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Unidade 2 - Legislação Trab

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P r o f . L i z | L e g i s l a ç ã o e N o r m a s T é c n i c a s
Estudos!
• UNIDADE 2 – RELAÇÃO DE EMPREGO 
• TÓPICO 1 – DO CONTRATO DE TRABALHO E DIREITOS 
TRABALHISTAS 
• TÓPICO 2 – SEGURANÇA DO TRABALHO 
• TÓPICO 3 – ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO 
PROFISSIONAL EM SEGURANÇA DO TRABALHO 
Tópico 1
DO CONTRATO DE TRABALHO E DIREITOS TRABALHISTAS 
• Dados os abusos advindos da ampla liberdade contratual 
com a exploração do trabalhador, surgiu a necessidade da 
intervenção estatal para regular as relações trabalhistas. 
• Concluímos que a regulamentação individual do trabalho 
na época contemporânea, com o incremento de nações
democráXcas, é o resultado de uma mulXplicidade de 
influências e de acontecimentos que procuram oferecer ao 
trabalhador normas que lhe permitam antepor-se aos 
eventuais arbítrios do empregador. 
DENOMINAÇÕES E CONCEITO 
• A relação de emprego é também denominada contrato de 
emprego, relação de trabalho, contrato de trabalho. No 
exame de nossa legislação, encontramos tanto a expressão
contrato de trabalho como relação de emprego, pois 
ambas denotam o pacto efetuado entre o empregado e o 
empregador, através de prestação de trabalho 
subordinado. 
FUNDAMENTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO 
• Base jurídica entre empregados e empregadores: a relação de 
emprego não pode mais basear-se somente nos critérios pessoais 
próprios fixados por eles mesmos em cada situação concreta, já que 
os resultados dessa experiência histórica não foram saAsfatórios. 
Para que haja jusAça e segurança da relação de emprego, é
necessário revesA-la de uma base jurídica, situando-a num complexo 
de direitos e deveres que resultam não da liberdade ilimitada de 
cada um, mas dessa mesma livre iniciaAva limitada pelas normas 
fixadas pelo Estado. 
• As vantagens dessa inserção do contrato de trabalho são muitas, vez 
que garantem maior estabilidade e harmonia na vida social, posto 
que se conhece de antemão as obrigações que as leis impõem, 
restando claros os direitos e deveres dos empregados e do 
empregador. Certamente, isto mais se aproxima do ideal da paz. A 
insAtucionalização do contrato de trabalho, portanto, permite uma 
nova e melhor colocação do problema das relações de trabalho, em 
termos de maior respeito mútuo. 
• Meio de preservação da dignidade humana: o trabalho é
algo inerente ao trabalhador, ao seu próprio ser. Por isso, o 
contrato de trabalho é um contrato à parte, não
comparável aos demais, como o de compra e venda, o de 
aluguel etc. Diz respeito à dignidade humana, como frisa 
Fernando Guerrero (1967), sendo dificilmente assimilável a 
uma coisa, sob o ponto de vista éXco. Quando o homem 
trabalha para outrem, dá um pouco de si mesmo. Não se 
trata de oferecer uma mercadoria, o trabalho é algo muito 
mais especial que isso. O empregador se uXliza do 
rendimento humano, que diz respeito a uma riqueza que 
pertence a outro ser humano, que a dispõe para viver e 
cumprir seu desXno. 
• Meio de afirmação da vontade individual: é importante 
salientar que o contrato de trabalho nasceu sob o signo do 
individualismo, tendo suas raízes nos ideais da Revolução
Francesa, como meio de exaltação e salvaguarda da 
liberdade dos homens. Sob esse, permanecem vivas, na 
atualidade, as fontes de que emana, permiXndo uma 
adequada composição entre o individual e o social, o 
privado e o público, a liberdade e a autoridade. A negação
do contrato individual de trabalho conduz ao absoluXsmo 
coleXvista, já rejeitado pela história. 
• Instrumento de preservação da ordem social: a Revolução
Industrial mostrou a necessidade de corrigir os defeitos do 
individualismo ortodoxo aplicado em demasia sobre o trabalho, 
porque o contexto econômico e social acabou por admi>r a 
exploração do trabalho por parte dos poderosos, gerando 
problemas sociais graves e o empobrecimento dos 
trabalhadores. Isso significou, em essência, a não realização do 
bem comum, desprovida que ficou uma classe social da 
par>cipação nos frutos da cooperação social. 
• O contrato de trabalho deve advir de uma tomada de 
consciência ante a questão social, já que insere, no âmbito das 
liberdades, a a>vidade estatal como forma de coibir abusos. 
Assim, deses>mula o antagonismo e serve como anteparo aos 
choques de interesses. Permite a aproximação, eleva as 
condições de trabalho de algumas categorias profissionais e 
evita a padronização dessas mesmas condições de trabalho. 
• Integração da ordem jurídica: as normas jurídicas
trabalhistas são múlXplas e provêm de diversas fontes, 
como o Estado, as sociedades internacionais, os grupos 
econômico-profissionais, assumindo diferentes formas de 
exteriorização, como a lei, os decretos, as portarias, os 
tratados, as convenções internacionais, as convenções
coleXvas, os usos e costumes, os regulamentos de empresa 
etc. Assim, jusXfica-se que o contrato de trabalho tenha 
uma razão técnico-jurídica, para integrar as normas, 
estruturando-as em uma ordem jurídica escalonada, 
hierárquica e coerente. 
CARACTERÍSTICAS 
• Uma das caracterísXcas da relação contratual de trabalho 
subordinado é a sua natureza privaIsJca, porque, mesmo 
com a intervenção estatal, não foi reXrada do âmbito do 
direito privado, já que se trata de relação jurídica entre 
parXculares: de um lado o empregado, pessoa lsica, de 
outro o empregador, pessoa lsica ou jurídica. O Estado 
age apenas como regulador da relação de trabalho, 
normaXzando-a. E mesmo quando o Estado contrata 
prestadores de serviços através da CLT, a natureza 
privamsXca não descaracteriza essa situação, pois o Estado 
desce de sua posição para figurar no domínio privado 
como se fosse parXcular. 
• A segunda caracterísXca do contrato de trabalho é a 
consensualidade, que traduz a necessidade do 
assenXmento verbal, escrito ou tácito para configuração do 
vínculo jurídico. Entenda-se que a relação de emprego 
prescindindo da vontade manifestada não dispensa a 
concordância ou o desejo de trabalhar para determinada 
pessoa. A autonomia da vontade, no entanto, declinará
ante o gradaXvo aumento do intervencionismo estatal nas 
relações de trabalho. 
• Inobstante o caráter voli>vo do trabalhador, uma outra 
caracterís>ca do contrato de trabalho é a sua tendência no 
sen>do de se cons>tuir por mera adesão do trabalhador às
condições de trabalho ins>tuídas na empresa, seja pelo seu 
regulamento ou por imposição do Estado. É muito pequena a 
margem que sobra para a livre es>pulação de cláusulas
contratuais. Somente quando mais favoráveis ao empregado é
que podem ter validade. 
• Todavia, embora diminuta, a esfera voli>va não desaparece. 
Destaque-se, no entanto, o crescimento das relações de 
trabalho que, por serem de cunho virtual, permitem uma 
margem maior de negociação. Dá-se de exemplo a definição
dos horários e locais de trabalho para os programadores de 
computação, em que existe uma flexibilidade e uma forma de 
seu controle diversa do usual. 
• A sua execução do trabalho em caráter con>nuado através do 
tempo dis>ngue o contrato de trabalho dos contratos 
denominados instantâneos, que são aqueles que se exaurem 
num só momento, por exemplo, a compra e venda. Assim, o 
trato sucessivo é outra nota que caracteriza o contrato de 
trabalho. 
• Outra caracterís>ca é o contrato de trabalho ser sinalagmá8co, 
pois visa à sa>sfação de obrigações recíprocas. Não se entenda 
com isso que há uma correspec>vidade completa ou plena, 
porque a retribuição, que é ônus do empregador, pode ser paga 
em determinadas situações nas quais não há a contraprestação
do trabalhador, por se tratar de férias, repouso semanal e dos 
feriados e interrupções do contrato de trabalho. 
CONTRATO DE TRABALHO 
• O art. 442 da CLT estabelece: “Contrato individual de trabalho é o acordo 
tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”.
• A CLT uFliza a expressão contrato individual de trabalho em 
contraposição ao que exisFa na época em 1943, que era o contrato 
coleFvo de trabalho, hoje correspondenteà convenção e ao acordo 
coleFvo de trabalho (art. 611 da CLT). 
• Como já dissemos, a expressão contrato de trabalho é genérica, e a mais 
comumente uFlizada, referindo-se à relação de emprego e ao contrato 
individual de trabalho. Todavia, é de se destacar que, não sendo objeFvo 
das leis estabelecer definições, resta esclarecer que a CLT ajuda a 
confundir o assunto, primeiramente porque usa o termo corresponde no 
art. 442. Ora, se o contrato de trabalho corresponde à relação de 
emprego, não é igual a ela. Assim, a referida expressão nada explica, 
representando um círculo vicioso. O contrato cria uma relação jurídica, 
não podendo a ela corresponder. 
• Empregado 
• Definição
• Dispõe o art. 3o da CLT: “Considera-se empregado toda pessoa 
Zsica que prestar serviços de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. 
• O empregado é sujeito da relação de emprego e não objeto. A 
palavra empregado tem um sen>do jurídico próprio e é
u>lizada para designar um >po especial de pessoa que trabalha. 
Por isso, ainda que haja um contrato que envolva trabalho, é
importante salientar que nem todo trabalhador será sempre 
empregado, embora todo empregado seja um trabalhador. 
• Capacidade 
• No direito, adquirida a personalidade, o indivíduo passa a ter direitos 
e deveres. Nem sempre, porém, a pessoa poderá exercer seus 
direitos e deveres pessoalmente; para isso deve ter capacidade, que 
é a apAdão para ser sujeito de direitos e obrigações e exercer, por si 
ou por outrem, atos da vida civil. É um elemento da personalidade e 
exprime poderes ou faculdades. 
• Há duas espécies de capacidade: 
• a) capacidade de direito ou de gozo: a possibilidade de gozar dos 
direitos subjeAvos, muitos autores entendem que se confunde com 
personalidade. 
• b)capacidade de fato ou de exercício: consiste na possibilidade de 
exercer diretamente os direitos e praAcar os atos da vida civil. Nem 
todos a têm, por razões de saúde, de idade etc. Nestes casos, o 
exercício dos seus direitos se dá por meio dos representantes legais. 
• Cargos e funções
• O trabalho desenvolvido na empresa pressupõe uma estrutura, 
formal ou informal, de cargos e funções, segundo um critério de 
qualificação profissional e repar>ção de competências. A 
empresa pode ter um plano formal de cargos e salários — um 
quadro de carreira, segundo a CLT. E pode ter um plano 
informal, em que, não havendo plano de cargos e salários, os 
empregados terão cargos e desempenharão funções. 
• Cargo é a denominação dada ao conjunto de atribuições
exercidas pelo empregado, e funções são especificamente as 
a>vidades que ele executa em decorrência do cargo. Um cargo 
pode reunir diversas funções. 
• Empregador 
• Definição
• Há definições doutrinárias e legais de empregador, mas 
entende-se que seu conceito é reflexo, já que é por meio da 
figura do empregado que se chegará à do empregador, 
independentemente da estrutura jurídica que >ver. 
• Empregador é todo ente para quem uma pessoa Zsica prestar 
serviços con>nuados, subordinados e assalariados. O termo 
empregador é certamente o mais u>lizado, embora se u>lizem, 
bastante eventualmente, os termos patrão, patrono, dador de 
trabalho, en>dade patronal etc. Fala-se, mesmo no Brasil, às
vezes, em patronato para designar os empregadores como 
segmento da sociedade. 
• Tipos de empregador 
• Há diversos ângulos de classificação do empregador. Além
de ser classificado quanto à estrutura jurídica (pessoa lsica
ou jurídica), podemos ainda classificá-lo quanto ao setor 
econômico da aXvidade (empregadores urbanos, 
comerciais ou industriais, rurais e domésXcos), ou se será 
um empregador geral (empresa) ou por equiparação
(profissionais liberais, insXtuições sem fins lucraXvos etc.). 
Há, correspondendo aos setores do direito, o empregador 
privado e público, quando os entes estatais contratam pela 
lei trabalhista. 
• Interposição de empresas 
• A subcontratação entre empresas não é vedada pela lei e nada 
impede que empresas contratem outras empresas para 
prestação de serviços, caso em que entre a contratante e a 
contratada haverá um vínculo jurídico de direito civil ou 
comercial. 
• O ordenamento jurídico sempre o permi>u e prevê diversas 
formas de contrato, como a empreitada e a subempreitada, a 
locação de serviços, o arrendamento, a parceria, a terceirização
etc. São >pos lícitos de negócios jurídicos permi>dos pela 
legislação civil e comercial, em face da necessidade de 
desenvolvimento de novas técnicas através das quais o 
processo produ>vo possa atender às exigências atuais de maior 
produ>vidade, compe>>vidade e desenvolvimento tecnológico. 
• O sócio e a empresa 
• Quem responde pelos débitos trabalhistas dos seus 
empregados, na qualidade de empregadora, é a empresa 
ou grupo de empresas, como solidária (CLT, art. 2o). 
Quando não há bens da empresa, indaga-se se o sócio ou 
ex- sócio estaria obrigado a responder por essas dívidas, o 
que se faz por meio da descaracterização da personalidade 
jurídica do ente societário para alcançar a penhora dos 
bens parXculares dos sócios pelas dívidas da empresa, para 
impedir os prejuízos do trabalhador, muitas vezes sujeito a 
inúmeras execuções frustradas. 
• Grupos de empresas no direito do trabalho 
• No mundo moderno e globalizado, as estruturas 
empresariais vão tomando diferentes e intrincadas formas, 
com relações jurídicas diversas, que redundam em 
conceitos e práXcas que vão sendo incorporados no direito 
do trabalho, à medida que se necessita tutelar o direito do 
trabalhador que presta seus serviços. 
• Razões de interesse econômico levam empresas a se 
reunirem sob formas diversas de concentração, de poder 
de comando e de deliberações. Nessas concentrações
haverá uma empresa dominante e uma ou mais empresas 
controladas pela primeira. 
• Consórcio de empregadores 
• A palavra "consórcio" possui designações diferenciadas, conquanto se 
aplique ao direito civil, comercial ou administraFvo, tanto que se fala, na 
linguagem jurídica, em consórcio administraFvo, consórcio de empresas, 
consórcio de pessoas Xsicas, consórcio para aquisição de bens, e assim por 
diante. 
• O consórcio de empregadores independe de lei e não encontra barreiras no 
ordenamento jurídico vigente. O consórcio é um Fpo de sociedade 
formalizada por registro em cartório, de um termo de responsabilidade 
solidária, idenFficação de cada consorciado, especificação do objeto, das 
aFvidades a serem desenvolvidas, das cotas de produção, remunerações e 
prazo de duração. O consórcio confere vantagens tais como a formalização
dos vínculos de trabalho, a maior proteção do trabalhador, a conFnuidade 
da relação de trabalho quando contratada sob a forma de emprego, a 
garanFa dos mesmos direitos trabalhistas previstos pela legislação para o 
empregado. 
• Sociedade de prestação de serviços intelectuais 
• A Lei no 11.196/2005, em seu art. 129, dispõe: 
• Para fins fiscais e previdenciários, a prestação de serviços
intelectuais, inclusive os de natureza cienmfica, armsXca ou 
cultural, em caráter personalíssimo ou não, com ou sem a 
designação de quaisquer obrigações a sócios ou 
empregados da sociedade prestadora de serviços, quando 
por esta realizada, se sujeita tão-somente à legislação
aplicável às pessoas jurídicas, sem prejuízo da observância
do disposto no art. 50 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 - Código Civil. 
• ParJcipação do trabalhador no capital 
• É o caso da distribuição da propriedade dos meios de 
produção entre os trabalhadores e capitalistas e 
transforma, gradaXvamente, o contrato de trabalho em 
contrato de sociedade. É diferente da parXcipação nos 
lucros porque nesta o trabalhador adentra o acionariado
da empresa, tornando-se um sócio. 
• Trata-se de uma forma de persuadir o trabalhador a 
raciocinar de que o desXno da empresa depende do 
trabalho consciente e cuidadosamente realizado pelo 
trabalhador, que, ao fim, enriquece a empresa, mas aufere 
umaremuneração cada vez mais alta. 
• A microempresa 
• O Estatuto da Microempresa foi criado para contribuir para 
o desenvolvimento da economia e reduzir os problemas 
sociais brasileiros, através da Lei no 7.256/84, trazendo um 
sistema diferenciado e simplificado para favorecer os 
microempreendedores. A Lei no 8.864/94 dispôs sobre as 
microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), 
conferindo-lhes tratamento mais amplo. A legislação foi 
alterada pela Lei no 9.841/99, que insXtuiu o Estatuto da 
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, dispondo 
sobre tratamento jurídico diferenciado, simplificado e 
favorecido, previsto nos arts. 170 e 179 da ConsXtuição
Federal de 1988. 
REQUISITOS 
• Os requisitos do contrato de trabalho são: conXnuidade, 
subordinação, onerosidade, pessoalidade, alteridade. Esses 
requisitos são primordiais para que o contrato de trabalho 
exista como a relação jurídica específica que é. 
Con<nuidade 
• Para ser um contrato de trabalho, este deve ser prestado com 
con>nuidade. Aquele que presta serviços eventualmente não é
empregado. 
• O contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo, que 
perdura. Enquanto há inúmeros >pos de contratos que se 
exaurem em um ato somente, como acontece com a compra e 
a venda, no contrato de trabalho não é isso que ocorre. Há um 
trato sucessivo na relação entre as partes, em que o empregado 
é contratado para prestar serviços de forma concnua, dentro de 
condições específicas, com o obje>vo de que tal relação
contratual perdure ao longo do tempo. A con>nuidade é da 
relação jurídica, da prestação de serviços. 
Subordinação
• O trabalhador exerce sua aXvidade sob a dependência do 
empregador, por quem é dirigido. O empregado é, por 
consequência, um trabalhador subordinado ao 
empregador, pois não possui autonomia, e age nos limites 
de sua contratação, ainda que tenha que tomar decisões
na execução do trabalho. O trabalhador autônomo não é
empregado justamente por não ser subordinado a 
ninguém, exercendo com autonomia suas aXvidades e 
assumindo os riscos de seu negócio. 
Onerosidade 
• O contrato de trabalho é sempre oneroso, pois o 
empregado recebe salário pelos serviços prestados ao 
empregador. Na contratação, o empregado deve prestar 
serviços e o empregador, em contraparXda, deve pagar 
salários pelos serviços prestados. O trabalho voluntário e 
não oneroso está previsto no parágrafo único do art. 1o da 
Lei no 9.608, de 18/02/98 e estabelece que o serviço
voluntário não gera vínculo empregamcio, nem obrigação
de natureza trabalhista, previdenciária ou afim. Este 
mesmo arXgo dispõe que o serviço voluntário é a aXvidade 
não remunerada. Já o contrato de trabalho é oneroso. Se 
não há remuneração, inexiste vínculo de emprego. 
Pessoalidade 
• O contrato de trabalho é realizado por pessoa certa e 
determinada. Rela>vamente ao trabalhador, o contrato de 
trabalho é infungível. Não pode o empregado fazer-se subs>tuir 
por outra pessoa, sob pena de o vínculo formar-se com a 
úl>ma. Como já dito, o empregado somente pode ser pessoa 
Zsica, e não existe contrato de trabalho em que o trabalhador 
seja pessoa jurídica, podendo, neste caso, ocorrer outro >po de 
prestação de serviços, por exemplo, a empreitada, mas jamais 
será um contrato de trabalho. É importante salientar que o 
empregado poderá ter mais de um emprego, se conseguir se 
adequar às condições de trabalho de mais de um emprego. A 
pessoalidade diz respeito ao empregado e não ao empregador. 
Alteridade 
• A alteridade significa que o empregado presta serviços por 
conta alheia. A palavra alteridade vem dos vocábulos em 
laXm alteritas e alter, que significam outro. No contrato de 
trabalho não há qualquer risco na aXvidade exercida pelo 
trabalhador. O empregado pode parXcipar dos lucros da 
empresa, mas não dos prejuízos. Diferentemente ocorre 
quando está prestando um serviço para si ou por conta 
própria, caso em que não será empregado, restando 
configurada apenas a realização de um trabalho ou do 
trabalho autônomo. É requisito do contrato de trabalho o 
empregado prestar serviços por conta alheia e não por 
conta própria. 
ESPÉCIES 
• A doutrina, de forma geral, situa as espécies de contratos 
de trabalho em relação ao tempo da contratação. O 
contrato de emprego pode ter sua duração limitada no 
tempo ou ser pactuado por duração indeterminada, 
entretanto, como já mencionado, tendo como requisito a 
conJnuidade, é de se concluir que o contrato de trabalho, 
quanto ao tempo, possui a regra de ser por prazo 
indeterminado. Assim, em decorrência do princípio da 
conXnuidade da relação de emprego e de sua natureza 
sucessiva, o contrato de trabalho não se exaure em um 
único ato, ou seja, é uma relação de débito permanente, 
salvo ajuste expresso em contrário. 
TRABALHO DA MULHER 
• A ConsXtuição Federal brasileira de 1988, ao dispor sobre 
os direitos e deveres individuais e coleXvos, salienta a 
igualdade de todos perante a lei, declarando de forma 
incisiva no art. 5o, inciso I: "Homens e mulheres são iguais 
em direitos e obrigações, nos termos desta ConsXtuição". 
• Logo após, dentre os direitos dos trabalhadores, incluiu o 
consXtuinte, art. 7o, inciso XXX: "Proibição de diferença de 
salários, de exercício de função e critérios de admissão por 
moXvo de sexo, idade, cor ou estado civil". 
TRABALHO DO MENOR 
• Tanto a ConsFtuição Federal quanto o ECA – Estatuto da Criança e do 
Adolescente (Lei no 8.069/90) são as principais normas que envolvem a 
sociedade para assegurar os direitos das crianças e dos adolescentes no 
que respeita a todas suas necessidades referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária. Estabelecem prioridade na formulação e execução de políFcas
sociais públicas. Crianças e adolescentes são dignos de especial cuidado, 
por serem vulneráveis e frágeis. 
• O Estatuto da Criança e do Adolescente conceitua criança como a pessoa 
de idade não superior a 12 anos e adolescente como aquele com idade 
entre 12 e 18 anos, ambos não podem ser objeto de exploração por 
qualquer forma, especialmente no trabalho. Logo, adolescente empregado 
é todo aquele com mais de 16 e menos de 18 anos de idade, regido por 
contrato de trabalho. 
Tópico 2
SEGURANÇA DO TRABALHO 
• A questão envolvendo segurança do trabalho ganhou força a 
par>r da Emenda Cons>tucional no 45, de 30 de dezembro de 
2004, que alterou diversos disposi>vos da Cons>tuição Federal 
e atribuiu à Jus>ça do Trabalho competência material para 
julgar ações de indenização decorrentes de acidentes e doenças
ocupacionais. 
• A criação de Normas Regulamentadoras (Decreto no 3.214/78, 
MTE) e tantos outros disposi>vos legais já mencionados no 
presente manual representam a preocupação do legislador com 
os trabalhadores, não podendo largá-los à própria sorte diante 
de um mundo cada vez mais maquinizado e tecnológico. 
• a) Princípio da precaução ou prevenção, que visa impedir a 
ocorrência de qualquer dano ou risco que cause prejuízo ao 
meio ambiente. 
• b) Princípio do desenvolvimento sustentável, que pretende 
equilibrar a a>vidade produ>va e a necessidade de proteção do 
meio ambiente. 
• c) Princípio do poluidor-pagador, através do qual o causador 
do dano (poluidor) deverá arcar com os custos advindos de sua 
a>vidade produ>va que implique em danos ao meio ambiente. 
• d) Princípio da par8cipação, ao es>pular que a preservação do 
meio ambiente é tanto do poder público como da cole>vidade. 
• e) Princípio da ubiquidade, pelo qual a sociedade, em “um 
espírito de parceria global”, é também responsável pela 
preservação do meio ambiente. 
SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
• A preocupação com um ambiente de trabalho saudável se 
apresenta primordial para o regular andamento dos 
trabalhos e moXvação do empregado. Um trabalhador 
ciente dos riscos da sua aXvidade e sabedor de que a 
empresatomou todas as medidas para prevenção de sua 
integridade lsica e psíquica, trabalha com mais vontade e 
disposição, por consequência, mais produXvo. 
• As técnicas de saúde ocupacional evitam o surgimento ou agravamento de 
doenças ocupacionais, prevenindo acidentes e criando roFnas que afastam 
a fadiga e o sedentarismo. 
• Assim, é importante que sejam manFdos registros de saúde ocupacional 
dos trabalhadores, aferindo o local da prestação de serviço, as causas de 
eventuais afastamentos, acidente, doenças, desenvolvendo-se programas 
capazes de prevenir efeitos danosos ao trabalhador. 
• A presença de um médico do trabalho nas empresas igualmente facilita a 
aplicação de medidas prevenFvas, posto se tratar de profissional com 
conhecimentos específicos sobre a aFvidade. 
• Diante de riscos químicos, Xsicos, biológicos e até mesmo psicológicos que 
permeiam a aFvidade laboraFva das pessoas, e o reconhecimento de 
eventuais agentes nocivos, aqui também incluídos aqueles que atuam na 
esfera subjeFva do trabalhador, como o assédio moral, por exemplo, 
apresenta-se cada vez mais importante o acompanhamento de profissional 
de saúde capaz de idenFficar possíveis danos. 
Vale destacar, neste ponto, o Decreto no 7.602, de 07 de novembro de 2011, 
que dispõe sobre a PolíFca Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho 
(PNSST), que tem como diretrizes as seguintes ações: 
• Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de 
promoção e proteção da saúde; 
• harmonização da legislação e a arFculação das ações de promoção, 
proteção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do 
trabalhador; 
• adoção de medidas especiais para aFvidades laborais de alto risco; 
• estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador; 
• promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança
e saúde nos locais de trabalho; 
• reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no 
trabalho e o esimulo à capacitação e à educação conFnuada de 
trabalhadores; e 
• promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e 
saúde no trabalho. 
Tópico 3
ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO PROFISSIONAL EM 
SEGURANÇA DO TRABALHO 
• Para que seja possível a implementação de regras de 
segurança e medicina no meio ambiente de trabalho, de 
vital importância é a parXcipação dos engenheiros de 
segurança, técnicos de segurança e, mais recentemente, 
dos tecnólogos em segurança. 
• O campo de atuação desses profissionais apresenta-se 
cada vez mais amplo, garanXndo, para muitos, uma 
carreira de sucesso e constante crescimento profissional e 
pessoal, posto que do seu trabalho decorrem melhorias 
para as relações laborais, por exemplo, a prevenção de 
acidentes, garanXndo empregos e maior produXvidade. 
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL EM 
SEGURANÇA DO TRABALHO 
• O profissional da área de segurança e medicina do trabalho 
carrega consigo uma grande responsabilidade, posto que 
da sua análise dependerá a tomada de medidas 
prevenXvas pelo empregador. Seja indicando reparos e 
benfeitorias a serem realizadas, traçando regras de 
orientação quanto à uXlização de equipamentos de 
proteção individual, apresentando laudos ambientais de 
saúde laboral, entre tantas outras aXvidades que 
permeiam a profissão, compete a ele prezar pela segurança
e saúde dos trabalhadores no ambiente laboraXvo. 
• Entre os profissionais, iniciamos traçando considerações sobre o 
engenheiro de segurança, também chamado de engenheiro de 
segurança do trabalho. 
• Sua aAvidade está regulamentada pela Lei no 7.410, de 27 de 
novembro de 1985, a qual dispõe sobre a especialização de 
engenheiros e arquitetos em engenharia de segurança do trabalho e 
a profissão do técnico em segurança do trabalho. 
• De acordo com a legislação acima referida, a especialização em 
engenheiro do trabalho será concedida a todo “Engenheiro ou 
Arquiteto, portador de cerAficado de conclusão de curso de 
especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, a ser 
ministrado no País, em nível de pós-graduação” (art. 1o, I); “ao 
portador de cerAficado de curso de especialização em Engenharia de 
Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário, pelo 
Ministério do Trabalho” (art. 1o, II) e “ao possuidor de registro de 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do 
Trabalho, até a data fixada na regulamentação desta Lei” (art. 1o, III). 
• Estabelecidas as aXvidades do engenheiro de segurança, 
cumpre apresentar as caracterísXcas que permeiam a 
aXvidade do técnico em segurança do trabalho, profissão
de destaque que vem crescendo exponencialmente no 
mercado de trabalho. 
• Diferentemente do engenheiro de segurança, o técnico em 
segurança do trabalho não prescinde de formação em 
curso de nível superior, mas sim formação de nível médio. 
• Sua área de atuação é ampla, podendo trabalhar em 
fábricas do segmento alimenmcio, comércio, indústria, com 
ênfase para a metalúrgica, empresas de construção civil, 
hospitais, mineradora, empresas de extração de petróleo
como a PETROBRAS, bem como empresas com atuação na 
área rural, agroindústria, tecnologia, independentemente 
se forem empresas de pequeno, médio ou grande porte. 
• Paralelo ao engenheiro de segurança e técnico de segurança do 
trabalho, mais recentemente surgiu a figura do tecnólogo de 
segurança. 
• A referida a>vidade exige graduação em nível superior (curso 
de Tecnologia em Segurança do Trabalho), exigindo, portanto, a 
conclusão do ensino médio ao profissional. 
• A profissão de tecnólogo, por sua vez, aguarda a aprovação do 
Projeto de Lei no 2.245/07, apresentado pelo deputado 
Reginaldo Lopes, o qual tramita no Congresso Nacional. 
Independente a isso, a a>vidade encontra respaldo junto ao 
Ministério da Educação (MEC), que tem reconhecido os cursos 
superiores. Exemplo disso é o curso superior de Tecnologia em 
Segurança do Trabalho da UNIASSELVI, reconhecido pela 
Portaria Ministerial no 292, de 07 de julho de 2016, publicado 
no Diário Oficial da União de 08 de julho de 2016. 
• Segundo a jusFficaFva apresentada com o Projeto de Lei:
• Os tecnólogos são profissionais de nível superior que, pela sua formação
direcionada, estão aptos à atuação imediata e qualificada em sua 
modalidade. Através do domínio e aplicação de conhecimentos cienificos e 
tecnológicos, transformam esses conhecimentos em processos, projetos, 
produtos e serviços. Atuam nas diversas aFvidades promovendo mudanças
e avanços, fundamentando suas decisões no saber tecnológico e na visão
mulFdisciplinar dos problemas que lhes compete solucionar. 
• Neste senFdo, destaca-se, também, o projeto de lei (PL) 10870/2018 do 
deputado federal Marcos Rogério do DEM/RO que tem por objeFvo alterar 
a Lei 7410/85 de forma a regulamentar o exercício da aFvidade profissional 
de Segurança do Trabalho, abrangendo também os Bacharéis e Tecnólogos
em Segurança do Trabalho e não apenas os Engenheiros e Arquitetos. Este 
Projeto de Lei aguarda análise da Comissão de ConsFtuição e JusFça e de 
Cidadania (CCJC) e abre as portas para novas oportunidades profissionais 
para o Tecnólogo em Segurança no Trabalho. 
• Entre suas atribuições, conforme ar3go 2o, do PL 2.245/2007, estão: 
• analisardadostécnicos,desenvolverestudos,orientareanalisarprojetosexecu3vos; 
• desenvolver projetos, elaborar especificações, instruções, divulgação técnica, 
orçamentos e planejamentos; 
• dirigir, orientar, coordenar, supervisionar e fiscalizar serviços técnicos dentro das 
suas áreas de competência contempladas no Catálogo Nacional de Cursos 
Superiores de Tecnologia do MEC e suas atualizações; 
• desenvolver processos, produtos e serviços para atender às necessidades do 
projeto e das demandas de mercado; 
• realizar vistorias, avaliações e laudos técnicos; 
• executar e responsabilizar-se tecnicamente por serviços e empresas; 
• desempenharcargosefunçõestécnicasnoserviçopúblicoeins3tuiçõesprivadas; 
• prestar consultoria, assessoria,auditoria e perícias; 
• exercer o ensino, a pesquisa, a análise, a experimentação e o ensaio; 
• conduzir equipes de instalação, montagem, operação, reparo e manutenção. 
• A aAvidade igualmente possui descrição junto à Classificação
Brasileira de Ocupações, sob CBO no 2149-35, e a Resolução no 313 
do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) dispõe
sobre o exercício profissional dos tecnólogos das áreas submeAdas à
sua abrangência. 
• Com efeito, segundo determinado pelo CONFEA, é permiAdo e de 
competência do tecnólogo, desde que sob supervisão e direção de 
engenheiro, arquiteto ou agrônomo, a execução e fiscalização de 
obra e serviço técnico (art. 3o). Nesse senAdo, o arAgo 4o da 
Resolução 313 do CONFEA estabelece que as aAvidades de vistoria, 
perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico somente 
poderão ser validadas pelo tecnólogo se acompanhado por um 
engenheiro ou profissional registrado no Conselho Regional de 
Engenharia e Agronomia (CREA). É oportuno destacar que o CREA 
reconhece apenas o engenheiro de Segurança no Trabalho como 
profissional habilitado para assinar o Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Condições e Meio 
Ambiente do Trabalho (PCMAT), sem prorrogar essa autorização aos 
técnicos ou tecnólogos em segurança do trabalho. 
• Assim, o tecnólogo em segurança do trabalho, dentro de 
suas atribuições e conhecimentos, torna-se peça
importante para presXgiar e promover técnicas prevenXvas 
de combate a acidentes e exercício de aXvidades 
profissionais nocivas ao ser humano, contribuindo de 
maneira fundamental para a criação e aperfeiçoamento de 
procedimentos de segurança no trabalho. 
A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO 
PROFISSIONAL EM SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
• Com efeito, o empregador passa a assumir responsabilidades, devendo arcar com 
as indenizações decorrentes de sua conduta omissiva ou comissiva. 
• Quanto ao tema da responsabilidade civil por acidentes de trabalho e doença
ocupacionais a ele equiparadas, três teorias se destacam, quais sejam: 
• a)Teoria do risco integral, que não admite qualquer excludente de 
responsabilidade, bastando a ocorrência do acidente para gerar o direito à
indenização, devendo o causador do dano reparar integralmente a ví3ma. 
• b) Teoria do risco proveito, a qual define que onde houver ganho ao empregador, 
haverá responsabilidade pela a3vidade que o origina. Assim, toda a3vidade 
produ3va implica em riscos, devendo, no entanto, o trabalhador demonstrar que 
do seu esforço decorre proveito econômico para o empregador. A questão parece 
simples, porém, ins3tuições sem fins lucra3vos, que contratam e assalariam 
trabalhadores, também devem ser responsabilizadas por eventuais acidentes 
ocorridos nas suas dependências ou sob sua supervisão. 
• c) Teoria do risco criado, pela qual cada empregador deve responder pelos riscos 
de sua a3vidade, seja ela lucra3va ou não.
• É necessário esclarecer que a responsabilidade pode ser 
objeJva ou subjeJva. Na responsabilidade objeXva, a 
culpa do empregador será presumida, não havendo 
qualquer invesXgação quanto aos fatores ou moXvos que 
ensejaram o acidente ou deram origem à doença
ocupacional, ou seja, não se verifica qualquer uma das 
modalidades de culpa (imprudência, imperícia e 
negligência) para punir o agente agressor. Já na 
responsabilidade subjeXva, há uma análise criteriosa para 
saber quem foi o responsável pelo evento danoso, 
podendo o empregador escoimar-se de sua 
responsabilidade quando demonstrada, por exemplo, a 
culpa exclusiva da víXma. 
Já a Consolidação das Leis Trabalhistas estabelece, no arXgo 
157, que compete às empresas: 
• Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e 
medicina do trabalho. 
• Instruir os empregados, através de ordens de serviço, 
quanto às precauções a tomar no senXdo de evitar 
acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. 
• Adotarasmedidasquelhesejamdeterminadaspeloórgãoregio
nalcompetente. 
• Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade 
competente. 
• No que diz respeito à responsabilidade criminal do 
profissional de segurança do trabalho, Raimundo Simão de 
Melo esclarece que: 
• a responsabilidade penal, que é pessoal (do empregador, 
do tomador de serviços, do preposto, do membro da CIPA, 
do engenheiro de segurança etc.), será caracterizada não
só pelo acidente do trabalho, quando a ação ou omissão
decorrer de dolo ou culpa, mas também pelo 
descumprimento das normas de segurança, higiene e 
medicina do trabalho, expondo-se a risco e perigo a vida 
dos trabalhadores, como preceitua o Código Penal (2016, 
s.p.). 
• Merecem destaque os ar>gos 18 e 132 do Código Penal, 
elencados a seguir: 
• Art. 18. Diz-se o crime:
Crime doloso
I- doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco 
de produzi-lo;
Crime culposo
II- culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o 
pra>ca dolosamente.
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e 
iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato 
não cons>tui crime mais grave. 
• No mesmo senXdo, é o arXgo 19, §2o, da Lei no 8.213, de 
24 de julho de 1991, que dispõe sobre os planos de 
benelcios da Previdência Social: 
• Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço de empresa ou de empregador 
domésXco ou pelo exercício do trabalho dos segurados 
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando 
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte 
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho. 
• § 2o ConsXtui contravenção penal, punível com multa, 
deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e 
higiene do trabalho. 
• Como se percebe, a responsabilidade do profissional 
incumbido pela manutenção de um meio ambiente 
saudável e seguro ultrapassa a mera análise de 
informações, devendo o profissional estar atento para 
impedir a ocorrência de acidentes, podendo responder por 
seus atos nas mais variadas esferas, inclusive penal. 
P r o f . L i z | L e g i s l a ç ã o e N o r m a s T é c n i c a s
O b r i g a d a !

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