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Desenvolvimento de Gênero

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DESENVOLVIMENTO DE GÊNERO
Carolina Zaghetti
Júlia Assumpção Galian
Julia Salvador Lopes 
Natália Bulgarelli Almeida 
SEXO
Relacionado à identidade biológica do indivíduo como os cromossomos XX e XY, manifestações físicas de identidade e as influências hormonais.
GÊNERO
Designa a identidade social e cultural do indivíduo entre homem ou mulher.
QUAL A DIFERENÇA?
CONCEITOS
Tipificação do Gênero: Processo onde a criança adquire a identidade de gênero e as motivações, valores e comportamentos considerados adequados segundo sua cultura.
Papel Expressivo	
Papel Instrumental
		Porcentagem das sociedades nas quais as pressões da socialização foram maiores para:	
	Característica	Meninos	Meninas
	Cuidado com o outro	0	82
	Obediencia	3	35
	Responsabilidade	11	61
	Conquista	87	3
	Autoconfiança	85	0
DIFERENÇAS ENTRE SEXOS NA SOCIALIZAÇÃO DE CINCO CARACTERÍSTICAS EM 110 SOCIEDADES
Capacidade Verbal
MITOS E VERDADES: Diferenças Sexuais
Capacidades Visuais-espaciais
Capacidade Matemática
Agressividade
Nível de Atividade
Medo, timidez, e assunção de riscos
Sensibilidade Emocional
Obediência
Autoestima
Conclusões: “Psicologicamente, homens e mulheres são muito mais semelhantes do que diferentes, e mesmo as diferenças mais bem documentadas parecem ser comedidas e sujeitas à comprovação”.
MITOS CULTURAIS
Proposição de Maccoby e Jacklin (1974), segundo a qual vários estereótipos dos papéis de gênero são “mitos culturais” sem nenhum fundamento na realidade.
Tais mitos culturais contribuem para as diferenças sexuais na capacidade e até mesmo nas oportunidades vocacionais:
Influências do Ambiente Familiar: os pais podem contribuir para diferenças sexuais na autopercepção das crianças e as crianças internalizam a visão dos pais.
Influências Acadêmicas
Portanto, é possível observar que existem motivos para suspeitar que muitos dos 
esteriótipos que limitam a competencia feminina.
PAPEL DO GÊNERO
Fator importante na formação de identidade e pertencimento de grupo;
Papéis de gênero: características socialmente esperadas em diferentes âmbitos comportamentais entre meninos e meninas;
Diferenças entre gêneros podem ser analisadas como fatores biológicos, mas também sociais – diferenças se tornam mais marcantes após tomada de consciência do gênero que lhe é atribuído.
Desenvolvimento da identidade de gênero;
Desenvolvimento dos estereótipos dos papéis de gênero;
Desenvolvimento de comportamentos atribuídos ao gênero.
Diferenças sociais na tipificação do gênero.
TIPIFICAÇÃO DE GÊNERO
INFLUÊNCIA DOS PAPÉIS DE GÊNERO
4-5 anos: conduta extremamente baseada no gênero. Não aceitação de transgressões;
Meninos sofrem mais julgamentos e pressão externa para que ajam de acordo com seu gênero, quando crianças;
Papel importante no fortalecimento dos esquemas cognitivos de identificação. 
Adolescência: concretização da identidade de gênero e intensificação de gênero.
Vestido Novo (Curta-Metragem)
https://www.youtube.com/watch?v=ktCXZg-HxGA
Curta Espanhol de 2007, dirigido por Sergi Pérez, a história gira em torno do menino Mário, uma criança que sofre preconceito em sua escola e acaba indo para diretoria por conta de sua vestimenta “errada”.
Escolhemos esse curta pois ele retrata muito bem a realidade de muitas crianças, e demonstra claramente como as crianças exteriorizam a ideia pré-concebida de gênero que a sociedade as ensinam desde pequenas, e quando alguém transgride isso, é “estranho”.
SOCIALIZAÇÃO
Papel dos processos educacionais;
Influência do macrossistema; 
Socialização da criança em função dos estereótipos atribuídos ao gênero;
Visão geral da aplicação de gênero
	Idade em anos	Identidade de gênero	Estereotipização do gênero	Comportamento da tipificação do gênero
	0 a 2	Capacidade de diferenciar homens e mulheres e de se auto identificar 
	Surgimento de alguns estereótipos de gênero	Preferências por brinquedos e atividades que especificam o gênero e por companhias do mesmo sexo (segregação de gênero)
	3 a 6	Percepção de que o próprio gênero é imutável	Rigidez quanto às atividades, brinquedos e elementos pertencentes a cada gênero
	Intensificação das preferências de acordo com o gênero e da segregação
	7 a 11	Expansão da identidade e satisfação com o gênero	Surge a estereotipização quanto aos traços de personalidade, mas as anteriores se atenuam
	Segregação se fortalece, enquanto preferências continuam a se fortalecer para os meninos e se mantêm ou se atenuam para as meninas
	Acima de 12	Pressões da intensificação do gênero
	Aumento da intolerância aos maneirismos do sexo oposto no início da adolescência, mas a tolerância quanto às transgressões em relação ao estereótipo se atenuam.
	Adequação aos estereótipos se intensifica no início da adolescência e a segregação se torna menos acentuada. 
TEORIAS EVOLUCIONISTAS
Homens e mulheres enfrentam diferentes pressões evolucionistas durante a história do ser humano
Seleção Natural: diferenças e divisões do trabalho entre os gêneros.
Homens: Contribuem com o esperma para produzir filhos.
Mulheres: Investem mais para atingir o mesmo objetivo (produzir filhos), já que devem “carregar” o filho em seu ventre por 9 meses até o nascimento, e após o nascimento, é necessário criá-los.
TEORIAS EVOLUCIONISTAS
Buss (1995):
Homens e mulheres podem ser psicologicamente semelhantes.
Os homens possuem um desempenho espaço-visual superior que os das mulheres.
Marianne Taylor (1996):
Entrevistou crianças
“Era uma vez um bebe chamado Chris, que foi viver numa linda ilha onde existiam apenas meninos e homens, Chris era a única menina, Ela tinha uma vida bastante feliz, mas nunca viu outra menina ou mulher, Como seria Chris?”
4 a 10 anos: atribuem estereótipos femininos, mesmo que Chris nunca tivesse tido contato com outra menina ou mulher.
CRÍTICAS A ABORDAGEM EVOLUCIONISTA:
Ignora as diferenças limitadas a determinadas culturas ou períodos históricos.
Até mesmo alguns Teóricos Evolucionistas discordam de alguns pontos:
Argumentam que há interação entre influências biológicas e sociais para determinar os comportamentos e preferências dos indivíduos.
TEORIA BIOSSOCIAL
Money e Ehrhardt
Série de eventos cruciais que afetam a preferência do indivíduo por papéis de gêneros masculinos ou femininos.
Primeiro Evento Crucial: ocorre na concepção, quando a criança herda de seu pai um cromossomo X ou Y.
Segundo Evento Crucial: Se for Y, o embrião irá desenvolver testículos, do contrário, desenvolverá ovários
Terceiro Evento Crucial: três a quatro meses após a concepção, há a secreção de hormônios fetais, se liberado testosterona, o penis e os sacos escrotais serão desenvolvidos, já se não for houver testosterona, será formada a genitália externa feminina.
Fatores Sociais: rotulação dos pais, após o nascimento. Com base na aparência de seus órgãos genitais.
INFLUÊNCIAS BIOLÓGICAS
Influências Genéticas
Puberdade (momento correto da puberdade): meninos e meninas que amadurecem tardiamente tendem a superar seus pares do mesmo sexo, que amadureceram precocemente, nas tarefas visuais-espaciais
Influências Hormonais
Os estudos sobre as influências hormonais estão muito mais ligados a crianças que são expostas a hormônios “errados” durante a gestação.
Hiperplasia adrenal congênita (CAH)
Estudos com Mulheres androginizadas.
INFLUÊNCIAS SOCIAIS
Influências Culturais
Sociedades encorajam traços instrumentais nos homens e traços expressivos em mulheres.
Diferenças Culturais
Povo Arapesh: Homens eram ensinados a serem cooperativos e sensíveis uns com os outrosPovo Mundugumor: era esperado de ambos os sexos que fossem emocionalmente agressivos em seus relacionamentos interpessoais.
Povo Tchambuli: os papéis de gênero eram o oposto do que vemos no ocidente, homens eram passivos e emocionalmente dependentes, enquanto as mulheres eram dominantes e independentes.
TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL
Albert Bandura (1989)
Crianças adquirem as identidades de gênero e suas preferências de duas maneiras:
Ensino Direto: Onde são encorajadas e também recompensadas pelos comportamentos que se adequam ao gênero e punidas quando possuem comportamentos que não se enquadram no gênero.
Aprendizagem Observacional: Onde as crianças adotam as características e comportamentos imitando uma variedade de modelos do mesmo sexo que elas.
 
Influências da Mídia: Crianças observam e aprendem não só de outras crianças, mas também por meio da televisão e histórias que são contadas.
Sexismo: muito presente nos livros infantis.
TEORIA COGNITIVO-DESENVOLVIMENTAL DE KOHLBERG
Kohlberg (1996): teoria cognitiva de tipificação de gênero.
Explicar por que os meninos e meninas adotam papéis de gênero tradicionais.
O desenvolvimento do papel de gênero necessita do desenvolvimento cognitivo.
Crianças são seres sociais ativos.
Para Kohlberg, crianças passam por três estágios para compreender gênero:
Identidade básica de gênero: Por volta dos 3 anos, irão rotular a si mesmas como meninos ou meninas
Estabilidade do gênero: Gênero é visto como algo estável. Meninos viram homens e meninas viram mulheres.
Consistência do gênero: Entre 5 e 7 anos, a criança sabe que se uma pessoa se vestir ou agir como o sexo oposto, ela não poderá alterar seu gênero.
ATENÇÃO! A teoria de Kohlberg é antiga e não leva em consideração as pessoas transgênero.
QUADRO SINÓPTICO DOS GÊNEROS
Caminhão
Boneca
Para quem?
Para meninos
Identidade de gênero (sou uma menina)
Para quem?
Para meninas
Para mim
Portanto
Portanto
Aproximação, armazenamento de informação e recordação
Esquema do próprio sexo:
Portanto
Não é para mim
Portanto
Esqueço, evito
Revisão do processo de tipificação de gênero (Perspectiva Integrativa)
	Período desenvolvimental	Eventos e consequências	Teorias Pertinentes
	pré-natal	Desenvolvimento da genitália masculina ou feminina.	Biossocial
	0 a 3 anos	Pais e adultos rotulam a criança como menino ou menina, lembrando a qual gênero elas pertencem, reforçando.	Aprendizagem social
	3 a 6 anos	Uma vez adquirido a identidade de gênero, buscam informações sobre as diferenças entre os sexos, agindo de acordo com o seu próprio sexo.	Quadro Sinóptico de gênero
	7 até a puberdade	Adquirem o sentido de constância de gênero (meninos viram homens, e meninas viram mulheres)	Cognitivo - desenvolvimental (Kohlberg)
	Da puberdade em diante	Ocorrem saltos biológicos da adolescencia, junto das expectativas sociais.	Biossocial, Aprendizagem social, Quadro Sinóptico de gênero, Cognitivo-desenvolvimental.
ANDROGINISMO
Androginia psicológica: equilíbrio ou combinação de traços masculinos e femininos, ambos que se encaixam nos estereótipos.
Sandra Bem (1974): masculinidade e feminilidade são dimensões separadas da personalidade.
Pessoa com muitos traços do estereótipo masculino e poucos do feminino = é vista como uma pessoa típica do gênero masculino
Pessoa com muitos traços do estereótipo feminino e poucos dos masculinos = pessoa típica do gênero feminino.
Pessoa com traços tanto masculinos quanto femininos = andrógino. 
MUDANÇAS NAS ATITUDES
Pais precisam assumir um papel ativo, ensinando a seus filhos como seus 
órgãos genitais funcionam, não somente dentro do contexto da reprodução.
Não expor as crianças a estereótipos de gênero, encorajando-as a se envolverem em atividades que as agradam, e não somente naquelas que se encaixam com seu gênero.
Mostrar às crianças os problemas relacionados ao sexismo, e como esses estereótipos são maléficos para elas e para os outros.
QUESTÕES PARA DEBATE
O conceito de "constância de gênero" no contexto atual;
Ocorrência de situações ruins por conta de eventuais transgressões do papel de gênero;
Tratamento diferenciado entre irmãos de sexo diferentes; 
REFERÊNCIAS
Coll: cap 9, 195-198; cap. 13: 263-267.
Shaffer, D. e Kipp, K. Psicologia do Desenvolvimento: infância e adolescência. São Paulo: Cengage Learning, cap. 13, 589-633, 2012.
PEREZ, Sergio. Vestido Nuevo. Madrid: Escandalo Films. 2007

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