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02/03/2021 Infectologia HIV e AIDS Ciclo de entrada do vírus na célula • Vírus do HIV pode atacar qualquer célula, mas tem uma preferência para linfócitos tcd4. Se reproduzem dentro desses linfócitos e depois matam essa célula, o vírus do HIV inativa (não destrói) as outras cel de defesa, viram células anergicas. • Gp120 é prot de superfície que o HIV se liga • Correceptores na superfície dos linfócitos que se ligam no HIV: ccr5 ou cxcr4 • Essa ligação gera fusão e adesão na célula. É jogado para dentro do linfócito o material do vírus (que é um RNA vírus). • A transcriptase reversa transforma o RNA em DNA viral, as proteases e integrases integram o DNA do vírus no DNA do hospedeiro e a partir dai gera mais DNAs virais. • Vírus invade um linfócito, um único vírus faz um baita estrago, pode reproduzir milhares de cel contaminadas. • Medicamentos anti-retrovirais: HIV é um retro vírus (é de RNA, utiliza a transcriptase reversa) Medicamentos para tratam do HIV agem nos correceptores, na fusão da parede, na transcriptase reversa, integrasse ou protease. Não se tem a cura do HIV, só tratamento. • HIV-1: Cepa R5 – ccr5: infecções iniciais Cepa X4 – cxcr4: ‘’vírus mais resistente’’ emergem ao longo da infecção, mais citopáticos • Indivíduos com deleção no gene ccr5 (não produzem os correceptores, o vírus não entra nas células) são resist as infecções pelo HIV. Indivíduos heterozig evoluem de forma mais lenta para aids – 1% dos caucasianos. • O HIV do tipo 2 (HIV-2) é bem menos patogênico e infectante, restrito a regiões africanas. Formas recombinantes (CRF/URF): dois subtipos vivendo juntos, acabo formando um outro subtipo de HIV → Subtipos recombinados podem ser mais resistentes • No BR há predomínio do tipo B, no RS predomínio do tipo C. Evolução natural da infecção e da doença • Linha continua amarela: carga viral, quanto de vírus que a pessoa pode ter na circulação. 2 semanas, aumento súbito da carga viral (até 12 semanas é o período de infecção aguda pelo hiv, pode não acontecer nada (assintomáticas) e há as que tem uma síndrome retroviral aguda – adenomegalia, rash cutâneo, etc.). Depois ocorre uma queda espontânea da carga víral (latência clínica, pode durar anos, 8-10 anos de latência, carga viral bem baixinha, pouquíssimo vírus se replicando). Após pode aumentar muito de novo. • No momento da infecção a pessoa tem mais de mil Linf TCD4, na infecção aguda há uma queda brusca deles (fica em torno de 500), o indiv. Pode ter uma recuperação parcial disso, ficando com os linfócitos com número estáveis na latência. Quando aumenta a carga viral, os linfócitos podem ter outra queda significativa de linfócitos, dai o indivíduo Vai começar a apresentar sintomas (sintomas consecutivos – perda de peso, cabelo, diarreia, manchas pelo corpo, febre, adenomegalia, tuberculose, meningite por triptococos. Após a latência, quando há esses sintomas, o indivíduo não só é mais portador do vírus, mas também possui a doença aids). • A partir de 3-4 semanas já se tem anticorpos circulando • Progressores rápidos, fazem o pico de carga viral, tem queda de tcd4, mas eles não fazem a latência, vão direto pra fase de doentes oportunistas. São os casos mais graves, ocorrem em cerca de 10% dos pacientes. • Hoje, qualquer pessoa que recebe o diagnóstico já se oferece o tratamento, porque quebra a replicação viral (vírus para de se multiplicar). Epidemiologia do HIV no Brasil • 10,5% nos homossexuais • 4,9% profissionais do sexo • Pirâmide etária: predomínio em homens e nos adultos jovens. Baixa incidência em crianças no br. • ‘’pop alvo’’ • Transmissão: contato com sangue, leite materno, secreções da via de parto e contato sexual • Incidência é constante, vem aumentando o número de pessoas que vivem com HIV mas a mortalidade diminuiu. Isso graças a terapia antirretroviral • Coquetel no passado 12-16 por dia, hoje são dois por dia. • Cascata do cuidado: quanto mais pessoas diagnosticadas melhor! Essa é a cascata do BR em 2016 • Pessoas com HIV que tem a carga viral indetectável não transmite por via sexual. Estratificação de risco: • Assintomáticos estáveis → local de seguimento na atenção básica • Sintomáticos, coinfectdos (como tb-hiv, hiv-hepatite B ou C), gestantes, crianças → serviço especializado (SAE), como o cemas • Ética, sigilo, construção coletiva das ações em saúde juntamente com o paciente • A vontade do paciente deve ser levada em consideração, ou seja, aqueles que não quiserem aderir a proposta de cuidado compartilhado terão seu seguimento mantido no SAE Estágios de infecção pelo HIV • A formação de anticorpos começa ali pela 1-2 semanas, e esses anticorpos ficam pelo resto da vida. Não consigo diferenciar IgM ou IgG, o vírus sempre vai estar no corpo, então o IgM sempre vai ser presente, não é importante a diferenciação dos dois • Diagnóstico molecular: PCR (material genérico vírus) e sorológico (anticorpo) • Período de eclipse: período sem nenhum marcador (primeiros 10 dias desde a infecção), nem molecular nem sorológico. • Período de janela imuno: período em que não tenho anticorpo, mas já tenho diagnóstico molecular do vírus Diagnóstico e testagens • Diagnóstico do HIV é em serie: primeiro o de triagem (sensível e barato) e depois um confirmatório mais especifico (para eliminar os falso-positivo). • Teste rápido: acurácia de 99%, tem o de triagem quando o confirmatório. • Controladores de elite: tem infecção, tem anticorpos do HIV, só que na biologia molecular (carga viral) não aparece, a carga viral é abaixo do nível detectável. Normalmente são progressores muito lentos. E nunca receberam o tratamento para HIV. • Imunosilenciosos: tem níveis muito baixos (ou ausentes) de anticorpos, os testes dão sempre negativo, e se faz carga viral da positivo. • Dois tipos de PCR (reação em cadeia de polimerase) vê o material genético. Pode ver DNA e RNA. Posso fazer um PCR quantitativo (mede quantidade da carga viral) ou qualitativo (só vai dizer se é + ou – se tem vírus ou não). • Antígeno p24 é a proteína de superfície • Obrigatório fazer triagem de HIV em gestante. Na história de exposição de risco inclui troca de parceiro durante a gestação. • Crianças até os 18 meses (1 ano e meio) de vida não posso pedir teste de anticorpos, pois são os anticorpos da mãe que passaram a barreira placentária (IgG passa barreira placentária). Daí se faz PCR quantitativo (no 1 mês e depois do 4 mês de vida) e depois de 1 ano e meio de vida se faz o anti-HIV (anticorpos). Sublinhado são os mais importantes. A primeira consulta de retorno (15 dias depois) para conversar mais, ver como esta a medicação, ver se caiu a ficha, etc. Exame físico: • Examinar a boca sempre!!!!!! Dois achados principais que são a candidíase oral e a leucoplasia pilosa (manchas brancas na língua que sugere baixa imunidade). Cmv: citomegalo vírus. Esse paciente tem aids! Investigação de Tuberculose (Tb) • Tb é a principal causa de óbito por doença infecciosa em PVHIV; • Sintomas: tosse, febre, emagrecimento, sudorese noturna • Infecção pelo HIV eleva o risco de desenvolver Tb ativa em individuos com Tb latente • Prova Tuberculínica (PT): Se menor que 5 mm, repetir anualmente e após a reconstituição imunológica • Tto de Tb latente: recomendado para todas as PVHIV com PT > ou igual a 5 mm, desde que excluída Tb ativa. → Isoniazida Tratamento: TARVs • TARVs disponiveis (terapia anti retro viral): Inibidores da transcriptase revers analogos Inibidores da transcriptase revers não analagos Inibidores das proteases Inibidores das integrases Inbidiores de entrada (correceptores) Inibidores de fusão Tratamento como prevenção: I=I → indetectavel =instransmissevel sexualmente O uso de preservativo continua sendo recomendado como forma de cuidado adicional para evitar reinfecção pelo hiv e para prevenção de outras ISTs e hepatites virais. Como iniciar o Tarv: Cuidado com esse esquema: mulheres em idade fértil não pode usar DTG (deficiência no fechamento do tubo neural), quem usa rifampsina precisa tomar 2 DTG. • Situações Especiais Tuberculose Ativa: iniciar o tto anti-Tb e a TARV de forma precoce, mas não de forma concomitante. Se o CD4+ estiver menor que 50 celulas/mm³ ou tiver sinais de imunodeficiência avançada (exceto Mgt Tb) iniciar o TARV em 2 semanas. Demais pacientes, incluindo Mgt Tb iniciar TARV em 8 semanas. A Tuberculose é a doença que mais mata os pacientes com aids Hepatite-B: iniciar o TARV com esquema contendo Tenofovir, independente da contagem de TCD4+. Gestantes: o TARV esta indicado para toda gestante infectada pelo HIV, independente dos critérios clínicos e imunológicos, e não deverá ser suspenso após o parto, independentemente do nível de linfócitos TC4 no momento do inicio do tratamento. Fluxograma MVHIV em inicio de TARV (MS, 2019) Síndrome da reconstituição imunológica (se logo começar o tratam de hiv): acelera o processo inflam. Então primeiro tratar a tb e depois começar o tratam retroviral. Fluxograma MVHIV em TARV contendo DTG: Avaliação inicial TARV na criança: A TARV deve ser indicada para todas as crianças e adolescentes vivendo com HIV, independente de fatores clínicos, de contagem de linfócitos TCD4 e da CV-HIV. Fazer genotipagem antes de começar o tratamento na criança e na gestante (e todas as pessoas q o tratamento ta falhando) para ver a resistência genotípica do HIV. Acima de 12 anos é a mesma coisa que no adulto. Ver foto de copo é uma genotipagem no slide 34. Me perdi 1h55 Interações medicamentosas • Contraceptivos hormonais • Medicações antituberculosas, em especial a Rifampsina • Estatinas • Inibidores da bomba de próton (IBP) e antiácidos • Anticonvulsivantes e antidepressivos • Medicações para hepatite C • Antimaláricos ! Interações medicamentosas podem gerar falha terapêutica! Queda de carga viral após inicio de TARV • 3 a 6 meses para a carga viral ficar a baixo dos padrões detectáveis • Blip viral é um ‘’escape’’ temporário • Abaixo de 500 copias não consigo fazer a genotipagem Falha virológica • A falha virológica é caracterizada por: CV-HIV detectável após seis meses do início ou modificação da TARV ou CV-HIV detectável em indivíduos em TARV que mantinham a carga viral indetectável • Causas de falha virológica: o Baixa adesão ao tto (principal causa) o Esquemas inadequados (esquemas subótimos, terapia dupla, etc) o Fatores farmacológicos (quebra de comprimidos, interações medicamentosas, etc) o Resistência viral Profilaxias primárias das infecções oportunistas Complexo mycobact quando o cdt4 ta menos de 50 celulas. Cenário atual • O advento da TARV levou a uma maior longevidade e aumento da qualidade de vida dos portadores de HIV • Aumento da prevalência de doenças como obesidade, DM2, HAS e outras doenças cardiovasculares (DCV), osteosporose, doença renal e déficit cognitivo. • A expectativa de vida de pessoas com HIV é quase a mesma de quem não tem, mas o envelhecimento celular é mais ‘’acelerado’’ tanto pela inflamação crônica que o vírus causa quanto pela medicação. Essa pessoa vai ter comorbidades, Lipodistrofia (redistribuição de gordura no corpo, afinamento de braços pernas e rosto e aumento na região central/abdominal/dorsal ‘’giba’’) • Envelhecimento x HIV o Perfil das comorbidades das PVHA se assemelha ao de pessoas da pop geral 5 a 10 anos mais velhas o Ativação contínua do sistema imune - estado inflamatório crônico e de hipercoagulabilidade o +50 anos: são menos testados, menos diagnosticados, e têm um tempo menor até a morte o Estilo de vida + envelhecimento orgânico + polifarmácia o Diminuo as profilaxias mais aumento remédios para depressão, diabetes, hipertensão • TARV x DCV o AVC é elevado em pacientes usuários de TARV, por exemplo. o Embora alguns anti retro virais possam aumentar o risco cardiovascular (pela dislipidemia, toxicidade mitocondrial e aumento da agregação plaquetária), os benefícios da TARV superam o pequeno risco observado com seu uso • Síndrome Metabólica x TARV o Hiperglicemia o Hipertensão arterial o Hipertrigliceridemia o Redução do HDL colesterol o Obesidade (em especial obesidade central): lipodistrofia o Paciente tem tendencias a fazer uma pré-diabetes Vírus fica latente em reservatórios celulares (como nos intestinos) onde os remédios não tem acesso. Profilaxia Pré-exposição (PrEP) • Prep: uso de pessoas sem HIV, para prevenir a infecção pelo HIV • Administrar ARV em indivíduos não infectados, mas que pertencem às populações-chaves. • Fumarato de Tenofovir (TDF) + Emtricitabina (FTC) 1 pílula/dia • Rápida concentração genital, principalmente em tecidos retais. • Eficácia: + 90% de redução da transmissão • Nos estudos, pessoas que usaram PrEP não aumentaram número de parceiros, nem a incidência de outras DSTs e tiveram maiores taxas de uso consistente de preservativo. Profilaxia Pós-Exposição (Pep) Referencias:
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