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Caso clínico - Uroanálise

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Caso clínico
Alunos: Bruna Ferreira, Júlia Rocha, Karina Santos, Kelrin Oliveira, Vitória Otacilia
Homem, 31 anos de idade, sem histórico médico. A polícia o encontrou confuso, nu a agindo violentamente. Ele foi conduzido à emergência, onde inicialmente seus sinais vitais e exame físico foram avaliados. Foi identificado uma temperatura de 38,2ºC, batimentos cardíacos 112 por minuto, pressão sanguínea de 156/108, diaforese, midríase, sangue seco em suas narinas, marca de perfuração na pele em seus braços e, sem déficit focal neurológico. Foram coletadas as suas amostras para análises laboratoriais.
Após, foi dado uma manta para esfriá-lo para evitar a potencial progressão para um quadro de hipertermia, foi injetado fluído intravenoso para a proteção renal e benzodiazepínicos para reduzir a agitação. Ele continuou com o comportamento violento e uma fala incoerente, mesmo após múltiplas doses de benzodiazepínicos. Ele foi sedado com propofol e intubado. Os sinais vitais e o exame clínico indicavam toxidromo simpatomimético. No sexto dia ele foi extubado e recebeu alta no dia seguinte.
1. Quais evidências clínicas foram coletadas no paciente? Explique cada uma delas.
a) Temperatura de 38,2ºC: a temperatura está, consideravelmente, acima do normal, que é de 37ºC; este sintoma, em conjunto com os demais, sugere uso de substância entorpecente (cocaína e/ou metanfetamina, estão entre as possibilidades) e o princípio de uma overdose, uma vez que estas substâncias elevam, consideravelmente, a temperatura corporal.
b) Batimentos cardíacos 112 por minuto: a frequência cardíaca aceita como normal, pela Medicina, varia entre 50 a 90 bpm (batimentos por minuto); os batimentos do paciente estão bem acima deste índice, evidenciando, em razão dos demais sintomas apresentados, uma overdose de uma ou mais substância alucinógenas, entre as quais, crack, cocaína, metanfetamina e/ou LSD.
c) Pressão sanguínea de 156/108: para um adulto saudável, em repouso, a pressão arterial ideal está abaixo de 140/40mmHg, sendo considerada ótima em torno de 120/80mmHg; daí infere-se, então, uma alteração preocupante na pressão sanguínea do paciente, evidenciando a ocorrência de uma overdose por cocaína, crack e/ou metanfetamina. 
d) Diaforese: transpiração intensa, é também um dos sintomas de overdose; no caso em questão, possivelmente relacionada ao aumento da temperatura corporal. Entre as possibilidades incluem-se cocaína, crack e/ou LSD.
e) Midríase: dilatação do diâmetro da pupila, que pode ser ocasionado por algumas drogas, como cocaína, metanfetamina, crack e/ou LSD.
f) Sangue seco em suas narinas: possivelmente causado em consequência do aumento da pressão arterial, gerando rompimento dos microvasos existentes nas narinas, evidencia mais acentuada das substâncias alucinógenas, já mencionadas. 
g) Marca de perfuração na pele, em seus braços: possível uso de uma ou mais substâncias injetáveis, entre as quais cocaína, crack, heroína, que podem ser consumidas, também, diluídas e injetadas.
h) Sem déficit focal neurológico: é a perda de movimento, sensação ou função em um local específico do corpo, como por exemplo, no braço esquerdo ou na língua. Uma interrupção no sistema nervoso, causada por determinadas doenças (derrame cerebral, tumor cerebral ou doença degenerativa, entre outras) pode gerar esse déficit. Assim sendo, no caso em estudo, a ausência deste sintoma no paciente, permite excluir a possibilidade da ocorrência de uma destas doenças e reforça uma possível overdose por uma ou mais substâncias entre as mencionadas, anteriormente.
i) Confusão mental e agitação: sintomas que evidenciam o uso de substâncias alucinógenas, entre as quais, cocaína, maconha, crack, metanfetamina.
2. Quais exames laboratoriais são necessários para auxiliar no diagnóstico nesse caso? Explique o motivo da escolha de cada exame.
Exame toxicológico de sangue e urina, em razão dos sintomas apresentados pelo paciente, são os mais usuais; além disso, a possibilidade de uma janela de detecção curta (de 0 a 10 dias), bem como o caráter emergencial da ocorrência clínica, torna acertada a opção por tais exames laboratoriais. 
Apesar de não ser usual para os casos em que a urgência é prioridade, existe o exame toxicológico do cabelo, que abrange, também, casos de substâncias com janela de detecção mais longa, que não tenham sido consumidas tão recentemente.
O que se pretende, com tais exames, é confirmar (ou descartar) se o paciente está sob o efeito de uma, ou mais, substâncias entorpecentes, entre as possibilidades já mencionadas, em razão dos sintomas apresentados.
O exame toxicológico de sangue permite, como já foi dito, detectar o consumo recente de entorpecentes; sua janela de detecção permite capturar drogas consumidas, no máximo, 48 horas antes do exame, razão pela qual é usado em casos mais simples e evidentes, bem como emergenciais. Se utilizadas dentro deste período, traços de substâncias como cocaína (detectável até 48 horas, após o uso), LSD (detectável nas primeiras 2h), metanfetamina (detectável até 36 horas, após o uso) e heroína (detectável até 12 horas, após o uso) podem ser detectadas, no sangue.
Já o exame toxicológico de urina, que possui uma janela de detecção de até 09 dias, pode detectar, além das substâncias detectadas no exame de sangue, outras que possuem uma janela de detecção maior que a deste exame, que é de 48 horas. Através deste exame, é possível detectar substâncias como cocaína, crack, metanfetamina, heroína.
O exame toxicológico do cabelo, por sua vez, é eficaz para detectar substâncias, no corpo do paciente, principalmente, por possuir uma janela de detecção maior que os anteriores. Por serem os cabelos tecidos de depósitos de substâncias tudo o que ingerimos pode ficar depositado por até 180 dias. Convém ressaltar, porém, que o exame não detecta em qual contexto ou a quantidade em que a substância foi consumida.
3. Quais as técnicas para a realização desses exames poderiam ser adotadas nesse caso.
No caso do exame toxicológico de sangue, são colhidas, em laboratório, sempre duas amostras, para garantir a eficácia do procedimento: a amostra de sangue é analisada por toxicologistas e patologistas, que darão o parecer sobre o material analisado. Para fazer as análises, os toxicologistas se baseiam em espectro numérico, chamado valor de corte (cut-off), que são determinantes para saber se o resultado é positivo ou negativo. Esse valor de corte tem por finalidade afastar um falso positivo, vez que a possibilidade de detectar alguma droga ingerida involuntariamente (a fumaça de um cigarro de maconha, por exemplo) é muito pequena.
No exame toxicológico da urina, também duas amostras são colhidas; uma amostra é enviada para análise e a outra é congelada, para análises posteriores ou contraprova. A primeira amostra será submetida, então, a várias etapas de análise, até que seja concluída. Primeiro, é analisada a densidade e o ph da urina; após, a urina é separada em pequenas porções, que são enviadas para a triagem; o papel da triagem é separar as amostras, que serão submetidas aos diversos exames existentes para a detecção de substâncias tóxicas e químicas. Isto porque não é possível detectar todas as drogas com um único exame, de uma só vez. Depois, estas amostras serão limpas, retirando-se as substâncias que não são interessantes para o exame em questão. Ao final, obtém-se os resultados e laudos pertinentes.
4. Analise o painel de resultados abaixo e explique se houve alterações(a ser dado durante a aula)?

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