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Especialidades clinicas e cirúrgicas Bruna Marques Dadona Drogas Vasoativas 1. Introdução - O objetivo da otimização hemodinâmica é adequar o DC e a oferta tecidual de oxigênio as demandas metabólicas - As drogas utilizadas podem ser divididas em vasoativas, vasodilatadoras e inotrópicas. - Dependendo da dose uma droga pode apresentar todos os efeitos. - A maioria dos medicamentos utilizados têm início de ação rápido. 2. Vasopressores - Quando a PAS < 80 mmHg a mortalidade pode atingir 18%. - Quando a resposta à reposição volêmica não é adequada e quando o paciente ainda apresenta sinais de vasodilatação e choque está indicado o uso de vasopressores. - Preferencialmente devem ser infundidos em acesso venoso central. - Noradrenalina: - Atualmente é o vasopressor de primeira linha para o tratamento do choque. - Potente agonista α-adrenérgico. - Aumenta a pressão arterial por vasoconstrição e simultaneamente eleva o débito cardíaco (DC) em torno de 10 a 15% por também possuir efeito β1- adrenergico. - Pode causar arritmias atriais e ventriculares. - Obs: A mudança ocorre pela velocidade de infusão - Dopamina: - A dopamina é o precursor natural da noradrenalina e da adrenalina, tendo um efeito dose-dependente. - Em doses menores do que 5 μg/kg/min: efeito dopaminérgico, promovendo vasodilatação no leito vascular mesentérico e renal. - Em doses entre 5 - 10 μg/kg/min: efeito β-1, aumentando a contratilidade miocárdica e a frequência cardíaca. - Em dose superior a 10 μg/kg/min: efeito α-1, provocando vasoconstrição e elevação da pressão arterial. - Obs: Não é muito utilizado mas pode ser útil para pacientes com bloqueios - Adrenalina: - É um potente vasoconstritor, que aumenta a pressão arterial por estimular os receptores α-1 e β-1. - O efeito β-1 ocorre normalmente em baixas doses (até 0,02μg/Kg/min), aumentando a contratilidade miocárdica. Especialidades clinicas e cirúrgicas Bruna Marques Dadona - Também é inotrópico e cronotrópico positivo, aumentando o tônus vascular e elevando o DC por aumento do volume sistólico e também da frequência cardíaca. - Aumenta a oferta de oxigênio, mas também pode aumentar o consumo. - Aumenta o lactato sérico por mecanismo aeróbio. - Aumenta o lactato sérico por mecanismo aeróbio. - Em doses elevadas e por tempo prolongado, pode causar dano miocárdico direto na forma de bandas de necrose miocárdica e apoptose dos cardiomiócitos. - Considerada uma droga de segunda linha no tratamento do choque circulatório, reservada para os casos que não responderam a outras terapias. - Vasopressina: - É um peptídeo com ação hormonal, sintetizado no hipotálamo, transportado e armazenado na hipófise posterior na forma de grânulos. - Liberado no plasma quando ocorre aumento da osmolaridade, hipotensão, hipovolemia, dor, náusea e hipóxia. - A vasopressina tem efeito vasoconstrictor promovendo a contração da musculatura lisa dos vasos via receptores V1 e pelo aumento da resposta às catecolaminas. - Também inibe o óxido nítrico na musculatura lisa dos vasos e nos canais de K + -ATP. - Tem menor impacto nas circulações coronariana e cerebral, e seu efeito sobre o DC é neutro, dependendo do aumento na resistência vascular sistêmica de modo dose-dependente. - Seu efeito vasopressor é mantido em situação de hipóxia e acidose - A dose da vasopressina normalmente utilizada no choque é de 0,01 a 0,04U/min. - A dose da vasopressina utilizada no choque séptico é de 0,03U/min. - Terlipressina: - É um análogo sintético da vasopressina com um maior seletividade pelos receptores V1. - Sofre clivagem de endopeptidases, resultando em um metabólito ativo, a lisina vasopressina (LVP), o que lhe confere uma meia vida de 50 min em comparação aos 6 min da vasopressina. - Assim a TP pode ter efeito por 4 a 6 horas. - Reações adversas: pode provocar redução do DC, isquemia periférica (dermatite necrótica), isquemia coronária e mesentérica, hiponatremia e vasoconstricção pulmonar. - 1 - 2 mg a pacientes com choque séptico, eleva a PAM em poucos minutos com efeito sustentado por 120 min após a injeção. 3. Inotrópicos - Melhoram a contratilidade miocárdica e aumentam o DC. - A dose depende da resposta hemodinâmica de cada paciente. - Dobutamina: - Catecolamina sintética com efeito sobre receptores β-1 (inotrópico e cronotrópico positivo) e β-2 (vasodilatador arterial). - Aumenta o DC por efeito sobre a contratilidade e frequência cardíaca. - Reduz as pressões de enchimento ventriculares. - Indicada no choque séptico e cardiogênico. Especialidades clinicas e cirúrgicas Bruna Marques Dadona - Milrinone: - Inibidor da fosfodiesterase. - Aumenta a contratilidade miocárdica e o DC com pequeno aumento no consumo de oxigênio (3% a 5%). - Apresenta efeito vasodilatador sistêmico, e principalmente pulmonar. - Nos casos de falência do VD, pode ser usado preferencialmente em relação a Dobutamina por possuir um efeito vasodilatador mais pronunciado na circulação pulmonar. - Tem efeito hipotensor, e por isso é usado no choque cardiogênico quando houve falência de resposta a outras drogas. - A excreção é renal e a meia vida é de várias horas. - A dose de ataque é de 50μg/Kg/min e de 0,375μg/Kg/min a 0,75μg/Kg/min. - obs: os pacientes com doença renal crônica não podem receber milrinone - Levosimendan: - Pertence à classe dos sensibilizadores dos canais de cálcio. - Sensibiliza a troponina C e abre os canais de ATP-K- dependentes. - Melhora a contratilidade miocárdica sem aumentar o Ca++ intracelular ou comprometer o relaxamento diastólico, o que favorece o metabolismo energético do cardiomiócito. - A abertura dos canais de K leva ao relaxamento da musculatura lisa arteriolar e vasodilatação, o que pode lhe conferir um grau de benefício em situações de isquemia. - Seu metabólito ativo pode circular por até uma semana. - A dose de ataque é de 12μg/Kg em 10 min seguida de uma infusão contínua de 0,1μg/Kg/min. 4. Nitroglicerina - Estimulam a liberação de óxido nítrico o que leva ao relaxamento do endotélio. - Ação predominante em território venoso, porém atua no território arterial em menor intensidade. - Promove o aumento da oferta de oxigênio e diminui seu consumo pelo miocárdio. - Promove vasodilatação coronariana e redistribuição do fluxo sanguíneo para áreas com perfusão sanguínea preservada no miocárdio. - Inibe o vasoespasmo. - Como promove dilatação venosa o retorno venoso é diminuído o que contribui para a redução do consumo de oxigênio pelo miocárdio. - Os pacientes podem desenvolver acomodação à dose. - Vias de administração: - Via sublingual: 0,4mg a cada 15 min até completar 3 doses. - Via endovenosa: 10-200 microgramas/min. - Obs: Alem de hipotensão a nitroglicerina pode causar cefaléia 5. Nitroprussiato de sódio - Vasodilatador arterial e venoso. - Sua molécula é convertida em óxido nítrico que atua sobre a guanilato-ciclase da musculatura lisa vascular que promove o aumento do GMP-cíclico que é vasodilatador. - Contribui para a diminuição da pré-carga, e consequentemente do trabalho cardíaco. - Início de ação em 1-2 min. e término após 3-5 min da parada da infusão. - Dose: 0,25-10 microgramas/kg/min. Especialidades clinicas e cirúrgicas Bruna Marques Dadona - Reação adversa: hipotensão arterial - Problema: é metabolizado em cianeto que é convertido em tiocianato. - Intoxicação pelo cianeto: fraqueza, hipóxia, náuseas, espasmos musculares, confusão mental e psicose. - Tratamento para a intoxicação: hidroxicobalamina, diálise.
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