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P r o f . L i z | L e g i s l a ç ã o e N o r m a s T é c n i c a s Estudos! • UNIDADE 2 – RELAÇÃO DE EMPREGO • TÓPICO 1 – DO CONTRATO DE TRABALHO E DIREITOS TRABALHISTAS • TÓPICO 2 – SEGURANÇA DO TRABALHO • TÓPICO 3 – ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO PROFISSIONAL EM SEGURANÇA DO TRABALHO Tópico 1 DO CONTRATO DE TRABALHO E DIREITOS TRABALHISTAS • Dados os abusos advindos da ampla liberdade contratual com a exploração do trabalhador, surgiu a necessidade da intervenção estatal para regular as relações trabalhistas. • Concluímos que a regulamentação individual do trabalho na época contemporânea, com o incremento de nações democráXcas, é o resultado de uma mulXplicidade de influências e de acontecimentos que procuram oferecer ao trabalhador normas que lhe permitam antepor-se aos eventuais arbítrios do empregador. DENOMINAÇÕES E CONCEITO • A relação de emprego é também denominada contrato de emprego, relação de trabalho, contrato de trabalho. No exame de nossa legislação, encontramos tanto a expressão contrato de trabalho como relação de emprego, pois ambas denotam o pacto efetuado entre o empregado e o empregador, através de prestação de trabalho subordinado. FUNDAMENTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO • Base jurídica entre empregados e empregadores: a relação de emprego não pode mais basear-se somente nos critérios pessoais próprios fixados por eles mesmos em cada situação concreta, já que os resultados dessa experiência histórica não foram saAsfatórios. Para que haja jusAça e segurança da relação de emprego, é necessário revesA-la de uma base jurídica, situando-a num complexo de direitos e deveres que resultam não da liberdade ilimitada de cada um, mas dessa mesma livre iniciaAva limitada pelas normas fixadas pelo Estado. • As vantagens dessa inserção do contrato de trabalho são muitas, vez que garantem maior estabilidade e harmonia na vida social, posto que se conhece de antemão as obrigações que as leis impõem, restando claros os direitos e deveres dos empregados e do empregador. Certamente, isto mais se aproxima do ideal da paz. A insAtucionalização do contrato de trabalho, portanto, permite uma nova e melhor colocação do problema das relações de trabalho, em termos de maior respeito mútuo. • Meio de preservação da dignidade humana: o trabalho é algo inerente ao trabalhador, ao seu próprio ser. Por isso, o contrato de trabalho é um contrato à parte, não comparável aos demais, como o de compra e venda, o de aluguel etc. Diz respeito à dignidade humana, como frisa Fernando Guerrero (1967), sendo dificilmente assimilável a uma coisa, sob o ponto de vista éXco. Quando o homem trabalha para outrem, dá um pouco de si mesmo. Não se trata de oferecer uma mercadoria, o trabalho é algo muito mais especial que isso. O empregador se uXliza do rendimento humano, que diz respeito a uma riqueza que pertence a outro ser humano, que a dispõe para viver e cumprir seu desXno. • Meio de afirmação da vontade individual: é importante salientar que o contrato de trabalho nasceu sob o signo do individualismo, tendo suas raízes nos ideais da Revolução Francesa, como meio de exaltação e salvaguarda da liberdade dos homens. Sob esse, permanecem vivas, na atualidade, as fontes de que emana, permiXndo uma adequada composição entre o individual e o social, o privado e o público, a liberdade e a autoridade. A negação do contrato individual de trabalho conduz ao absoluXsmo coleXvista, já rejeitado pela história. • Instrumento de preservação da ordem social: a Revolução Industrial mostrou a necessidade de corrigir os defeitos do individualismo ortodoxo aplicado em demasia sobre o trabalho, porque o contexto econômico e social acabou por admi>r a exploração do trabalho por parte dos poderosos, gerando problemas sociais graves e o empobrecimento dos trabalhadores. Isso significou, em essência, a não realização do bem comum, desprovida que ficou uma classe social da par>cipação nos frutos da cooperação social. • O contrato de trabalho deve advir de uma tomada de consciência ante a questão social, já que insere, no âmbito das liberdades, a a>vidade estatal como forma de coibir abusos. Assim, deses>mula o antagonismo e serve como anteparo aos choques de interesses. Permite a aproximação, eleva as condições de trabalho de algumas categorias profissionais e evita a padronização dessas mesmas condições de trabalho. • Integração da ordem jurídica: as normas jurídicas trabalhistas são múlXplas e provêm de diversas fontes, como o Estado, as sociedades internacionais, os grupos econômico-profissionais, assumindo diferentes formas de exteriorização, como a lei, os decretos, as portarias, os tratados, as convenções internacionais, as convenções coleXvas, os usos e costumes, os regulamentos de empresa etc. Assim, jusXfica-se que o contrato de trabalho tenha uma razão técnico-jurídica, para integrar as normas, estruturando-as em uma ordem jurídica escalonada, hierárquica e coerente. CARACTERÍSTICAS • Uma das caracterísXcas da relação contratual de trabalho subordinado é a sua natureza privaIsJca, porque, mesmo com a intervenção estatal, não foi reXrada do âmbito do direito privado, já que se trata de relação jurídica entre parXculares: de um lado o empregado, pessoa lsica, de outro o empregador, pessoa lsica ou jurídica. O Estado age apenas como regulador da relação de trabalho, normaXzando-a. E mesmo quando o Estado contrata prestadores de serviços através da CLT, a natureza privamsXca não descaracteriza essa situação, pois o Estado desce de sua posição para figurar no domínio privado como se fosse parXcular. • A segunda caracterísXca do contrato de trabalho é a consensualidade, que traduz a necessidade do assenXmento verbal, escrito ou tácito para configuração do vínculo jurídico. Entenda-se que a relação de emprego prescindindo da vontade manifestada não dispensa a concordância ou o desejo de trabalhar para determinada pessoa. A autonomia da vontade, no entanto, declinará ante o gradaXvo aumento do intervencionismo estatal nas relações de trabalho. • Inobstante o caráter voli>vo do trabalhador, uma outra caracterís>ca do contrato de trabalho é a sua tendência no sen>do de se cons>tuir por mera adesão do trabalhador às condições de trabalho ins>tuídas na empresa, seja pelo seu regulamento ou por imposição do Estado. É muito pequena a margem que sobra para a livre es>pulação de cláusulas contratuais. Somente quando mais favoráveis ao empregado é que podem ter validade. • Todavia, embora diminuta, a esfera voli>va não desaparece. Destaque-se, no entanto, o crescimento das relações de trabalho que, por serem de cunho virtual, permitem uma margem maior de negociação. Dá-se de exemplo a definição dos horários e locais de trabalho para os programadores de computação, em que existe uma flexibilidade e uma forma de seu controle diversa do usual. • A sua execução do trabalho em caráter con>nuado através do tempo dis>ngue o contrato de trabalho dos contratos denominados instantâneos, que são aqueles que se exaurem num só momento, por exemplo, a compra e venda. Assim, o trato sucessivo é outra nota que caracteriza o contrato de trabalho. • Outra caracterís>ca é o contrato de trabalho ser sinalagmá8co, pois visa à sa>sfação de obrigações recíprocas. Não se entenda com isso que há uma correspec>vidade completa ou plena, porque a retribuição, que é ônus do empregador, pode ser paga em determinadas situações nas quais não há a contraprestação do trabalhador, por se tratar de férias, repouso semanal e dos feriados e interrupções do contrato de trabalho. CONTRATO DE TRABALHO • O art. 442 da CLT estabelece: “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. • A CLT uFliza a expressão contrato individual de trabalho em contraposição ao que exisFa na época em 1943, que era o contrato coleFvo de trabalho, hoje correspondenteà convenção e ao acordo coleFvo de trabalho (art. 611 da CLT). • Como já dissemos, a expressão contrato de trabalho é genérica, e a mais comumente uFlizada, referindo-se à relação de emprego e ao contrato individual de trabalho. Todavia, é de se destacar que, não sendo objeFvo das leis estabelecer definições, resta esclarecer que a CLT ajuda a confundir o assunto, primeiramente porque usa o termo corresponde no art. 442. Ora, se o contrato de trabalho corresponde à relação de emprego, não é igual a ela. Assim, a referida expressão nada explica, representando um círculo vicioso. O contrato cria uma relação jurídica, não podendo a ela corresponder. • Empregado • Definição • Dispõe o art. 3o da CLT: “Considera-se empregado toda pessoa Zsica que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. • O empregado é sujeito da relação de emprego e não objeto. A palavra empregado tem um sen>do jurídico próprio e é u>lizada para designar um >po especial de pessoa que trabalha. Por isso, ainda que haja um contrato que envolva trabalho, é importante salientar que nem todo trabalhador será sempre empregado, embora todo empregado seja um trabalhador. • Capacidade • No direito, adquirida a personalidade, o indivíduo passa a ter direitos e deveres. Nem sempre, porém, a pessoa poderá exercer seus direitos e deveres pessoalmente; para isso deve ter capacidade, que é a apAdão para ser sujeito de direitos e obrigações e exercer, por si ou por outrem, atos da vida civil. É um elemento da personalidade e exprime poderes ou faculdades. • Há duas espécies de capacidade: • a) capacidade de direito ou de gozo: a possibilidade de gozar dos direitos subjeAvos, muitos autores entendem que se confunde com personalidade. • b)capacidade de fato ou de exercício: consiste na possibilidade de exercer diretamente os direitos e praAcar os atos da vida civil. Nem todos a têm, por razões de saúde, de idade etc. Nestes casos, o exercício dos seus direitos se dá por meio dos representantes legais. • Cargos e funções • O trabalho desenvolvido na empresa pressupõe uma estrutura, formal ou informal, de cargos e funções, segundo um critério de qualificação profissional e repar>ção de competências. A empresa pode ter um plano formal de cargos e salários — um quadro de carreira, segundo a CLT. E pode ter um plano informal, em que, não havendo plano de cargos e salários, os empregados terão cargos e desempenharão funções. • Cargo é a denominação dada ao conjunto de atribuições exercidas pelo empregado, e funções são especificamente as a>vidades que ele executa em decorrência do cargo. Um cargo pode reunir diversas funções. • Empregador • Definição • Há definições doutrinárias e legais de empregador, mas entende-se que seu conceito é reflexo, já que é por meio da figura do empregado que se chegará à do empregador, independentemente da estrutura jurídica que >ver. • Empregador é todo ente para quem uma pessoa Zsica prestar serviços con>nuados, subordinados e assalariados. O termo empregador é certamente o mais u>lizado, embora se u>lizem, bastante eventualmente, os termos patrão, patrono, dador de trabalho, en>dade patronal etc. Fala-se, mesmo no Brasil, às vezes, em patronato para designar os empregadores como segmento da sociedade. • Tipos de empregador • Há diversos ângulos de classificação do empregador. Além de ser classificado quanto à estrutura jurídica (pessoa lsica ou jurídica), podemos ainda classificá-lo quanto ao setor econômico da aXvidade (empregadores urbanos, comerciais ou industriais, rurais e domésXcos), ou se será um empregador geral (empresa) ou por equiparação (profissionais liberais, insXtuições sem fins lucraXvos etc.). Há, correspondendo aos setores do direito, o empregador privado e público, quando os entes estatais contratam pela lei trabalhista. • Interposição de empresas • A subcontratação entre empresas não é vedada pela lei e nada impede que empresas contratem outras empresas para prestação de serviços, caso em que entre a contratante e a contratada haverá um vínculo jurídico de direito civil ou comercial. • O ordenamento jurídico sempre o permi>u e prevê diversas formas de contrato, como a empreitada e a subempreitada, a locação de serviços, o arrendamento, a parceria, a terceirização etc. São >pos lícitos de negócios jurídicos permi>dos pela legislação civil e comercial, em face da necessidade de desenvolvimento de novas técnicas através das quais o processo produ>vo possa atender às exigências atuais de maior produ>vidade, compe>>vidade e desenvolvimento tecnológico. • O sócio e a empresa • Quem responde pelos débitos trabalhistas dos seus empregados, na qualidade de empregadora, é a empresa ou grupo de empresas, como solidária (CLT, art. 2o). Quando não há bens da empresa, indaga-se se o sócio ou ex- sócio estaria obrigado a responder por essas dívidas, o que se faz por meio da descaracterização da personalidade jurídica do ente societário para alcançar a penhora dos bens parXculares dos sócios pelas dívidas da empresa, para impedir os prejuízos do trabalhador, muitas vezes sujeito a inúmeras execuções frustradas. • Grupos de empresas no direito do trabalho • No mundo moderno e globalizado, as estruturas empresariais vão tomando diferentes e intrincadas formas, com relações jurídicas diversas, que redundam em conceitos e práXcas que vão sendo incorporados no direito do trabalho, à medida que se necessita tutelar o direito do trabalhador que presta seus serviços. • Razões de interesse econômico levam empresas a se reunirem sob formas diversas de concentração, de poder de comando e de deliberações. Nessas concentrações haverá uma empresa dominante e uma ou mais empresas controladas pela primeira. • Consórcio de empregadores • A palavra "consórcio" possui designações diferenciadas, conquanto se aplique ao direito civil, comercial ou administraFvo, tanto que se fala, na linguagem jurídica, em consórcio administraFvo, consórcio de empresas, consórcio de pessoas Xsicas, consórcio para aquisição de bens, e assim por diante. • O consórcio de empregadores independe de lei e não encontra barreiras no ordenamento jurídico vigente. O consórcio é um Fpo de sociedade formalizada por registro em cartório, de um termo de responsabilidade solidária, idenFficação de cada consorciado, especificação do objeto, das aFvidades a serem desenvolvidas, das cotas de produção, remunerações e prazo de duração. O consórcio confere vantagens tais como a formalização dos vínculos de trabalho, a maior proteção do trabalhador, a conFnuidade da relação de trabalho quando contratada sob a forma de emprego, a garanFa dos mesmos direitos trabalhistas previstos pela legislação para o empregado. • Sociedade de prestação de serviços intelectuais • A Lei no 11.196/2005, em seu art. 129, dispõe: • Para fins fiscais e previdenciários, a prestação de serviços intelectuais, inclusive os de natureza cienmfica, armsXca ou cultural, em caráter personalíssimo ou não, com ou sem a designação de quaisquer obrigações a sócios ou empregados da sociedade prestadora de serviços, quando por esta realizada, se sujeita tão-somente à legislação aplicável às pessoas jurídicas, sem prejuízo da observância do disposto no art. 50 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. • ParJcipação do trabalhador no capital • É o caso da distribuição da propriedade dos meios de produção entre os trabalhadores e capitalistas e transforma, gradaXvamente, o contrato de trabalho em contrato de sociedade. É diferente da parXcipação nos lucros porque nesta o trabalhador adentra o acionariado da empresa, tornando-se um sócio. • Trata-se de uma forma de persuadir o trabalhador a raciocinar de que o desXno da empresa depende do trabalho consciente e cuidadosamente realizado pelo trabalhador, que, ao fim, enriquece a empresa, mas aufere umaremuneração cada vez mais alta. • A microempresa • O Estatuto da Microempresa foi criado para contribuir para o desenvolvimento da economia e reduzir os problemas sociais brasileiros, através da Lei no 7.256/84, trazendo um sistema diferenciado e simplificado para favorecer os microempreendedores. A Lei no 8.864/94 dispôs sobre as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), conferindo-lhes tratamento mais amplo. A legislação foi alterada pela Lei no 9.841/99, que insXtuiu o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, dispondo sobre tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido, previsto nos arts. 170 e 179 da ConsXtuição Federal de 1988. REQUISITOS • Os requisitos do contrato de trabalho são: conXnuidade, subordinação, onerosidade, pessoalidade, alteridade. Esses requisitos são primordiais para que o contrato de trabalho exista como a relação jurídica específica que é. Con<nuidade • Para ser um contrato de trabalho, este deve ser prestado com con>nuidade. Aquele que presta serviços eventualmente não é empregado. • O contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo, que perdura. Enquanto há inúmeros >pos de contratos que se exaurem em um ato somente, como acontece com a compra e a venda, no contrato de trabalho não é isso que ocorre. Há um trato sucessivo na relação entre as partes, em que o empregado é contratado para prestar serviços de forma concnua, dentro de condições específicas, com o obje>vo de que tal relação contratual perdure ao longo do tempo. A con>nuidade é da relação jurídica, da prestação de serviços. Subordinação • O trabalhador exerce sua aXvidade sob a dependência do empregador, por quem é dirigido. O empregado é, por consequência, um trabalhador subordinado ao empregador, pois não possui autonomia, e age nos limites de sua contratação, ainda que tenha que tomar decisões na execução do trabalho. O trabalhador autônomo não é empregado justamente por não ser subordinado a ninguém, exercendo com autonomia suas aXvidades e assumindo os riscos de seu negócio. Onerosidade • O contrato de trabalho é sempre oneroso, pois o empregado recebe salário pelos serviços prestados ao empregador. Na contratação, o empregado deve prestar serviços e o empregador, em contraparXda, deve pagar salários pelos serviços prestados. O trabalho voluntário e não oneroso está previsto no parágrafo único do art. 1o da Lei no 9.608, de 18/02/98 e estabelece que o serviço voluntário não gera vínculo empregamcio, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim. Este mesmo arXgo dispõe que o serviço voluntário é a aXvidade não remunerada. Já o contrato de trabalho é oneroso. Se não há remuneração, inexiste vínculo de emprego. Pessoalidade • O contrato de trabalho é realizado por pessoa certa e determinada. Rela>vamente ao trabalhador, o contrato de trabalho é infungível. Não pode o empregado fazer-se subs>tuir por outra pessoa, sob pena de o vínculo formar-se com a úl>ma. Como já dito, o empregado somente pode ser pessoa Zsica, e não existe contrato de trabalho em que o trabalhador seja pessoa jurídica, podendo, neste caso, ocorrer outro >po de prestação de serviços, por exemplo, a empreitada, mas jamais será um contrato de trabalho. É importante salientar que o empregado poderá ter mais de um emprego, se conseguir se adequar às condições de trabalho de mais de um emprego. A pessoalidade diz respeito ao empregado e não ao empregador. Alteridade • A alteridade significa que o empregado presta serviços por conta alheia. A palavra alteridade vem dos vocábulos em laXm alteritas e alter, que significam outro. No contrato de trabalho não há qualquer risco na aXvidade exercida pelo trabalhador. O empregado pode parXcipar dos lucros da empresa, mas não dos prejuízos. Diferentemente ocorre quando está prestando um serviço para si ou por conta própria, caso em que não será empregado, restando configurada apenas a realização de um trabalho ou do trabalho autônomo. É requisito do contrato de trabalho o empregado prestar serviços por conta alheia e não por conta própria. ESPÉCIES • A doutrina, de forma geral, situa as espécies de contratos de trabalho em relação ao tempo da contratação. O contrato de emprego pode ter sua duração limitada no tempo ou ser pactuado por duração indeterminada, entretanto, como já mencionado, tendo como requisito a conJnuidade, é de se concluir que o contrato de trabalho, quanto ao tempo, possui a regra de ser por prazo indeterminado. Assim, em decorrência do princípio da conXnuidade da relação de emprego e de sua natureza sucessiva, o contrato de trabalho não se exaure em um único ato, ou seja, é uma relação de débito permanente, salvo ajuste expresso em contrário. TRABALHO DA MULHER • A ConsXtuição Federal brasileira de 1988, ao dispor sobre os direitos e deveres individuais e coleXvos, salienta a igualdade de todos perante a lei, declarando de forma incisiva no art. 5o, inciso I: "Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta ConsXtuição". • Logo após, dentre os direitos dos trabalhadores, incluiu o consXtuinte, art. 7o, inciso XXX: "Proibição de diferença de salários, de exercício de função e critérios de admissão por moXvo de sexo, idade, cor ou estado civil". TRABALHO DO MENOR • Tanto a ConsFtuição Federal quanto o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069/90) são as principais normas que envolvem a sociedade para assegurar os direitos das crianças e dos adolescentes no que respeita a todas suas necessidades referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Estabelecem prioridade na formulação e execução de políFcas sociais públicas. Crianças e adolescentes são dignos de especial cuidado, por serem vulneráveis e frágeis. • O Estatuto da Criança e do Adolescente conceitua criança como a pessoa de idade não superior a 12 anos e adolescente como aquele com idade entre 12 e 18 anos, ambos não podem ser objeto de exploração por qualquer forma, especialmente no trabalho. Logo, adolescente empregado é todo aquele com mais de 16 e menos de 18 anos de idade, regido por contrato de trabalho. Tópico 2 SEGURANÇA DO TRABALHO • A questão envolvendo segurança do trabalho ganhou força a par>r da Emenda Cons>tucional no 45, de 30 de dezembro de 2004, que alterou diversos disposi>vos da Cons>tuição Federal e atribuiu à Jus>ça do Trabalho competência material para julgar ações de indenização decorrentes de acidentes e doenças ocupacionais. • A criação de Normas Regulamentadoras (Decreto no 3.214/78, MTE) e tantos outros disposi>vos legais já mencionados no presente manual representam a preocupação do legislador com os trabalhadores, não podendo largá-los à própria sorte diante de um mundo cada vez mais maquinizado e tecnológico. • a) Princípio da precaução ou prevenção, que visa impedir a ocorrência de qualquer dano ou risco que cause prejuízo ao meio ambiente. • b) Princípio do desenvolvimento sustentável, que pretende equilibrar a a>vidade produ>va e a necessidade de proteção do meio ambiente. • c) Princípio do poluidor-pagador, através do qual o causador do dano (poluidor) deverá arcar com os custos advindos de sua a>vidade produ>va que implique em danos ao meio ambiente. • d) Princípio da par8cipação, ao es>pular que a preservação do meio ambiente é tanto do poder público como da cole>vidade. • e) Princípio da ubiquidade, pelo qual a sociedade, em “um espírito de parceria global”, é também responsável pela preservação do meio ambiente. SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO • A preocupação com um ambiente de trabalho saudável se apresenta primordial para o regular andamento dos trabalhos e moXvação do empregado. Um trabalhador ciente dos riscos da sua aXvidade e sabedor de que a empresatomou todas as medidas para prevenção de sua integridade lsica e psíquica, trabalha com mais vontade e disposição, por consequência, mais produXvo. • As técnicas de saúde ocupacional evitam o surgimento ou agravamento de doenças ocupacionais, prevenindo acidentes e criando roFnas que afastam a fadiga e o sedentarismo. • Assim, é importante que sejam manFdos registros de saúde ocupacional dos trabalhadores, aferindo o local da prestação de serviço, as causas de eventuais afastamentos, acidente, doenças, desenvolvendo-se programas capazes de prevenir efeitos danosos ao trabalhador. • A presença de um médico do trabalho nas empresas igualmente facilita a aplicação de medidas prevenFvas, posto se tratar de profissional com conhecimentos específicos sobre a aFvidade. • Diante de riscos químicos, Xsicos, biológicos e até mesmo psicológicos que permeiam a aFvidade laboraFva das pessoas, e o reconhecimento de eventuais agentes nocivos, aqui também incluídos aqueles que atuam na esfera subjeFva do trabalhador, como o assédio moral, por exemplo, apresenta-se cada vez mais importante o acompanhamento de profissional de saúde capaz de idenFficar possíveis danos. Vale destacar, neste ponto, o Decreto no 7.602, de 07 de novembro de 2011, que dispõe sobre a PolíFca Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), que tem como diretrizes as seguintes ações: • Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da saúde; • harmonização da legislação e a arFculação das ações de promoção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador; • adoção de medidas especiais para aFvidades laborais de alto risco; • estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador; • promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de trabalho; • reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho e o esimulo à capacitação e à educação conFnuada de trabalhadores; e • promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no trabalho. Tópico 3 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO PROFISSIONAL EM SEGURANÇA DO TRABALHO • Para que seja possível a implementação de regras de segurança e medicina no meio ambiente de trabalho, de vital importância é a parXcipação dos engenheiros de segurança, técnicos de segurança e, mais recentemente, dos tecnólogos em segurança. • O campo de atuação desses profissionais apresenta-se cada vez mais amplo, garanXndo, para muitos, uma carreira de sucesso e constante crescimento profissional e pessoal, posto que do seu trabalho decorrem melhorias para as relações laborais, por exemplo, a prevenção de acidentes, garanXndo empregos e maior produXvidade. ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL EM SEGURANÇA DO TRABALHO • O profissional da área de segurança e medicina do trabalho carrega consigo uma grande responsabilidade, posto que da sua análise dependerá a tomada de medidas prevenXvas pelo empregador. Seja indicando reparos e benfeitorias a serem realizadas, traçando regras de orientação quanto à uXlização de equipamentos de proteção individual, apresentando laudos ambientais de saúde laboral, entre tantas outras aXvidades que permeiam a profissão, compete a ele prezar pela segurança e saúde dos trabalhadores no ambiente laboraXvo. • Entre os profissionais, iniciamos traçando considerações sobre o engenheiro de segurança, também chamado de engenheiro de segurança do trabalho. • Sua aAvidade está regulamentada pela Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985, a qual dispõe sobre a especialização de engenheiros e arquitetos em engenharia de segurança do trabalho e a profissão do técnico em segurança do trabalho. • De acordo com a legislação acima referida, a especialização em engenheiro do trabalho será concedida a todo “Engenheiro ou Arquiteto, portador de cerAficado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, a ser ministrado no País, em nível de pós-graduação” (art. 1o, I); “ao portador de cerAficado de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário, pelo Ministério do Trabalho” (art. 1o, II) e “ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho, até a data fixada na regulamentação desta Lei” (art. 1o, III). • Estabelecidas as aXvidades do engenheiro de segurança, cumpre apresentar as caracterísXcas que permeiam a aXvidade do técnico em segurança do trabalho, profissão de destaque que vem crescendo exponencialmente no mercado de trabalho. • Diferentemente do engenheiro de segurança, o técnico em segurança do trabalho não prescinde de formação em curso de nível superior, mas sim formação de nível médio. • Sua área de atuação é ampla, podendo trabalhar em fábricas do segmento alimenmcio, comércio, indústria, com ênfase para a metalúrgica, empresas de construção civil, hospitais, mineradora, empresas de extração de petróleo como a PETROBRAS, bem como empresas com atuação na área rural, agroindústria, tecnologia, independentemente se forem empresas de pequeno, médio ou grande porte. • Paralelo ao engenheiro de segurança e técnico de segurança do trabalho, mais recentemente surgiu a figura do tecnólogo de segurança. • A referida a>vidade exige graduação em nível superior (curso de Tecnologia em Segurança do Trabalho), exigindo, portanto, a conclusão do ensino médio ao profissional. • A profissão de tecnólogo, por sua vez, aguarda a aprovação do Projeto de Lei no 2.245/07, apresentado pelo deputado Reginaldo Lopes, o qual tramita no Congresso Nacional. Independente a isso, a a>vidade encontra respaldo junto ao Ministério da Educação (MEC), que tem reconhecido os cursos superiores. Exemplo disso é o curso superior de Tecnologia em Segurança do Trabalho da UNIASSELVI, reconhecido pela Portaria Ministerial no 292, de 07 de julho de 2016, publicado no Diário Oficial da União de 08 de julho de 2016. • Segundo a jusFficaFva apresentada com o Projeto de Lei: • Os tecnólogos são profissionais de nível superior que, pela sua formação direcionada, estão aptos à atuação imediata e qualificada em sua modalidade. Através do domínio e aplicação de conhecimentos cienificos e tecnológicos, transformam esses conhecimentos em processos, projetos, produtos e serviços. Atuam nas diversas aFvidades promovendo mudanças e avanços, fundamentando suas decisões no saber tecnológico e na visão mulFdisciplinar dos problemas que lhes compete solucionar. • Neste senFdo, destaca-se, também, o projeto de lei (PL) 10870/2018 do deputado federal Marcos Rogério do DEM/RO que tem por objeFvo alterar a Lei 7410/85 de forma a regulamentar o exercício da aFvidade profissional de Segurança do Trabalho, abrangendo também os Bacharéis e Tecnólogos em Segurança do Trabalho e não apenas os Engenheiros e Arquitetos. Este Projeto de Lei aguarda análise da Comissão de ConsFtuição e JusFça e de Cidadania (CCJC) e abre as portas para novas oportunidades profissionais para o Tecnólogo em Segurança no Trabalho. • Entre suas atribuições, conforme ar3go 2o, do PL 2.245/2007, estão: • analisardadostécnicos,desenvolverestudos,orientareanalisarprojetosexecu3vos; • desenvolver projetos, elaborar especificações, instruções, divulgação técnica, orçamentos e planejamentos; • dirigir, orientar, coordenar, supervisionar e fiscalizar serviços técnicos dentro das suas áreas de competência contempladas no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do MEC e suas atualizações; • desenvolver processos, produtos e serviços para atender às necessidades do projeto e das demandas de mercado; • realizar vistorias, avaliações e laudos técnicos; • executar e responsabilizar-se tecnicamente por serviços e empresas; • desempenharcargosefunçõestécnicasnoserviçopúblicoeins3tuiçõesprivadas; • prestar consultoria, assessoria,auditoria e perícias; • exercer o ensino, a pesquisa, a análise, a experimentação e o ensaio; • conduzir equipes de instalação, montagem, operação, reparo e manutenção. • A aAvidade igualmente possui descrição junto à Classificação Brasileira de Ocupações, sob CBO no 2149-35, e a Resolução no 313 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) dispõe sobre o exercício profissional dos tecnólogos das áreas submeAdas à sua abrangência. • Com efeito, segundo determinado pelo CONFEA, é permiAdo e de competência do tecnólogo, desde que sob supervisão e direção de engenheiro, arquiteto ou agrônomo, a execução e fiscalização de obra e serviço técnico (art. 3o). Nesse senAdo, o arAgo 4o da Resolução 313 do CONFEA estabelece que as aAvidades de vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico somente poderão ser validadas pelo tecnólogo se acompanhado por um engenheiro ou profissional registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). É oportuno destacar que o CREA reconhece apenas o engenheiro de Segurança no Trabalho como profissional habilitado para assinar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho (PCMAT), sem prorrogar essa autorização aos técnicos ou tecnólogos em segurança do trabalho. • Assim, o tecnólogo em segurança do trabalho, dentro de suas atribuições e conhecimentos, torna-se peça importante para presXgiar e promover técnicas prevenXvas de combate a acidentes e exercício de aXvidades profissionais nocivas ao ser humano, contribuindo de maneira fundamental para a criação e aperfeiçoamento de procedimentos de segurança no trabalho. A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFISSIONAL EM SEGURANÇA DO TRABALHO • Com efeito, o empregador passa a assumir responsabilidades, devendo arcar com as indenizações decorrentes de sua conduta omissiva ou comissiva. • Quanto ao tema da responsabilidade civil por acidentes de trabalho e doença ocupacionais a ele equiparadas, três teorias se destacam, quais sejam: • a)Teoria do risco integral, que não admite qualquer excludente de responsabilidade, bastando a ocorrência do acidente para gerar o direito à indenização, devendo o causador do dano reparar integralmente a ví3ma. • b) Teoria do risco proveito, a qual define que onde houver ganho ao empregador, haverá responsabilidade pela a3vidade que o origina. Assim, toda a3vidade produ3va implica em riscos, devendo, no entanto, o trabalhador demonstrar que do seu esforço decorre proveito econômico para o empregador. A questão parece simples, porém, ins3tuições sem fins lucra3vos, que contratam e assalariam trabalhadores, também devem ser responsabilizadas por eventuais acidentes ocorridos nas suas dependências ou sob sua supervisão. • c) Teoria do risco criado, pela qual cada empregador deve responder pelos riscos de sua a3vidade, seja ela lucra3va ou não. • É necessário esclarecer que a responsabilidade pode ser objeJva ou subjeJva. Na responsabilidade objeXva, a culpa do empregador será presumida, não havendo qualquer invesXgação quanto aos fatores ou moXvos que ensejaram o acidente ou deram origem à doença ocupacional, ou seja, não se verifica qualquer uma das modalidades de culpa (imprudência, imperícia e negligência) para punir o agente agressor. Já na responsabilidade subjeXva, há uma análise criteriosa para saber quem foi o responsável pelo evento danoso, podendo o empregador escoimar-se de sua responsabilidade quando demonstrada, por exemplo, a culpa exclusiva da víXma. Já a Consolidação das Leis Trabalhistas estabelece, no arXgo 157, que compete às empresas: • Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho. • Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no senXdo de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. • Adotarasmedidasquelhesejamdeterminadaspeloórgãoregio nalcompetente. • Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. • No que diz respeito à responsabilidade criminal do profissional de segurança do trabalho, Raimundo Simão de Melo esclarece que: • a responsabilidade penal, que é pessoal (do empregador, do tomador de serviços, do preposto, do membro da CIPA, do engenheiro de segurança etc.), será caracterizada não só pelo acidente do trabalho, quando a ação ou omissão decorrer de dolo ou culpa, mas também pelo descumprimento das normas de segurança, higiene e medicina do trabalho, expondo-se a risco e perigo a vida dos trabalhadores, como preceitua o Código Penal (2016, s.p.). • Merecem destaque os ar>gos 18 e 132 do Código Penal, elencados a seguir: • Art. 18. Diz-se o crime: Crime doloso I- doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II- culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pra>ca dolosamente. Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não cons>tui crime mais grave. • No mesmo senXdo, é o arXgo 19, §2o, da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os planos de benelcios da Previdência Social: • Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador domésXco ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. • § 2o ConsXtui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. • Como se percebe, a responsabilidade do profissional incumbido pela manutenção de um meio ambiente saudável e seguro ultrapassa a mera análise de informações, devendo o profissional estar atento para impedir a ocorrência de acidentes, podendo responder por seus atos nas mais variadas esferas, inclusive penal. P r o f . L i z | L e g i s l a ç ã o e N o r m a s T é c n i c a s O b r i g a d a !
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