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Sabrina Angheben │Gastroenterologia Patologias do Esfôgo e Estômago Fisiologia e histologia gástrica - Epitélio do corpo e fundo gástrico → predomínio de células parietais, células principais e células enterocromafins - Antro gástrico: - Célula G → gastrina, mais potente estimulante de secreção ácida - Mecanismo direto: liberada na corrente → Chega na célula parietal → Estímulo por ação direta - Mecanismo indireto (principal via): gastrina na corrente → Age sobre a célula enterocromafim → Estimula histamina, que estimula a célula parietal - Célula D→ somatostatina - É um hormônio inibitório do TGI - No estômago, inibe a produção ácida → inibe célula G e parietal ● Produção ácida: - Célula parietal possui três receptores: - Gastrina - Histamina (H2) - Ach - Ach: produção de ácido basal, liberada pelo nervo vago - Se liga ao receptor, produzindo ácido basal. - Produção circadiana basal (aumenta durante o dia). - Produção estimulada pela alimentação → gastrina - Estímulos: distensão do estômago e diminuição do pH - Estímulo à célula G→ liberação gastrina → ação direta (parietal) e indireta (enterocromafim) - Somatostatina: estímulo à célula D pelo aumento da acidez gástrica. - Bomba de próton H+K+/ATPase: libera o HCl da célula parietal. - H+ sofre influxo para parede da mucosa que, em caso de ausência de muco, causa lesão ● Fatores de proteção da mucosa gástrica: - Secreção de muco - Secreção de HCO3- - Barreira epitelial - Fluxo sanguíneo da mucosa - Garante boa produção de muco, bicarbonato e boa função da barreira epitelial - Proteção pelas prostaglandinas → COX-1 - Vasodilatação - AINES → Inibição de PG → Menor oxigenação do epitélio → Menor produção de fatores protetores - Componentes musculares e neurais ● Medicamentos: - Antagonistas de Histamina - Ex. Ranitidina - Inibidores da bomba de prótons - Ex. Omeprazol Gastrite - Reação inflamatória da parede do estômago - Primária: limitada à mucosa - Secundária: associada à doenças sistêmicas, como sífilis e etc GASTRITE AGUDA ● Etiologias: - AINES - Bebida alcoólica - Dissolve o muco - Tabagismo - Pela vasoconstrição, causando dano pela isquemia - Estresse - Estimula a secreção de gastrina - Sais biliares, em caso de refluxo - Uremia - Álcalis e ácidos fortes - Agentes biológicos - Intoxicação alimentar ● Mecanismos patogênicos: - Aumento da secreção ácida - Redução da produção de HCO3- - Lesão direta da mucosa gástrica pela retrodifusão dos íons de H+ GASTRITE CRÔNICA Pode evoluir para atrofia, metaplasia e, em alguns casos, para displasia e câncer gástrico. ● Classificação: - Tipo A: corpo e fundo - Associada com anemia perniciosa (ausência de fator intrínseco) - Comumente autoimune - Maior tendência para câncer - Tipo B: predomínio antro - Mais relacionada com H. pylori - Associado comumente com úlcera péptica duodenal - Tipo AB: completo ● Tríade característica: - Doença ulcerosa duodenal + gastrite antral + H. pylori. Helicobacter pylori - Característica - Formato de “S”. - Produz urease, que transforma uréia do organismo em amônia + CO2 → Amônia é tóxica para epitélio da mucosa. - A amônia é uma base, que leva à proteção da bactéria. - Contaminação - Fecal-oral, comumente pelo consumo de água. - Localização - Antro gástrico, abaixo do muco para proteção - Se adere às células de barreira da mucosa - Patogenia - Altera os mecanismos de proteção da mucosa, fazendo que os íons H + agridem a mucosa (lesão epitelial) - Causa lesão epitelial pela aderência - Pode romper as junções intracelulares - Altera o citoesqueleto da célula, produzindo menos muco - Altera microvilosidades das células - Ativa processos inflamatórios - Causa atrofia da mucosa→ metaplasia intestinal - Relação com o linfoma MALT - Processo de ulceração - Diminuição da ação da célula D → hipercloridria → HP produz urease → amônia agride o epitélio - HP é quimiotático, causando lesão epitelial - HP quebra o muco - Linfoma MALT - Recrutam para a lâmina própria os linfócitos B → formam verdadeiros agregados de LT → Num desses agregados podem surgir o linfoma de baixa agressividade que chamamos de LINFOMA MALT. ● Úlcera: - Conceito: abertura da mucosa do TGI que se estende até submucosa, muscular ou mais profundo; - Úlceras agudas - "Úlcera de estresse fisiológico” - Morfologia - Múltiplos pequenas ulcerações - Consequências - Hemorragia digestiva alta - Etiologia: - Paciente em choque hemodinâmico - Queimadura extensas - Sepse - Traumatismo grave - Condições neurológicas que eleve a pressão craniana ● Úlcera péptica: - Conceito: - Lesão escavada - geralmente solitária e crônica mucosa do TGI, por consequência de digestão ácido péptica dos tecidos. - Morfologia: - Lesão única, arredondada ou ovalada de 1-2 cm - Fundo limpo - Localização: - Duodeno 1ª porção - Estômago, comumente antro - Junção gastro-esofágico - Margens de gastrojejunostomia - Classificação: - Superficial: até submucosa - Profunda: até muscular própria - Perfurante: abre na cavidade peritoneal - Penetrante: ultrapassa as camadas, mas fica tamponada por órgão vizinho - Úlcera péptica duodenal: - Níveis elevados de secreção gástrica e pepsinogênio - Secreção ácida basal em níveis maiores que os não ulcerosos - Presença de H.pylori em quase 100% dos casos - Esvaziamento gástrico mais rápido - Localização: 1º porção, parede anterior - Úlcera péptica gástrica: - Etiologia: H pylori - Localização: pequena curvatura (entre corpo e antro) ● Consequências úlcera péptica gástrica: - Hemorragia - Hemorragia maciça – hematêmese ou melena devido a lesão de vasos de maior calibre. - Pequena hemorragias – pode passar despercebida ou levar à anemia - Perfuração - Pode causar peritonite - Malignização - Úlcera gástrica entre 10 a 30% de possibilidade de malignização nas gástricas ● Manifestação clínica: - Dispepsia - Epigastralgia - Hematêmese - Melena Anatomia e fisiologia do esôfago Patologias do esôfago - Possui constrições fisiológicas: - Cervical na região faringo-esofágica - Constrição bronco-aórtica - Diafragmática - A peristalse é controlada pelo plexo neural. ● Principais patologias: - Anomalias congênitas - Lesões associadas às disfunções motoras - Alterações vasculares - Esofagite - Neoplasia ANOMALIAS CONGÊNITAS AGENESIA - Atresia → formação incompleta do órgãos - Um dos brotos para de proliferar e não ocorre união dos dois brotos - Em alguns casos, formam fístula com a traquéia LESÕES POR DISFUNÇÃO MOTORA ACALÁSIA - É uma falha no relaxamento parcial ou incompleto do EEI com a deglutição - Ocorre por lesão do plexo mioentérico - Aumento do tônus basal de EEI pela ausência de relaxamento - Com a evolução causa perda da peristalse propulsiva do esôfago. - Aperistalse ou diminuição do peristaltismo - Primária: - Etiologia obscura; - Pode estar relacionado a alterações degenerativas da inervação intrínseca ao esôfago ou nos nervos vago extra- esofágicos e no núcleo dorsal do vago. - Secundária: - Pode ocorrer na doença de Chagas, na qual Trypanosoma Cruzi causa destruição do plexo intramural do esôfago, tendo como consequência, a dilatação deste. ● Quadro clínico - Disfagia lentamente progressiva - Regurgitação - Halitose importante - Broncoaspiração - Pneumonia de repetição - Perda de Peso - A longo prazo, causa mega esôfago ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSO - É uma contração iniciada na cárdia e ascende - Mais comum em mulheres dos 20-40 anos - Relação com distúrbios psicológicos, como depressão ● Quadro: - Dor torácica sem irradiação para membros - Forte intensidade - Disfagia intermitente → relação com os espasmos - Fatores psicossomático relacionados - É um quadro semelhante ao IAM, deverá ser pesquisado após excluir isquemia (ECG e enzimas) ● Diagnóstico: - Manometria com teste provocativo (estudo do funcionamento esofágico) HÉRNIA HIATAL - Consiste na passagem de parte do conteúdoabdominal para a cavidade torácica através do hiato diafragmático. - O hiato não consegue fechar adequadamente - 85% dos casos ocorrem aos 45 anos. ● Etiopatogenias: - Primário: - Enfraquecimento dos músculos em “torno” do hiato diafragmático - Secundário: - Pressão intra-abdominal, por obesidade, tosse, vômitos, gravidez, ascite e etc - Cifoescoliose ● Quadro clínico: - Refluxo gastroesofágico, regurgitação, disfagia. ALTERAÇÕES VASCULARES VARIZES DE ESÔFAGO - São dilatações circunscritas das veias do plexos submucoso e periesofágicos quase sempre adquiridas e secundária a hipertensão porta; - Causas: - Cirrose - Esquistossomose hepato-esplênica - Consequência - HDA ESOFAGITE ● Aguda: - Comumente infecciosa - Bactérias: estafilococos, estreptococos, salmonelas - Viral: influenza, herpes simples, citomegalovirus - Fungos: cândida e aspergilos - Traumático - Alimentos quentes ou irritante, sonda naso gástricas e substâncias cáusticas; - Pós-radioterapia e quimioterapia ● Crônica: - Esofagite de refluxo: - Consiste na inflamação do esôfago causada por refluxo gastroesofágico. - Incidência aumenta após os 40 anos - Patogenia: - Diminui na eficácia do mecanismo anti- refluxo; - Ineficácia na limpeza do material refluído; - Presença de hérnia de hiato; - Aumenta volume gástrico; - Diminuição da capacidade regenerativa da mucosa esofágica; - Complicações: - Sangramento - Estenose - Esôfago de Barret - Consiste na substituição do epitélio estratificado escamoso normal do terço distal do esôfago por epitélio colunar, geralmente contendo gl. mucosas. - RGE prolongado → ulceração do epitélio → reepitelizaçãoo metaplasia intestinal. - Controvérsia de literatura quanto ao tipo de metaplasia (específico intestinal ou não) ● Quadro clínico: - Pirose - Regurgitação - Dor torácica - Broncoespasmo + tosse - Laringite ● Complicações: - Adenocarcinoma
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