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Resumo - Micobactérias

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MICOBACTÉRIAS
Professora: Patrícia Maria de Freitas e Silva
Disciplina: Microbiologia Clínica
Aluno: Jonas Lira do Nascimento
CARACTERÍSTICAS GERAIS
● São um grupo de bactérias constituído por mais de 40 espécies, porém apenas
duas têm importância clínica:
○ Mycobacterium tuberculosis;
○ Mycobacterium lepra.
Mycobacterium tuberculosis
A tuberculose é um problema de saúde pública que é agravado pela AIDS. No Brasil: + de
70 mil casos e + de 4,5 mil mortes por ano.
● Tempo de multiplicação: 11-16 horas;
● São aeróbios estritos;
● Não se coram pelo Gram, pois não são nem Gram +, nem Gram –;
● São bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR);
● Se coram pelo Ziehl-Neelsen (baciloscopia);
Parede celular:
● Peptideoglicana (mucopeptídeo): em vez de N-acetil murâmico, tem N-glicosil
murâmico;
● Uma camada de arabinose e galactose (arabinolactona);
● Lipídeos (ácidos micólicos);
○ São os responsáveis pela álcool-ácido resistência e resistências teciduais.
Fatores de virulência:
● Os ácidos micólicos conferem caráter hidrofóbico as mesmas;
● As cepas virulentas formam cordas serpentiformes microscópicas nas quais os
bacilos estão dispostos em cadeias (fator corda), inibindo a migração de leucócitos;
● Resistem a fagocitose por serem parasitas intracelulares multiplicando-se dentro
1
do fagócito;
Patologia e Patogenia:
● É transmitida de pessoa para pessoa através do ar. O paciente bacilífero libera
aerossóis contendo o germe ao falar ou tossir. Deve-se manter pelo menos 1 metro
de distância.
● Não produzem toxina;
● Os microrganismos presentes em perdigotos (gotículas) de 1-5 micrômetros são
inalados e atingem os alvéolos. Podendo correr:
a. Primo-infecção:
■ Inicia-se com reação Inflamatória com edema, leucócitos e
monócitos em torno dos bacilos;
■ Em função da resposta imunológica intensa há também necrose
tissular (formação de caverna ou tubérculo) seguida de calcificação;
■ O tubérculo cicatriza por fibrose ou cicatrização (⅓ da população
mundial possui primo-infecção).
b. Tuberculose ativa ou doença:
■ Progressão da lesão sem calcificação ou, devido à déficit
imunológico, a calcificação se desfaz;
c. Disseminação linfo-hematogênica:
■ Atinge órgãos com boa tensão de oxigênio como rins, trompas, SNC,
etc., levando a tuberculose extra-pulmonar. (Não é contagiosa)
● Mecanismo:
1. Os bacilos da tuberculose que alcançam os alvéolos são ingeridos por
macrófagos, mas frequentemente sobrevivem;
2. Macrófagos causam resposta quimiotática que traz macrófagos adicionais
para a área, formando o tubérculo;
3. Após algumas semanas, muitos macrófagos morrem liberando os bacilos da
tuberculose e formando um centro cadeião no tubérculo (a doença pode se
tornar dormente após esse estágio);
4. Ocorre calcificação da camada externa que circunda a massa de
macrófagos e linfócitos. Os bacilos se multiplicam extracelularmente.
5. Caso o tubérculo se rompa, permite que os bacilos vazem em um
bronquíolo e sejam disseminados através do sistema respiratório e para
outros sistemas;
● Sintomatologia:
○ Febre, suor, calafrios, dor no peito, tosse com escarro (+ de 3 semanas),
2
perda de apetite, perda de peso repentina;
Diagnóstico laboratorial:
Amostras:
● Qualquer material suspeito;
○ Pode ser: escarro recente, urina, LCR, lavado gástrico, etc;
○ No caso de escarro: 2 a 3 amostras.
1. Baciloscopia
● Preparo da lâmina:
○ Deve-se utilizar material de madeira, ao invés de alça de platina, para
evitar formação de aerossóis;
○ As amostras de escarro devem ser encaminhado imediatamente para
análise, sendo o período máximo de conservação de 24 h em temperatura
ambiente ou 7 dias sob refrigeração;
○ A amostra deve ser protegida de luz em pote bem fechado.
● Coloração de Ziehl-Neelsen:
I. Fixação do esfregaço na lâmina;
II. Corar com fucsina fenicada (ocorre a emissão de vapores) - 5 min;
III. Descorar com álcool-ácido - 2 min;
IV. Corar com azul de metileno - 2 min;
V. Colocar na imersiva (100x);
● Essa técnica baseia-se no fato que algumas bactérias, como os bacilos da
tuberculose e lepra, quando tratadas pela fucsina fenicada à quente resistem ao
descoramento subsequente por uma solução de ácido forte e, assim sendo
permanecem coradas em vermelhas (BAAR); outras não resistem ao descoramento
e tomam a coloração de fundo (azul);
● A resistência álcool-ácida está relacionada a existência de ácidos micólicos na
parede celular dessas micobactérias que resistem a extração sucessiva do resíduo
bacteriano seco com álcool-ácido;
○ A integridade física da PC é também essencial a resistência.
● A liberação da baciloscopia é realizada por contagem semi-quantitativa,
baseando-se em tabelas que podem variar de autor para autor, mas apresentam o
mesmo princípio.
● Antiga contagem:
○ 3-9 bacilos por lâmina: +
3
○ 10 ou + por lâmina: ++
○ Mais de um bacilo por campo: +++
○ Ausência de BAAR em 100 campos: negativo
○ 1-2 bacilos por lâmina: solicitar novo material.
● Contagem atual:
○ Em 20 campos:
■ > 10 = +++
■ < 10 = conta 50 campos;
○ Em 50 campos:
■ 1-10 = ++
○ Em 100 campos:
■ 10-99 = +
○ 1-9 = relatar o n⁰ de bacilos;
● Baciloscopia, além de fazer o diagnóstico efetivo, serve no controle do tratamento
da tuberculose;
● Geralmente só dá 65% de positividade.
2. Cultura
● Meio de cultura sólido a base de ovo (Lowestein-Jensen);
● Meio de cultura Meldbrook 7H10;
● Meio de cultura Ogawa-Kudoh;
○ Utilizado particularmente para amostras de escarro;
○ É pronto para uso (tubos);
○ É necessária descontaminação do escarro (mergulha-se o swab com
amostra em solução descontaminante);
○ Incubação: até 60 dias a 37 ⁰C (3-8 semanas);
● Preparo de secreção pulmonar:
○ Escarro deve ser submetido a tratamento prévio com hipoclorito de sódio
2% (que destrói material e liquefaz, mas não o M. tuberculosis);
○ Então deve ser neutralizado com NaOH 2% e centrifugado e depois o
sedimento é semeado.
* Urina, LCR, e materiais não contaminados por outras bactérias (provenientes de
tuberculose extra-pulmonar) podem ser cultivadas diretamente no meio de cultura
apropriado, sem prévio tratamento.
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Baciloscopia x Cultura
● Baciloscopia: começa a dar positivo com 100.000 bacilos/mL;
○ Não identifica positivos em tuberculose extra pulmonar (devido aos poucos
bacilos);
● Cultura: pode dar positivo como até 10 bacilos/mL, principalmente em meio
líquido;
3. Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB)
● É automatizado, simples, rápido e de fácil execução;
● Técnica utilizada: reação em cadeia da polimerase (PCR);
● Detecta o M. tuberculosis e a resistência a Rifampicina em ± 2h;
● Vantagens:
○ Sensibilidade maior que a baciloscopia (90%);
○ Detecta resistência a Rifampicina (que serve como marcador de
multidrogarresistência);
○ Permite diagnóstico precoce, o que reduz transmissibilidade, morbidade e
mortalidade da TB;
○ Pode ser usado para amostras extra-pulmonares (líquor, gânglios linfáticos,
urina, etc.).
● Desvantagens:
○ Não permite acompanhamento dos casos;
○ O acompanhamento permitido pela baciloscopia, através das cruzes, é
importante porque demonstra se o paciente está realizando o tratamento,
pois muitos costumam largar, após as primeiras semanas, que é quando os
sintomas desaparecem;
○ Não detecta outras micobactérias;
○ Detecta bacilos vivos e mortos (paciente pode apresentar bacilos mortos
mesmos após a cura).
4. Teste Tuberculínico (PPD) ou teste de Mantoux
● É um infiltrado (concentrado) de bacilos que cresceram (em semanas) para a
obtenção de um derivado protéico purificado (PPD);
● Dose recomendada: 0,1 mL (via subcutânea);
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● Indivíduos sem contato prévio com micobactérias não apresentarão reação ao
PPD;
● Leitura: após 72-96h.
○ 0-4 mm - não reator: indivíduo não infectado (com algumas excessões);
○ 5-9 mm - reator fraco: vacinado com BCG, primo-infecção ou infecção por
outras micobactérias;
○ ≥ 10 mm - reator forte: infectado (doente ou não) e indivíduos vacinados
pela BCG nos últimos 2 anos.
* PPD negativo não exclui doença em imunodeprimidos;- PPD não pode ser o único critério para excluir o diagnóstico.
* Pacientes com tuberculose avançada podem ser alérgicos não reagir;
Tratamento:
● Pirazinamida (Z), Isoniazida (H), Rifampicina (R), Etambutol (E);
● 2 meses: RHZE
○ Após 15 dias paciente pode ser considerado não infectante.
● Resistência - 4 meses: RHE
● Porque tratamento prolongado?
○ Localização intracelular;
○ Material cadeião (dificulta penetração da droga);
○ Lento crescimento;
○ Bacilos metabolicamente inativos (dentro das lesões).
● BCG (Bacille Calmette-Guérin)
○ Desde 1921;
○ Aplicação: primeiro mês de vida.
Mycobacterium lepra
● É um bacilo álcool-resistente;
● Causa hanseníase ou lepra, doença infecto-contagiosa que atinge pele e nervos;
● Tempo de geração: 12 dias;
● Não é cultivável in vitro
Transmissão:
● Convivência prolongada;
● Contato com gotículas de saliva e secreções nasais;
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● Toque de pele não é capaz de transmitir;
● 90% da população tem defesa contra a doença;
● Lesões cutâneas pode se manifestar como anestésicas;
● Tatu-bola é um reservatório;
Tipos de hanseníase:
1. Indeterminada:
● Todos os pacientes passam por essa fase no início da doença;
● Lesão de pele geralmente única, mais clara, não é elevada apresenta bordas, é
seca, não ocorrendo sudorese na área;
● Há perda de sensibilidade térmica e/ou dolorosa, mas tátil é preservada;
● Biópsia e baciloscopia frequentemente não confirmam diagnóstico.
2. Tuberculóide:
● Placa com bordas avermelhadas e elevadas, totalmente anestésica;
● Baciloscopia: negativa;
● Biópsia: quase sempre não mostra bacilos em confirmar diagnóstico sozinha;
● Geralmente não são necessários exames extras, pois há perda total da
sensibilidade, associada ou não a alteração de função motora, porém de forma
localizada.
3. Virchowiana:
● É a forma mais contagiosa;
● Não apresenta manchas;
● Na sua evolução aparecem caroços escuros, endurecidos e anestésicos;
● Câimbras e formigamentos nas mãos e pés são relatados com frequência;
● Exames reumatológicos: costuma dar falsos positivos, como FAN, FR, assim como
para sífilis (VDRL), devido reação cruzada.
4. Dimorfa:
● Pode ter características virchowianas, tuberculóides e hipocromiante (manchas
disseminadas);
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Diagnóstico clínico:
● Avaliação dermato-neurológica, por meio de testes de sensibilidade, palpação de
nervos, avaliação de força motora, etc.
● Classificação operacional para fins terapêuticos:
○ Paucibacilares (PB): casos com < 5 lesões (indeterminada e tuberculóide);
○ Multibacilares (MB): casos com > 5 lesões (dimorfo e virchowianas).
Diagnóstico laboratorial:
1. Baciloscopia: Coleta da linfa - colhida em orelhas, cotovelos e da lesão;
2. Biópsia
Epidemiologia: 2⁰ país com mais casos;
* Outras bactérias patogênicas:
● M. novos - contamina leite, dando infecção intestinal. Pasteurização elimina;
● M. avium intracellulare: granuloma pulmonar em aidéticos.
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