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MARIA EDUARDA TORRES BRIANTE PROCESSAMENTO DA SP3: DENGUE ( CID 10: A90 ) INTRODUÇÃO AO RACIOCÍNIO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO III Poços de Caldas 2019 Q.A.: Qual o panorama epidemiológico, sintomatológico, fisiopatológico, farmacológico e diferencial da dengue? CONTEXTO DA DOENÇA ETIOLOGIA - Vírus RNA: Arbovírus flavivírus - 4 sorotipos diferentes ( 1 ao 4 ) VETORES E HOSPEDEIROS - Mosquitos Aedes aegypti em áreas tropicais e subtropicais TRANSMISSÃO - Picada do Aedes - Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus depois de 8 a 12 dias de incubação - Não há transmissão de uma pessoa para outra PERÍODO DE INCUBAÇÃO - 3 a 15 dias ( média de 5 dias ) SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE - Imunidade permanente para um mesmo sorotipo (homóloga); Entretanto pode existir a imunidade cruzada (heteróloga) temporária - Fisiopatogenia 1: pessoas nunca expostas 2: infecção aguda por dengue FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE (FHD) - Teorias: ○ Cepas extremamente virulentas ○ Infecções sequenciais por diferentes sorotipos do vírus da dengue em um período de 3 meses a 5 anos ○ Multicausalidade com interação dos fatores de risco anterior ASPECTOS CLÍNICOS ■ Dengue clássica - febre alta ( 39-40 graus) com duração de 5 a 7 dias - cefaléia - mialgia - prostração - dor retroorbital - náuseas e vômitos - prurido cutâneo - dor abdominal (crianças) ■ FHD - semelhantes à forma clássica mas evoluem rapidamente para manifestações hemorrágicas - hepatomegalia - insuficiência circulatória - trombocitopenina com hemoconcentração concomitante - prova do laço + - choque ocorre entre o 3 e o 7 dia, devido ao aumento de permeabilidade vascular seguido de hemoconcentração e falência circulatória DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Específicos : Isolamento do agente (IgG e IgM) ou métodos sorológicos ( sexto dia de sintomas ) - Inespecíficos: Dengue clássica: Hemograma FHD: Hemograma, Hemoconcentração, Trombocitopenina, Coagulograma, Albumina no sangue ( TGO/TGP) TRATAMENTO ■ Dengue clássica: sintomático - analgésicos - antitérmicos - repouso - hidratação oral ■ FHD: - Cuidado para identificar sinais de choque. O período crítico ocorre na transição de febril para afebril ( 3dia ) - Internação para correção dos volumes líquidos (desidratação) e da acidose RESPONDENDO ÀS PERGUNTAS DA Q.A. 1. EPIDEMIOLOGIA A primeira epidemia documentada no Brasil ocorreu no ano de 1981 em Roraima, causada pelos sorotipos 1 e 4. Desde então a dengue vem acometendo a população brasileira e descobrindo novos sorotipos. A doença pode ocorrer em qualquer local, desde que exista população humana, vetor e vírus. É observado um padrão sazonal de incidência no verão, devido ao aumento de chuvas e da temperatura, ambiente favorável para a=o desenvolvimento e proliferação do mosquito Aedes aegypti . ➢ Vigilância Epidemiológica - evita a ocorrência de infecções pelo vírus da dengue em áreas livres de circulação - detecta precocemente as epidemias - controla as epidemias em curso - reduz o risco de transmissão da dengue nas áreas endêmicas - Reduz a letalidade de FHD, mediante a um diagnóstico precoce e tratamento adequado 2. SINTOMATOLOGIA Contemplada na contextualização 3. FISIOPATOLÓGICO Através da picada do mosquito, os vírus inoculados fazem a primeira replicação em células musculares, fibroblastos e linfonodos locais. Após isso, espalham-se por todo o organismo, onde circulam livremente no plasma ou no interior de monócitos/macrófagos. Depois do período de incubação de dois a sete dias surgem os sintomas gerais, como febre e mal estar. Esses sintomas ligam-se a níveis séricos elevados de citocinas, que são liberadas por macrófagos ao interagirem com os linfócitos T (ativados), de receptores solúveis CD4 (fator de necrose tumoral) e ativação de plaquetas (PAF). Ainda relacionadas aos altos teores de citocinas macrofágicas, estão a presença de leucopenia e a discreta e transitória depressão medular. Já as mialgias são conseqüência da multiplicação viral nos tecidos e a cefaléia retroorbitária, que muitos pacientes apresentam, estão relacionadas com os músculos oculomotores (FIGUEIREDO,1999). Baseado em Pesaro et al. (2007), a manifestação da DH é rara e ocorre quase exclusivamente em pacientes com fisiopatologia associada à hiper-resposta imune. O aumento de TNF (necrose tumoral), IL-2 e CD8 (glicoproteinas) à hiper-resposta imunológica é uma combinação de vasculopatia e coagulopatia de consumo. A diátese hemorrágica da dengue é causada por vasculopatia, trombocitopnia e coagulopatia leve, onde são responsáveis pelo sangramento cutâneos e mucosas. Porém, o aumento da permeabilidade vascular é decorrente da ação do vírus, que ocorre na fase da viremia ou estágio inicial febril. Ainda de acordo com Pesaro (2007), em relação às plaquetas, pode haver plaquetopenia e plaquetopatia. Pois durante a fase aguda febril da dengue hemorrágica, a medula óssea apresenta-se hipocelular, com redução de todas as linhagens celulares, devido à ação direta viral sobre as células do estroma medular e sobre as células progenitoras hematopoéticas. Sendo que a presença de hemofagocitose justifica a redução de contagem plaquetária, que também pode ocorrer por destruição imunológica (anticorpos antiplaquetários da classe IgM e anticorpos específicos contra a dengue). 4. FARMACOLOGIA Não há tratamento medicamentoso específico, apenas sintomático com o uso de paracetamol e dipironas. 5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ■ DENGUE CLÁSSICA - gripe - rubéola - sarampo - outras infecções virais e enxantêmicas ■ FHD - leptospirose - febre amarela - malária - hepatites - influenza REFERÊNCIAS http://www.dengue.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=13 https://mosquito.saude.es.gov.br/Media/dengue/Arquivos/Guia_Vigilancia.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v33n5/3126.pdf MINISTÉRIO DA SAÚDE: DENGUE ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. http://www.dengue.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=13 https://mosquito.saude.es.gov.br/Media/dengue/Arquivos/Guia_Vigilancia.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v33n5/3126.pdf
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