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Habilidades em saúde: Suporte básico de vida trauma

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1 Habilidades em saúde Letícia Leão 
Suporte básico de vida: 
. Trauma . 
Ao atender um paciente que sofreu trauma ´´sempre 
estamos atrasados´´. 
Atendimento inicial à vítima de trauma: 
 Rápido 
 Organizado 
 Eficiente 
Buscando maior sobrevida! 
PHTLS (pré-hospital trauma life support) 
Princípios filosóficos do programa se fundamentam 
em: 
 Avaliação rápida e segura 
 Processos de intervenção e estabilização 
 Transporte para local definitivo 
Avaliação e atendimento iniciais: 
 AVALIAR VIDA/MORTE 
 15/30s extricação? 
X A B C D E 
 Triagem 
 Análise primária 
 Reanimação 
 Transporte 
 Análise secundária? Se o paciente estiver 
muito grave, a análise secudária não será feita 
devido ao tempo (pode fazer simultaneamente 
com a equipe) 
 Hospital 
 Cena/conduta/resposta 
 Cinemática 90% diagnóstico 
Prioridades: 
 Morte iminente 
 Perda de membro 
Atendimento pré-hospitalar: 
 Golden hour – intervalo de tempo crucial no 
qual deve-se iniciar o tratamento definitivo às 
vítimas de traumatismo grave 
 Tratamento definitivo precoce = maior índice 
de sobrevida. 
Segurança da cena é prioridade ex: 
derramamento de óleo em acidentes com automóveis 
Cenário: sexta à noite, 25graus, equipe encaminhada 
para atendimento à vítima de queda de motocicleta. A 
informação é que a vítima estava com capacete, 
estava inconsciente e com respiração ruidosa. 
Precauções universais: 
 Luvas 
 Proteção ocular 
 Máscara 
 Avental 
Cena: relatar todos os detalhes 
Objetivos: 
 Identificar sequência de prioridades 
 Aplicar princípios do exame inicial 
 Aplicar as normas e técnicas na reanimação 
inicial 
 Valorizar a história médica do doente e do 
trauma 
 Determinar a gravidade da condição da vitima 
Prioridades: 
 X -> hemorragias exsanguinantes (externa) 
 A -> vias aéreas com proteção da coluna 
cervical 
 B -> respiração 
 C -> circulação 
 D -> avaliação neurológica sumária 
 E -> exposição do doente com controle contra 
a hipotermia. 
Hemorragias exsanguinantes 
 Compressão direta (se não tiver gaze: pano 
limpo, camisa, lençol, toalha) 
 Torniquete (dispositivo) não tem no samu, só 
se o próprio profissional tiver 
Obs: só usar em membros (não pode no pescoço ou 
na cabeça); Não usar em membros se resolveu com 
compressão direta. (250-400mmHg) aplicado 
diretamente na pele (5-10cm acima da lesão); bem 
apertado; 
Por até 2h-2,5h é 100% seguro; anotar o horário que 
iniciou; se ultrapassar 6h de aplicação NÃO RETIRAR 
(pode sobrecarregar os rins e levar a falência); Pode 
afrouxar levemente o TNQ após 60min de compressão 
para minimizar os danos nervosos. 
 
 
2 Habilidades em saúde Letícia Leão 
Ausência de hemorragia exsanguinante: 
 Vias aéreas com proteção da coluna cervical: 
sempre suspeitar de lesão cervical! 
 Testar permeabilidade da via aérea - fala? 
Cenário: Vítima inconsciente e com respiração 
ruidosa (pensamento inicial: queda de língua 
obstruindo a orofaringe) 
Manobras 
 Chin lift – (levantamento do queixo) 2 pessoas 
(1 estabiliza e outro puxa a mandíbula) 1 dedo 
ou objeto na boca do paciente (pode morder) 
tem que estabilizar a cervical! 
 
 Jaw thrust (anteriorização da mandíbula), 
modificada quando não pode ficar no topo da 
cabeça. 
 
 Cânula orofaríngea (de guedel) 
 
Sempre estabilizar a coluna cervical!! 
Medir a cânula- do rimo oral até a orelha 
 
obs: não coloca em criança a cânula da 
mesma forma que coloca em adultos 
Em criança, como colocar? Coloca na posição 
final, por isso, precisa de dispositivo auxiliar: 
abaixador de língua (não vai fazer o giro 
dentro) até 12 ou 13 anos 
 
 Cenário: deixou de ser ruidosa mas estava 
taquipneico. 
Administração de O2 sob máscara após 
garantir ausência de corpos estranhos na 
glote 
 Expor o tórax: 
Inspeção visual; 
Palpação; 
Auscuta; sons adequados? 
Percussão. Difícil quando está na rua pelo 
barulho, mas é interessante tentar 
 Se ainda não ventila bem, máscara facial com 
balão com válvula unidirecional- 1 socorrista; 
estabiliza a cervical com a coxa e põe a 
máscara (CE) 
 
 Se tem 2 socorristas a manobra é diferente 
Via aérea definitiva: quais são as indicações? 
 Escala de coma de Glasgow < ou igual a 8 
 Traumatismo facial grave 
 Hematoma cervical se expandindo 
 
 
3 Habilidades em saúde Letícia Leão 
 Antes do transporte piora o nível de 
consciência durante o atendimento em pelo 
menos 2 pontos mesmo que ECGla >8 ou 
crises convulsivas em repetição. 
Entubação orotraqueal (SAV) 
 Laringoscópio pega com a mão esquerda 
(sempre) 
Ventilação (SAV) 
 Pneumotórax hipertensivo 
 Pneumotórax aberto 
 Hemotórax 
 Contusão pulmonar 
 Tórax instável 
CENÁRIO: Após administração de O2 sob máscara não 
houve melhora da taquipnéia e começou a apresentar 
cianose labial (importância da exposição do tórax) 
Ex: ferimento perfurocontuso na axila, aparentemente tem 
ar no subcutâneo (efisema), auscuta e percebe que o som 
tá ausente no lado esquerdo. Tendência de entrar ar pelo 
ferimento! 
Será que só teve queda de moto? Ou caiu da moto por 
outro motivo? Ferimento por arma de fogo? 
Curativo de três pontas: melhora significativa do 
padrão respiratório transformando pneumotórax 
aberto em pneumotórax simples 
Circulação 
 Reavaliação da hemorragia externa: 
 A hipotensão é hipovolêmica até prova em 
contrário 
 Nível de consciência 
 Sangramento: pressão manual direta ou 
torniquete 
 Imobilizar fraturas: 
estimativa de quanto um fêmur pode sangrar 
quando fraturado: 2L; costela: 250ml; bacia: pode 
perder toda a volemia. 
 Avaliar a perfusão: 
 Pulso: frequência, característica, regularidade, 
locais (periférico) 
 Pele: cor, temperatura, umidade, tempo de 
enchimento capilar (inferior a 2s) 
Avaliação neurológica 
 Como avalizar o nível de consciência? Utilizar 
perguntas diretas! 
1. Qual seu nome? 
2. Qual sua idade? 
3. O que aconteceu? 
 Método AVDN ou AVDI 
 A alerta 
 V resposta ao estimulo verbal 
 D Só responde a dor 
 I Não responde aos estímulos 
ESCALA DE COMA DE GLASGOW 
 Abertura ocular 
Espontânea = 4 
Ao estimulo verbal = 3 
Ao estimulo doloroso = 2 
Sem resposta = 1 
 Resposta verbal 
Orientado = 5 
Confuso = 4 
Palavras incompreensíveis = 3 
Sons = 2 
Sem resposta = 1 
 Resposta motora 
Obedece a comandos = 6 
Localiza a dor = 5 
Flexão normal (retirada) = 4 
Flexão anormal (decorticação) = 3 
Flexão anormal (descerebração) = 2 
Sem resposta (flacidez) = 1 
 Reação pupilar (RP) 
SUBTRAI DO GLASGOW 
Inexistente = 2 
Parcial = 1 
Completa = 0 
 Avaliação das pupilas 
Tamanho: normal, miose, midríase 
Simetria: isocorica, anisocorica 
Reação a luz: fotorreagente, espástica 
 
 
4 Habilidades em saúde Letícia Leão 
Nem toda anisocoria é por lesão no cérebro mas é um 
indicador importante 
Rebaixamento do nível de consciência: foi por causa 
do trauma? 
Álcool, drogas, doenças associadas também podem causar 
esse rebaixamento. 
Exposição/ ambiente 
 Despir o paciente na medida do possível para 
procurar lesões 
 Preservar a temperatura do corpo 
 Deixar de reconhecer lesões com risco de vida 
por n expor adequadamente o doente 
 Hipotermia (ar condicionado) 
Avaliação secundária: 
 Exame da cabeça aos pés com sinais vitais 
Veja, não apenas olhe 
Ouça, não apenas escute 
Sinta, não apenas toque 
 História AMPLA 
Alergia 
Medicamentos de uso habitual 
Passado médico/ prenhez 
Líquidos e alimentos ingeridos recentemente 
Ambiente e eventos relacionados ao trauma 
 
Trauma grave: pode não passar pelo exame primário! 
Colar cervical 
Em que momento colocar? Como colocar? 
o Restriçãode movimento da coluna vertebral 
(RMC) 
o TRM: 12 casos por 100mil pessoas 
o Quedas 60% e 21% acidentes automobilístcos 
o Trauma contuso: 96 a 98% Não terão lesão de 
coluna cervical 
o RMC: manutenção da posição neutra da 
coluna em todos os momentos do 
atendimento 
Tempo em prancha rígida: 30min 
Malefícios dos dispositivos 
o Uso incorreto 
o Úlcera de pressão LPP 
o Dor, estresse, incômodo 
o Aumenta pressão intra-craniana 
o Difícil manejo da via aérea 
o Retenção de maca e equipamento 
Trauma fechado: critérios de inclusão RMC (adulto): 
 Idade superior a 65 anos 
 Nível de consciência agudamente alterado 
 Cinemática 
 Circunstancias ou lesões que causem 
distrações ou que reduzam a capacidade do 
paciente colaborar com um exame confiável. 
 Barreira linguística 
 Dor e/ou sensibilidade á palpação da coluna 
 Deformidade anatômica da coluna 
RMC em Crianças: 
 Nível de consciência 
 Colisão com veículo motorizado de alto risco 
ou lesão por mergulho de alto impacto 
 Lesão significativa no tronco 
 Dor e sensibilidade à palpação da coluna 
 Contratura muscular cervical 
 Sinais neurológicos focais 
Trauma penetrante: SEM INDICAÇÃO PARA RMC 
 Prioridade: transporte imediato ao hospital 
apropriado 
 Exceção: tiro com suspeita de atingir a coluna 
(suspeita TRM), sem movimento das pernas 
ou tiro + queda desacordado (imobiliza pela 
queda, não pelo tiro) 
Obs: vai demorar mais de 30min para chegar ao 
hospital, MACA da ambulância!! Não transporta na 
prancha rígida. 
Como fazer a imobilização: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Habilidades em saúde Letícia Leão 
Cap- atendimento inicial ao 
politraumatizado- complementar material 
 
 
 
Cenário- mulher 28 anos atropelada, está ansiosa e 
tem queixa de dor no abdômen e na bacia. 
Atropelamento 
Adulto: 
 Membros inferiores 
 Rolar no carro e cair ao solo 
Criança: 
 Pega em cheio 
 Tendência não é de defesa 
 Não rola por cima, vai para baixo 
Cenário: X- sem sangramento externo; A – vias aéreas 
pérvias; B- ventilação rápida, murmúrio vesicular 
normal e simétrico; C- pulso radial ausente (sistólica 
menor que 90mmHg), pulso carotídeo rápido, muito 
descorada; D- escore de 13 na GCS (AO-3, RV-4, P-0); 
E- crepitação à palpação da bacia. 
Provável hemorragia interna, possível fratura de 
bacia. Imobiliza fratura de bacia 
 Colisão frontal: 
 Por cima: lançado ao painel, tendo a cabeça 
no parabrisa, pode fazer hiperextensão 
cervical, pode bater com o tronco no 
volante... possibilidade de lesão: craniana, 
cervical e torácica. 
 Por baixo: joelhos no painel transmite para 
fêmur e quadril, face bate no volante, pode 
ter lesão cervical. 
E no hospital? 
 ATLS (advanced trauma life support) 
 Vias aéreas 
 Respiração 
 Circulação 
 Avaliação neurológica sumaria 
 Exposição do paciente 
 Considerar lesão de coluna em todo poli 
traumático 
 Retirar o colar (se tiver com) 
 Está consciente? 
 Duvida? Raio x da coluna cervical (depois da 
avaliação)

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