecem as fezes, impedindo a sua dessecação; exercem efeito sobretudo laxante. Neste grupo encontram-se os óleos mineral e vegetais e os docusatos. O uso dos óleos como laxantes tem a desvantagem de reduzir a absorção das vitaminas lipossolúveis. CATÁRTICOS OSMÓTICOS OU SALINOS são pouco e lentamente absorvidos, exercendo atividade osmótica no lúmen intestinal, assim atraindo água para esta região; com isto há distensão das fibras musculares lisasintestinais e, reflexamente, aumentam o peristaltismo, produzindo efeito laxante ou purgante, dependendo da dose. Fazem parte os sais de Mg, de Na, lactulose, glicerina e sorbitol. CATÁRTICOS ESTIMULANTES OU IRRITANTES: Propõe-se que promovam irritação da mucosa intestinal, ou inibam a absorção de água, eletrólitos e nutrientes, ou ainda estimulem os plexos nervosos intramurais, aumentando a motilidade intestinal e causando, consequentemente, o efeito catártico. Oleo de Rícino: Secreta na saliva, leite, urina e bile. DIGESTIVOS OU EUPÉPTICOS São medicamentos que favorecem os processos digestivos, substituindo ou complementando as secreções do sistema digestório. Enzimas digestivas: a papaína (encontrada no mamão) e a bromelina (presente no abacaxi) são proteases; a pancreatina e a pancreolipase (obtidas de pâncreas de suínos) contêm principalmente amilase, tripsina e lipase, que auxiliam na digestão de proteínas e lipídios; e pepsina que é uma enzima proteolítica Coleréticos: estimulam a secreção de bile que é importante para absorção de lipídios. Os principais agentes são os próprios ácidos e sais biliares. Algumas substâncias de origem vegetal também têm este efeito, como a boldina (do boldo) e a cinarina (da alcachofra) Colagogos ou colicinéticos: são medicamentos que contraem a vesícular biliar, como o faz fisiologicamente a colecistocinina, que pode ser obtida a partir de extratos de mucosa duodenal. O sulfato de magnésio e o sorbitol têm este efeito, bem como alguns alimentos (gema de ovo, creme de leite). HEPATOPROTETORES Rebeca Woset FÁRMACOS DO TGI Fazem parte deste grupo os agentes hepatotrópicos (possuem afinidade especial pelo fígado) e os agentes lipotrópicos (apressam a remoção de lipídios ou reduzem sua deposição no fígado. Colina: é um agente considerado lipotrópico; acredita-se que possa promover a conversão da gordura hepática em fosfolípídios que contêm colina, os quais podem ser transferidos mais rapidamente do fígado para o sangue, evitando, assim, a esteatose hepática (degeneração gordurosa). A colina também é essencial para a síntese de fosfolipídios presentes nas membranas celulares (são lipoproteicas). Lecitina e betaína: são agentes lipotrópicos que contêm colina, liberando-a por hidrólise. Metionina: é doadora do radical metila, favorecendo, desta maneira, a metilação de diferentes substâncias químicas (medicamentos, agentes tóxicos etc.), visando facilitar sua eliminação do organismo. Silimarina: age como estabilizador das membranas dos hepatócitos, inibindo a lipoperoxidação desencadeada por radicais livres (ação antioxidante) Vitamina B12: é agente lipotrópico, que favorece a síntese proteica hepática. Vitamina E (α-tocoferol) e selênio: acredita-se que ambos teriam efeito antioxidante e, por isso, seriam medicamentos antinecróticos.
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