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Leishmaniose @ANESTVETSTUDY CARACTERÍSTICAS → Zoonose primária do canídeo silvestre ou raposa do campo. → Ambiente peridoméstico: o cão doméstico → Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania sp → Habilidade do flebotomíneo em lidar com a população de pessoas e maior atividade no período crepuscular → Gênero Leishmania (21 espécies agrupadas em dois grandes subgêneros) Subgênero Viannia (que inclui o complexo braziliensis, guyanensis, lainsoni, naifi), desenvolvem-se no intestino posterior do flebotomíneo, aderidos à parede, na região do piloro Subgênero Leishmania (que inclui o complexo mexicana, mexicana, infantum, amazonensis, enrietii, hertigi), desenvolvem no intestino médio e anterior do flebotomíneo. → Protozoário parasito intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear. → Promastigotas (presentes em insetos vetores) → Amastigotas intracelulares (encontradas em hospedeiros vertebrados) VETOR → Ordem Diptera → Família Psychodidae → Subfamília Phlebotominae → Lutzomyia longipalpis → L. cruzi, L. migonei, L. fischeri, L. neivai → Flebotomíneo (mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, anjinho...) → Fêmea hematófaga (1 a 3 mm) → Ovoposição em solo úmido com matéria orgânica → São + de 90 espécies de mosquito palha → Apresentações: Visceral/Tegumentar/Mucocutânea APRESENTAÇÃO EM HUMANOS → Leishmaniose Visceral: Os principais sintomas da doença são: • Febre de longa duração • Aumento do hepato e esplenomegalia • Perda de peso • Fraqueza • Redução da força muscular • Anemia. → Leishmaniose Tegumentar: Úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor. Quando atingem o nariz, podem ocorrer: • Entupimentos • Sangramentos • Coriza • Aparecimento de crostas • Feridas. Na garganta, os sintomas são: • Dor ao engolir • Rouquidão • Tosse → Leishmaniose em humanos tem cura APRESENTAÇÃO EM CÃES → Apatia → Lesões de pele (com bordas elevadas) → Alopecia (inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas) → Emagrecimento → Lacrimejamento (conjuntivite) → Onicogrifose (crescimento anormal das unhas) → Não há como garantir cura parasitológica nos cães CICLO → Flebotomíneo ingere o sangue de um indivíduo saudável, injetando com a sua saliva o protozoário na forma de promastigota → No organismo, os promastigotas são fagocitados pelos macrófagos → Promastigotas se transformam em amastigotas dentro dos macrófagos (fase de diagnóstico) → Amastigotas se multiplicam dentro das células por divisão binária (incluindo os macrófagos) em vários tecidos → O Flebotomíneo ingere o sangue com macrófagos infectados com o amastigota → Os amastigotas se transformam em promastigotas (no flebotomíneo) → Promastigotas dividem-se no intestino e migram para a faringe do inseto IMPORTÂNCIA → Estimativa: 50 -90 mil novos casos de LV por ano → Apenas 25 a 45% são relatados à OMS → Em 2018, 95% dos novos casos notificados à OMS foram em: Brasil China Etiópia Índia Iraque Quênia Nepal Somália Sudão do Sul Sudão. FATORES DE RISCO → Condições Socioeconômicas A pobreza aumenta o risco de leishmaniose. Moradia precária Condições sanitárias domésticas • Falta de gestão de resíduos • esgoto a céu aberto ✓ aumento da criação/locais de descanso das vetor Os flebotomíneos são atraídos por fonte de alimento (Habitações lotadas) O comportamento humano, como dormir fora ou no chão, pode aumentar o risco → Desnutrição Dietas pobres/ausentes de: • Proteína-energia • Ferro • Vitamina A • Zinco Aumentam o risco de progressão da doença. → Mobilidade populacional Epidemias: Associação à migração e ao movimento de pessoas não imunes em áreas com ciclos de transmissão existentes. Fatores importantes: • Exposição ocupacional • Desmatamento generalizado → Mudanças Ambientas Mudanças na urbanização e a incursão humana em áreas florestais. → Mudanças Climáticas A leishmaniose é sensível ao clima, pois afeta a epidemiologia de várias maneiras: • Mudanças de temperatura/chuvas/umidade • Flutuação de temperatura • Seca/fome/inundação EPIDEMIOLOGIA → O primeiro caso humano autóctone: Mato Grosso (Migone,1913) → 1934: Região Norte e Nordeste (Penna) → 3 a 4mil casos humanos notificados anualmente → 2008: Doença registrada em todo o país, com exceção da região Sul → 2008: São Borja, Uruguaiana, Porto Xavier → 2010: Porto Alegre (Bairro: Lageado) NOTIFICAÇÃO → A Leishmaniose Visceral Humana é doença de notificação compulsória (obrigatória) → Portaria do MS de consolidação Nº 4 de 03 de outubro de 2017 → Todo individuo proveniente de área com ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia → Todo individuo proveniente de área sem ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia, desde que descartado os diagnósticos diferenciais mais frequentes na região. DIAGNÓSTICO → Sinais Clínicos → Imunológica (RIFI e Imunocromáticos) → Parasitológicas-Amastigotas (preferencialmente medula óssea, mas pode linfonodo e baço) ~ VIGILÂNCIA → Coleta de sangue de animais suspeitos, encaminhamento amostras positivas Lacen/RS → Inquérito sorológico em volta do foco, coletando 100 amostras (raio de 200m) → Orientação da população do entorno → Ambientes limpos e livres de matéria orgânica → Colocação armadilhas para captura do vetor → Telas milimetradas nas residências e canis → Uso de coleiras impregnadas com deltametrina 4% nos cães sadios e doentes, respeitando o prazo de validade de cada fabricante PREVENÇÃO → Vacinação de animais negativos → O tratamento de cães foi proibido pela Portaria Interministerial nº 1426/2008 e a realização da eutanásia é a única alternativa disponível para que esses cães deixem de representar um risco à saúde pública
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