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▪As primeiras concepções científicas da LA surgiram no contexto norte- americano da Segunda Guerra Mundial. ▪Os estudos linguísticos eram de natureza formal, ou seja, baseados em suposições idealizadas. ▪A LA encontrava dificuldades em se estabelecer como ciência, sendo rebaixada apenas à uma área que aplicava as teorias da Linguística formal para solucionar problemas práticos da linguagem. Isso fazia com que muitas vezes o linguista aplicado diminuísse a complexidade do objeto estudado para não colidir com as propostas da linguística formal. ▪Com a necessidade de uma aplicação mais eficaz no ensino de línguas, surgiu o método áudio-lingual, que tinha enfoque no condicionamento do comportamento do indivíduo (visão behaviorista). ▪Os profissionais do ensino começaram a questionar os métodos antigos que tentavam utilizar-se somente de teorias linguística para ensinar idiomas, sem levar em consideração as dificuldades e especificidades dos falantes. Surgiu então a necessidade desses profissionais de buscar ajuda em outras áreas, como a Psicologia Cognitiva e a Pedagogia. ▪Aos poucos a LA foi criando seu lugar como campo de estudo engajado em solucionar problemas urgentes no uso prático da linguagem e de produtora de conhecimentos. Percurso da Linguística Aplicada no cenário mundial: As influências sociopolíticas foram essenciais para o desenvolvimento da LA em panorama mundial. Segunda Guerra Mundial: os ensinos de gramática e tradução não sustentavam mais a complexidade da comunicação na guerra, o que causou a necessidade de um método comunicativo mais eficaz e veloz, por conta da constante comunicação entre aliados e inimigos. ﹡ Obra Approaches and Methods in Language Teaching: a description and analysis, de Jack C. Richards e Theodore S. Rodgers (1986). Nesta obra é explanado a importância da preocupação que Segunda Guerra Mundial teve com as diversas metodologias de comunicação. 1948: comumente considerado o ano de início dos estudos feitos pela LA. ﹡ Lançamento da revista Language Learning: a Journal of Applied Linguistics. Charles Fries: linguista renomado e grande colaborador da LA. Fez diversas publicações na revista Language durante o início da década de 1940, e essas publicações propagaram no mundo acadêmico a influência do Estruturalismo (corrente de pensamento da linguística e outras áreas das ciências humanas) no ensino de idiomas, além de colocar os Estados Unidos como referência no ensino de línguas. ﹡ Fundador do ELI (English Language Institute) da Universidade de Michigan. ﹡Criador do primeiro volume do periódico Language Learning: a Quarterly Journal of Applied Linguistics, obra de grande relevância Percurso Histórico da Liguística Aplicada *Resumo baseado no textos "Linguística Aplicada: Um percurso histórico", de Adriano Sousa e Júlia Andrade; "Introdução à Linguística Aplicada e sua utilidade para as pesquisas em sala de aula de língua estrangeira" de Doris de Almeida Soares, e "Linguística Aplicada" de Rosângela Hammes Rodrigues e Mary Elizabeth Cerutti-Rizzatti. Explanação geral: 1950: estudos da LA com foco maior no ensino de língua e aplicações da linguística neste ensino, ainda não tinha o caráter multidisciplinar. Escócia, 1956: é fundado o Departamento de Linguística Aplicada de Edimburgo, o primeiro em registro. Centro de Linguística Aplicada, 1957: situado nos EUA, tinha o objetivo de auxiliar países em desenvolvimento com problemas no ensino e línguas. Fundação da AILA, 1964: a Associação Internacional de Linguística Aplicada foi um marco importante porque teve a intenção de institucionalizar a LA como ciência autônoma. Esse estatuto colaborou para diferenciação da LA como não sendo apenas uma área da linguística e sim uma ciência mais independente e com outras visões da linguagem. Percurso da Linguística Aplicada no Brasil: Projeto Nacional de Ensino Inglês Instrumental (PUC - SP) : tinha como objetivo ministrar palestras e workshops para professores de inglês, onde os mesmos apresentavam trabalhos acerca das dificuldades de seus alunos, aprendiam a criar materiais didáticos, além de outros serviços ofertados. A criação de programas de pós-graduação na área colaborou de forma muito significativa para o avanço da LA no Brasil. Década de 1970: foco central de pesquisas da LA era a análise contrastiva (compreensão e comparação entre língua materna e língua estrangeira que se pretende aprender). Década de 1980: foco das pesquisas em leitura e seus processos cognitivos tanto em língua materna e estrangeira. 1º edição (1986) já possuía caráter multidisciplinar, a maioria dos trabalhos eram pesquisas sobre ensino- aprendizagem de línguas estrangeira e materna, tradução etc. 7º edição (2007) além dos temas acima, também foram apresentados contextos de transculturalismo (pesquisas sobre o mesmo tema em diferentes culturas), políticas linguísticas e públicas etc. CBLA (Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada) um dos eventos mais significativos da LA no país. Suas edições auxiliaram na expansão de pesquisas e contribuições na sociedade. Virada dos anos 90 para os 2000: caracterizou a LA de vez no Brasil como ciência engajada na pesquisa interdisciplinar da linguagem, isso tanto pela pluralidade das produções da época (tradução, novas tecnologias, gênero, discursos de identidade etc.) como pela criação da ALAB (Associação de Linguística Aplicada do Brasil) e RBLA (Revista Brasileira de Linguística Aplicada), as quais tem objetivo de propagar pelo país e pelo mundo esses novos estudos linguísticos.
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