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Teorias sobre a aquisição da língua – parte I __________________________ PSICOLOGIA DO PENSAMENTO E DA LINGUAGEM AULA 3 ênfase às experiências e à educação do sujeito → menor importância aos possíveis aspectos inatos. As pessoas aprendem a língua exatamente da mesma forma que aprendem comportamentos simples: pelo condicionamento mecânico. A língua generaliza-se como qualquer outro comportamento – quando um ato é repetidamente reforçado, o ato em si torna-se reforçador, e sua probabilidade de ocorrência aumenta. Mecanismos de estímulo-resposta-reforço: eles explicam o condicionamento que está na base da estrutura do comportamento. Teoria ambientalista Skinner (1904-1990) A imitação também exerce uma função importante na aquisição da língua pela criança. O adulto fala uma palavra → a criança imita essa produção → o adulto recompensa a criança por essa repetição (mesmo que ela não seja fiel ao que foi dito inicialmente).→ aos poucos .... aproximação ao modelo adulto. Para Skinner (1978), são três os princípios de aprendizagem familiar: • Associação (da visão das coisas com os sons das palavras); • Imitação (das palavras e sintaxe modeladas por outros); • Reforço (com sorrisos e abraços quando a criança diz uma coisa certa). • O comportamento verbal passou a existir quando, por um passo crítico na evolução da espécie humana, a musculatura vocal tornou-se suscetível ao condicionamento operacional (Skinner, 1984, 1985, 1990). ➢ criança como um receptor mais passivo do que ativo no processo de aquisição da língua, tornando o seu papel no processo de aprendizagem menos relevante. ➢ Skinner→ a partir da repetição de formas corretas pelos pais que leva as crianças à aquisição da gramática correta. Reagiu fortemente aos argumentos de Skinner: levaria uma vida inteira a adquirir uma língua por condicionamento direto. O ritmo que a crianças aprendem gramática e palavras sem serem ensinadas é extraordinário demais para ser explicado apenas pelos princípios da aprendizagem. As crianças criam todos os tipos de frases que nunca ouviram antes e por isso não podem estar imitando. Teoria inatista Chomsky (1928 – ) Chomsky é um linguista americano que desenvolveu um modelo formal de linguagem→ gramática generativa, que é dominante desde 1960. → Estrutura universal subjacente a todas as línguas → A “competência linguística” seria inata Uma das características fundamentais da linguagem → as palavras podem se combinar para dizermos coisas que nunca ouvimos antes, não havendo limite para as novas frases que podemos formar. Propõe a existência de um “Mecanismo de aquisição da linguagem” (Language aquisition device): Órgãos mentais e órgãos físicos estão, uns e outros, determinados por propriedades específicas da espécie e geneticamente determinadas, embora, nos dois casos, a interação com o meio seja necessária para desencadear o desenvolvimento. Gramática Generativa (ou Transformacional) • Há uma herança genética exclusiva da espécie que dá ao homem o dom da linguagem ➔ as pessoas nascem com um equipamento mental (LDA) que lhes possibilita descobrir as regras para aglutinar sentenças aceitáveis. • Só se atualiza num meio próprio ao seu desenvolvimento→ com um cuidado adequado, a língua simplesmente “acontece” à criança. • Os 5 mil idiomas humanos são dialetos da “gramática universal” para o qual nosso cérebro foi preparado → aprenderemos prontamente qualquer linguagem que ouvirmos. Dispositivo de aquisição de linguagem (LDA) Pontos que corroboram a proposta de Chomsky • As fases na aquisição da língua sugerem um mecanismo universal; • A sensibilidade extremamente precoce do bebê para a língua indica que nascemos com capacidades especiais; • Surgimento de capacidades linguísticas básicas em bebês deficientes; • Os esforços ativos da criança para dominar a língua. As crianças são entusiásticas da língua e exercitam-na sem qualquer incitação. Gramática gerativa Os “enunciados” ou “frases” das línguas naturais devem ser interpretados em dois tipos de representação distinta: • As “estruturas superficiais” correspondendo à estrutura patente das frases; • As “estruturas profundas”, uma representação abstrata das relações lógico- semânticas das mesmas. A gramática constitui um sistema de regras que interagem continuamente para gerar um número indefinido de estruturas linguísticas. Toda sentença gramatical tem uma estrutura superficial e uma estrutura profunda. Estrutura o tipo superficial, no qual a frase é analisada de forma meramente sintática o tipo profundo, onde se verificam as relações lógico-semânticas dos diferentes elementos das frases. Gramática generativa→ a gramática como transformacional, no sentido em que cada um pode criar um número infinito de frases a partir de uma base de diretrizes gramaticais e de um vocabulário finito. Toda esta bagagem faz parte de uma escola de estudo conhecida como linguística generativa Para complementar esta aula: • Dentro da cabeça de Noam Chomsky: https://super.abril.com.br/cultura/dentro-da-cabeca-de-noam- chomsky/ • Noam Chomsky - O Conceito de Linguagem: https://www.youtube.com/watch?v=W53UvJoLAwI https://super.abril.com.br/cultura/dentro-da-cabeca-de-noam-chomsky/ https://www.youtube.com/watch?v=W53UvJoLAwI Leitura para próxima aula • Páginas 21 a 27 do livro didático da disciplina
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