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www.fortius.com.br
Faz algum tempo desde que publiquei e atualizei 
esta série de arƟ gos sobre avaliação, mas algumas 
avaliações que fi z em jogadores profi ssionais de 
beisebol fora de temporada me fi zeram pensar 
bastante a respeito do quão importante é analisar a 
fl exão lateral do tronco.
Na fi gura à esquerda podemos dizer que o atleta tem 
limitação bilateral na fl exão lateral do tronco, mais ainda, a 
limitação é maior no lado esquerdo, em comparação com o 
direito. Também podemos notar o quão mais o quadril direito 
se desloca para fora (ou aduz) na medida em que ele fl exiona 
o tronco para a esquerda; ele está subsƟ tuindo a verdadeira 
fl exão lateral do tronco pelo movimento no quadril.
O culpado mais provável nessa situação é o quadrado lom-
bar do lado oposto (o quadrado lombar direito limita a fl exão 
lateral para a esquerda).
Como podemos ver na fi gura 
acima, o quadrado lombar, com seu 
formato triangular, conecta a base do 
gradil costal com o topo da pelve e da 
coluna.
 Alongar o quadrado lombar não é 
parƟ cularmente desafi ador; eu gosto 
de me inclinar para alongar a linha 
lateral (sustentar por 5 expirações).
À esquerda, um alongamento que 
pode ser modifi cado para ter como 
alvo o laơ ssimo do dorso, o quadrado 
lombar ou os abdutores do quadril.
AVALIAÇÕES QUE VOCÊ
PODE ESTAR NEGLIGENCIANDO:
TESTE DA FLEXÃO LATERAL DO TRONCO
Eric Cressey
Fora de temporada é o que os americanos chamam de “off -
season”, nesta época os jogadores de esportes coleƟ vos no 
Estados Unidos procuram centros de treinamento parƟ culares 
para uma preparação para a pré-temporada em seus clubes.
A maneira que o Cressey desempenha esta 
avaliação, com os pés unidos limita propositalmente 
a parƟ cipação da pelve/quadril no movimento a 
ser analisado. Nada impede, porém, que se faça 
a mesma avaliação com os pés afastados, para ter 
um olhar mais global da fl exão lateral, sabendo 
que haverá mais parƟ cipação da adução/abdução 
dos quadris.
Linha Lateral – Imagem abaixo, 
conceito trazido por Thomas 
Myers em seu célebre livro 
“Trilhos Anatômicos”.
www.fortius.com.br
Com isso dito, o maior problema é entender em primeiro lugar por que o quadrado lombar se torna 
rígido. Como Shirley Sahrmann, autora do óƟ mo livro “Diagnosis and Treatment of Movement Impairment 
Syndromes”, escreveu:
“Sempre que se observa um músculo hiperativo, procure por um sinergista hipoativo”.
Neste caso que estamos analisando o conjunto dos 
músculos glúteos do lado direito (todos eles: máximo, 
médio e mínimo) são provavelmente os culpados.
Se o glúteo máximo não está ajudando com a ex-
tensão do quadril, o quadrado lombar irá se tornar 
dominante, subsƟ tuindo essa extensão do quadril por 
extensão da coluna lombar. E, se os glúteos médio e 
mínimo não estão fazendo seu trabalho como abdu-
tores do quadril o quadrado lombar entrará em ação 
para auxiliar no plano frontal.
Essa dupla compensação é chamada de “Padrão 
da Cadeia Anterior Interna Esquerdo” pelo pessoal 
do Postural RestoraƟ on InsƟ tute e eles estabeleceram 
muitos exercícios para combater o padrão de expansão 
apical (que cria tensão através do quadrado lombar), e 
também para trazer a pelve de volta à posição neutra.
Dando um passo adiante, Ɵ picamente aqueles 
com o quadrado lombar muito aƟ vo irão também 
apresentar limitação na rotação torácica (em virtude 
da inserção do quadrado lombar na parte inferior das 
costelas), portanto seria inteligente complementar o 
alongamento com algum trabalho de mobilidade torácica.
O atleta que serviu de exemplo no começo deste arƟ go tem a rotação torácica mais limitada que já vi (am-
bas, aƟ va e passiva) em qualquer arremessador neste período “fora de temporada” esse ano.
O Postural RestoraƟ on InsƟ tute tem uma visão parƟ cular 
de como ocorrem adaptações posturais e as compensações 
resultantes, como em qualquer fi losofi a muitas vezes eles 
convergem com outras visões e por vezes não. Aos que 
quiserem explorar um pouco mais entrem no link do site 
deles. O que eles chamam de Cadeia Anterior Interna, 
tradução livre do original em inglês “Anterior Interior Chain – 
AIC”, engloba os músculos Diafragma, Ilíaco, Psoas, Tensor da 
Fáscia Lata, Vasto Lateral e Bíceps Femoral
Este exercício de mobilidade torácica chama-se em inglês 
de “Windmill” ou “Moinho” em uma tradução livre, 
possivelmente em virtude do movimento do braço do 
executante lembrar, um círculo, lembrar o movimento das 
pás de um moinho. 
– A execução é simples, começa-se com os braços apontando 
para frente, depois o executante faz um círculo, tão amplo 
quanto possa.
Alguns pontos:
• Rolo sob a perna de cima para manter a lombar em posição neutra;
• Iniciar “alcançando” com o braço de cima e depois fazer o círculo com o braço;
• Seguir o movimento com os olhos, fazendo com que a cervical auxilie na mobilidade torácica;
• Na medida em que vai se fazendo o círculo com o braço, a cintura escapular (do braço que está se movendo) deve descer um 
pouco - não deixar “encolher” o ombro.
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Isto tudo dito aqui vai uma boa regra:
Se o indivíduo tem a coluna torácica plana, com rotação torácica limitada, dê uma olhada no peitoral 
maior, laơ ssimo do dorso e quadrado lombar. Se a abdução horizontal (peitoral maior) e a fl exão do ombro 
(laơ ssimo do dorso) estão normais, vá direto para o quadrado lombar e analise a extensibilidade do tecido 
(como a medida pelo teste de fl exão lateral do tronco). 
Será de muita uƟ lidade – parƟ cularmente para atletas de esportes rotacionais.
Se esƟ ver procurando aprender mais como avaliamos, programamos e instruímos nossos atletas que têm 
problemas no complexo do ombro confi ra meu novo produto Sturdy Shoulder SoluƟ ons.
Artigo Original
Assessments you might be overlooking - installment 6
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NÍVEIS AJUSTÁVEIS DE REGULAGEM DO CORE
A estabilização do core é gerada através da aƟ vação apropriada do diafragma, mas isso não é tão simples 
como respirar somente. O controle da dupla função do diafragma e o ajuste dos níveis desse controle de forma 
precisa requer alguma práƟ ca.
Vamos recapitular algumas informações dos estudos de Pavel Kolar usan-
do ressonância magnéƟ ca:
• O diafragma está sob controle voluntário.
• O diafragma tem uma dupla função de respiração e estabilização.
• O diafragma pode desempenhar sua função de estabilização indepen-
dente da respiração.
• O diafragma pode simultaneamente desempenhar tarefas de respiração 
e estabilização.
• O diafragma desempenha sua função respiratória em uma posição mais 
baixa quando aumenta a demanda de estabilização.
O segredo da estabilização do core é aƟ var e controlar a dupla função do 
diafragma e então ajustar o nível de aƟ vidade dependendo da tarefa reque-
rida.
Eu gosto de ilustrar esta aƟ vidade gradual usando a “Regulagem do Dia-
fragma”.
Nível 0-2
Representa aƟ vação disfuncional do diafrag-
ma, onde não somente é fornecida uma estabi-
lização espinhal insufi ciente como a respiração 
também é prejudicada. Tem sido mostrado que 
a respiração apical (respiração no peito) não cria 
uma expansão total das partes inferiores dos pul-
mões, o que reduz bastante a oxigenação.
Nível 3
Marca a máxima função respiratória do dia-
fragma com somente uma pequena aƟ vidade de 
estabilização. Este é o nível onde as pessoas de-
veriam passar a maior parte do tempo. A respiração melhora bastante em compa-
ração com os níveis disfuncionais e a função de estabilização do diafragma está à 
disposição.
Para instantaneamente aumentar a estabilização, a única coisa necessária é voluntariamente empurrar 
o diafragma para baixo enquanto mantém a função respiratória. Um atleta pode estar jogando no nível 3 do 
diafragma e ajustar o controle para o nível 7 quando precisa de estabilidade extra, como em um bloqueio no 
rúgbi.A função respiratória é levemente prejudicada neste posicionamento mais baixo do diafragma.
O CONTROLE DO CORE:
PARTE 1
Hans Lindgren
Em relação ao úlƟ mo tópico, 
quando inspiramos o diafragma 
desce, fi cando “achatado”, o que 
Pavel Kolar encontrou em um 
dos estudos usando ressonância 
magnéƟ ca foi que quando existe 
uma necessidade maior de 
estabilização o diafragma desce 
um pouco mais.
A Figura ao lado mostra o 
movimento de descida do 
diafragma, o sombreado cinza no 
alto com as duas setas pretas para 
baixo.
Respiração e Estabilização
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Nível 10
Representa a máxima contração do diafragma. No nível 10, a função respiratória é grandemente sacrifi ca-
da e a função de estabilização está em capacidade máxima. Isso ocorre quando um powerliŌ er inspira fundo 
e empurra contra o cinto de levantamento na sua tentaƟ va de levantar o peso máximo, como em qualquer 
um dos 3 levantamentos que compõe o esporte: Agachamento, supino e levantamento terra. Quando expirar 
novamente a função de estabilização diminuiu ligeiramente. 
Cada aƟ vidade tem diferentes demandas de respiração e estabilização, portanto, a função do diafragma 
tem de ser ajustada de acordo. A estabilização do core de dentro para fora requer a aƟ vação apropriada da 
dupla função do diafragma e deve ser praƟ cada até que se torne automáƟ ca.
O uso do tempo é muito melhor empregado aprendendo a aƟ var as funções do diafragma do que fazendo 
exercícios para o core sem ter o controle. Uma vez que as funções são aƟ vadas de maneira apropriada o indi-
víduo pode se apropriar da “Regulagem” e ajustar de acordo com a tarefa.
Artigo Original
Diaphragm Control Switch
Adaptamos em pdf um arƟ go do mesmo autor com este ơ tulo “Estabilidade do Core: De dentro para fora”.
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Em uma postagem recente, parte 1 do artigo, descrevi uma analogia que explica a estabilidade 
do core, desde então fui contatado e me foi pedido se poderia explicar com mais detalhes a dupla 
função do diafragma e de que forma esse conceito poderia ser incorporado no treinamento regu-
lar.
O conceito do DNS – Dynamic Neuromuscular Stabilization ensina que a estabilização apropria-
da do core requer a ativação e o bom controle das 2 funções do diafragma.
Antes de entrar nesse assunto seria apropriado iniciar mostrando de onde se deriva o conceito.
O professor Pavel Kolar (fundador do DNS) junto com seus colegas fez duas pesquisas a respeito 
da função do diafragma usando ressonância magnética.
• No primeiro estudo, eles mostraram que as duas funções do diafragma: Respiração e Estabi-
lização podem ser desempenhadas de maneira independente. O estudo ilustrou como o dia-
fragma contrai para fornecer estabilização para o tronco (core) sem envolver a função de res-
piração e que os indivíduos podem contrair o diafragma voluntariamente para a estabilização.
Link para o estudo.
• O segundo estudo mostrou que o diafragma pode desempenhar sua dupla função simul-
taneamente, onde o diafragma desempenha sua tarefa respiratória em um nível mais bai-
xo (em direção à cavidade abdominal) para garantir a pressão intra-abdominal suficiente 
para a demanda de estabilização. Isto é, o diafragma desce um pouco mais em direção à 
cavidade, sua amplitude de movimento é maior quando desempenha tarefas de estabi-
lização. Ainda, a ideia de que o diafragma é funcionalmente um sistema duplo, onde as 
porções costal e crural funcionam mecanicamente em um modo serial, mas a função ven-
tilatória (pneumaticamente) funciona em um modo paralelo, foi confirmada neste estudo.
Link para o estudo.
• Os autores também realizaram um estudo comparando 
a capacidade de coordenar esta dupla função do dia-
fragma em pessoas que sofrem de dor lombar crônica, 
em comparação com um grupo controle de indivídu-
os saudáveis. Os resultados suportam a teoria de que 
pacientes com dor lombar apresentam um comprome-
timento da função do diafragma, o que pode desem-
penhar um papel importante na estabilidade postural.
Link para o estudo.
Em discussões com meu colega instrutor do DNS Richard 
Ulm eu adicionei outro recurso à minha ilustração original, 
mostrada na parte 1 deste artigo. Richard nomeou a zona de 
respiração disfuncional como “A Zona da Inaptidão”. Esta zona 
foi ilustrada em azul fraco (0-2).
A ilustração do mostrador também foi converƟ da em um Diagrama Linear da Pressão Intra-Abdominal.
DIAGRAMA DA PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL
ESTABILIDADE DO CORE: PARTE 2
Hans Lindgren
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0-3: A Zona da Inaptidão
Representa a respiração disfuncional, onde não somente a função de respi-
ração é afetada, mas até a capacidade respiratória é reduzida. 
A aƟ vação apropriada do diafragma assegura a expansão da porção inferior 
dos pulmões, onde tem lugar a maior parte da troca gasosa. 
Nesta seção Ɵ picamente encontramos a respiração apical ou torácica, mas 
também a respiração abdominal, que é melhor do que a primeira, mas ainda 
assim é disfuncional.
Nível 3
Nesse nível do diagrama a máxima demanda respiratória é alcançada, com o diafragma alinhado apropria-
damente. O que também o permite contrair para fornecer estabilização quando essa é requerida.
Nível 7
Por volta deste nível as demandas de respiração e estabiliza-
ção são bastante desafi adoras, e é onde Ɵ picamente encontra-
mos exercícios como carregar pesos por distância - loaded carries
- e outras aƟ vidades inspiradas no strongman.
O nome “strongman” ou “homem forte”, em 
tradução livre, tem suas raízes no século XIX, 
onde homens fortes faziam exibições iƟ nerantes 
de seus feitos. Hoje designa um esporte onde os 
parƟ cipantes tentam vencer vários desafi os a fi m 
de provarem ser o mais forte.
A respiração abdominal refere-
se à expansão anterior do 
abdome, sem a expansão 
lateral e inferior, comumente 
vista em muitos praƟ cantes e 
instrutores de ioga e pilates.
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Nível 10
Onde a estabilização máxima é requerida e, portanto, a respiração é drasƟ camente reduzida. 
Neste nível são desempenhados levantamentos máximos de peso e ao se fazer uma respiração 
profunda apropriada, a coluna é totalmente suportada pelo aumento da pressão intra-abdominal. A isso 
frequentemente se segue uma apneia ou apenas uma ligeira respiração com os lábios franzidos para 
controlar a pressão intra-abdominal.
Quando se vai treinar é importante adaptar a aƟ vidade do diafragma para atender as demandas da 
aƟ vidade.
Quando se está correndo, apenas a sensação de uma expansão da porção inferior do gradil costal e o 
enchimento da parte inferior da cavidade abdominal é uma boa dica para a máxima capacidade respiratória. 
Quando se for praƟ car a respiração apropriada é importante se assegurar de que esta expansão ocorre 
em todas as direções e não apenas para frente.
No meio do diagrama quando ambas as funções, estabilização e respiração, são altas é que a capacidade 
de controle é realmente desafi ada. A diferença nessa capacidade da dupla função de maneira efeƟ va pode 
ser vista facilmente em compeƟ ções de Strongman, onde alguns atletas carregam carros ou outros objetos 
pesados por uma longa distância aparentemente sem esforço, enquanto outros realmente têm difi culdades 
em manter a estabilidade e carregar o objeto.
No fi nal do espectro, onde é requerida a máxima estabilização a respiração é sacrifi cada, portanto quan-
do se for levantar um objeto pesado múlƟ plas vezes, é muito importante resetar a estabilização do core 
entre cada respiração. 
A máxima estabilização é alcançada quando o diafragma está totalmente contraído para se tornar tão 
achatado quanto possível.
Para maximizar o efeito de uma inspiração profunda é bastante úƟ l expirar completamente antes de 
inspirar, isso irá colocar o diafragma em uma posição horizontal e, portanto, permiƟ r uma contração mais 
forçada. 
É também muitoimportante lembrar que fazer o brace, ou suporte, dos músculos abdominais antes de 
inspirar irá reduzir a capacidade do diafragma de contrair e descer. O bracing da parede abdominal pode ser 
aplicado após a inspiração profunda.
Da mesma forma, o cinto de levantamento de peso pode ajudar o desenvolvimento da Pressão Intra-
-Abdominal (PIA), mas não pode ser muito apertado, de modo que impeça o diafragma de contrair. Cintos 
de levantamento de peso deveriam ser ajustados de forma a acomodar um grande aumento da pressão 
intra-abdominal e se tornarem 
apertados somente quando se 
realiza uma grande inspiração 
profunda.
Para ilustrar as diferentes 
aƟ vidades do diafragma suas 
posições foram adicionadas ao 
Diagrama da Pressão Intra-Ab-
dominal. 
Resumo
Tudo inicia com um bom padrão respiratório, e a maior parte dos indivíduos se benefi ciaria em prestar 
mais atenção a como respiram. Quando um padrão respiratório disfuncional é idenƟ fi cado, deve ser emprega-
do um esforço em corrigi-lo em primeiro lugar.
Existe um confl ito entre as funções de respiração e estabilização e ambas não podem aƟ ngir seus níveis 
máximos simultaneamente. Quando a estabilização é o foco primário, a respiração será sacrifi cada e vice-
versa. 
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É importante notar que o cérebro sempre irá priorizar a respiração antes da estabilidade quando 
desafi ado, portanto um bom condicionamento geral é importante a fi m de se manter a estabilização do core.
 Existem 2 áreas principais a serem abordadas no treinamento:
1. Quando o padrão respiratório é disfuncional (ver Zona da InapƟ dão) devem ser empregados exercícios 
respiratórios correƟ vos.
2. Uma vez que a função apropriada é restabelecida, o alvo é aumentar a capacidade de desempenhar a 
dupla função do diafragma. Uma vez que a tarefa de estabilização é demasiada para o indivíduo, pren-
der a respiração é um mecanismo compensatório comum. Prender a respiração é uma estratégia de 
estabilização efeƟ va para tarefas que exigem esforço máximo, mas o problema é que muitos indivíduos 
usam-na em demandas triviais.
Um método efeƟ vo para os indivíduos entenderem um melhor estereóƟ po é instruí-los a usar a respiração 
de maneira adequada para recuperarem-se rapidamente após tarefas exigentes (ou de demanda elevada).
 Pontos Finais
• Ninguém deve viver na Zona de InapƟ dão, com a capacidade reduzida de respirar e estabilizar.
• Existe um ponto, para qualquer um, onde a tarefa de estabilização é muito exigente para que se con-
siga respirar e estabilizar.
• O treino deve ser prescrito de maneira a melhorar a capacidade do individuo respirar adequadamente 
enquanto estabiliza o core.
• Quando treinar, as posições e cargas devem ser gradualmente mais desafi adoras, mas nunca exceder 
a capacidade de respirar e estabilizar-se adequadamente.
“Se você não consegue respirar em uma posição, não dominou a posição”.
Artigo Original
IAP Diagram- Core StabilizaƟ on
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Entender o Princípio da Reação em Cadeia, Chain ReacƟ on®, da Ciência Funcional Aplicada (AFS - Applied 
FuncƟ onal Science®, ambas marcas registradas do Gray InsƟ tute) em todos os planos de movimento do om-
bro/braço é fundamental para encontrarmos e eliminarmos as CAUSAS de disfunções no ombro. 
A imagem de um relógio pode ajudar os profi ssionais a encontrarem as CAUSAS. Usando a direção do 
úmero (no senƟ do horário ou anƟ -horário) como guia, os movimentos dos ossos e arƟ culações dentro da 
Cadeia de Reação irão tornar-se mais aparentes. Uma vez que os elos - links - irão rodar na mesma direção 
que o úmero, a contribuição dos ossos (e o movimento arƟ cular resultante) ao movimento global pode ser 
facilmente determinada.
FUNÇÃO DO OMBRO: 
AO REDOR DO RELÓGIO
Dave Tiberio
O autor faz uma analogia com um relógio, 
argumentando que quando se faz um movimento com 
o ombro, uma série de arƟ culações deve se mover para 
que esse ombro se mova da maneira mais efi ciente 
possível, a isso chamam "Chain ReacƟ on", "Cadeia 
de Reação" em uma tradução livre. A fi gura ao lado 
mostra o movimento de fl exão do ombro. Ele ocorre 
no plano sagital, o relógio é uma analogia que ajudará 
a visualizar a cadeia de reação: 
A fl exão do ombro no caso é um movimento no senƟ do 
anƟ -horário, no exemplo da imagem o braço vai de 3h 
para 12h, ao mesmo tempo, a escápula está fazendo um 
movimento anƟ -horário (rotação posterior), torácica 
também (extensão), a lombar (extensão) e até mesmo 
o quadril está se movimentando no senƟ do anƟ -horário 
(extensão). Sempre que o ombro se movimentar em 
senƟ do horário ou anƟ -horário o restante da cadeia de 
reação irá seguir a mesma direção.
Mais um exemplo do relógio do ombro, agora no 
plano frontal, um movimento comum no golfe, 
por exemplo:
Se ele se move em adução, indo de 9h para 6h, 
novamente em senƟ do anƟ -horário, a escápula 
direita se moverá em rotação inferior, a coluna 
lombar e torácica se moverão em fl exão lateral 
para direita, o quadril direito em abdução, o quadril 
esquerdo em adução e a pelve está se deslocando 
para esquerda. Todos os segmentos, portanto, 
seguirão o ombro no senƟ do anƟ -horário.
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A tabela abaixo cobre o movimento ar-
Ɵ cular da escápula e da coluna torácica, as-
sim como o movimento da arƟ culação do 
quadril em 6 cadeias de reação do ombro.
Movimento ArƟ cular do 
Ombro
Movimento ArƟ cular da 
Escápula
Movimento ArƟ cular da 
Torácica
Movimentos ArƟ culares 
do Quadril
Flexão Rotação posterior Extensão Extensão
Extensão Rotação anterior Flexão Flexão
Abdução Rotação superior Flexão lateral (lado oposto) Adução (mesmo lado)
Abdução (lado oposto)
Adução Rotação inferior Flexão lateral (mesmo lado) Abdução (mesmo lado)
Adução (lado oposto)
Rotação extena Retração Rotação (mesmo lado) Rotação interna (mesmo lado)
Rotação externa (lado oposto)
Rotação interna Protração Rotação (lado oposto) Rotação externa (lado)
Rotação interna (lado oposto)
Um úlƟ mo exemplo do relógio do ombro, 
agora no plano transverso. Quando o jogador 
leva o braço com a bola para trás (um load) 
estará realizando um movimento no senƟ do 
horário, em direção às 12h. Nesse caso:
- Ombro direito estará fazendo uma abdução 
horizontal ou rotação externa.
- Escápula direita uma retração, ou rotação 
externa..
- Pelve uma rotação para direita (com a 
consequente rotação interna do quadril direito 
e rotação externa do quadril esquerdo). Todos 
os segmentos da cadeia de reação do ombro 
estarão rodando no mesmo senƟ do horário.
Mesmo Lado ou Lado Oposto toma como 
referência o braço que está se movendo.
A coluna lombar não foi citada na tabela acima, porém, se fosse, seguiria os 
mesmos movimentos descritos da coluna torácica.
Para ilustrar as informações da tabela acima analisemos 
o golpe de direita (forehand) do tenista ao lado (Roger 
Federer, a propósito) que está se preparando para 
rebater uma bola.
Tomando o ombro direito como referência, vamos 
conferir as informações da tabela.
Ombro direito: Extensão – Abdução – Rotação externa.
Torácica: Flexão – Flexão lateral (supostamente para 
o lado oposto de acordo com nossa tabela - não se 
consegue ver direito pela imagem, se fosse uma 
abdução máxima do ombro, como em um saque, seria 
mais percepơ vel) – Rotação (mesmo lado).
Quadril: Flexão – Adução (mesmo lado) – Abdução (lado 
oposto) – Rotação interna (mesmo lado) – Rotação 
externa (lado oposto).
Escápula: Não podemos conferir pela imagem, mas ela 
deveria estar em: retração – rotação anterior – rotação 
superior.
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Armado com o conhecimento do Princípio da Cadeia de Reação, as aplicações práƟ cas se tornam possíveis 
quando os profi ssionais que lidam com o movimento também Ɵ ram vantagem de outro princípio da Ciência 
Funcional Aplicada: “Carregar – Explodir”. 
Quando o corpotenta executar um movimento 
específi co, ele sempre se move na direção oposta primeiro. 
O movimento “oposto” aƟ va, ou carrega de maneira 
excêntrica, os músculos que irão executar a “explosão”, a 
contração concêntrica. 
A busca por prováveis CAUSAS de disfunções e dor no 
ombro torna-se lógica quando o conceito de “Carregar – 
Explodir” é empregado nos movimentos. 
Portanto, a melhora nos movimentos do ombro precisa 
incluir: AVALIAR e TREINAR o movimento preparatório, que 
o autor chama de “loading” ou “carregar” em português, 
para melhorar a abdução do ombro, os movimentos da Cadeia de Reação da Adução precisam ser examinados. 
Direcionar o braço para a adução permite que seja determinado quão bem se movimentam:
Assim pode-se determinar o quanto estes elos da cadeia estão contribuindo para a carga excêntrica - load
- da abdução.
Todos estes movimentos são críƟ cos para uma “carga” efeƟ va da Cadeia de Reação. Treinar este 
movimento preparatório (load - carga) irá não somente melhorar o explodir - explode -, mas frequentemente 
idenƟ fi car as CAUSAS da disfunção.
Os princípios da Ciência 
Funcional Aplicada levam a 
estratégias que empregam estes 
princípios. Um exemplo práƟ co 
disto ocorre na reabilitação de 
pessoas que passaram por cirurgia 
no manguito rotador. O cirurgião 
irá proibir movimentos arƟ culares 
aƟ vos do ombro por um período que 
varia de 2 – 6 semanas, dependendo 
da ruptura e subsequente reparo do 
tecido.
Como a morbidade da inaƟ vidade 
pode ser superada? Como se pode 
estabelecer a fundação para todos 
os movimentos do ombro durante 
este período de inaƟ vidade?
A estratégia é:
Direcionar o movimento com os pés, o braço oposto e a cabeça
Para criar movimentos de carga excêntrica que serão 
transformados em movimentos concêntricos.
Adaptação livre do termo em inglês “Load to Explode”. 
Que signifi ca, em poucas palavras, realizar uma contração 
excêntrica – o CARREGAR – antes de uma contração 
concêntrica – o EXPLODIR –. Tirando proveito do chamado 
“Ciclo Alongamento – Encurtamento”, a contração 
excêntrica rápida faz com que haja o armazenamento 
de energia potencial elásƟ ca, potencializando e fazendo 
com que a ação desejada seja mais efi ciente. Eles, do 
Gray InsƟ tute, consideram isso um princípio, ou seja, 
uma verdade fundamental, sempre que queremos fazer 
um movimento, seja ele global ou isolado, para uma 
direção devemos nos mover antes para o lado oposto.
A escápula: Rotação inferior
Quadris: Quadril oposto – adução; mesmo lado – abdução.
Coluna torácica: fl exão lateral em direção ao mesmo lado (do braço direcionado para adução).
Acima a anatomia do grupo de músculos conhecidos como “manguito rotador”.
Os estabilizadores dinâmicos do ombro.
Ele chama isso de “drivers” do movimento. 
Uma tradução livre seria “condutores” do 
movimento.
Ou na linguagem usada pelo Gray InsƟ tute, 
do qual o autor faz parte: Load to Explode, 
Carga-Explodir. 
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Estes são os mesmos condutores usados na avaliação de movimento que usamos: 3D Movement Analysis 
and Performance System – 3DMAPS (Sistema de Análise e Desempenho do Movimento Tridimensional).
Usando o movimento da fl exão do ombro como nosso 
exemplo:
Para treinar a fundação do movimento de fl exão do om-
bro, o foco inicialmente será na “Carga”/”Load” da fl exão 
(Ver extensão do ombro na tabela acima). 
Se o braço direito está em uma Ɵ poia, faremos com que 
o pé direito esteja em uma posição de lunge anterior.
Este pé direito à frente faz com que o quadril esteja em 
fl exão. Também fazendo com que o tronco fl exione ligeira-
mente. Para aumentar a fl exão do tronco e indiretamente 
encorajar a escápula a rodar anteriormente, os outros 2 
condutores podem ser empregados. 
Posicionar o braço não afetado (esquerdo) em extensão 
e fl exionar a cabeça irá criar um efeito de cima para baixo 
que adiciona carga para o movimento de lunge anterior.
Uma vez que os movimentos de “carga” de todas as ar-
Ɵ culações são avaliados e funcionam efeƟ vamente, uma ên-
fase em rapidamente retornar às posições iniciais pode ser 
adicionada. 
Isso facilita a transformação da “carga” em um “explo-
dir” efi ciente para o movimento de fl exão do ombro (Load 
to Explode). Esta abordagem baseada em princípios pode 
ser uƟ lizada para construir a fundação para todos os movi-
mentos do ombro. 
Com a Ciência Funcional Aplicada e a Análise de Movi-
mentos 3DMAPS, múlƟ plas estratégias podem ser empre-
gadas e cada estratégia pode ser adaptada para cada indi-
víduo.
Artigo original: Shoulder Function: Around the Clock
hƩ ps://www.grayinsƟ tute.com/blog/post/1468/shoulder-funcƟ on-around-the-clock
Vídeo do Artigo original: 
hƩ ps://www.grayinsƟ tute.com/blog/post/1460/shoulder-funcƟ on-around-the-clock-vlog
 Referindo-se ao exercício chamado aqui no Brasil de 
“avanço” ou “afundo” ou “passada”. Como na imagem 
ao lado. O nome em inglês também é bastante uƟ lizado 
no Brasil.
Em um caso pós-cirúrgico do manguito rotador do 
ombro direito.
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Se pegarmos a 3ª Lei de Newton e a aplicarmos à marcha, 
então podemos começar a entender como nosso corpo precisa 
absorver uma força equivalente ao nosso próprio peso corporal a 
cada passo que damos. 
Esta força de reação do solo é 
a razão pela qual a fase da marcha 
conhecida como “contato do cal-
canhar com o solo” - heel strike - é 
tão importante.
Ela ajusta o corpo para disper-
sar forças através do corpo a cada 
passo, como a natureza projetou.
Durante o contato inicial entre o solo e o pé, é importante que 
o parte lateral do calcâneo faça o contato inicial. Ao olharmos para 
a anatomia do calcâneo abaixo, vemos como ela evoluiu para gol-
pear o solo lateralmente e rolar medialmente para absorver a for-
ça de reação do solo.
CONTATO DO CALCANHAR COM O SOLO 
E SUBSISTEMA LONGITUDINAL PROFUNDO
Brock Easter
Vista posterior do calcâneo direito
Ciclo da marcha.
“Para cada ação, existe uma reação igual e oposta”
3ª Lei do Movimento de Newton
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Uma pronação efi ciente durante a fase de apoio prepara o está-
gio seguinte, uma supinação efi ciente durante a propulsão.
Durante o contato inicial do calcanhar, o que conhecemos como 
Subsistema Longitudinal Profundo contrai de maneira concêntrica 
após ter contraído de maneira excêntrica durante a fase de balanço 
da marcha.
Este subsistema é extremamente importante para uma distribui-
ção efi ciente das forças de reação do solo durante o contato do cal-
canhar.
O que acontece se houver alguma inefi ciência dentro desse sub-
sistema?
Podemos apostar que as arƟ culações que suportam cargas den-
tro do sistema irão ser forçadas a lidar com forças e cargas aumenta-
das. Quadris, joelhos, coluna lombar e talvez até mesmo o pescoço!
Como se apresentam as dores neste caso pode variar muito. Per-
mitam-me comparƟ lhar um caso interessante que ocorreu no meu 
consultório…
Uma garota de 17 anos me procurou com dores abdominais no 
quadrante inferior direito que já duravam um ano. 
Testes sanguíneos e de imagem foram todos negaƟ vos para os 
suspeitos usuais, então seu médico a encaminhou para mim, suspei-
tando que as dores Ɵ vessem origem musculoesqueléƟ ca. 
Esta paciente em parƟ cular estava em excelente forma İ sica, já 
que Ɵ nha sido dançarina antes de ter sofrido uma concussão uns 
anos antes. Supus que a concussão contribuiu com rigidez através 
do sistema, o que afetou a maneira pela qual seu corpo absorvia as 
forças de reação do solo geradas a cada passo que ela dava. 
Eu fi z esta suposição em virtude da sua rotação lombopélvica estar restrita e a dor era agravada SOMENTE 
quando caminhava. Para ser específi co, durante o contato inicial do calcanhar.
Usando Anatomy in MoƟ on nós exploramos seu contato do cal-
canhar em 3 dimensões e encontramos a coluna lombarsofrendo 
toda carga excêntrica durante esta fase da marcha, compensando 
pelo mau funcionamento do Subsistema Longitudinal Profundo.
Minha avaliação (usando testes musculares manuais), complementou este achado, porque achei os ereto-
res espinhais/fáscia toracolombar facilitados compensando por inibição nos isquioƟ biais. 
Agora, o porquê desta disfunção ter se apresentado como dor no quadrante inferior direito da região ab-
dominal é algo que não consigo explicar. O que posso dizer é que a medida que seu corpo começou a tornar-se 
mais confortável explorando o contato do calcanhar usando técnicas da Anatomy in MoƟ on, ela começou a 
senƟ r o subsistema longitudinal profundo contrair de maneira excêntrica. 
O Subsistema Longitudinal Profundo
compreende o fi bular longo e o Ɵ bial 
anterior, os 2 tendões destes músculos 
formam uma espécie de alça que ajuda a 
controlar a pronação-supinação do pé, como 
podemos ver na fi gura abaixo; o fi bular 
longo é um pronador e o Ɵ bial anterior é 
um supinador. O subsistema conƟ nua com 
a cabeça longa do bíceps femoral, depois o 
ligamento sacrotuberoso ou sacrotuberal. 
Podemos ainda subir o subsistema através 
do ligamento sacrotuberoso até os 
extensores lombares do lado oposto
Para saber mais sobre este método, 
Anatomy in MoƟ on-AiM, acesse o site: 
Anatomy in MoƟ on
HiperaƟ vos, com excesso de aƟ vação SubaƟ vação, ou atraso na aƟ vação
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Isso criou uma imediata redução na dor durante a caminhada e dentro de uma semana, fazendo os exer-
cícios que indiquei para que fi zesse em casa, a dor diminuiu de uma 
escala de 6/10 em cada passo que ela dava, para uma escala de 1/10. 
Tudo isso retreinando o subsistema longitudinal profundo durante o 
contato do calcanhar.
Adaptado de Thomeé, 1997 e Silbernagel, 2007.
Além desta paciente, tenho visto uma variedade de apresentações de dor que foram corrigidas ou ao 
menos signifi cantemente diminuídas ao retreinar o subsistema longitudinal profundo durante o contato do 
calcanhar.
Dores na coluna lombar, quadril e até mesmo no pescoço. Às vezes é requerida uma terapia manual para 
permiƟ r ao corpo um acesso efi ciente ao uso deste subsistema, mas por vezes, tudo que precisamos é um 
pouco de consciência corporal. 
De qualquer maneira, uma vez que se mostra ao corpo uma alternaƟ va efi ciente a um padrão de movi-
mento doloroso, ele tende a recompensá-lo escolhendo essa opção ao invés da opção do padrão disfuncional. 
É quase como se o corpo fosse programado para andar de maneira efi ciente até que lesões anƟ gas e ta-
refas repeƟ Ɵ vas comprometam a tarefa e criem compensações. A boa noơ cia é que o corpo é fenomenal em 
se adaptar.
Forneça a entrada de informações sensoriais correta ao corpo, e ele 
irá corresponder como uma saída de informações motoras oƟ mizada.
Se a dor tem um alívio apenas temporário com o tratamento (quiro-
praxia, massagem, fi sioterapia, etc.) então você pode promover mudanças 
reveladoras durante o trabalho com os padrões de marcha.
Pode ser o tempo de mudar a maneira pela qual se move.
REFERÊNCIAS: 
Thomeé, R. A Comprehensive Treatment Approach for Patellofemoral Pain Syndrome in Young Women. 
Physical Therapy, 1997.
Silbernagel, K. G., Thomeé, R., Eriksson, B. I., Karlsson, J. ConƟ nued Sports AcƟ vity, Using a Pain-Monito-
ring Model, During RehabilitaƟ on in PaƟ ents With Achilles Tendinopathy: A Randomized Controlled Study. The 
American Journal of Sports Medicine, 2007.
Artigo Original:
Heel Strike and the Deep Longitudinal Subsystem.
sando uma das muitas escalas da dor, na 
fi gura abaixo um exemplo de uma delas
Entrada de informações, tradução 
do termo em inglês “input”. Saída de 
informações, tradução do termo em 
inglês “output”. Ambos termos em 
inglês são bastante usados aqui no 
Brasil
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Para gerar potência, você precisa de mobilidade.
Para ter mobilidade, você precisa de estabilidade.
A estabilidade proximal alimenta a mobilidade distal. A instabilidade sinaliza ao sistema nervoso para co-
locar um freio na produção de potência porque se sente ameaçado. A falta de estabilidade é uma ameaça ao 
seu sistema nervoso.
O cérebro está no controle do pedal do acelerador e controla a quan-
Ɵ dade de “gasolina” que coloca em um músculo. Ele vai inibir (adaptação 
neural descendente) um músculo em um padrão e facilitar (adaptação 
neural ascendente) em outro em uma tentaƟ va de ganhar estabilidade. 
Ele rouba de Pedro para pagar a Paulo.
O cérebro é um pedaço de carne preguiçoso e não gosta de trabalho 
duro. Ele engana e leva ao caminho mais fácil a cada oportunidade que 
recebe. Quando existem padrões de movimento disfuncionais, o cére-
bro simplesmente escolhe um caminho alternaƟ vo mais fácil para reali-
zar uma determinada tarefa.
O PESCOÇO ESTÁ LIGADO AOS ISQUIOTIBIAIS
Por exemplo, se o sistema de estabilização profundo do núcleo do seu 
corpo é instável, o seu sistema nervoso simplesmente irá recrutar músculos 
mais superfi ciais para assumir a tarefa de estabilização. Um dos relaciona-
mentos mais comuns é a inibição (fraqueza) dos fl exores profundos do pes-
coço com a facilitação nos isquioƟ biais.
Instabilidade sinaliza ao cérebro e o sistema nervoso para colocar 
um freio na produção de potência porque se sente ameaçado. A 
falta de estabilidade é uma ameaça para o seu sistema nervoso.
A falta de estabilidade no pescoço provoca uma compensação refl exa nos isquioƟ biais para que estes 
assumam o trabalho dos fl exores do pescoço. 
Esta relação pode ser comumente 
vista no teste de tocar os pés a parƟ r da 
posição em pé. Neste teste, os pés estão 
juntos e as pernas estão retas sem fl exão 
do joelho. Olhe para os seus dedos (fl exo-
res do pescoço) e, em seguida, fl exione a frente para tocar os dedos dos pés.
 Se os fl exores do pescoço esƟ verem inibidos, o sistema nervoso detecta 
a ameaça de instabilidade, então no caminho para tocar os dedos dos pés, 
enrijece os isquioƟ biais para que você não caia para frente e se machuque.
Assim, a parƟ r disso aprendemos que o fator chave para a potência não 
está em pisar mais fundo no pedal do acelerador, mas simplesmente Ɵ rar o 
pé do freio. Você irá automaƟ camente mais rápido.
OS MÚSCULOS DO PESCOÇO ESTÃO FRACOS
COLOCANDO TENSÃO NOS ISQUIOTIBIAIS?
Perry Nickelston
No original, core
Facilitação nesse caso pode-se 
entender por excesso de sobrecarga, 
nesse caso se traduzindo em rigidez 
e sensação de “encurtamento”.
“Standing to Touch Test” ou às vezes 
eles chamam somente de Toe Touch 
Test.
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UM OLHAR MAIS PROFUNDO NO NÚCLEO
Vamos dar uma olhada em algumas das estruturas do núcleo de estabilização 
profundo com base no trabalho de Thomas Myers.
A linha central profunda (mostrado em 
vermelho abaixo) é o sistema de estabilização 
primário do corpo.
O Núcleo Profundo (Deep Core):
• Temporais
• Masseter
• Escalenos
• Músculos hióideos
• Longo da Cabeça e do Pescoço
• Diafragma
• Transverso abdominal
• Psoas
• Quadrado lombar
• Ilíaco
• Assoalho Pélvico
• Adutores
• Tibial posterior
• Flexores dos dedos dos pés
De acordo com Myers, a Linha Profunda é o sistema de estabilização 
primário do corpo. Disfunção neste sistema leva a padrões de compensação, 
desperdício de energia e diminuição da produção de força e potência. É o 
cilindro mestre para o seu motor.
Pense em um carro com um motor de oito cilindros que aciona apenas 
quatro deles. Ele tem a capacidade de produção de energia, mas não pode 
desencadeá-la. 
Atletas muitas vezes tentam obter mais potência 
do seu motor, em vez de, primeiramente, garanƟ r 
que todos os oito cilindros estão acendendo.
Seu corpo vai roubar a estabilidade de algum 
outro lugar para se senƟ r seguro. Ele vai roubar a 
força de um padrão e dá-la a você em outro. Isso é 
chamado de compensação.
Os fl exoresprofundos do pescoço (longo da 
cabeça e do pescoço) fazem fl exão, fl exão lateral 
e rotação da cabeça. Eles fazem uma tonelada de 
coisas. Avalia-los é fundamental.
Então, como determinar se os fl exores 
profundos do pescoço estão inibidos e como você 
pode resetá-los?
Thomas Myers, autor do livro: 
Trilhos Anatômicos, chama isto 
de Linha Profunda
Longo da cabeçaLongo do pescoço
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Faça a primeira parte do exercício abaixo com o polegar sob o queixo por dez segundos. A colocação 
do polegar assegura que você não está usando muito de seus outros fl exores do pescoço, como o escaleno 
anterior e esternocleidomastóideo.
Você sente fadiga, dor, desconforto, tremores, ou a necessidade de prender a respiração durante este 
exercício? Se assim for, indica que o músculo pode estar inibido e precisa de aƟ vação. A chave é aƟ var os 
fl exores do pescoço depois de liberar as áreas que estão mais propensas à tensão e rigidez.
Vamos examinar o que fazer se sua área problemática são os isquiotibiais.
Primeiro, faça um teste de fl exão de tronco (como mostrado acima) e veja se 
seus tendões se sentem contraídos e se você pode alcançar os dedos dos pés. Use 
um rolo miofascial (foam roller) nos isquioƟ biais por 30-45 segundos. Em seguida, 
deite de costas e faça os exercícios de aƟ vação do pescoço mostrados logo acima.
Colocar a base do polegar sobre a parte 
superior do esterno. Levantar a cabeça do 
chão com a intenção de por o “queixo para 
dentro” (como na fi gura ao lado) até que o 
queixo encoste no polegar.
Sustentar por tempo: Cerca de 10 
segundos OU por um determinado 
número de respirações.
A próxima progressão envolve colocar 
uma bola de borracha sob o queixo.
A úlƟ ma progressão envolve colocar uma 
bola de borracha sob o queixo e fazer 
inclinações laterais e rotações da cabeça, 
sem que a bola caia.
Mostrado nos arƟ gos do 
curso de avaliação
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Coisas para lembrar:
• Segure bola sob o queixo por 20 segundos.
• Incline a cabeça lateralmente para a direita e à esquerda quatro vezes, mantendo o controle da bola.
• Gire quatro vezes à direita e à esquerda, mantendo o controle da bola.
• Não prenda sua respiração.
• Não aperte sua mandíbula.
Levante e repita o teste de fl exão de 
tronco. Conseguiu chegar mais longe? Você se 
senƟ u mais estável pra chegar lá? Aplique este 
protocolo a qualquer outro músculo onde você 
sente tensão. Os culpados mais comuns são 
adutores da coxa e quadrado lombar tensos.
Avaliar os músculos do pescoço é críƟ co.
REGREDIR PARA PROGREDIR
Seu corpo vai roubar a estabilidade de 
algum outro lugar para se senƟ r seguro. Ele vai 
roubar a força de um padrão e dá-la a você em 
outro. Isso é chamado de compensação. Explore 
o poder do seu sistema nervoso para liberar 
energia. Regredir para progredir.
Para se tornar um “fodão” você nem sempre tem que fi car mais forte, mais rígido, mais rápido e por 
mais tempo. Puxe o regulador de pressão para expandir sua zona de conforto de movimento e seu corpo irá 
conceder-lhe a força.
REFERÊNCIAS:
1. Cook, Gray. Movement: FuncƟ onal Movement Systems: Screening, Assessment, and CorrecƟ ve 
Strategies. Aptos, CA: On Target PublicaƟ ons, 2010. Print.
2. Elphinston, Joanne. Stability, Sport, and Performance Movement: Great Technique without Injury. 
Chichester, England: Lotus Pub., 2008. Print.
3. Myers, Thomas W. Anatomy Trains: Myofascial Meridians for Manual and Movement Therapists. 
Edinburgh: Churchill Livingstone, 2001. Print.
4. Weinstock, David. NeuroKineƟ c Therapy: An InnovaƟ ve Approach to Manual Muscle TesƟ ng. Berkeley, 
CA: North AtlanƟ c, 2010. Print.
Artigo original:
Are Your Weak Neck Muscles Making Your Hamstrings Tight?
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Agachamentos são incríveis. Quer se use uma barra nas costas ou 
um agachamento frontal, um agachamento goblet com um halter ou 
um keƩ lebell, ou qualquer outra variação, ele é um exercício fantásƟ co 
em que se pode usar progressões ou regressões de infi nitas formas para 
produzir diferentes resultados, desde força máxima até força explosiva, 
de mobilidade a equilíbrio e qualquer coisa entre tudo isso.
Um dos aspectos do 
agachamento que tende a 
ser analisado à exaustão é o 
arredondamento da lombar. 
Quando o quadril entra em uma 
retroversão ao chegar perto do fi nal 
da descida, criando uma meia fl exão 
na coluna lombar. Aqui está um 
grande exemplo disso, de um arƟ go 
de Lee Hayward sobre o tópico.
O principal problema no 
assunto, não é o fato de que o 
quadril rola para frente, mas a 
coluna lombar que entra num ciclo 
de extensão-fl exão-extensão com 
carga adicional em cima disso. 
ARREDONDAMENTO DA COLUNA LOMBAR 
NO AGACHAMENTO PROFUNDO
Dean Somerset
Goblet, taça numa tradução livre, 
chamado assim em razão da maneira 
como se segura o peso, como na imagem 
acima.
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Esse é um mecanismo muito comum de lesão de disco intervertebral, e pode levar a fraturas de pares 
arƟ culares da coluna quando é colocada sobrecarga, e pode potencialmente levar a problemas na arƟ culação 
sacroilíaca também, devido ao aumento das demandas de estabilização sobre o sistema de suporte ligamentar 
da região, que tenta manter a integridade da coluna. 
Se a demanda excede a capacidade dos ligamentos, você terá provavelmente uma arƟ culação sacroilíaca 
muito prejudicada.
Fratura dos pares articulares:
À esquerda uma condição 
conhecida como espondilólise. 
A direita, uma condição 
conhecida como 
espondilolistese, onde há um 
escorregamento da vértebra.
Sistema de suporte ligamentar da região sacroilíaca
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Como resultado disso, todos estão entrando na onda de “Como Corrigir o Arredondamento Lombar” sem 
entender realmente porque isto acontece em primeiro lugar.
Uma crença comum, é que os isquioƟ biais estão encurtados, então quando se aƟ nge a amplitude fi nal do 
agachamento, eles resistem ao deslizamento natural da pelve para trás, e acabam puxando a pelve para frente 
à medida que se desce no movimento. 
O que acontece realmente é que ao agachar, os joelhos fl exionam o que reduz MUITO a tensão nos 
isquioƟ biais, portanto, o efeito no quadril em termos de resistência ao movimento é mínimo.
Eu argumentaria que a área a ser alongada seria o complexo glúteo (incluindo o piriforme e também o 
adutor magno). 
O conceito dos isquioƟ biais encurtando na região do joelho e alongando na região do quadril é conhecido 
como Paradoxo de Lombard, que diz que durante uma fl exão equilibrada do joelho e do quadril, não há 
nenhuma mudança real de comprimento dos isquioƟ biais, assim como do reto femoral.
No entanto, vamos assumir que os isquioƟ biais estão encurtados e podem ser os culpados. 
Uma maneira fácil de testar isso é um simples teste em 4 apoios.
O nome original citado é: rock back test
O posicionamento inicial do teste é como mostra a foto da direita: Ombros e quadris a 90°, quadris na largura dos ombros. 
Afunda na direção dos calcanhares e notar quando e se ocorre o arredondamento da coluna lombar.Muitas vezes esse teste é 
usado para determinar até qual profundidade que o indivíduo é capaz de manter o bom posicionamento da lombar.
Isso é o que eu chamo de agachamento horizontal. Se eu pusesse as solas dos meus pés contra a parede, 
o movimento iria parecer um agachamento, incluindo a fl exão do tornozelo, joelho e quadril, envolvidos na 
fase descendente do movimento. Os joelhos estariam alinhados com os dedos, e os quadris estariam atrás dos 
calcanhares. 
Se alguém fi zer este movimento e não demonstrar o arredondamento lombar que ocorre quando o 
indivíduo está em pé, então a culpa não é dos isquioƟ biais, já que a relação comprimento-tensão entre as 
arƟ culações e os isquioƟ biais não se altera de maneira signifi caƟ va entre as posições horizontal e verƟ cal.
E se mesmona posição horizontal o movimento ainda produza o arredondamento da coluna lombar? Os 
isquioƟ biais seriam os culpados então? 
Provavelmente não, já que o músculo não está sob tensão, como mencionado antes, e ainda existem 
algumas diferenças anatômicas que precisamos considerar em relação ao moƟ vo do porque alguém não é 
capaz de agachar profundamente, independente da tensão dos isquioƟ biais.
Um fator importante na limitação da profundidade do agachamento é algo que é falado por muito poucas 
pessoas: 
Profundidade do acetábulo, que é uma variante anatômica que não pode ser alongada, treinada ou 
desfeita sem cirurgia. 
Esta é a principal infl uência biomecânica em quão baixo 
alguém consegue agachar para aƟ ngir a amplitude limite de 
movimento, antes de ter de recorrer à outra área (coluna 
lombar) para conseguir completar o agachamento.
Para baixar uma versão em PDF de uma adaptação de 
arƟ go desse mesmo autor sobre o tema mencionado: 
Variações do Quadril e o Agachamento
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A profundidade do acetábulo é muito importante, mas em adição a isso, existe ainda a questão de onde 
ele está localizado em relação ao centro do eixo de rotação da pelve. 
Se o acetábulo está anteriorizado, isso reduzirá as chances de contato 
osso com osso na parte baixa do agachamento, mas também será mais 
diİ cil alcançar a amplitude fi nal 
da extensão do quadril. Se o 
acetábulo está retroverƟ do, fará 
com que aƟ ngir um agachamento 
profundo sem criar algum 
contato osso com osso ou causar rupturas no labrum do quadril seja 
quase impossível, porém facilita muito a posição de extensão fi nal do 
quadril.
Na imagem da esquerda, o 
acetábulo é bastante profundo, 
robusto e provavelmente bom 
para produzir potência no alto 
do padrão do agachamento, mas 
irá produzir contato osso com 
osso muito mais cedo na parte da 
descida do movimento, quando 
comparado com o acetábulo 
da imagem da direita, que não 
produzirá quase nenhum contato 
osso com osso, o que limitaria a 
profundidade do agachamento.
Anterior à posição neutra
Posterior a posição neutra
Necessário para um corredor, por exemplo
Labrum: Anel de carƟ lagem que circunda 
a parte interna do acetábulo, serve para 
melhorar o encaixe entre a cabeça do 
fêmur e o acetábulo
Visão superior do ângulo de “anteversão acetabular”: Mede a 
extensão que o acetábulo se projeta à frente. O ângulo mede 
normalmente cerca de 20º. Mesmo quando é normal, esta 
anteversão deixa exposta a parte anterior da cabeça do fêmur. 
Anteversão excessiva predispõe o quadril a problemas como: 
deslocamento anterior e lesões associadas. Quando o acetábulo 
é mais lateral, ou mesmo levemente posterior é descrito como 
anormalmente retroverƟ do. Neumann, 2011
Ângulo acetabular
Imagem adaptada de Neumann, 2011
Adicionalmente, se o ângulo do colo femoral é muito verƟ cal, haverá uma chance aumentada de contato 
ósseo quando comparado a um colo femoral que é mais horizontal. Isso dito, um colo mais verƟ cal, poderia 
teoricamente permiƟ r uma maior excursão lateral ou rotacional, como escrevi a respeito no site de Eric 
Cressey: “Pelvic Arch Design and Load Carrying Capacity”.
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Então, se você for sortudo o bastante de ter nascido com um acetábulo profundo e retroverƟ do e com a 
coxa valga, suas chances de alguma vez conseguir alcançar uma boa profundidade no agachamento são perto 
de zero, independente do quão rígidos/encurtados seus isquioƟ biais sejam.
Então, de volta a pergunta inicial: Como consertar o arredondamento lombar? 
Se a pessoa tem a mobilidade disponível e ainda assim a lombar arredonda logo na descida, você pode 
tentar alongar os isquioƟ biais e ver se isso faz diferença. 
Se não for notada uma melhora imediata em sua habilidade de agachar profundo, não é a solução. 
Lembrando, que se a estrutura limita o movimento, alongar não fará a menor diferença.
Usando minha Lista de Verifi cação para Disfunções de Movimento para resolver o problema, analisamos 
até agora quais problemas anatômicos poderiam estar interferindo na capacidade de agachar profundo e 
usamos o agachamento horizontal para testar - aquele mostrado acima, com as mãos e joelhos no chão.
Se for possível realizar o movimento completo no teste, não há uma limitação estrutural. Se alongar os 
isquioƟ biais não se mostrar efeƟ vo, não há tensão nos ísquios restringindo o movimento. Talvez pudéssemos 
fazer alguma autoliberação miofascial, mas se ao testar-retestar o movimento não houver melhora, 
autoliberação está fora também.
Talvez não haja estabilidade naquela posição do agachamento. Estando somente com o apoio dos pés 
no solo, estamos em uma posição muito menos estável do que 
ao usar um auxílio do TRX, por 
exemplo (segurando nas alças 
para auxiliar a descida, como na 
imagem à direita) e muito menos 
estáveis ainda estaremos ao sustentar 
uma carga como uma barra nas costas 
ou até uma barra na posição frontal.
Do contrário, usar um halter e 
desempenhar um agachamento goblet 
(imagem à esquerda), contando com o auxílio de 
uma caixa para limitar a profundidade iria ajudar. 
Agachamentos frontais tendem a produzir mais 
profundidade do que agachamentos com barra nas 
costas, porque é mais fácil encontrar o equilíbrio com 
uma carga anterior do que com uma posterior.
Ângulo do colo do fêmur
Imagem adaptada de Neumann, 2011
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Se o movimento melhora imediatamente com uma carga externa na posição Goblet, não é problema dos 
isquioƟ biais. Muito provavelmente, é uma questão de estabilidade anterior-posterior, também conhecida 
como equilíbrio.
Tente isto se você está tendo problemas com o agachamento:
• Segure um haltere em uma posição goblet e agache o mais baixo possível. Se conseguir ir até o chão 
sem problemas, mas ao reƟ rar a carga existe um problema, este será um bom desafi o para você.
• Quando aƟ ngir o fi nal da descida do agachamento, desça o halter estendendo os cotovelos e o 
coloque no chão. Lentamente largue a carga e tente não deixar a coluna arredondar ou cair de bunda no chão. 
Essencialmente, solte a carga e não deixe a postura se modifi car.
• Uma vez que a carga é liberada e você está confortavelmente na posição fi nal do agachamento, fi que 
em pé. Você acabou de fazer um agachamento profundo.
• Pegue o peso do chão e repita todo processo.
Talvez não seja um problema de estabilidade. Talvez o indivíduo nunca tenha feito um agachamento 
profundo antes, então o corpo não tem noção do que deve fazer, portanto ele evita o movimento. Movimentos 
são tão específi cos com relação à amplitude quanto tudo mais, e se uma determinada amplitude de movimento 
é nova para um movimento familiar, será um desafi o chegar lá.
Este desafi o pode requerer um auxílio em algumas repeƟ ções para 
aƟ ngir uma boa profundidade no agachamento, pode ser um halter, ou até 
se segurar em uma alça ou numa barra, para ajudar a agachar profundo, 
uma vez que se alcance a parte fi nal da descida, solte o auxílio e fi que em 
pé sem assistência.
Outra opção é fazer alguns agachamentos em 4 pontos de apoio para simular a carga através das pernas, 
com 4 pontos de contato com o solo versus 2 pontos de contato em um agachamento tradicional.
Existem muitos fatores que infl uenciam o agachamento e a profundidade que se pode aƟ ngir, dizer que 
o arredondamento da lombar é por causa de rigidez nos isquioƟ biais é uma simplifi cação enorme e que não 
oferece uma explicação do porque os ísquios estão rígidos em primeiro lugar.
Estão tensos porque algo no core ou a coluna não está trabalhando adequadamente? E se é assim, alongar 
os isquioƟ biais terá algum beneİ cio ou irá ferrar o processo inteiro? 
Treinar o core de maneira reaƟ va ajuda no problema de rigidez dos isquioƟ biais, e ao fazer isso, será de 
alguma ajuda no agachamento? Os isquioƟ biais estão realmente tensos?Algumas pessoas simplesmente não são feitas para agachar até o chão, e tudo bem. A sua desvantagem 
em agachar profundo pode fazer com que elas tenham alguma vantagem ao fazer algum outro exercício.
As únicas pessoas que “precisam” arrumar o arredondamento lombar são os que estão obcecados em 
agachar até tocar a bunda no chão com uma carga em suas costas, e para este pessoal, existem muito poucas 
razões para fazê-lo se a estrutura anatômica não o permite.
Existem milhares de variações de agachamento e outros exercícios que podem oferecer beneİ cios simila-
res sem o risco de lesões ou de um dano realmente signifi caƟ vo. 
De um modo ou de outro, este pessoal pode alongar os isquioƟ biais o dia inteiro…
Artigo original: 
BuƩ Wink Is Not About the Hamstrings.
Como uma alça de um TRX. Visto na 
imagem da página anterior
Mãos e pés apoiando 
no solo somente, em 
inglês o autor chamou 
de “bear squats”.
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Mobilidade é um daqueles conceitos, espalhados no meio do fi tness, que possuem uma variedade 
de descrições, meios e métodos de serem implementados. Sem, no entanto, um entendimento se isso é 
necessário ou se alguma melhora é mesmo possível.
Uma defi nição potencial de mobilidade é: 
A amplitude disponível de movimento de uma articulação em determinada direção 
Outra é: 
A habilidade global de se mover através da amplitude de movimento.
Ainda, outra poderia ser: 
O comprimento de um músculo.
Todas estas têm similaridades, mas são em si, muito diferentes uma da outra.
MOBILIDADE ARTICULAR na defi nição da maioria dos dicionários médicos
É a capacidade de uma articulação de se mover através de sua amplitude de movimento por meio de diferentes 
planos. Isso é dependente das características das articulações individuais, assim como do suporte dos músculos, 
ligamentos, da cápsula articular e da anatomia das superfícies que se articulam.
FLEXIBILIDADE na defi nição mais comum dos dicionários
Refere-se à amplitude absoluta de movimento em uma articulação ou série de articulações, e o comprimento 
dos músculos que cruzam as articulações para induzir o movimento dessas estruturas.
Ambas as defi nições poderiam defi nir o que é conhecido como amplitude de movimento passiva, 
ou o que é obƟ do com o mínimo feedback do indivíduo e não está sujeito a dicas conscientes. Amplitude 
de movimento aƟ va é a quanƟ dade que o indivíduo consegue mover os membros através de comandos 
conscientes (do indivíduo). 
Por exemplo, se eu avalio a fl exibilidade dos isquioƟ biais de alguém com a subida passiva da perna, estou 
analisando a quanƟ dade de amplitude de movimento que ele possui com os quadris em fl exão. Uma versão 
aƟ va deste teste faz com que ele eleve a perna para o quanto de fl exão é capaz, naquela determinada direção, 
sem qualquer auxílio.
ENTENDENDO A MOBILIDADE 
PARTE 1
Dean Somerset
Teste de Elevação Passiva da Perna Elevação AƟ va da Perna
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Em muitos casos, a amplitude passiva de movimento alcançável em qualquer arƟ culação será maior do 
que a amplitude de movimento aƟ va que pode ser obƟ da. Muito disso é devido à habilidade contráƟ l limitada 
de qualquer músculo em sua posição mais encurtada.
Podemos ver que a tensão aƟ va cai signifi caƟ vamente antes do fi nal do comprimento disponível do 
músculo, e que a tensão remanescente aplicada na arƟ culação é devido ao alongamento dos ligamentos e 
da cápsula arƟ cular, não necessariamente através dos músculos que moveriam àquela arƟ culação naquela 
posição em primeiro lugar.
Também existe o conceito de insufi ciência para chegar nessa posição, normalmente mediada por 
insufi ciência passiva ou aƟ va:
• Na insufi ciência passiva, simplesmente não se tem o comprimento para permiƟ r alcançar aquela 
amplitude de movimento. Por exemplo, tentar fazer uma fl exão do quadril com o joelho estendido 
em comparação com o joelho fl exionado. Se a subida da perna com o joelho estendido é reduzida, 
mas com o joelho fl exionado a subida é enorme, existe provavelmente uma insufi ciência passiva dos 
músculos da cadeia posterior: Coluna lombar, glúteos, isquioƟ biais e panturrilha.
• Uma insufi ciência aƟ va é a inabilidade de produzir força muscular para chegar naquela posição. Outro 
exemplo é usar a fl exão do joelho para algo como o alongamento do quadríceps. Uma insufi ciência 
passiva quer dizer que o indivíduo não conseguiria sequer pegar o pé e trazê-lo até o glúteo porque algo 
está resisƟ ndo a isso. Uma insufi ciência aƟ va seria a falta de capacidade para replicar aquela posição de 
maneira efi caz, ou ao menos conseguir chegar perto do componente passivo.
A curva comprimento-tensão diz respeito ao máximo de 
tensão que um músculo é capaz de gerar. Isso acontece 
quando o comprimento dos sarcômeros, a menor unidade 
contráƟ l, é a ideal. Quando os sarcômeros estão encurtados, 
à esquerda do meio da curva, a quanƟ dade de tensão que 
pode ser gerada é menor. Assim como quando os sarcômeros 
estão alongados, à direita da curva.
Poderíamos dizer que na insufi ciência aƟ va o movimento cessa ou se torna enfraquecido 
devido à sobreposição excessiva dos sarcômeros do músculo ou músculos que estão 
realizando o movimento. Já na insufi ciência passiva, o movimento cessa ou se torna 
enfraquecido devido à tensão passiva no músculo ou músculos antagonistas, ou ainda em 
outras estruturas de tecido conjunƟ vo, como ligamentos, tendões, fáscia
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Até agora temos debaƟ do somente a potencial amplitude de movimento disponível, sem infl uência de 
variáveis externas. 
Eu tenho falado sobre potenciais limitações estruturais para amplitude 
de movimento, então não entrarei em muitos detalhes aqui. Ao invés 
de analisar os aspectos de hardware, da 
mobilidade, vamos passar algum tempo 
analisando o soŌ ware.
O cérebro e o sistema nervoso periférico 
são alguns dos maiores determinantes da 
mobilidade existente, entender isso e usar de maneira efi ciente pode fazer 
a diferença entre um programa de exercícios de mobilidade que funciona e um que não.
O cérebro controla a tensão muscular consciente e inconsciente e, ainda, a contração e relaxamento 
muscular refl exos. Em pacientes anestesiados, alguns estudos têm mostrado aumento imediato na amplitude 
muscular, uma vez que a entrada de informações neural é removida.
A paralisia cerebral comumente vem com espasƟ cidade muscular 
hemisférica, signifi cando que os músculos estão cronicamente “travados” 
em uma posição encurtada. Uma condição conhecida como ossifi cação 
heterotrópica se desenvolve no lado afetado de pessoas com distúrbios 
cerebrais hemisféricos e cerebelares, mas não no lado não afetado, o que 
acaba reduzindo a amplitude de movimento signifi caƟ vamente naquelas 
arƟ culações afetadas.
Pacientes em coma, mesmo aqueles de idade bem avançada e bastante degeneração, podem comumente 
exibir grandes amplitudes de movimento nos quadris e na coluna quando não existe entrada de informações 
neurais ocorrendo. 
Paraplégicos podem sofrer com contraturas, que é um encurtamento e rigidez fi bróƟ ca no tecido muscular, 
que vem com o desuso e as posturas sentadas, mas ainda podem exibir contrações vindas de espasmos 
musculares em resposta a mudanças nos ângulos e velocidades arƟ culares. 
Ocasionalmente, estes espasmos são oscilações como ondas ou 
contrações musculares que aumentam e diminuem em amplitude e 
frequência, e às vezes, são apenas contrações consistentes por poucos 
segundos ou minutos, e em outras podem ser contrações tetânicas que 
duram um bom tempo.
Neste exercício, mostrado nas duas imagens acima, ele realiza uma “Flexão terminal do joelho em base ½ ajoelhada”.
A comparação que o autor faz é entre:
- Fazer a fl exão de forma passiva: Puxando a perna que está apoiada na caixa de salto e encostando no glúteo (e ele afi rma que 
consegue fazê-lo).
- Fazer de forma aƟ va: Que écomo está demonstrado, contrair a cadeia posterior para tentar tocar o calcanhar no glúteo.
A diferença de amplitude entre as duas maneiras, segundo ele, é de 30°. Ou seja, existe uma insufi ciência de 30°.
Nesse caso o termo contrações 
tetânicas é empregado para designar 
contrações sustentadas.
No arƟ go: Beyond BuƩ Wink: Hip 
Shape, Injuries, and Individual Ability 
- Part 1. ArƟ go adaptado no Blog 
Limatreinamento sob o nome “Além 
do Arredondamento da Lombar no 
Agachamento”
Ossifi cação heterotrópica é a 
condição patológica em que se 
desenvolve tecido ósseo fora do 
esqueleto
Aspectos estruturais
Aspectos de controle motor
O que em inglês chama-se input 
neural
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Nesse experimento, o autor do arƟ go fez uma série 
de testes. Nenhum deles com óbvias assimetrias 
ou problemas, mesmo assim obteve indícios de 
que havia algum problema com o quadril/ core 
esquerdo. O que mais se destacou nos testes foi 
a falta de rotação interna do quadril esquerdo 
(imagem ao lado), ao invés de cerca de 45º nessa 
posição, ela chegava a cerca de 10º.
Uma vez determinado que poderia haver algum 
problema de estabilidade/controle motor no 
quadril/core no lado esquerdo, ele esƟ mulou a 
estabilidade nessa área ao passar alguns poucos 
minutos fazendo a prancha lateral (só no lado 
esquerdo). Arrumou constantemente a posição 
manualmente, e pedia para que a executante 
tentasse repeƟ r o posicionamento correto após 
uma pausa. Até que se deu por saƟ sfeito com a 
execução.
No reteste, a imagem deixa claro que houve uma 
grande melhora na rotação interna do quadril 
esquerdo. Isso confi rma a hipótese de que a falta 
de mobilidade em rotação interna era devido a um 
“tônus de proteção” contra a falta de estabilidade 
no lado esquerdo do quadril/core.
Estes espasmos são inteiramente desprovidos de entradas 
de informação central, são provavelmente devido a circuitos - 
loops - de refl exos espinhais que fazem com que os músculos 
contraiam em resposta a algo. 
Um exemplo destes circuitos de refl exos espinhais é a 
resposta do joelho ao martelo de borracha do médico quando 
testa o refl exo do tendão patelar.
Podemos trabalhar fora destes circuitos de refl exos 
espinhais para criar um aumento ou decréscimo de mobilidade 
no corpo inteiro.
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Este aumento no DRIVE NEURAL causou um relaxamento refl exo em 
seguida à aƟ vidade, o que ajudou a aumentar a amplitude de movimento. 
Isso também ajuda a reduzir a proteção ao aumentar a aƟ vação muscular 
ao redor da coluna.
Este é um dos principais efeitos do sistema nervoso autônomo, o sistema 
de “luta ou fuga” que causa um aumento na resposta neural, cardíaca e 
endócrina e ajuda o corpo a responder a um esơ mulo estressor, ajudando o 
indivíduo a se defender ou fugir dos problemas. 
Se o corpo está em um estado de baixa ansiedade, a amplitude passiva e aƟ va de movimento será maior 
do que se esƟ ver em um estado de estresse e ansiedade. Aqui vai uma demonstração simples do processo:
Em primeiro lugar foi testada a amplitude passiva da subida 
da perna esquerda.
Antes do reteste, mostrado na imagem ao lado, foi 
pedido para que o indivíduo realizasse uma curta série 
de “respirações pulsadas”. A respiração que ele chama de 
pulsada são expirações forçadas, como se fosse cuspir em 
algo ou alguém, sem cuspir de fato, claro. Após a série de 
respirações pulsadas foi retestada a subida passiva da perna, 
com um bom aumento na mesma.
Antes de um segundo reteste, mostrado na imagem ao lado, 
foi aplicado um esơ mulo de dar uma sólida “porrada”, um 
bom tabefe mesmo, no ombro esquerdo do avaliado. O que 
claramente diminuiu bastante a amplitude de movimento da 
subida passiva da perna.
Em palavras mais simples, isso 
signifi ca que ao reorganizar o lado 
esquerdo do quadril/core, enviando 
esơ mulos para que funcionasse 
corretamente, o tônus de proteção, 
que impedia a rotação interna do 
quadril, diminuiu bastante
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A respiração pulsada aumentou o drive neural e produziu um estado de consciência aumenta em um 
“estado de pronƟ dão”, que é essencialmente o objeƟ vo de qualquer aquecimento de atletas de elite, mesmo 
quando não usam a técnica exata. 
Dar um tapa no ombro produziu um esơ mulo nocivo que fez o corpo pensar que algo estava errado, e a 
resposta foi aumentar a tensão para produzir maior força muscular ou uma resposta de contração. Tal como 
se ele Ɵ vesse que rolar para fora da maca em resposta a um agente estressor.
 Algumas pessoas podem estar em um estado quase que constante de esƟ mulação simpáƟ ca, no estado 
chamado de “luta ou fuga”, sempre no limite ou demonstrando mais ansiedade em comparação com outras.
 Pessoas que quando estão sentadas fi cam constantemente batendo com a mão no pé ou excessivamente 
agitadas, ou que fi cam constantemente mexendo as pernas quando estão sentadas, relaxar é diİ cil para elas. 
Em uma revisão sistemáƟ ca (The sympatheƟ c nervous system and tendinopathy: a systemaƟ c review. 
Sports Medicine, 2015), foi demonstrado que aqueles que têm uma aƟ vidade do sistema nervoso simpáƟ co 
maior do que a média, também reportaram um aumento na resposta de dor tendínea. 
Isso pode ser devido à constante tensão sendo enviada ao tendão e, consequentemente, receber pouco 
tempo de recuperação como resposta, ou talvez esses indivíduos sejam hipersensíveis ao seu ambiente. De 
uma forma ou outra é uma conexão interessante.
Na minha experiência, as pessoas que são mais “simpáƟ co-
dominantes” ou “no limite” tendem também a serem mais 
tensas e não respondem bem a técnicas de mobilidade aƟ vas 
e passivas. 
Eles tendem a ter uma tensão de repouso que pode fazer 
com que sejam mais elásƟ cos, o que os faz serem razoavelmente 
bons em corridas de longa distância e de certa forma a não 
quebrar facilmente.
AƟ vidades que promovem um maior esơ mulo 
parassimpáƟ co também tendem a produzir aumentos na 
amplitude de movimento. Ioga, tai chi e meditação usam 
métodos de respiração que têm sido ligados à esƟ mulação 
parassimpáƟ ca, e essas técnicas de respiração também são 
as favoritas de dançarinos e ginastas para serem uƟ lizadas em 
alongamentos extremos.
O principal método para esƟ mular conscientemente 
o sistema parassimpáƟ co é uma respiração longa, lenta e 
profunda, tanto na inspiração quanto na expiração. 
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Pense em:
• 5 segundos para inspirar (de maneira longa e suave).
• Expirar por até 8 segundos a cada respiração.
A expiração é mais uma liberação do ar do que uma expulsão do ar, ou seja, de maneira suave e relaxada. 
Fazer esta respiração por 1 ou 2 minutos pode ter enorme efeito no drive neural, diminuindo o fl uxo de esơ -
mulos para os músculos hiperaƟ vos, através do corpo e também na mobilidade.
Tente o seguinte:
Levante e tente tocar os dedos dos pés (com os joelhos em extensão). Veja o quão próximo consegue che-
gar. Se já consegue tocar o solo, deixe para os que não conseguem. A seguir, faça 5 respirações longas e lentas 
(como descrito acima) e depois refaça o teste e veja o que acontece. Existem boas chances de que haja um 
aumento da amplitude de movimento que você está usando.
Artigo original
Understanding Mobility
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Algumas ferramentas podem ser 
usadas para medir a esƟ mulação neural e 
se é algo crônico ou não. A Variabilidade 
da Frequência Cardíaca - Heart Rate 
Variability - tem se tornado bastante 
popular, porém uma desvantagem, a 
meu ver, é que isso é algo que tem de 
ser monitorado ao longo do tempo para 
que se possa perceber alguma diferença 
específi ca.
Não é tão confi ável para ver uma 
diferença no mesmo dia, e até em 
resposta às variabilidades individuais, 
como o ambiente de treinamento ou um 
ambiente diferente. 
Eu proporia um disposiƟ vo que medisse a taxa de respiraçãoe também a variabilidade da respiração, essa 
seria uma boa maneira de medir a aƟ vidade do sistema nervoso autônomo. 
Uma cinta de monitor, como aquelas cintas que acompanham um monitor cardíaco, com um medidor de 
força acoplado que mediria a expansão e compressão das costelas, e também a taxa de ambos, para ver se 
são suaves e lineares ou curtas e abruptas. Isso provavelmente daria uma melhor ideia se alguém se encontra 
em um estado mais simpáƟ co ou parassimpáƟ co-dominante, e também forneceria uma atualização em tempo 
real daquele momento.
A grande maioria de modalidades de tratamento que propiciam aumento de amplitude de movimento, de 
um tecido ou arƟ culação, vem da alteração de entradas de informação neurais ao tecido. 
ENTENDENDO A MOBILIDADE 
PARTE 2
Dean Somerset
A variabilidade da frequência cardíaca tem crescido em popularidade nos úlƟ mos anos como uma maneira de se medir o stress e 
o estado do sistema nervoso autônomo, através de disposiƟ vos como o Bioforce e outros.
A variabilidade da frequência cardíaca é o intervalo de tempo entre cada baƟ da do coração, e o monitoramento dessa unidade de 
tempo pode nos dar uma ideia do estado do sistema nervoso autônomo.
Na imagem ao lado vemos as ondas de um 
eletrocardiograma e o período de tempo, em 
segundos, entre cada onda. Quando estamos 
mais relaxados, o intervalo entre cada baƟ da do 
coração é menor, o coração logicamente contrai 
e trabalha menos. 
Em períodos de maior estresse mental e/ou 
İ sico, a frequência cardíaca acelera e o tempo 
entre cada baƟ da é menor, consequentemente 
o valor da variabilidade da frequência cardíaca 
é menor, indicando uma dominância do sistema 
nervoso simpáƟ co. Ambos são logicamente 
importantes, um estado simpáƟ co e parassimpáƟ co, o importante é que haja um equilíbrio, e o uso da variabilidade da frequência 
cardíaca pode auxiliar a monitorar isso. Mesmo que o autor do texto faça suas ressalvas a ela.
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Técnicas como ART: AcƟ ve Release Technique e Graston usam a fricção e esƟ mulação mecânica para 
produzir mudanças através da irritação dos tecidos.
Não estou consciente de alguma pesquisa ou 
explicação histológica de como essas técnicas podem, 
na realidade, quebrar tecido cicatricial ou adesões, mas 
elas parecem seguir os conceitos de neurofi siologia 
descritos anteriormente.
Outras técnicas, como agulhamento a seco - dry 
needling - ou acupuntura, funcionam em esƟ mular 
receptores musculares - mioreceptores - para induzir 
uma resposta de espasmo e, novamente, alterar o tônus 
neural dos tecidos.
Ajustes de Alta Velocidade e Baixa Amplitude, 
comuns em tratamentos da quiropraxia fazem algo 
similar ao alterar rapidamente a posição arƟ cular, 
causando uma resposta propriocepƟ va nos tecidos. 
Uma críƟ ca a esta abordagem seria que este ajuste, 
na ausência de alguma forma de reeducação nos 
padrões motores poderia ter um beneİ cio limitado, já 
que os elementos propriocepƟ vos podem retornar ao que eram antes do ajuste, fazendo com que voltem a 
fi car tensos em um par de horas.
 Quebrar aƟ vamente o tecido cicatricial 
tende a necessitar de força considerável 
e modalidades de recuperação, como 
manipular uma artroplasƟ a total de 
joelho - a colocação de uma prótese de 
joelhosob anestesia geral, para restaurar 
a amplitude de movimento pós-cirúrgica, 
se o indivíduo não consegue manter a 
mobilidade e aƟ vidade.
Cerca de 1,3 a 13,5% dos pacientes 
que fazem uma artroplasƟ a total do joelho 
podem exibir uma redução signifi caƟ va, 
e dolorosa, na amplitude de movimento 
arƟ cular devido à formação de tecido 
cicatricial depois da cirurgia, signifi cando 
que têm de passar por uma manipulação 
sob anestesia.
Alta Velocidade e Baixa Amplitude, em inglês: High Velocity 
Low Amplitude - HLVA. Também comuns na osteopaƟ a, o 
que eles chamam de thrust, uma manipulação arƟ cular 
feita com um movimento rápido e curto, como o próprio 
nome diz
Ver arƟ go: The results of knee manipulaƟ on for sƟ ff ness aŌ er aŌ er total knee arthroplasty with or without an intra-arƟ cular 
steroid injecƟ on. Indian J. Orthop. 2008
ART–AcƟ ve Release Technique, poderia ser traduzido como 
Técnica de Liberação AƟ va. É uma técnica que combina a 
liberação miofascial com um movimento arƟ cular associado e 
parece não ser uma técnica agressiva. Graston por outro lado, 
usa esses instrumentos de metal para, através da fricção, em 
geral dolorosa, produzir mudanças – No tecido? Ou infl uenciando 
entradas de informação?)
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Esta redução no tecido cicatricial não é algo que pode ser tratado facilmente com alguma ferramenta 
de terapia assisƟ da, mas o realinhamento das fi bras do tecido cicatricial pode ser assisƟ do com diferentes 
ferramentas e aplicações de força. Ao trabalhar as arƟ culações, se pode ajudar a reduzir a formação de tecido 
cicatricial de maneira aleatória e fazer com que as fi bras de colágeno se alinhem mais ou menos na direção das 
forças aplicadas, signifi cando que a amplitude de movimento normalmente é manƟ da.
Agora digamos que você seja uma daquelas pessoas que têm arƟ culações rígidas, contato precoce 
de osso com osso dentro de sua amplitude de movimento e músculos fi siologicamente “encurtados”. 
Todas essas são consideradas restrições estruturais e não respondem facilmente aos aspectos neurais do 
treinamento de mobilidade. 
Ainda assim, algo pode ser feito? Claro, mas não será algo agradável.
Muitos treinadores de ginastas e dançarinos têm 
dependido fortemente do alongamento estáƟ co com seus 
atletas e alguns casos requerem que esses alongamentos 
sejam manƟ dos por 10-30 minutos a cada vez que são 
realizados.
A maioria das ginastas começa seu treinamento muito 
jovem, já que suas arƟ culações e cápsulas arƟ culares são 
incrivelmente tolerantes a estressores e conseguem obter 
muito mais mobilidade quando são jovens do que quando 
são mais velhas, que é a razão pela qual muitas delas 
deixam o esporte por volta dos 17 anos. 
Se alguém é capaz de ser muito móvel quando jovem, 
há uma chance muito maior de ser móvel quando se é mais velho, e especialmente se é capaz de passar por 
um teste básico de hipermobilidade, como a menina acima.
Pode se ver um remodelamento similar dos ossos de uma arƟ culação, a cápsula arƟ cular e o tecido mole 
ao redor, com a aplicação de uma força e o consequente remodelamento. 
Este é um dos beneİ cios de células como os osteoblastos, osteoclastos, mioclastos e células satélites 
já que elas têm a habilidade de remodelar tecidos usados ou danifi cados para adapta-los aos estressores 
aplicados.
Uma nota de cautela, porém, este remodelamento pode ser benéfi co ou nocivo dependendo da força 
aplicada. Existe sempre um limiar para que coisas boas tornem-se coisas ruins. 
Se for colocada muita carga no alongamento aplicado aos músculos, o produto disso pode ser uma 
tendinopaƟ a. Se muita carga compressiva for aplicada aos ossos, pode ter como resultado a formação de 
esporões ósseos. Se ocorrer nos quadris ou ombros é chamado de impacto - impingement - e pode ser 
necessário que tenha de ser removido cirurgicamente para restaurar a amplitude de movimento. Cada um 
terá um limiar diferente, então tenha cuidado.
À esquerda, um tecido fascial saudável com 
a orientação das fi bras formando uma "tela 
ou grade". Além disso, aparecem as fi bras 
de colágeno com sua formação ondulada. 
À direita, o tecido fascial que não é 
esƟ mulado por tensão mecânica. A 
orientação das fi bras desenvolve um 
padrão irregular, além disso, as fi bras de 
colágeno perdem sua formação ondulada. 
Dr. Robert Schleip - fascialnet.com
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Então em termos do que poderia infl uenciar a 
mobilidade eu tenho gerenciado variações estruturais, o 
drive neural e outros aspectos do sistema nervoso, assim 
como diminuição do movimento relacionado à

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