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BMF3 O Ato Sexual Masculino As funções reprodutoras masculinas podem ser divididas em três grandes subdivisões: (1) espermatogênese, que significa a formação do espermatozoide; (2) desempenho do ato sexual masculino; e (3) regulação das funções reprodutoras masculinas por vários hormônios. Associados a essas funções reprodutoras estão os efeitos dos hormônios sexuais masculinos nos órgãos sexuais acessórios, metabolismo celular, crescimento e outras funções do organismo. Resposta sexual humana masculina: Excitação: ereção. Platô: intensificação de mudanças iniciadas na excitação. Orgasmo (clímax): emissão e ejaculação. Resolução: retorno das mudanças fisiológicas das três primeiras fases. EREÇÃO PENIANA A fonte mais importante de sinais sensoriais neurais para iniciar o ato sexual masculino é a glande do pênis. A glande contém um sistema de órgãos terminais sensoriais especialmente sensível que transmite modalidade especial de sensação, chamada sensação sexual, para o sistema nervoso central. A massagem da glande estimula os órgãos terminais sensoriais, e os sinais sexuais, por sua vez, cursam pelo nervo pudendo e, então, pelo plexo sacral para a região sacral da medula espinal, finalmente ascendendo pela medula para áreas não definidas do cérebro. SENSAÇÃO SEXUAL – nervo pudendo → plexo sacral → medula espinal sacral → ascensão pela medula → cérebro. Estímulos psíquicos apropriados podem aumentar, consideravelmente, a capacidade de a pessoa realizar o ato sexual. O simples pensamento em sexo, ou mesmo sonhar que está participando de relação sexual, pode iniciar o ato sexual masculino, culminando com a ejaculação. A ereção peniana é o primeiro efeito do estímulo sexual masculino, e o grau de ereção é proporcional ao grau de estimulação, seja psíquico ou físico. A ereção é causada por impulsos parassimpáticos que passam da região sacral da medula espinal pelos nervos pélvicos para o pênis. Mecanismo da ereção Essas fibras nervosas parassimpáticas, ao contrário da maioria das outras fibras parassimpáticas, parecem liberar óxido nítrico e/ou peptídeo intestinal vasoativo, além da acetilcolina. O óxido nítrico ativa a enzima guanilil ciclase, causando maior formação de monofosfato cíclico de guanosina (GMPc). O GMPc, em especial, relaxa as artérias do pênis e as malhas trabeculares das fibras musculares lisas no tecido erétil dos corpos cavernosos e corpos esponjosos na haste do pênis. Quando os músculos lisos vasculares relaxam, o fluxo sanguíneo para o pênis aumenta, causando a liberação de óxido nítrico das células endoteliais vasculares e posterior vasodilatação. A ativação do sistema nervoso parassimpático promove um estímulo para as células endoteliais para a produção do óxido nítrico, além disso as próprias terminações nervosas dos neurônios parassimpáticos promovem a secreção da acetilcolina para estimular as células endoteliais e fazem a produção de baixa parcela de oxido nítrico auxiliando a vasodilatação. O oxido nítrico adentra na musculatura lisa dos corpos cavernosos pela membrana celular, ativando a enzima guanilato ciclase para conversão do GTP (guanosina trifostato) em GMP cíclico (guanosina monofosfato cíclica) formando um segundo mensageiro, o qual proporciona mudanças intracelular, com destaque para a redução da quantidade de cálcio intracelular desencadeando uma incapacidade da ligação do cálcio com a calmodulina tendo como consequência o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos com a geração da ereção. O aumento da taxa de GMP cíclico intracelular promove a ativação gradativa da enzima fosfodiesterase-5 para a quebra o GMP cíclico na sua forma inativa de maneira gradativa para ocorrer o processo de flacidez peniana. Inibidores da PDE5: é importante o conceito de que esses inibidores da PDE5 não são indutores de ereção, mas sim facilitadores, desde que na presença de estímulo sexual. Atualmente, quatro potentes inibidores da PDE5 estão liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para consumo no Brasil: • sildenafila (Viagra®); • tadalafila (Cialis®); • vardenafila (Levitra®, Vivanza®); • Iodenafila (Helleva®). Fases do processo de ereção LUBRIFICAÇÃO Os impulsos parassimpáticos durante a estimulação sexual, além de promover a ereção, induzem a secreção mucosa pelas glândulas uretrais e bulbouretrais. Esse muco flui pela uretra, auxiliando a lubrificação durante a relação sexual. Entretanto, a maior parte da lubrificação do coito é fornecida pelos órgãos sexuais femininos, muito mais do que pelos masculinos. Sem lubrificação satisfatória, o ato sexual masculino dificilmente é satisfatório, porque o intercurso não lubrificado produz sensações dolorosas e irritativas, que inibem as sensações sexuais, em vez de excitá-las. EMISSÃO E EJACULAÇÃO A emissão e a ejaculação são o clímax do ato sexual masculino. Quando o estímulo sexual fica extremamente intenso, os centros reflexos da medula espinal começam a emitir impulsos simpáticos, que deixam a medula, pelos níveis T-12 a L-2, e passam para os órgãos genitais por meio dos plexos nervosos simpáticos hipogástrico e pélvico, iniciando a emissão precursora da ejaculação. A emissão começa com a contração do canal deferente e da ampola, promovendo a expulsão dos espermatozoides para a uretra interna. Em seguida, as contrações da camada muscular da próstata, seguidas pela contração das vesículas seminais, expelem os líquidos Fosfodiesterase-5 (PDE5) Enzima responsável pela degradação das formas biologicamente ativas de guanosina monofosfato cíclico (GMPc) e de adenosina monofosfato cíclico (AMPc), em moléculas inativas de GMP e AMP. Hormônios: Ocitocina- estímulo positivo sexual / prolactina – inibitório. Testosterona - aumento da libido, liberação de dopamina no núcleo pré- óptico medial→ estimulando a ereção. prostático e seminal também para a uretra, forçando os espermatozoides para frente. Todos esses líquidos se misturam, na uretra interna, com o muco já secretado pelas glândulas bulbouretrais, formando o sêmen. O processo até esse ponto é chamado emissão. O enchimento da uretra interna com sêmen provoca sinais sensoriais que são transmitidos pelos nervos pudendos para as regiões sacrais da medula espinal, dando a sensação de plenitude súbita aos órgãos genitais internos. Além disso, esses sinais sensoriais promovem as contrações rítmicas dos órgãos genitais internos e contrações dos músculos isquiocavernoso e bulbocavernoso, que comprimem as bases do tecido erétil peniano. Esses - efeitos associados induzem aumentos rítmicos e ondulatórios da pressão do tecido erétil do pênis, dos ductos genitais e da uretra, que “ejaculam” o sêmen da uretra para o exterior. Esse processo final é chamado ejaculação. Ao mesmo tempo, contrações rítmicas dos músculos pélvicos, e mesmo de alguns músculos do tronco, causam movimentos de propulsão da pélvis e do pênis, que também auxiliam a propelir o sêmen para os recessos mais profundos da vagina e, talvez, mesmo levemente, para o colo do útero. Esse período todo de emissão e ejaculação é chamado orgasmo masculino. RESOLUÇÃO No final, após a ejaculação, a excitação sexual masculina desaparece, quase inteiramente, em 1 a 2 minutos, e a ereção cessa, processo chamado resolução. Referências HALL, John E.; Guyton & Hall Tratado de Fisiologia Médica, 13ed. Capítulo 81 – Funções Reprodutivas e Hormonais Masculinas (e Função da Glândula Pineal). SMITH, Roger P.; TUREK, Paul J.; NETTER, Frank H.; Coleção Netter de Ilustrações Médicas – Sistema Reprodutor. Seção 2 – O Pênis e o períneo masculino. SILVERTHORN, Dee U.; Fisiologia Humana, 7ed. Capítulo 26 – Reprodução e Desenvolvimento. Impulsos simpáticos - Contração do ducto deferente promovendo a expulsão dos espermatozóidespara a uretra, onde se juntam às secreções das glândulas acessórias, forçando os espermatozóides para frente (formando o esperma). Enchimento da uretra interna com sêmen → sinais sensoriais transmitidos pelos nervos pudendos para regiões sacrais da medula espinal → sensação de plenitude aos órgãos genitais internos Promoção de contrações rítmicas dos órgãos genitais internos e contrações dos músculos isqueocavernoso e bulbocavernoso→ compressão da base do tecido erétil peniano → aumento rítmico e ondulatório da pressão no tecido erétil do pênis, dos ductos genitais e uretra→ saída do sêmen da uretra para o meio externo: EJACULAÇÃO.